Metodologias de Cálculo do Fator X ANAC III Conferência do Desenvolvimento (CODE/IPEA) O Repasse de Ganhos de Produtividade: Lições da Experiência Brasileira e Perspectivas Futuras Brasília, 21 de março de 2013
Contextualização Mercado aeroportuário brasileiro Papel do regulador Objetivo do fator X Regulação Estrutura tarifária Regulação tarifária Fator X Aeroporto São Gonçalo do Amarante ASGA (2010) Aeroportos públicos não concedidos Resolução nº 180 (2011) Aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília GRU-VCP-BSB (2012) Discussão Sumário
Mercado aeroportuário brasileiro Contextualização
Contextualização Papel do regulador Promover a modicidade tarifária e produzir incentivos para aumentar a produtividade, replicando no setor as forças de mercado que atuam sobre as empresas que operam em um ambiente competitivo.
Contextualização ObjetivodoFatorX Assim, o papel do fator X é o de replicar o efeito dos ganhos de produtividade sobre os preços, exatamente como ocorreria caso o agente regulado operasse em um mercado competitivo.
Tarifas aeroportuárias Lei 6.009/73 Estrutura tarifária a. Embarque b. Pouso c. Permanência (pátio de manobras e área de estadia) d. Armazenagem e Capatazia de carga importada e exportada Tarifas-tetodefinidas conforme a categoria do aeroporto (função de serviços e facilidades disponíveis) ou estabelecidas em contratos de concessão Remuneram serviços e equipamentos como terminais de passageiros, pistas de pouso e táxi, pátio de manobras, área de estadia e terminais de carga, entre outros.
Estrutura tarifária (Lei 6.009/73) Tarifa de embarque:utilização das instalações e serviços de despacho e embarque do terminal de passageiros; incide sobre o passageiro Tarifa de pouso: utilização das áreas e serviços relacionados ao pouso, rolagem e estacionamento da aeronave até três horas após o pouso; incide sobre o proprietário ou explorador da aeronave Tarifa de permanência: estacionamento além das 3 horas após o pouso; incide sobre o proprietário ou explorador da aeronave Tarifa de armazenagem: armazenamento, guarda e controle das mercadorias nos armazéns de carga aérea dos aeroportos; incide sobre o consignatário ou transportador Tarifa de capatazia: movimentação e manuseio das mercadorias; incide sobre o consignatário ou transportador
Resolução nº 180/2011 Regulação Tarifária Price-capcom reposicionamentos tarifários periódicos (cost-based) Subsídio cruzado entre categorias/atividades Recomposição de custos com incentivo à eficiência (metas WLU/custo) Reajuste anual (IPCA X -Q) Fatores X e Q revisados periodicamente (a cada 5 anos) Aplicação A Resolução nº 180 aplica-se aos aeroportos públicos, à exceção daqueles sob condições tarifárias definidas em ato de autorização ou contrato de concessão Escopo: tarifas de embarque, pouso e permanência Tarifas de armazenagem e capatazia são reguladas por outro instrumento - discussão sobre (des)necessidade de aplicação de fator X nesse segmento (há competição?)
Aeroportos concedidos Regulação Tarifária Price-cap sem reposicionamentos tarifários periódicos (non cost-based) Regras tarifárias próprias (estabelecida nos contratos de concessão) Tarifas iniciais iguais aos valores teto aplicáveis à Infraero em aeroportos de categoria 1 (decisão política) Tarifas e valores de outorga compatíveis com um modelo single till híbrido Reajuste anual (IPCA X Q) Fatores X e Q revisados a cada 5 anos A partir do primeiro reajuste as tarifas descolam Aplicação Escopo: tarifas de embarque, pouso e permanência Tarifas de armazenagem e capatazia são reguladas por outro instrumento - discussão sobre (des)necessidade de aplicação de fator X nesse segmento (há competição?)
Metodologia aberta Fator X -ASGA Contrato: apenas metodologia aplicável ao primeiro reajuste Motivos Dificuldade de previsão para períodos longos Dinamismo da indústria Aprimoramento das ferramentas de cálculo Evolução da regulação econômica Contudo, o contrato apresenta diretrizes gerais que devem ser observadas pela ANAC ao calcular o fator X, além do anexo com a metodologia aplicável ao primeiro reajuste informação
1ªaplicaçãodofatorXpelaANAC Fator X -ASGA Medotologia descrita no Anexo 13 do contrato do ASGA Variação anual da Produtividade Total dos Fatores (PTF) para um grupo de aeroportos similares utilizando-se o Índice Tornqvist(amplamente utilizado) Onde: é a quantidade de produto i; é a participação da receita do produto i no total da receita; e é o custo total
Fator X -ASGA Dados Considerou os 49 aeroportos de categoria 1 e 2 administrados pela INFRAERO à época e utilizou dados de 2007 e 2009 Considerou apenas os custos das atividades aeroportuárias, ou seja, não foram incluídos os custos de navegação aérea e das atividades comerciais 6 produtos foram considerados: i. Passageiros domésticos e internacionais, ii. Pousos domésticos e internacionais iii. Carga importada e exportada movimentada nos TECA
Seleção do grupo de aeroportos Fator X -ASGA Análise de cluster para encontrar grupos semelhantes em termos de perfil de receita e porte dos aeroportos Aeroportos ordenados conforme a soma das distâncias euclidianas em relação ao aeroporto Augusto Severo Taxa de variação média anual da PTF (2007-2009) igual a 1,29%. Este valor corresponde ao valor do fator X
Fator X Resolução nº 180 Aplicado a todos aeroportos públicos, exceto concedidos Base de dados composta pelos aeroportos da Infraero Dificuldade de benchmarking com aeroportos internacionais Risco de incentivo perverso A empresa poderá se esforçar menos do que estaria disposta caso o fator X fosse determinado com base em uma amostra de aeroportos de operadores diferentes Mitigação deste problema Repartir os ganhos esperados de produtividade entre o aeroporto e seus usuários
Fator X Resolução nº 180 Metodologia e resultado levados a audiência pública Aplicou-se a equação reduzida do Índice Tornqvist para encontrar a variação anual de produtividade dos anos de 2008, 2009 e 2010 dos aeroportos de categoria 1 e 2 administrados pela Infraero A média geométrica das taxas de variação anual da PTF dos três anos é igual a 4,12% O valor do fator X corresponde a 50% do valor dos ganhos de produtividades esperados (2,06%) compartilhamento entre aeroporto e usuários Após a audiência pública A indústria questionou a não inclusão dos aeroportos da Infraero de categoria 3 e 4 Após a inclusão destes aeroportos, a média geométrica das taxas de variação anual da PTF caiu para 3,89% e o fator X para 1,95
Fator X GRU, VCP e BSB Contextualização Alta exigência de investimentos para a Copa do Mundo Modelagem buscou aumentar capacidade de investimento no curto prazo Valor de referência com incentivo para investimento Fator X igual a zero nos 24 primeiros meses da concessão, tendo em vista o elevado volume de recursos para execução das obras Entre o 3º e 5º ano da concessão o fator X será de no máximo 2,06%, podendo sofrer abatimentos em função de adiantamento na conclusão das obras essenciais exigidas no Plano de Exploração Aeroportuária, podendo ser igual a zero caso se concluam todas as melhorias obrigatórias previstas no PEA dentro dos 05 primeiros anos da concessão
Fator X GRU, VCP e BSB Valor de referência com incentivo para investimento Incentivos para a Concessionária investir em componentes críticos por meio de uma fórmula paramétrica cujo valor de referência é igual ao alcançado pela metodologia levada a audiência pública (Resolução nº 180) X = 2,06 (1-(TP + PE)) Onde: TP é a redução percentual devido à ampliação do terminal de passageiros, e PE é a redução percentual devido à ampliação de posições de estacionamento Aolongodaexecuçãodocontrato Metodologia pode ser revista quinquenalmente (RPC) Logo, metodologia aberta a partir do 5º ano
Discussão Prós e contras das diversas possibilidades para o fator X Valores pré-definidos (flat) Metodologia pré-definida Fator X limitado (piso e teto) Aberto Trade-offentre flexibilidade regulatória e previsibilidade É possível aumentar previsibilidade sem perder toda flexibilidade? Experiência das demais agências reguladoras Discussão com órgãos de controle em contratos de concessão
Obrigado! Rafael Scherre Gerente de Regulação Econômica Superintendência de Regulação Econômica e Acompanhamento de Mercado rafael.scherre@anac.gov.br 19