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Transcrição:

, t\-*- Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba Gabinete do Desembargador José Di Lorenzo Serpa ACÓRDÃO MANDADO DE SEGURANÇA N. 999.2008.000072-5/001. RELATOR: Fábio Leandro de Alencar Cunha l Juiz Convocado em substituição ao Des. José Di Lorenzo Serpa IMPETRANTE: Francisco Ascendino Arruda Netto ADVOGADA: Jaldemiro Rodrigues de Ataíde Jr. IMPETRADO: Secretário da Administração do Estado da Paraíba MANDADO DE SEGURANÇA CONCURSO PÚBLICO MÉDICO EDITAL TÍTULO DE ESPECIALISTA OU RESIDÊNCIA MÉDICA CLÍNICA MÉDICA REQUISITO PREVISTO NO EDITAL DO CERTAME AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO REQUISITO DIREITO LÍQUIDO E CERTO INEXISTENTE DENEGAÇÃO. 111 1. O Edital é a lei do concurso, no qual são estabelecidas as regras a serem cumpridas por todos que dele participem, devendo as exigências inerentes ao cargo pretendido pelo concorrente estarem expressamente inseridas. 2. Restando configurada a previsão de apresentação do Título de Especialista ou Residência Médica e não sendo o candidato possuidor de um desses títulos, impõe-se a sua desclassificação no certame, sendo, conseqüentemente, carecedor de direito líquido e certo. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos acima identificados: ACORDA o Egrégio Tribunal Pleno do Estado da Paraíba, por unanimidade, DENEGAR a segurança, nos termos do voto do relator.

2 Vistos. Francisco Ascendi no Arruda Netto, devidamente qualificado, impetrou o presente Mandado de Segurança com pedido de liminar, contra ato dito ilegal praticado pelo Secretário de Administração do Estado da Paraíba. Alega que, apesar de aprovado no Concurso Público para a Secretaria de Saúde deste Estado, no cargo de médico clínico geral, inclusive nomeado, encontra-se impedido de tomar posse pelo fato de não atender ao requisito previsto no Edital 01/2007/SEAD/SES, no que se refere à exigência de apresentação de diploma da especialidade médica. Entendendo ter preenchido todos os itens do edital, sustenta o tolhimento do seu direito, razão pela qual, através da via judicial, busca a concessão da ordem, visando assegurar sua nomeação. Embasa seu pleito no argumento de que inexiste especialidade para o cargo que pleiteia (Médico Clínico Geral), levandose em consideração que o Conselho Federal de Medicina não reconhece a especialidade médica de Clínico Geral. Apenas para as demais áreas ofertadas no certame, há exigência de ser especialista. Postulou, por conseguinte, a concessão de liminar para c instar o impetrado a conferir-lhe posse imediata no cargo em testilha. No mérito, requer a concessão da ordem, confirmando-se a liminar, assegurando o seu direito à posse na função de médico clínico geral. 11) Pedido de liminar deferido (fls. 50/53). Informações da autoridade apontada como coatora prestadas às fls. 56/66. Parecer da Procuradoria de Justiça opinando pela denegação da segurança, fls. 68/70. É o relatório. VOTO O impetrante sustenta que, diante da forma como se encontra disposto o edital, faz-se desnecessário apresentar o título de especialidade em Clínica Médica. Argumenta que o curso de medicina confere ao médico os conhecimentos atinentes ao cargo que pleiteara, sendo que essa especialidade, no seu entender, não constitui atividade suplementar à formação normal.

. 3 Para análise da questão, verifico cingir a controvérsia em saber se o impetrante preenche ou não os requisitos estabelecidos no Edital n o 01//2007/SEAD/SES para provimento de vaga na área médica, precisamente no cargo de Médico Clínico Geral, para o qual concorreu e restou aprovada dentro das vagas estipuladas. O item 09 do edital (fls. 12) dispõe, entre outros, sobre a exigência de escolaridade, que é a seguinte na Área Médica: "Área Médica - Exigência de escolaridade (até a data da nomeação) - Diploma de Graduação em Medicina e de Especialidade Médica reconhecidos pelo MEC e registro no Conselho de Classe CRM." Sobre o tema, o item 2.1, letra d(fls. 34), rege: '2.1. São requisitos exigidos para a investidura no Cargo Público: (..) d) Possuir curso superior com especialidades reconhecidas pelo MEC, para Médicos e Cirurgião Dentistas buco maxllo-facial concluído até a data da contratação. Com base na forma como se encontram dispostas as regras editalícias, alega o impetrante não existir no âmbito do Conselho Federal de Medicina a especialidade de CLÍNICO GERAL. Para o impetrante, o curso de graduação em Medicina confere ao formando, de forma suficiente, os conhecimentos atinentes e necessários ao desempenho do mister de médico clínico geral. Para dirimir a questão em debate, é imperioso salientar a existência da especialidade de CLÍNICA MÉDICA, que, no vasto campo da Medicina, constitui-se em estudo suplementar à formação normal acadêmica. Tal especialidade é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, assim como a cardiologia, anestesiologia, gastroenterologia, oftalmologia, etc. A este propósito, veja-se o que dispõe a respeito a Resolução CFM n 1.785/2006: "RESOLUÇÃO CFM N 1785/20061 Dispõe sobre a nova redação do Anexo II da Resolução CFM n o 1.763/05, que celebra o 1 Publicada no D.O.U. 26 maio 2006, Seção I, pg. 135ss

4 convênio de reconhecimento de especialidades médicas firmado entre o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) Art. 1 - Aprovar a nova redação do Anexo II da Resolução CFM n 1,763/05. Anexo II 2) RELAÇÃO DAS ESPECIALIDADES RECONHECIDAS 16. CLINICA MÉDICA 4) TITULAÇÕES E CERTIFICAÇÕES DE ESPECIALIDADES MÉDICAS TÍTULO DE ESPECIALISTA EM CLÍNICA MÉDICA Formação: 2 anos CNRM: Programa de Residência Médica em Clínica Médica AMB: Concurso da Sociedade Brasileira de Clínica Médica'2 Por outro lado, é sabido que a formação acadêmica no curso universitário de medicina confere ao graduado apenas o título de médico. As especializações decorrem de cursos ou atividades suplementares a que venha se dedicar tal profissional. Exemplificando, tem-se o Título de Especialista, em que são realizadas provas para assim ser conferida a condição de especialista, e a Residência Médica. Sobre esta espécie de especialização, reza a Lei n 6.932/81: 'Art. 1. A Residência Médica constitui modalidade de ensino de pós-graduação, destinada a médicos, sob a forma de cursos de especialização, caracterizada por treinamento em serviço, funcionando sob a responsabilidade de instituições de saúde, universitárias ou não, sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional. 2 http://www.portalmedico.org.br/novoportal/index5.asp

5 1 0. As instituições de saúde de que trata este artigo somente poderão oferecer programas de Residênciá Médica depois de credenciadas pela Comissão Nacional de Residência Médica. 2. É vedado o uso da expressão "residência médica" para designar qualquer programa de treinamento médico que não tenha sido aprovado pela Comissão Nacional de Residência Médica." Dessa forma, é forçoso reconhecer que a impetrante não comprovou possuir título de especialização, seja em Clínica Médica ou outra especialidade. Limitou-se a afirmar que, para o exercício do cargo de Médico Clínico Geral, não haveria necessidade de nenhuma especialidade, nem mesmo a de Clínica Médica. Para o caso em comento, segundo a impetrante, bastaria a conclusão do Curso de Medicina para que se tenham como satisfeitos os requisitos do edital. Com efeito, tem-se que o edital n o 01//2007/SEAD/SES ditou as regras do concurso público para preenchimento de cargos de médico, e estipulou, expressamente, como exigência inafastável, a comprovada especialização, ao mencionar: Diploma de Graduação em Medicina e de Especialidade Médica reconhecidos pelo MEC e registro no Conselho de Classe - CRM. In casu, a correspondência para Médico Clínico Geral seria Título de Especialista ou Residência em Clínica Médica. De igual modo, para Médico Reumatologista, seria Título de li Especialista ou Residência em Pediatria, assim como as demais áreas i médicas. O entendimento do postulante, além de afrontar a "lei" do concurso, com a qual concordou integralmente ao efetivar sua inscrição, nega vigência ao disposto na Resolução CRF n o 1785/2006 e no art. 1 e parágrafos da Lei n 6.932/81 1 acima transcritos. Acatar o argumento do impetrante de que a condição de médico é inerente ao curso de medicina e que seria um médico clínico, implica, para este caso, flagrante contrariedade às normas do concurso, o que não se pode conceber. Ao realizar sua inscrição, submeteu-se o impetrante a todos os termos do edital, pois a ele não ofereceu qualquer impugnação. Neste contexto, ressalto a literalidade do item 2 do Edital: "ao efetuar a inscrição, o candidato declara que tem ciência e

6 aceita que, caso aprovado e classificado, deverá entregar os documentos comprobatórios dos requisitos exigidos para o Emprego Público na ocasião da nomeação" (fls. 21). Conseqüentemente, se o candidato não apresenta, no ato da posse, a documentação necessária exigida no edital do certame, é considerado inapto para assumir o cargo. E uma das condições para a posse, é exatamente o atendimento aos requisitos determinados para o cargo: Diploma de Especialidade Médica. Neste sentido, colhe-se da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: "ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. MÉDICO. TÍTULO DE ESPECIALISTA OU RESIDÊNCIA MÉDICA. REQUISITO PREVISTO NO EDITAL DO CERTAME. NÃO- COMPROVAÇÃO. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUSÊNCIA. RECURSO ORDINÁRIO IMPROVIDO. 1. A recorrente não demonstrou preencher o / requisito de possuir o título de Especialista t, ou Residência Médica previsto no edital que regulou o concurso para provimento do cargo de Médico/Clínica Médica do Estado do Rio de Janeiro. Direito líquido e certo inexistente. 2. Recurso ordinário improvido."3 "ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. REQUISITOS. RESIDÊNCIA MÉDICA OU TÍTULO DE ESPECIALIZAÇÃO. EXIGÊNCIA DO EDITAL. Havendo previsão editalícia no sentido de que a nomeação para o cargo de Médico, na Especialidade de Clínica Médica, só é possível com a comprovação de residência medica ou curso de especialização na especialidade escolhida, não há que se falar em direito líquido e certo à nomeação para o referido cargo, se não restou devidamente comprovada a habilitação exigida. Recurso desprovido:a 3 RMS 19.308/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 12.09.2006, DJ 09.10.2006 p. 314

7 "ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. BIOMÉDICO. REQUISITO EXIGIDO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, MODALIDADE MÉDICA. NÃO- COMPROVAÇÃO. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUSÊNCIA. RECURSO ORDINÁRIO IMPROVIDO. 1. O recorrente, graduado em Farmácia e Bioquímica, não demonstrou preencher os requisitos previstos no Edital 1/2002 para o exercício do cargo de Biomédico da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso que exigia do candidato o diploma de graduação ou atestado de conclusão do curso de Ciências Biológicas, Modalidade Médica. 2. Recurso ordinário improvido."5 ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. MÉDICO. EDITAL. EXIGÊNCIA. ESPECIALIZAÇÃO EM CLÍNICA MÉDICA. CANDIDATO NO EXERCÍCIO DO CARGO. APLICAÇÃO DA "TEORIA DO FATO CONSUMADO". INADMISSIBILIDADE. 110 I - É de denegar-se a segurança, à falta de pré-constituída de ser o impetrante possuidor do título de especialização em clínica médica, nos termos em que exigido pelo Edital do referido concurso público. III Inadmissível a aplicação, in casu, da chamada "teoria do fato consumado" para justificar a permanência do candidato no cargo, apenas em face de estar no seu exercício, tendo em vista a reversibilidade da situação de fato e também a ausência do direito do autor. Recurso conhecido e provido. (REsp 546.236/R3, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, julgado em 18/03/2004, DJU 17/05/2004, pag. 276) \/V 4 RMS 16093/RJ, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 26.08.2003, DJ 06.10.2003 p. 288 5 RMS 18.823/MT, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 12.09.2006, DJ 09.10.2006 p. 312

1. ' 8 Em síntese, evidencia-se que, apesar de a impetrante ter concluído o curso de Medicina, conforme diploma encartado aos autos (fls. 18), para o certame foi exigido aos candidatás documento hábil que lhe conferisse uma especialização na área correspondente, não tendo a impetrante, no entanto, satisfeito esta exigência. Pelo exposto, DENEGO A SEGURANÇA, tornando sem validade a liminar anteriormente concedida. Presidiu a sessão o Exm. Sr. Desembargador Genésio Gomes Pereira Filho, Vice-Presidente no exercício da Presidência. Presente à sessão o Exm. Sr. Paulo Barbosa de Almeida, Procuradora-Geral de Justiça em exercício. Tribunal Pleno, Sala de Sessões Des. Manoel Fonseca Xavier de Andrade do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa, 17 de dezembro de 2009. Fábio Leandro  A encar Cunha Juiz Covoado Re o,

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