: DES. FEDERAL VLADIMIR SOUZA CARVALHO - 2ª TURMA

Transcrição

1 Tribunal Regional Federal da 5ª Região PJe-AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE (Relatório) O desembargador federal Vladimir Souza Carvalho: Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra decisão proferida em sede de mandado de segurança, que indeferiu pedido liminar, a buscar a matrícula de Caio Pimentel Eufrasio Rodrigues no curso de Engenharia Eletrônica, na Universidade de Fortaleza. Alega a agravante que prestou o vestibular para o curso de Engenharia Eletrônica oferecido pelo agravado, para ingresso no primeiro semestre letivo do corrente ano, no qual obteve êxito, alcançando aprovação. Porém, não pôde realizar a matrícula por não ter apresentado o certificado de conclusão do ensino médio. A liminar recursal indeferiu o pedido, ao fundamento de que não houve ato ilegal da Universidade na negativa do pleito, considerando que o agravante desatendeu um dos requisitos previsto no edital do processo seletivo da UNIFOR. É o relatório. Tribunal Regional Federal da 5ª Região PJe-AGRAVO DE INSTRUMENTO

2 AGRAVANTE (Voto) O desembargador federal Vladimir Souza Carvalho: Agravo de instrumento interposto contra decisão proferida em sede de mandado de segurança, que indeferiu pedido liminar, a buscar a matrícula de Caio Pimentel Eufrasio Rodrigues no curso de Engenharia Eletrônica, na Universidade de Fortaleza. Na apreciação da liminar, assim decidi: O ponto central da questão se situa no direito de o impetrante, menor de 18 anos, efetuar matrícula no curso em que fora aprovado, sem a apresentação do certificado de conclusão do segundo grau. No esteio da norma hospedada na Lei 9.394, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é condição para o ingresso em curso superior de graduação a conclusão do ensino médio ou equivalente, sendo lícita a exigência do certificado de conclusão no ato da matrícula, que, no caso em análise, é impossível de ser apresentado, por ainda não haver concluído. O art. 44, inc. II, da supramencionada lei, assim dispõe: Art. 44 -A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas: [...] II -de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo; Não obstante o mérito e a capacidade do agravante demonstrados na aprovação no exame vestibular, a lei impede a sua matrícula em curso superior, por não atender ao requisito da conclusão do ensino médio ou equivalente para o ingresso na universidade. A equivalência aqui não se estabelece pelas características subjetivas de cada indivíduo, mas pela realização de curso equivalente ao ensino médio, tais como os cursos técnicos regularmente

3 oferecidos por instituições de ensino. Esse posicionamento foi acatado pela Segunda Turma deste Tribunal, sendo aceito por unanimidade, no seguinte julgado: [1] Administrativo. Agravo de instrumento. Aprovação em vestibular com base na nota do ENEM. Menor de 18 anos. Não conclusão do ensino médio. Matrícula. impossibilidade. Lei 9.394/96. Precedentes. 1. Agravo de instrumento interposto por Caio Cavalcanti Ferreira, menor púbere (menor de 18 anos), representado por seus genitores, contra decisão que indeferiu o pedido de tutela antecipada, não assegurando ao autor o direito de se matricular no curso de Engenharia Civil da UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco, nem lhe garantiu a reserva de vaga até conclusão do Ensino Médio; 2. A norma de regência do pedido em tela é a Lei n.º 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases de Educação) que dispõe, em seu art. 44, II, que a educação superior abrangerá cursos de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo. 3. Por sua vez, o art. 2º da Portaria nº 114/2012 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, no uso das atribuições previstas no art. 2º da Portaria nº 10/2012, do Ministério da Educação, regulamentando a obtenção da certificação de conclusão do ensino médio com base no ENEM, estabelece a idade mínima de 18 (dezoito) anos completos, com base na pontuação exigida pelo ENEM. 4. No caso concreto, o agravante embora aprovado, com base na pontuação exigida pelo Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, no curso de Engenharia Civil da ré UNIVASF, concluiu apenas o 2.º ano do Ensino Médio, ou seja, não possui certificado de conclusão de ensino médio, e, é menor de 18 anos, ou seja, não preenche os requisitos necessários para o ingresso em curso de graduação na referida Instituição de Ensino Superior. 5. Agravo inominado não conhecido e agravo de instrumento improvido [AG131092/PE, des.paulo Roberto de Oliveira Lima, julgado em 25 de junho 2013]. Não vislumbro razões para adotar posicionamento diverso, pois a conclusão do ensino médio é pré-requisito para o ingresso em curso superior, é lícita a exigência do certificado de conclusão no ato da matrícula. Por este entender, nego provimento ao agravo de instrumento. É como voto. Tribunal Regional Federal da 5ª Região

4 PJe-AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE (Ementa) Processual civil e Administrativo. Agravo de instrumento interposto contra decisão proferida, em sede de mandado de segurança, que indeferiu pedido liminar, a buscar a matrícula do agravante no curso de Engenharia Eletrônica, na Universidade de Fortaleza. 1. Alega o agravante que prestou o vestibular para o curso de Engenharia Eletrônica oferecido pelo agravado, para ingresso no primeiro semestre letivo do corrente ano, no qual obteve êxito, alcançando aprovação. Porém, não pôde realizar a matrícula, por não ter apresentado o certificado de conclusão do ensino médio. 2. A liminar recursal indeferiu o pedido, ao fundamento de que não houve ato ilegal do agravado na negativa do pleito, considerando que o agravante desatendeu um dos requisitos previstos no edital do processo seletivo da UNIFOR. 3. Não há razões para adotar posicionamento diverso, pois a conclusão do ensino médio é prérequisito para o ingresso em curso superior, sendo lícita a exigência do certificado de conclusão no ato da matrícula. 4. Agravo de instrumento improvido. (Acórdão) Vistos, etc. Decide a Egrégia Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo de instrumento, nos termos do voto do relator.

5 Recife, 12 de maio de (Data do julgamento) Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho \las Relator