2014 Saneamento na Rede A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E DO PROJETO PARA O DESENVOLVIMENTO DE EMPREENDIMENTOS DE INFRAESTRUTURA João Alberto Viol, presidente nacional do Sinaenco
Copa 2014 e Olimpíadas 2016 A Copa 2014 e as Olimpíadas 2016, por serem eventos com datas marcadas e inadiáveis (a menos de grandes catástrofes), podem ser marcos para a definição do estado do saneamento básico particularmente água e esgotos, pelo menos nas 12 cidades sede.
Copa 2014: investimentos necessários Podem ser divididos em dois grandes grupos : Os essenciais para sediar os Jogos: - Arenas - Entorno - Hotelaria diferenciada - Atendimento hospitalar diferenciado - Acessibilidade e mobilidade Os que possibilitarão deixar um legado virtuoso para as cidades e para o país.
Recursos Parte dos investimentos para a Copa 2014 já estava prevista no PAC 1, principalmente os metrôs. O Governo Federal estabeleceu o conjunto de investimentos, caracterizado como PAC da Copa, focado nas arenas e mobilidade urbana, num total de aproximadamente R$ 20 bilhões. No PAC 2 foram previstos recursos - insuficientes - para saneamento, aeroportos e mobilidade regional.
Investimentos do PAC da Copa Participação (%) por tipo de ação 0,67% 0,69% 2,45% 5,35% BRT MONOTRILHO EIXOS E CORREDORES 12,80% 39,30% METRÔ / ESTAÇÕES MONITORAMENTO REQUALIFICAÇÃO URBANIZAÇÃO VIAS DE INTEGRAÇÃO VLT 35,39%
O legado virtuoso Os investimentos necessários a um legado virtuoso a partir de 2015 devem considerar as metas para universalização do atendimento. A lei de regulação do saneamento prevê que os municípios executem seus planos de saneamento até 31 de dezembro de 2010. Até o momento, poucas cidades atenderam a recomendação legal. Esse atendimento é fundamental para se atingir o legado virtuoso.
Cronograma reverso Que investimentos serão necessários para alcançar as metas? - Qual será o tempo de execução das obras? Quais são as datas limites para ter os projetos prontos? - Programar a contratação de projetos, com prazos adequados. Os eventos Copa 2014 e Olimpíadas 2016 são datas marco perfeitamente definidas.
Importância do planejamento Planejamento é a condição fundamental para assegurar a sustentabilidade do empreendimento: - Decidir no presente o futuro que queremos. - Planejar o desenvolvimento das cidades em relação aos seus usos, levando-se em conta a qualidade de vida atual e das gerações futuras. Os sistemas que forem implantados hoje deverão atender, adequadamente, as populações futuras.
O atraso do setor O setor de saneamento básico ainda vive uma situação de atraso nos seus investimentos e no seu atendimento: - Fica na dependência da disponibilidade ou liberação de recursos. - Pouco planeja. Isso gera uma enorme variação entre momentos com e sem obras. A descontinuidade tem sido uma das características dos programas de investimentos do setor.
Planejamento não decisório No Brasil, a atividade de planejamento é burocratizada: cumpremse metas estabelecidas por lei, em geral descoladas da realidade. Também não faltam planos, mas os planos ficam nos diagnósticos e alternativas, ou são meros documentos formais também descolados da realidade. As autoridades titubeiam na decisão sobre que obras realizar: - Quando decidem, querem começar de imediato. - Acham que os prazos para os projetos são muito longos. - Decidem licitar as obras, baseadas em projetos básicos incompletos.
Planejamento não decisório Há um círculo vicioso: - Retarda-se a contratação de projetos - Contrata-se com prazos exíguos e baixo preço - Os projetos perdem qualidade - Os contratantes reclamam da qualidade e resistem a melhorar os preços e ampliar os prazos
Pensamentos inadequados A falta de planejamento e a pressa na execução das obras criam o cenário propício para a proliferação de conceitos, de pensamentos inadequados em relação ao objetivo de se obter a correta realização do empreendimento. Destacamos dois pensamentos inadequados: O primeiro pensamento é de que o projeto deve ser contratado pelo menor preço, preferencialmente na modalidade pregão, porque assim ganha-se tempo e reduz-se substancialmente o custo de projetos; O segundo pensamento é de que a elaboração do projeto executivo deve ficar a cargo do executor da obra, para ganhar prazos.
Recomendações: medidas operacionais Atuar para que a nova lei de licitações estabeleça: - Como regra geral, a exigência de projeto completo anterior à licitação das obras, salvo exceções perfeitamente caracterizadas - A manutenção da modalidade técnica e preço ou melhor técnica para contratação de serviços de consultoria e projetos, excluindo-se os tipos de contratação por prevalência de preços ou de menor preço
Recomendações: medidas estruturais Valorizar o planejamento como atividade principal no processo decisório, definindo os empreendimentos com antecedência Aperfeiçoar os mecanismos para contratação de projetos e obras, bem como os instrumentos de acompanhamento e controle
Sinaenco Antes de uma boa obra existe sempre um bom projeto!