NUTRIÇÃO DA CRIANÇA ATLETA Graziela Beduschi Graduação em Nutrição - UFPR Mestrado em Ciências da Nutrição (Nutrição Esportiva) - Wollongong University AUS Curso de Nutrição Esportiva AIS Camberra AUS
Crianças & adolescentes Crianças: 5 a 12 anos Adolescentes: 13 a 18 anos (National Health & Medical Research Council, 1995)
Crescimento & maturação Processos complexos, considerar: Efeito do treinamento físico; Efeito da Ingesta Alimentar; Considerar histórico familiar de taxa de crescimento e maturação Considerar se baixa estatura; Considerar se retardo no crescimento; Considerar retardo na maturação. * Risco treinamento físico intenso associado a plano dietético hipocalórico
Crescimento & maturação Monitorar mensalmente Identificar atletas jovens de risco; Treinamento intenso prolongado e dietas restritas Foco: ginastas e bailarinas Monitorar anualmente Medidas antropométricas; Estágio de maturação; Saúde óssea (distúrbios menstruais e fraturas); Status nutricional; Sintomas de distúrbios alimentares e imagem corporal
Evidências Científicas Atletas jovens, pais, treinadores, nutricionistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos... Riscos e benefícios em optar por ser um jovem atleta profissional Redução da estatura adulta (Mansfield & Emans, 1993) Atraso da menarca, disfunção menstrual, amenorréia, baixa densidade óssea, maior risco osteoporose no futuro (Micklesfield et al, 1998; Keen & Drinkwater, 1997) Anorexia nervosa associada a osteopenia (Greenspoon et al, 1999)
Necessidades Nutricionais Pais, atletas jovens, equipe multidisciplinar,... Encorajar adoção de hábitos alimentares saudáveis; Adequar necessidades nutricionais para crescimento, processo de maturação e performance esportiva satisfatória Tendência de basear-se nas recomendações para crianças e adolescentes saudáveis, não específicas, como RDIs e RDAs Ingestão dietética adequada durante primeira e segunda infância e adolescência + necessidade energéticas adicionais para treinamento (American Dietetic Association 1996c, 1996d)
Necessidades Nutricionais Considerações Balanço energético negativo ( TMB) severo e prolongado não é recomendado; situações perda rápida de peso corporal Consequências Baixa estatura, atraso na puberdade, disfunções menstruais, má saúde óssea, imunodepressão, alta incidência de lesões e risco de distúrbios alimentares (Thompson, 1998)
Necessidades Nutricionais Ativ idade Alpinismo Basquete - competitivo Caminhar * Campo - 3.5milhas/h (5.6Km/h) * Asfalto - 3.5milhas/h (5.6Km/h) Canoagem Correr (1 milha = 1.6 Km) * 5milhas/h (8Km/h) * 10milhas/h (16Km/h) * 12milhas/h (19.2Km/h) Dança Esqui aquático Esquiar neve - declive Futebol Futebol Americano Handebol Judô, karatê Natação Pular corda Remo - competição Squash Tênis competitivo Kcal/min 10.0 9.0 TMB Crescimento (sexo e idade) 7.0 Atividade física (gasto específico para5.6 3.0-7.0 modalidade) 10.0 (WHO, 1985) 20.0 25.0 5.0-7.0 8.0 8.0-12.0 9.0 13.3 10.0 13.0 6.0-14.0 10.0-15.0 15.0 10.0 11.0
Necessidades Nutricionais Faltam estudos para a população de jovens atletas (Thompson, 1998) Tabela com recomendações de proteínas (g/dia) e energia (J/dia) de diferentes países, para atletas jovens envolvidos em atividade leve a moderada de treino:»»»»» Austrália RDI= recommended dietary intake Reino Unido DRV= dietary reference value EUA RDA= recommended dietary allowance Canadá RNI= recommended nutrient intake WHO/FAO/UNU (Cobiac, 1997)
Gasto Energético Gasto energético estimado para atletas adultos; Jovens atletas apresentam menor eficiência metabólica e motora; Conseqüentemente gasto energético subestimado em relação ao atleta adulto; Meninas apresentam maior gasto energético na corrida e caminhada quando comparado com mulheres (Haymes et al, 1974) Crianças de 6 a 8 anos necessitam 20 a 30% mais oxigênio por unidade de massa corporal que adultos (Daniels, 1978)
Proteína RDIs adultos: 0,75 0,8g/kg RDIs atletas adultos (força): 1,6-1,7g/kg/d RDIs atletas adultos (endurance): 1,2-1,4g/kg (Lemon, 1998) Inexistente valores específicos para atletas jovens! Jovens atletas (5 a 18 anos) apresentam maior (Lemon, 1998) necessidade protéica (crescimento) que adultos; Lemon (1998) sugere 1,2 a 2g/kg/d ~ 15 a 17%
Proteína National Nutrition Survey, 1995 (AUS): consumo protéico de crianças normalmente atinge 2 a 3x as RDIs p/ PTN Risco: atletas vegetarianos e atletas com baixo aporte calórico objetivando alta ingestão de carboidratos.
Carboidrato RDIs adultos: 55 a 70% Riddell (1999) sugere = adultos ~ 55% Ativ. Intensidade moderada (1h/d)= 5-7g/kg/d Ativ. Intensidade intensa (3h/d)= 7-10g/kg/d Ativ. Intensidade extrema (vários dias)= 10-12g/kg/d Recomendação média = 6-10g/Kg/d Encorajar CHO no pré-treino (mín 30g) (Burke & Deakin, 2000)
Carboidrato Benefícios comprovados de dietas rica em CHO no aumento da performance; Considerar resposta e tolerância; Dietas hiperglicídicas (CHO loading)?? Snacks e bebidas ricas em açúcares * Cárie (Sank, 1999) Desidratação, squeezes, géis de CHO, boca seca *
Lipídios Atletas jovens boa capacidade de utilizar gordura como fonte de energia durante exercício; Justificado pelo alto índice de gliceróis circulantes, alta captação de ácidos graxos e menor coeficiente respiratório (Macek & Vavra, 1981; Delamanche et al, 1992; Martinez & Haymes, 1992).
Lipídios Crianças (5 a 12 anos) <35% (10% saturada) Adolescentes (13 a 18 anos) <30% (<10% saturada) (National Health & Medical Research Council, 1995) Crianças e Adolescentes 30-39% (O Connor, 1994) Atenção para dietas ricas em gorduras e pobres em carboidratos (comprometimento da performance)
Vitaminas Suprir necessidades diárias: dietas normo a hipercalóricas Checar folato e B6 Dietas hipocalóricas Checar folato e vit E e vit A (Burke & Deakin, 2000)
Minerais Suprir necessidades diárias: dietas normo a hipercalóricas Checar Ferro Cálcio (800-1000mg/d; 1500mg/d -amenorr) Zinco Risco: vegetarianos, atletas amenorréicas, atletas com deficiência de Ferro e em dietas restritas.
Termoregulação & Hidratação Mecanismo de termorregulação é menos eficiente que em adultos; Maiores riscos: hiponatremia, hipotermia e hipertermia; Taxa de sudorese 2,5 vezes menor que em adultos ( produção de suor/gland)
Termoregulação & Hidratação A hidratação é fundamental na termorregulação; Atenção para categorias de peso: práticas de desidratação, diuréticos, laxantes, etc. Sports Medicine Australia Guidelines (1997) para reposição hídrica de crianças e adolescentes
Hidratação & Treino Sports Medicine Australia Guidelines (1997) Idade ~10 anos ~15 anos Horário 45 min antes ativ. 20 min durante ativ. + breve após ativ. 45 min antes ativ. 20 min durante ativ. + breve após ativ. Volume (ml) 150-200 75-100 Livre até urinar 300-400 150-200 Livre até urinar
Hidratação & Treino Líquidos com carboidratos Líquidos com eletrólitos + carboidratos Melhor aceitabilidade entre jovens Estimulam consumo de água Adultos A partir de 50 de atividade intensa 4 a 8% CHO (rápido esvaziamento gástrico) 30 a 60g CHO/h Frio (15 a 22 C) Frutose + glicose + sacarose (Grau A, evidência 2)
Considerações finais Não existem Recomendações específicas publicadas para crianças ou adolescentes referentes a aporte energético, protéico, glicídico e lipídico.
Considerações finais Educação nutricional (individual, grupo, familia)
Considerações finais Educação nutricional (individual, grupo, familia)
Considerações finais Educação nutricional (individual, grupo, familiar) Cuidados com dietas restritivas ( n de kcal) Atenção para suplementação sem orientação Monitorar crescimento e desenvolvimento Atenção distúrbios alimentares e menstruais Suplementação Ca (amenorréia + 6 meses)
Considerações finais Pré-treino: CHO (mín 30g ou 1g/kg/1h pré) + líquidos (150 a 400ml) Emulsões lipídicas (sem comprovação em adultos) Durante treino: Líquidos 75 a 200ml a cada 20min; CHO (6%) e eletrólitos acima 50min (ativ. Intensa, adultos) Pós-treino imediato: CHO + líquidos Proteína no pós-treino (adultos)
Referências Australian Institute of Sport. AIS Program 2001. In Australian Sports Web. www.ais.org.au/nutrition/supppolicy.htm Rev Bras Med Esporte Vol 9. N 2 Mar/Abr.2003 Burke L and Deakin M. 2000. Clinical in Sports Nutrition. 2 nd Edition. Sydney: Mc Graw-Hill. Williams MH. 1999. Facts and fallacies of purported ergogenic amino acids supplements. Clinics in Sports Medicine. 18(3):63349.
MAIORES INFORMAÇÕES E-mail grazielabeduschi@pop.com.br