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Transcrição:

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba Gabinete do Desembargador José Ricardo Porto DECISÃO MONOCRÁTICA APELAÇÃO CÍVEL N 024.2007. 002825 3 / 001 MONTEIRO. RELATOR: Des. José Ricardo Porto. APELANTE: Osvaldo Mateus Nunes. ADVOGADO: Sérgio Petrônio Bezerra de Aquino. APELADO: Itail Seguros S/A. ADVOGADA: Samuel Marques. APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT SENTENÇA PELA IMPROCEDÊNCIA - AUSÊNCIA DE PROVA DO ACIDENTE DECRETAÇÃO DA REVELIA FATOS CONSIDERADOS VERDADEIROS COLISÃO PRESUMIDAMENTE OCORRIDA LAUDO PERICIAL - COMPROVAÇÃO DE DEBILIDADE E DEFORMIDADE PERMANENTE - EVENTO OCORRIDO EM 2005 APLICAÇÃO DA LEI N 6.194/74, COM A REDAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO ACIDENTE INDENIZAÇÃO EM SALÁRIOS MÍNIMOS JUROS MORATÓRIOS APLICADOS A PARTIR DA DATA DA CITAÇÃO CORREÇÃO MONETÁRIA PELO INPC, CONTADA DO EVENTO DANOSO HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS RECURSO PROVIDO.

Ocorrendo a revelia pela ausência de contestação, os fatos alegados pelo autor são tidos como verdadeiros. A Lei n 6.174/74, com a redação vigente à época do acidente automobilístico, é o texto legal que confere competência para fixação dos valores das indenizações do seguro obrigatório, devendo o julgador fazer uso de seus dispositivos. A adoção expressa pelo legislador de uma tabela de percentuais, conforme o grau da debilidade, inevitavelmente, busca atender à regra da proporcionalidade, não ficando assim, o pagamento do DPVAT restrito a ocorrência de "invalidez" permanente. - Não há como deixar de, acostar-se ao entendimento que aplica a proporcionalidade na indenização do seguro obrigatório, conforme o grau da debilidade, vez que se trata de tendência jurisprudencial das Cortes pátrias. O valor de cobertura do seguro obrigatório de responsabilidade civil de veículo automotor (DPVAT) é de até quarenta salários mínimos. Quando se trata de ações de cobrança visando o recebimento do seguro DPVAT, o termo inicial dos juros é a data da citação. Já a correção monetária tem como termo inicial a data do evento danoso, nos termos da Súmula 43 do STJ, tomando por base o INPC.

VISTOS. OSVALDO MATEUS NUNES, devidamente qualificado nos autos, interpôs AÇÃO DE COBRANÇA contra ITAÚ SEGUROS S/A, igualmente qualificada, objetivando a percepção do valor referente ao DPVAT (quarenta salários mínimos), em virtude de invalidez permanente sofrida em consequência de acidente automobilístico. Com o advento da sentença (fls.45/47), o juízo a quo decidiu pela improcedência do pedido, sob o fundamento de que não existe, nos autos, prova do acidente automobilístico. Às fls. 63165, a parte autora apelou, alegando, em síntese, que a magistrada de 1 grau decretou a revelia, presumindo verdadeiros os fatos e argumentos narrados na exordial, e assim, considerou como ocorrido o acidente alegado. Aduz, ainda, o apelante, que o Laudo Pericial verificou os danos apontados, constatando debilidade permanente da função de marcha, do membro inferior esquerdo e da função urinária. Atestou, inclusive, deformidade permanente em decorrência de cicatrizes no membro inferior esquerdo. Desse modo, pugna pelo provimento do recurso para reformar a sentença, julgando procedente os pedidos formulados na inicial. fls.74/87. Devidamente intimada, a apelada apresentou suas contrarrazões, Instada a se manifestar a Procuradoria de Justiça ofertou parecer às fls. 104/107, opinando pelo desprovimento do recurso, porém, reformando-se a fundamentação da sentença, para considerar não comprovada a invalidez do recorrente. É o relatório. Decido. A matéria aqui tratada dispensa maiores delongas, porquanto plenamente pacificada por esta Corte de Justiça e pelos Tribunais Superiores, comportando a análise meritória monocrática, na forma permissiva do art. 557 1 0 - A do CPC.

Nesse diapasão, e a teor das prescrições do citado artigo, o relator poderá dar provimento ao recurso, quando a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. Vejamos, então, o que prescreve o art. 557, do CPC: "Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior 1 -A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso". Analisando os presentes autos, resta patente a necessidade de reforma da sentença ora guerreada(fls.45/47). Tem-se que o juízo de 1 grau julgou improcedente o pedido do autor sob o fundamento de que não existe prova nos autos do acidente. Ocorre que às fls.27, por ocasião da audiência preliminar, a magistrada decretou a revelia da promovida, declarando, inclusive, a presunção de veracidade dos fatos narrados na inicial. Ora, ao reputar verdadeiros os fatos arguidos na inicial, a magistrada considerou como ocorrido o acidente alegado pelo autor, descabido, assim, o fundamento utilizado pela julgadora para proferir a sentença lançada nos presentes autos. Nesse sentido, apresento jurisprudência do STJ:

PROCESSUAL CIVIL. ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO. REVELIA DO ESTADO. Ocorrendo a revelia pela ausência de contestação, os fatos alegados pelo autor são tidos como verdadeiros, especialmente se, oportunizada ao Estado a produção de provas, este silenciou mais uma vez. Inexistência de ilegalidade de sentença que julga a ação à base das alegações deduzidas pelo autor, amparadas em provas documentais que conduzem à presunção de veracidade, envolvendo matéria de fato. Hipótese que não versa sobre direito indisponível. Ausência de prequestionamento em relação ao art. 330, II, do CPC. Recurso não conhecido quanto ao art. 330, II; e conhecido e desprovido em relação aos arts. 319 e 320, II, do CPC. 1 (grifei) RESP - PROCESSUAL CIVIL - REVELIA - FAZENDA PUBLICA - O ART. 319, CPC PRESUME VERDADEIROS OS FATOS ARTICULADOS PELO AUTOR, SE NÃO HOUVER CONTESTAÇÃO. A EXTENSÃO E RESTRITA AO PLANO FATICO. O SIGNIFICADO NORMATIVO RESTA A CRITERIO DO MAGISTRADO. CASO CONTRARIO, O PEDIDO, NECESSARIAMENTE, SERÁ JULGADO PROCEDENTE. 2 (grifei) Assim, ultrapassada a questão concernente a oco.rrência do acidente, resta verificar se o autor tem ou não direito ao recebimento do DPVAT. Analisando as provas dos autos, especificamente o Laudo Médico de fls.36, constata-se que o autor sofreu debilidade permanente da função da marcha, do membro inferior esquerdo e da função urinária. A mencionada perícia, atestou também, a ocorrência de l(resp 145.058/RN, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 15/12/1998, DJ 17/02/1999. p. 159) 2(REsp 132.706/DF, Rel. Ministro LUIZ VICENTE CERNICCHIARO, SEXTA TURMA. julgado em 01/09/1997, DJ 13/10/1997. p. 51671)

deformidade permanente no membro inferior esquerdo. É cediço que o pagamento do DPVAT não está restrito a ocorrência de "invalidez" permanente, como bem lembrado pelo promovido em suas contrarrazões, fls.80, basta a comprovação de danos permanentes, pois o objetivo da lei é assegurar indenização pelos danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre. O entendimento acima esposado foi ratificado pelo legislador ao adotar uma tabela de percentuais conforme o grau da debilidade, incluída na Lei n 6.194/74 pela Lei n 11.945/2009. No mesmo sentido está a jurisprudência desta Corte de Justiça: AÇÃO DE COBRANÇA. PRELIMINARES. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM E CARÊNCIA DE AÇÃO. REJEIÇÃO. MÉRITO. SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. DEBILIDADE PARCIAL DE MEMBRO SUPERIOR. INDENIZAÇÃO. FIXAÇÃO. ART 3 0, II, DA LEI N. 6.194/74 ALTERADO PELA LEI N. 11.482/2007. PROPORCIONALIDADE DA LESÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 3 DO ART. 20 DO CPC. REDUÇÃO. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO. (...) O cálculo da indenização em caso de invalidez permanente deve obedecer à tabela fixada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados, atentando-se para a proporcionalidade da lesão. Nos termos do 3 do art. 20 do CPC, a verba honorária deve ser fixada atendidos o grua de zelo do profissional, o lugar da prestação do serviço e a natureza e importância da causa.3(grifei) DIREITO CIVIL. SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. ACIDENTE DE TRÂNSITO. DEBILIDADE PERMANENTE. MEMBRO-INFERIOR 3 (TJPB - Acórdão do processo n 01620080007574001 - Órgão (2 Câmara Cível) - Relator DESA. MARIA DE FATIMA M. B. CAVALCANTI - j. Em 20/10/2009).

ESQUERDO. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR CONFIGURADA.(...) 4(grifei) CIVIL - Apelação cível - Ação de Cobrança de Indenização de Seguro DPVAT -Debilidade permanente ocasionada por acidente automobilístico - (...) Estando provado que ocorreu o acidente e que o pronzovente sofreu danos permanentes devida é a indenização, pois o objetivo da lei é apenas assegurar indenização pelos danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre. - Apenas a título de esclarecimento, vale salientar que a tabela, relatada na Lei n2 6.194/74 em seu art.32, 12 e inc.l foi inclusa após alteração pela Lei n2 11.945/2009, não sendo, portanto, aplicável ao caso porque o evento danoso ocorreu em 2007 e deve ser regido pela norma vigente na data em que ocorreu o acidente.5 (grifei) Desse modo, considerando a clareza do laudo pericial, penso devida a indenização pleiteada pelo autor, restando apenas averiguar o quantum a ser fixado. Cumpre ressaltar que o fato gerador, ou seja, o acidente, ocorreu em 2005, ou seja, sob a vigência da Lei n 6.194/74, em sua antiga redação. E, como tal, a indenização a ser paga é no valor de até 40 (quarenta) salários mínimos: "Art.. 3 0 - Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no art. 2, compreendem a indenizações por morte, invalidez permanente e despesas de assistência médica e suplementares nos valores que se seguem por pessoa vitimada: 4(TJPB Acórdão do processo n 00120060263165001 - Órgão (r Câmara Cível) - Relator DESA. MARIA DE FATIMA M. B. CAVALCANTI -j. Em 20/10/2009). 5(TJPB - Acórdão do processo n 03220080020582001 - Órgão (3 Câmara Civel) - Relator DES. GENESIO GOMES PEREIRA FILHO - j. Em 27/04/20/O).

b) Até 40 (quarenta) vezes o valor do maior saláriomínimo vigente no País no caso de invalidez permanente". (grifo nosso) Em homenagem ao princípio da irretroatividade das leis, é pacífico que a data do acidente é a que determina a regra a ser aplicada. O Superior Tribunal de Justiça já teve a oportunidade de expressar o seu entendimento através do seguinte julgado: Seguro obrigatório. Lei n 6.194/74 e Lei n 8.441/92. Precedentes da Corte. 1. Aplica-se a lei vigente ao tempo do fato que provocou a morte, como consolidado na jurisprudência. da Corte. Assim, incide, no caso, o limite previsto no art. 7, 1, da Lei n 6.194/74, isto é, o pagamento de 50% de 40 salários mínimos 2. Recurso especial não conhecido.' (grifo nosso) Conclui-se, portanto, que, a indenização a ser fixada é de até 40 (quarenta) salários mínimos. Desse modo, considerando a debilidade permanente ocorrida na função da marcha, do membro inferior esquerdo e da função urinária, entendo ser devido o pagamento do DPVAT no valor de 40 (quarenta ) salários mínimos, vigentes à época do acidente. É de se ressaltar que a lesão sofrida pelo autor comprometeu sistema de extrema importância para as funções vitais, ou seja, gerou debilidade permanente no aparelho urinário. Apenas a título de esclarecimento, é de se consignar que, apesar da tabela inclusa pela n 11.945/2009 não ser aplicável ao presente caso, em razão da data do acidente, tem-se que a lesão acima mencionada encontra-se amparada por esta e indica que o percentual de perda é de 100%(cem por cento). 6 REsp 556606 / SP RECURSO ESPECIAL 2003/0107073-1 Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO (II08)T3 - TERCEIRA TURMA 29/06/2004 DJ 11/10/2004 p. 316).

Além do mais, outras debilidades permanentes foram constatadas, prejudicando o estado geral do autor, o que justifica a indenização ora imposta. É certo que sobre a condenação acima arbitrada deve incidir os juros moratórios, a partir da citação, conforme entendimento já pacificado pelo STJ: AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. JUROS MORA TÓRIOS. CITAÇÃO. TERMO INICIAL]. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que a partir da citação da seguradora é que se dá o termo inicial para a contagem dos juros de mora decorrentes da indenização do seguro obrigatório DPVAT. 2. Agravo regimental desprovido! CIVIL - COBRANÇA DE DIFERENÇA DE SEGURO OBRIGATÓRIO - DPVAT - JUROS MORATÓRIOS - TERMO INICIAL - INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 54/STJ - Não sendo a seguradora a causadora dos danos que ensejaram o pagamento do seguro, não há que se cogitar na aplicação de juros de mora contados desde a data do evento danoso, prevista no enunciado da Súmula n 54/STJ. 8 Quando se trata de ações de cobrança visando o recebimento do seguro DPVAT, a correção monetária tem como teimo inicial a data do evento danoso, nos termos da Súmula 43 do STJ e conforme decisão a seguir: CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO OBRIGATÓRIO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROPRIETÁRIOS DE VEÍCULOS AUTOMOTORES DE VIA TERRESTRE (DPVAT). RECURSO 7 (AgRg no Ag 998.663/PR, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA. QUARTA TURMA, julgado em 07/10/2008. DJe 03/11/2008). 8(AgRg no REsp 707.801/MG. Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS., TERCEIRA TURMA, julgado em i 25/09/2007. DJ 15/10/2007 p. 256).

ESPECIAL. NULIDADE DO ACÓRDÃO. CPC, AR7: 535. INOCORRÊNCIA. ACIDENTE CAUSADO POR TRATOR. COBERTURA DEVIDA. CORREÇÃO MONETÁRIA. SÚMULA N. 43/STJ. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL. JUROS MORATÓRIOS. TERMO INICIAL. CITAÇÃO. (...) IV "Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo" - Súmula n. 43/STJ. V. No caso de ilícito contratual, situação do DPVAT os juros de mora são devidos a contar da citação. VI. Recurso especial conhecido em parte e, nessa extensão, parcialmente provido.' (grifo nosso) Pelas razões aqui demonstradas, PROVEJO o recurso, para condenar a promovida ao pagamento de 40(quarenta) salários mínimos, vigentes à época do acidente, acrescidos de correção monetária a partir do evento danoso e juros de mora de 1%( um por cento) ao mês, desde a citação. Condeno, ainda, a apelada, em honorários advocatícios no percentual de 15%( quinze por cento) sobre o valor da condenação. Intimações necessárias. Cumpra-se. João Pessoa, 26 de outubro de 2010, terça-feira. Des. José Ricar Relator orto 9(RE.sp 665282 / SP RECURSO ESPECIAL 2004/0075355-6 Relator(a)Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR (1110) Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA Data do Julgamento20/11/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 15/12/2008).

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