Processo no /001

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1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque DECISÃO MONOCRÁTICA TERMINATIVA Remessa "Oficial em Mandado de Segurança - no /001 Relator: Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque Remetente: Juízo de Direito da 4a Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital Impetrante: Jaguar Trading Company Importação e Exportação Ltda. Adv. Maria Betânia Ribeiro da Rocha. Impetrado: Chefe do Posto Fiscal de Cruz das Armas, da Secretário da Receita do Estado da Paraíba. EMENTA: REMESSA OFICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. MERCADORIAS APREENDIDAS. COBRANÇA DE TRIBUTOS. CONCESSÃO DA SEGURANÇA. SEGUIMENTO NEGADO. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para. pagamento de tributos. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. Desembargador Marcos CZvalc# ti de A uquerque 1

2 Vistos etc. Trata-se de Remessa Oficial em Mandado de Segurança impetrado pela empresa Jaguar Trading Company Importação e Exportação Ltda, hostilizando ato supostamente ilegal e abusivo cometido pelo Chefe do Posto Fiscal de Cruz das Armas, da Secretário da Receita do Estado da Paraíba, ora autoridade Impetrada. Na Sentença, fls. 94/98, o Juízo concedeu a ordem, consolidando a liminar anteriormente deferida, que determinou a liberação da mercadoria apreendida, por entender que o Fisco não pode apreender mercadorias para coagir o pagamento de tributos. A Procuradoria de Justiça ofereceu Parecer (fls. 107/110), opinando pelo desprovimento da Remessa Oficial, na linha das Súmulas n.o 70 e 323 do STF, por entender que é indevida a apreensão de mercadoria com finalidade de coagir o recolhimento de tributo. É o relatório. VOTO Conforme se depreende do Auto de Infração e Apreensão (fls. 21), foi constatado o transporte de caixas de Azeite de Olívia Extra Virgem, sendo o documento fiscal idôneo, visto que a Nota Fiscal estava cancelada. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que é ilegal apreensão de mercadoria com finalidade de coagir recolhimento de Desembargador Marcos Cav anti de Albuquerque 2

3 tributo. Nesse sentido: AGRAVOS REGIMENTAIS. SUSPENSÃO DE LIMINAR E DE SENTENÇA. DEFERIMENTO PARCIAL. ICMS. TRANSPORTE DE MERCADORIA PARA ESTADO DIVERSO. VEDADA A APREENSÃO DE MERCADORIAS PARA EFEITO DE PAGAMENTO DO TRIBUTO. - O indeferimento de pedido de suspensão e o improvimento do respectivo agravo regimental pelo Tribunal local não impedem que o ente público, posteriormente, ingresse com novo pedido perante os Tribunais Superiores, conforme dispõe a norma do art. 4 0, 4 0, da Lei n / O tema de mérito da ação principal, a respeito da possibilidade de se escolher a forma pela qual o imposto será recolhido, não pode ser examinado com profundidade na suspensão de liminar e de sentença, cujos contornos, definidos na lei de regência, diferem substancialmente dos recursais. - A questão posta pelo Estado requerente relativa à impossibilidade de apreensão de mercadorias como forma coercitiva de pagamento de tributos, além de não ter amparo na jurisprudência consolidada pelo STF (enunciado n. 323), não revela a possibilidade de lesão grave lesão à ordem, à segurança, à saúde e à economia públicas. Mantém-se, por isso, o deferimento parcial do pedido de suspensão. Agravos regimentais improvidos. Desembargador Mar. os C alcanti de Albuquerque 3

4 (AgRg na SLS.971/CE, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/09/2009, D.Je 28/09/2009). PROCESSO CIVIL - TRIBUTÁRIO - ADUANEIRO - LIBERAÇÃO DE MERCADORIA SUSPEITA DE SUBFATURAMENTO - FRAUDE NÃO COMPROVADA - PENA DE PERDIMENTO - IMPOSSIBILIDADE - MULTA DO ART. 633 DO DECRETO N / SÚMULA 323/STF - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO - SÚMULA 211/ST3 INOVAÇÃO NAS RAZÕES RECURSAIS IMPOSSIBILIDADE. 1. Só se justifica a retenção das mercadorias em infrações cominadas com a pena de perdimento de bens. 2. O subfaturamento de mercadorias importadas sem comprovação de fraude não enseja pena de perdimento de bens, mas sim a multa do art. 633 do Decreto n. 4543/ Regulamento Aduaneiro. 3. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos. Incidência da Súmula 323/STF. 4. A apresentação de novos fundamentos para viabilizar o conhecimento do recurso especial representa inovação, vedada no âmbito do agravo regimental. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp /RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/09/2009, Ene 25/09/2009). Desembargador Marcos C alcaiti de Albuquerque 4

5 O Supremo Tribunal Federal editou o Enunciado n.o 323, consolidando o entendimento de que é ilegal o ato de autoridade do fisco que determina a apreensão de mercadoria para recolhimento do imposto devido. Nesse sentido: Súmula n.o 323 do STF - É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos". Destarte, o Art. 557, CPC, autoriza ao relator negar seguimento a recurso através de decisão monocrática, quando estiver em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. ISTO POSTO, NEGO SEGUIMENTO À REMESSA OFICIAL, visto que a Sentença encontra-se em perfeita harmonia com a jurisprudência consolidada dos Tribunais Superiores. RI. João Pesso PB, 1je dez Des. Marcos Cavalcanti e Relator uquerque 26 Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque 5

6 'TRIBUNAL DE JÇA Diretoria Jutik.*: - Registradg 4:4T) 74 fi il