Fı sica Experimental IV

Documentos relacionados
Fı sica Experimental IV

Radiação de corpo negro, f.e.m. termoelétrica, dependência da resistência com a temperatura.

Fı sica Experimental IV

Fı sica Experimental IV

Fı sica Experimental IV

Experimento II Lei de Ohm e circuitos simples

Prof. Henrique Barbosa Edifício Basílio Jafet - Sala 100 Tel

Termodinâmica Lei da radiação de Stefan-Boltzmann

ESPECTROSCOPIA: 734EE

Radiação do corpo negro

Laboratório de Física Moderna Radiação de Corpo Negro. Marcelo Gameiro Munhoz

A LEI DE RADIAÇÃO DE STEFAN BOLTZMANN

Capítulo 9: Transferência de calor por radiação térmica

Me todos Computacionais em Fı sica

Parte 1. Licenciatura em Química Física III

Me todos Computacionais em Fı sica

Relação da intensidade com poder emissivo, irradiação e radiosidade

Breves noções de Mecânica Quântica

Física Experimental IV

Prof. MSc. David Roza José 1/23

A radiação do corpo negro

Caracterização de uma Lâmpada

Laboratório de Física Moderna Radiação de Corpo Negro Aula 01. Marcelo Gameiro Munhoz

EMISSÃO e ABSORÇÃO de radiação

Expansão Térmica de Sólidos e Líquidos. A maior parte dos sólidos e líquidos sofre uma expansão quando a sua temperatura aumenta:

Sensoriamento Remoto Hiperespectral PPGCC. Enner Alcântara Departamento de Cartografia Universidade Estadual Paulista Presidente Prudente

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA

ENERGIA SOLAR: CONCEITOS BASICOS

A Radiação do Corpo Negro e sua Influência sobre os Estados dos Átomos

Exp. 3 - Espectroscopia por refração - O Prisma

grupoexatas.wordpress.com Dina mica Exercı cios Objetivos

Termo-Estatística Licenciatura: 22ª Aula (05/06/2013) RADIAÇÃO TÉRMICA. (ver livro Física Quântica de Eisberg e Resnick)

Radiação térmica e a constante de Planck

RADIAÇÃO. 2. Radiação Eletromagnética. 1. Introdução. Características da Radiação Eletromagnética

Prof. Joel Brito Edifício Basílio Jafet - Sala 102a Tel

ESPECTROSCOPIA: 734EE. Como podemos estudar a Teoria de Planck em um laboratório didático?

SOLAR E TERRESTRE RADIAÇÃO O O AQUECIMENTO DA ATMOSFERA. 2. Radiação Eletromagnética. 1. Introdução. Características da Radiação Eletromagnética

O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

Instituto de Física USP. Física V - Aula 09. Professora: Mazé Bechara

O som. Uma onda mecânica longitudinal

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS RIO GRANDE INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Estudo experimental da radiação térmica

4) Reobtenha e reanalise os resultados auferidos nos problemas nº 1, nº 2 e nº 3 quando (a) Z! Z!, (b)

Olimpíadas de Física Seleção para as provas internacionais. Prova Experimental B

Roteiro do Experimento Radiação de Corpo Negro

Me todos Computacionais em Fı sica

Estrutura da Matéria II. Lei de Stefan-Boltzmann

Prof. Henrique Barbosa Edifício Basílio Jafet - Sala 100 Tel

INTRODUÇÃO À ASTROFÍSICA

Espectroscopia de emissão/absorção com espectrómetro de prisma

Interbits SuperPro Web

Instituto de Física. Experimento 11. Deflexão de feixe de elétrons - relação carga massa (e/m) 1. Descrição do experimento

Me todos Computacionais em Fı sica

Introdução à Física Quântica

Lista de Exercícios para P2

Termologia Exercı cios Objetivos. (a) 0o B e 7o C (b) 0o B e 10o C (c) 10o B e 17o C

Problemas de Mecânica e Ondas MOAer 2015 Série 8

Prof. Henrique Barbosa Edifício Basílio Jafet - Sala 100 Tel

IX Olimpíada Ibero-Americana de Física

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS RIO GRANDE INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

25/Mar/2015 Aula /Mar/2015 Aula 9

Me todos Computacionais em Fı sica

Considerações gerais sobre radiação térmica

Prática 10 Determinação da constante de equilíbrio entre íons Fe 3+ e SCN -

4/Abr/2018 Aula 9. Potenciais termodinâmicos Energia interna total Entalpia Energias livres de Helmholtz e de Gibbs Relações de Maxwell

Material: 1 lâmpada incandescente 1 resistor 10 Ω 2 multímetros

Apostila de Laboratório. ZAB0474 Física Geral e Experimental IV

Prof. Joel Brito Edifício Basílio Jafet - Sala 102a Tel

Transmissão de Calor I - Prof. Eduardo Loureiro

POLARIZAÇÃO DA LUZ. Figura 1 - Representação dos campos elétrico E e magnético B de uma onda eletromagnética que se propaga na direção x.

Introdução à Química Moderna

Apostila de Laboratório. ZAB0474 Física Geral e Experimental IV

Aula 1 Evidências experimentais da teoria quântica : radiação do Corpo Negro.

Seja um corpo de massa m que se move em linha reta sob ação de uma força F que atua ao longo da linha.

Laboratório de Física Moderna

Experimento 6 Corrente alternada: circuitos resistivos

defi departamento de física

Experimento 9 Circuitos RL em corrente alternada

Programa de Pós-Graduação Processo de Seleção 2º Semestre de 2018 Exame de Conhecimentos em Física. Candidato(a):

PRÁTICA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS E DETERMINAÇÃO DOS COEFICIENTES ANGULAR E LINEAR PELO MÉTODO GRÁFICO MMQ 4.

Pulsos Digitais, Sinais de Clock e FF. Tiago Alves de Oliveira

Simulação do Espectro Contínuo emitido por um Corpo Negro 1ª PARTE

2. Propriedades Corpusculares das Ondas

Lista de exercícios estrutura de repetição FOR e While. 3. Criar um algoritmo que imprima a soma dos nu meros pares de 230 a 520..

Mecânica Quântica. Corpo negro: Espectro de corpo negro, catástrofe do ultravioleta, Leis de Rayleigh e Jeans, Hipótese de Planck

Graça Meireles. Física -10º ano. Física -10º ano 2

Prova Experimental =!! (1),

Experimento 9 Circuitos RL em corrente alternada

Gerador trifásico de baixo custo para o ensino de física

BALANÇO ENERGÉTICO. Energia do Sol para a Terra º FQA Marília Peres

Determinação experimental da constante de Boltzmann a partir da curva característica corrente-voltagem de um diodo

Medidas da radiação luminosa

Propagação do calor. Condução térmica

Corpo negro e determinação experimental da constante de Planck

Radiação do Corpo Negro

Experimento 6 Corrente alternada: circuitos resistivos

6.1 Relatório 1 74 CAPÍTULO 6. PRÉ-RELATÓRIOS E RELATÓRIOS. Nome 1: Assinatura 1: Nome 2: Assinatura 2: Nome 3: Assinatura 3: Turma:

Transcrição:

E rica Polycarpo Sandra Amato Instituto de Fı sica Universidade Federal do Rio de Janeiro com base no material do curso 1 / 13

1 2 / 13

Introduc a o O estudo da radiac a o de corpo negro esta nas origens da Meca nica Qua ntica. Vemos a maioria dos objetos pela luz que e refletida neles, mas os objetos tambe m podem emitir radiac a o eletromagne tica e, se as suas temperaturas forem suficientemente altas podemos ver e detectar essa radiac a o. Esta radiac a o e chamada de radiac a o te rmica. Quando colocamos a ma o pro ximo a uma la mpada incandescente, ou ao fogo, e essa radiac a o que sentimos. Para um corpo a 20 a energia te rmica e transportada por ondas infravermelhas (λ > λvis ) e quando a temperatura aumenta o comprimento de onda diminui, tornando-se visı vel. 3 / 13

Introduc a o Caracterı sticas dessa radiac a o: Comprimento de onda distribuı do de forma contı nua A medida que a temperatura cresce, a intensidade da radiac a o cresce rapidamente Quanto maior a temperatura, menor o comprimento de onda da parte mais intensa do espectro 4 / 13

Introduc a o Para estudar esse feno meno e tentar elaborar uma lei para descreve -lo, Kirchoff (1824-1887) propo s que o estudo fosse feito com uma cavidade em um corpo so lido, mantido a temperatura constante e fosse feito um pequeno furo em sua parede. A radiac a o incidente na cavidade seria toda absorvida e a que escapasse pelo furo seria apenas a radiac a o emitida por ele, na o dependeria do material nem da forma da cavidade, apenas da temperatura. Corpo negro. 5 / 13

Atrave s de experie ncias realizadas com um corpo negro, Planck chegou a sua ilustre fo rmula, que relaciona o fluxo de energia L(λ,T) emitida por unidade de a rea e de tempo, com o comprimento de onda λ da radiac a o emitida e com a temperatura T do corpo negro: 2πc 2 h 1 dl(λ, T ) = dλ λ5 e[hc/λkt ] 1 onde c e a velocidade da luz, h e a constante de Planck e k e a constante de Stefan-Boltzmann. 6 / 13

Objetivo Nesta experie ncia, estudaremos experimentalmente a lei de radiac a o de Boltzmann, que pode ser obtida integrando a equac a o anterior, sobre todos os comprimentos de onda: 2π 5 k 4 4 T 15 c 2 h3 que mostra que L(T ) e proporcional a quarta pote ncia da temperatura absoluta T, ou L(T ) = L(T ) T 4 Esta relac a o e tambe m va lida para o chamado corpo cinza, que na o e um absorvedor perfeito, mas que tem o coeficiente de absorc a o,, independente do comprimento de onda e da temperatura do corpo. 7 / 13

Pore m, para um metal, este coeficiente varia com a temperatura. Valores tabelados para o tungste nio esta o representados no gra fico abaixo. Vamos medir L para valores de T onde este coeficiente varia linearmente com T e assim esperamos verificar que L(T ) T 5 logl = 5logT 8 / 13

Relac a o entre R e T Na nossa experie ncia: corpo emissor de radiac a o e um filamento incandescente de tungste nio. O corpo sera aquecido pela passagem de uma corrente ele trica e a energia emitida por ele sera medida atrave s de uma termopilha. Variamos a temperatura do filamento e determinamos a depende ncia da pote ncia da radiac a o emitida com essa temperatura. Como determinar a temperatura? A partir da resiste ncia do filamento. 9 / 13

Relac a o entre R e T Sabemos que a resiste ncia varia em func a o da temperatura da seguinte maneira: R(t) = R0 (1 + αt + βt 2 ) (1) onde R0 e a resiste ncia a 0o C, para o filamento de tungste nio α = 4.82 10 3 C 1 e β = 6.76 10 7 C 2 e a temperatura e dada em graus centı grados. A partir desta relac a o a temperatura absoluta em func a o da resiste ncia e dada por (lembrando que T = t + 273(K )): "s # R(t) 1 α2 + 4β 1 α. (2) T = 273 + 2β R0 10 / 13

1- Procedimento Experimental Com um ohmı metro mec a a resiste ncia do filamento para a temperatura ambiente. Monte o circuito de alimentac a o da la mpada: A termopilha faz parte de outro circuito. A saı da da termopilha deve ser conectada a entrada do amplificador e, por sua vez, a saı da do amplificador conectada a entrada de um voltı metro, medindo-se uma tensa o DC. Esta tensa o, oriunda da termopilha, e proporcional a intensidade da luz absorvida pelo detector. 11 / 13

1- Procedimento Experimental Posicione a termopilha pro xima a la mpada e varie a tensa o aplicada a la mpada de tal forma que a tensa o nos terminais do filamento cubra o intervalo de 5V ate 23V em passos de 2 V. Para cada valor de tensa o na la mpada, mec a a corrente na la mpada, e a tensa o de saı da da termopilha. Atenc a o para os seguintes pontos: Importante!! Na o ultrapasse os 23V!! Cuidado com o fundo na medida de Vtermopilha! Ajuste o zero do amplificador com cuidado. Se ainda assim for medida uma constante residual com a la mpada desligada, subtraia esta constante de suas medidas de Vtermopilha. Uma vez que a temperatura tenha sido aumentada, na o volte a uma temperatura mais baixa, sena o deve-se esperar ate que o filamento resfrie. 12 / 13

Fac a uma tabela contendo: Vfil. [V ] 5 7... I [A] Vtermopilha [V] R(t) = Vfil. /I [Ohm] T [K] 21 Fac a um gra fico de Vtermopilha (V ) versus T(K) em papel log-log Determine a partir do seu gra fico qual a regia o de temperatura onde a emissividade depende linearmente da temperatura. Ajuste uma reta a essa regia o do gra fico e obtenha a inclinac a o da reta (S). Compare os seus resultados com a previsa o de um corpo negro. Voce espera que seu filamento se comporte como um corpo negro? De acordo com Boltzmann, para um corpo negro S = 4. Argumente. 13 / 13