Palavras chave: Integração Sensorial. Parque infantil. Paralisia Cerebral. Terapia Ocupacional.



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Transcrição:

A Terapia Ocupacional promovendo a integração sensorial ao intervir em uma criança de seis anos que apresenta paralisia cerebral hemiparética em parque infantil Resumo: Ana Carolina dos Santos Santana (Unisalesiano) Carolsantana2@hotmail.com Renata Tunes Antoneli renataantoneli@ig.com.br Após o surgimento da Integração Sensorial, houve um grande avanço no processo de habilitação e reabilitação em patologias nas quais comumente são encontradas disfunções relativas ao processamento sensorial, principalmente na paralisia cerebral. Quando o sistema nervoso central tem dificuldade em processar e organizar as informações recebidas, não preparando uma resposta adequada ao estímulo, significa que está ocorrendo um déficit sensorial. Esta pesquisa tem por objetivo demonstrar que a Terapia Ocupacional ao intervir em uma criança que apresenta paralisia cerebral hemiparética em parque infantil, visa favorecer a recepção, o processamento e a resposta adaptativa ao meio, através da integração de informações sensoriais. Para isso, foi utilizado como método de pesquisa, o estudo de um caso ilustrativo, analisando o resultado da intervenção terapêutica e da evolução do quadro; assim como levantamento bibliográfico para referencial teórico. Palavras chave: Integração Sensorial. Parque infantil. Paralisia Cerebral. Terapia Ocupacional. Introdução: A Integração Sensorial (IS) surgiu através de um grupo de terapeutas ocupacionais, na década de 60, abrindo caminhos para pesquisas, como a da Doutora Anna Jean Ayres, nos Estados Unidos, sendo considerada um marco nestes estudos. Desde a década citada até a atualidade procedem várias pesquisas relacionadas a IS, à sua aplicabilidade e os benefícios proporcionados aos que dela necessitam durante o processo de habilitação e reabilitação. Houve uma considerada expansão, sendo hoje utilizada em diversos países, inclusive no Brasil. (HERNANDES; YAZAWA, 2003) A IS se inicia na vida intra-uterina e se desenvolve devido à interação com o ambiente, por meio de respostas adaptativas. O sistema nervoso (SN) é o órgão responsável pela integração das diversas sensações recebidas. O processo pelo qual o sistema nervoso central (SNC) localiza, classifica e organiza os impulsos sensoriais e transforma as sensações em percepção para que o homem possa interagir com o meio é denominada integração sensorial. (AYRES apud LORENZINI, 2002, p.6). O SN organiza as informações visuais, auditivas, táteis, olfativas e gustativas bem como informações sobre gravidade e movimento, e conseqüentemente as organiza em um plano de ação. Quando é feita de maneira harmoniosa, a aprendizagem se dá naturalmente.

Quando o SNC tem dificuldade em processar, organizar as informações recebidas e não prepara uma resposta adequada ao estímulo significa que está ocorrendo um déficit sensorial. Uma das patologias em que encontramos comumente a disfunção de integração sensorial é a paralisia cerebral (PC). [...] um grupo não progressivo, mas freqüentemente mutável, de distúrbio motor (tônus e postura), secundário a lesão do cérebro em desenvolvimento. (NELSON et al. apud FERRARETTO; SOUZA, 1998, p.8). De acordo com Ferraretto; Souza (1998) na PC hemiparética a integração sensório-motora dos dois lados do corpo, tão importante para o desenvolvimento, raramente acontece. O desenvolvimento da bilateralidade tende a ser incompleto. Esta limitação impede o desenvolvimento perceptivo em geral e o desenvolvimento de uma percepção corporal normal. Sendo assim, acredita-se que a Terapia Ocupacional poderá intervir de forma a favorecer a recepção, o processamento e a resposta adaptativa ao meio, através da integração de informações sensoriais que serão proporcionadas diante dos estímulos ofertados em um parque infantil. Portanto, baseado no fato de que a IS é de grande valia e representa um avanço no processo de reabilitação e na prática de TO, o trabalho a ser desenvolvido tem como proposta enfocar a TO na intervenção com uma criança que apresenta paralisia cerebral hemiparética, em parque infantil, verificando a promoção da IS e a minimização das disfunções sensoriais apresentadas por esta clientela. Para tanto, será utilizado como método de pesquisa, o estudo de um caso ilustrativo, analisando o resultado da intervenção terapêutica e da evolução do quadro; assim como levantamento bibliográfico para referencial teórico. Desenvolvimento: Para desenvolver a teoria de IS, Ana Jean Ayres baseou-se nos estudos de Piaget, utilizando experiências sensório motoras, neurobiologia, como também dados da neurociência, neuropsicologia e neurofisiologia. Foi inicialmente destinada a distúrbios de aprendizagem e posteriormente, ampliada às demais deficiências, como por exemplo, aos portadores de paralisia cerebral (WILLARD; SPACKMAN, 1998). Ayres explica que a criança desenvolve a capacidade de organizar inputs sensoriais inicialmente experimentando sensações, porém sendo incapaz de dar significado a elas. Inputs sensoriais referem-se às funções receptivas: à capacidade para selecionar, adquirir, classificar e integrar as informações, isto é: a sensação, percepção, atenção e concentração (EDMANS, 2004).. A IS oferece oportunidades para a criança organizar a sua conduta, fornece condições para explorar suas necessidades e para o SN organizar os estímulos, produzindo com isso respostas adaptativas adequadas exigidas pelo ambiente, uma vez que as sensações devem ser proporcionadas de forma agradável gerando prazer. Quando isso acontece de forma adequada, ocorre o processo chamado de Integração ou Processamento Sensorial. Quando o SNC tem dificuldade em processar, organizar as informações recebidas e não prepara uma resposta adequada ao estimulo significa que está ocorrendo um déficit no processamento sensorial.

A disfunção de IS é a inabilidade de processar determinada informação recebida pelos sistemas. Quando uma pessoa tem disfunção de IS, pode ser incapaz de responder à determinada informação sensorial, para planejar e organizar automaticamente. A disfunção de IS é uma desorganização de entrada e de saída da informação.(nelson apud HERNANDES, YAZAWA, 2003, p.52) Paralisia Cerebral (PC) é conhecida como transtorno de incapacidades múltiplas do desenvolvimento e incapacidades que surgem à medida que a criança cresce. Exige identificação precoce e manejo de muitas especialidades e serviços. (SCHERZER; TSCHARNUTER apud WILLARD; SPACKMAN, 1998). A interpretação das informações está freqüentemente comprometida na criança com PC. As causas para que isso ocorra são por lesões nas áreas sensoriais do cérebro e pelo fato do controle motor está diminuído. O SN é o sistema que controla o nosso organismo. É um circuito interligado e subdividido em Sistema Nervoso Central (SNC), Sistema Nervoso Periférico (SNP) e Sistema Nervoso Autônomo (SNA), com fins exclusivamente didáticos, pois estes sistemas estão intimamente relacionados entre si, do ponto de vista morfológico e funcional. Através de suas propriedades, o SN é capaz de sentir os estímulos, analisar as informações, armazenando uma parte dela, e dessa forma tomar decisões e gerar comportamentos apropriados. O SN coordena todas as atividades orgânicas, integra sensações e idéias, conjuga fenômenos da consciência e adapta o organismo às condições do momento. (WATANABE, 2000, p.87) O presente estudo baseou-se na hipótese de que a Terapia Ocupacional promove a IS, ao intervir em uma criança que apresenta PC hemiparética, em parque infantil, visando propiciar o input sensorial, o processamento/integração e o output sensorial, através da organização das informações recebidas e o favorecimento de respostas adaptativas, minimizando assim, as disfunções sensoriais apresentadas por esta clientela. Sendo assim, foi realizado estudo de um caso ilustrativo, sendo criança com paralisia cerebral hemiparética, no parque infantil localizado no Lins Country Club, com acompanhamento, descrição e análise dos aspectos voltados para o favorecimento da integração sensorial do sujeito que será assistido. O caso ilustrativo refere-se a M.C.B., nascido em 08 de março de 2001, portador de paralisia cerebral hemiparética à direita, sendo utilizadas como técnicas de pesquisa um roteiro de anamnese infantil, adaptada do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, setor de Terapia Ocupacional.; Roteiro para identificação de desordens de registro e modulação que podem indicar déficits de processamento sensorial em crianças com paralisia cerebral, traduzido por Roley et al (apud GOODRICH et al, 2006) ; ambos colhidos diretamente com a mãe de M.C.B; a avaliação Observações Clínicas baseada em Ayres (1976), FISHER; MAGALHÃES (apud TEIXEIRA et al, 2003) realizada diretamente com a criança, além de roteiros de entrevistas com médico neurologista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e a atual professora de M.C.B. Foram levantados déficits sugestivos de má discriminação tátil e/ou hiporresponsividade, má processamento proprioceptivo, de processamento

vestibular hiporresponsividade à gravidade e/ou movimento, má integração bilateral e seqüenciamento. O atendimento foi realizado no período de maio a setembro de 2007, semanalmente, tendo as terapias duração entre 50 e 60 minutos. As terapias visaram proporcionar estímulos táteis, proprioceptivos, vestibulares e de coordenação bilateral e seqüenciamento, para minimizar os déficits apresentados e adequar a modulação e as respostas adaptativas de M.C.B. Conclusão: Para as crianças que apresentam possíveis disfunções, a terapia de IS será importante para atuar nos déficits apresentados, minimizando assim as disfunções detectadas, intervindo de forma a favorecer a recepção, o processamento e a emissão de respostas adaptativas ao meio, através da integração de informações sensoriais que foram propiciadas no decorrer da intervenção. O presente estudo está em andamento, necessitando reavaliação do caso para que possam ser demonstrados os avanços obtidos em decorrência dos atendimentos realizados no parque infantil do Lins Country Club. Referências: AYRES, A.J. Interpreting Southern California sensory integration test. Los Angeles: Western Psichological Services, 1976. EDMANS, J. et al. Terapia Ocupacional e derrame cerebral. São Paulo: Santos, 2004. FERRARETO, I.; SOUZA, A.M.C. Paralisia Cerebral: Aspectos práticos. São Paulo: Memnon, 1998. GOODRICH, H.M.Z. et al. Integração Sensorial na Paralisia Cerebral. 2006. Apostila do III módulo do curso de Integração Sensorial. Espaço de Acesso de São Paulo. HERNANDES, R.S.; YAZAWA, M.F. Projeto de implantação de uma sala de integração sensorial no centro de reabilitação física Dom Bosco no setor de Terapia Ocupacional Lins. 2003. Monografia (Graduação em Terapia Ocupacional ). Faculdade de Educação Física de Lins, Lins. LORENZINI, M.V. Brincando a brincadeira com a criança deficiente. São Paulo: Manole; 2002 TEIXEIRA, E. et al. Terapia ocupacional na reabilitação física. São Paulo: Roca, 2003. WATANABE, I. Erhart Elementos de anatomia humana: sistemas orgânicos. São Paulo e órgãos dos sentidos. 9. Ed. São Paulo: Atheneu, 2000.

WILLARD; SPACKMAN. Terapia Ocupacional. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002, 859p.

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