Palavras chave: Formação de Professores, Tecnologias Assistivas, Deficiência.
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- Kátia Aquino Neto
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1 FORMAÇÃO CONTINUADA ONLINE DE PROFESSORES PARA ATUAÇÃO COM ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIAS Gislaine Coimbra Budel PUC PR Elaine Cristina Nascimento PUC PR Agência Financiadora: CAPES Resumo Este artigo apresenta a pesquisa em andamento intitulada Formação Continuada Online de Professores para atuação com estudantes com Deficiências, que trata sobre a formação pedagógica dos professores que têm, em suas salas de aula, estudantes com Deficiências em processo de inclusão escolar. A Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2007b) determina como público alvo para o atendimento às necessidades educacionais especiais, os alunos que apresentam deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Para este público, o papel da educação especial é promover, de maneira articulada com o ensino regular, o acesso e a permanência nos espaços escolares, bem como, e sobretudo, a identificação, elaboração e organização dos recursos pedagógicos e adequações metodológicas que permitam a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Considerando a lacuna observada na formação dos professores no que se refere à este atendimento especializado, esta pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso tem como objetivo apresentar uma proposta de formação continuada online, no intuito de instrumentalizar os professores da rede municipal de ensino de Curitiba PR para conduzirem sua prática pedagógica de forma eficiente para a aprendizagem destes estudantes. Uma das formas de efetivar esta aprendizagem, muitas vezes dificultada pela condição física, sensorial ou intelectual dos estudantes com deficiências é o uso do que se tem chamado de Tecnologias Assistivas. Estas se apresentam como recurso essencial para a mediação da aprendizagem de Pessoas com Deficiência na rede regular de ensino. No entanto, constata se ainda a pouca familiaridade docente com esta nova realidade no interior das salas de aula, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. Trata se de um universo ainda desconhecido para grande parte dos professores e educadores que relatam falhas na sua formação inicial no que se refere aos processos educativos para a realidade da Inclusão Escolar. Palavras chave: Formação de Professores, Tecnologias Assistivas, Deficiência. INTRODUÇÃO A pesquisa em andamento intitulada Formação Continuada Online de Professores para atuação com estudantes com Deficiências trata sobre a formação pedagógica dos professores que têm, em suas salas de aula, estudantes com Deficiências em processo de inclusão escolar. Tal pesquisa é relevante porque observa se o crescente 02409
2 2 número de estudantes com necessidades educacionais especiais nas escolas e os professores se encontram em situação de insegurança quanto à atuação pedagógica. Como problematização apresenta se a indagação: Qual a contribuição da formação continuada online para a prática pedagógica dos professores que atuam com deficientes em processo de inclusão no ensino regular? O objetivo geral da pesquisa é instrumentalizar os professores no que diz respeito à sua atuação frente a estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, visto que se faz necessário e urgente o investimento em formação continuada para os docentes. Com isto, decorrem os objetivos específicos: identificar os problemas que ocorrem na prática pedagógica dos professores que atuam com estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação; comparar os problemas apresentados no processo de formação continuada online diante da prática pedagógica do professor e categorizar elementos resultantes da pesquisa numa perspectiva em que a formação continuada online possa contribuir com a prática pedagógica dos professores que atuam com este público alvo. METODOLOGIA O encaminhamento metodológico da pesquisa constitui se como elemento norteador para a produção e sistematização do conhecimento na perspectiva de estabelecer novas relações entre teoria e prática. A fase atual da pesquisa é de aprofundamento do referencial e de desenvolvimento inicial do encaminhamento metodológico que acontecerá por meio de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso que segundo André (2005) refere se à especificidade da formação online de professores. O cenário de pesquisa contará com a participação de 300 professores da Rede Municipal de Ensino de Curitiba PR que atuam com estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação no ensino regular, nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e que participarão de um curso de extensão Online. Como procedimento metodológico será utilizada nesta pesquisa à análise documental, análise de conteúdo, entrevista e questionário aberto com questões sobre a caracterização dos sujeitos, seu envolvimento no curso, indicativos sobre sua prática e 02410
3 3 sobre o curso. Após a análise das respostas no questionário, serão realizadas entrevistas envolvendo professores participantes do curso. CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ATUAÇÃO COM O PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Para desenvolver o trabalho pedagógico com alunos com deficiências, transtorno globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação no contexto escolar, o professor precisa, necessariamente, estar disposto a novas reflexões, novos conceitos, novas posturas e novas formas de atuação. Desprender se de modelos cristalizados de educação e compreender que o estudante com deficiência requer diferentes forma de condução do trabalho pedagógico é condição essencial para a obtenção do sucesso acadêmico, social e principalmente, pessoal. É preciso também que o professor reelabore o planejamento, os recursos e as estratégias habituais, compreendendo que o estudante com deficiência vai requerer, muitas vezes, adequação metodológica que irá envolver adaptações na apresentação dos conteúdos, nas atividades e na avaliação. Apenas exposição oral, com anotações no quadro de giz e livro didático ou apostilas convencionais não favorecem a aprendizagem desses alunos. É preciso lançar mão, por exemplo, de recursos hoje chamados de Tecnologias Assistivas (TA). Esta terminologia vem sendo usado há mais de duas décadas, porém, de acordo com Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), Tecnologia Assistiva é: (...) uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2009, P.9). O uso das Tecnologias Assistivas tem o objetivo de auxiliar as pessoas com deficiência, seja ela de que origem for, a compreender melhor os conteúdos e efetivar maior acesso e participação no contexto escolar. Nesse contexto de nova era digital, de crianças e jovens conectados o tempo todo, de comunicação em tempo real com familiares e amigos a qualquer distância, de estímulos da mais alta complexidade, está inserido também o conceito de inclusão. As políticas públicas do mundo todo preveem o acesso e a permanência de estudantes com deficiência na rede regular de ensino, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior
4 4 Sendo assim, alunos com deficiência também podem e devem se beneficiar e ter acesso à era digital, uma vez que estão também inseridos nela, apesar de toda forma de discriminação que ainda os coloca à margem de muitos processos. Teclados adaptados e alternativos, inclusive com teclas em braile e outros que podem ser acessados com os pés, mesas, teclados e mouses maiores, monitores touch screen, softwares apropriados e outros recursos vêm sendo utilizados nas escolas como forma de tornar mais eficiente o processo educacional. De acordo com Galvão filho e Damasceno (2002, p. 1): [...] são considerados recursos de Tecnologia Assistiva, portanto, desde artefatos simples, como uma colher adaptada, uma bengala ou um lápis com uma empunhadura mais grossa para facilitar a preensão, até sofisticados sistemas computadorizados, utilizados com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia à pessoa com deficiência. Portanto, a Tecnologia Assistiva como recurso pedagógico, deve contribuir para a melhoria da qualidade de aprendizagem da Pessoa com Deficiência, inserindo a na sociedade do conhecimento e oportunizando maior participação no contexto escolar, além do enriquecimento dos ambientes de aprendizagem e a ampliação de habilidades funcionais deficitárias. Podem ser digitais ou não, como materiais escolares adaptados, oportunizando o acesso e potencializando a inclusão escolar atendendo às necessidades e estilos de aprendizagem dos estudantes com necessidades educacionais especiais. As novas tecnologias vêm, nesse sentido, atuar na perspectiva das mudanças educacionais para promover a equidade e eficiência dos processos de ensino de modo que a aprendizagem se torne interessante e significativa não só para os estudantes que não possuem deficiência alguma, como também para aqueles que já enfrentam barreiras suficientes no seu cotidiano social, familiar e escolar. CONSIDERAÇÕES Considerando as profundas e rápidas transformações sociais que a geração de nativos digitais exige, também a escola precisa redimensionar seus conceitos e formas de conduzir o processo pedagógico diante do ser humano que se pretende formar. Nesse contexto, nos deparamos cada vez mais com a presença, antes tímida, mas agora já representativa, de estudantes com deficiências nas escolas, uma vez que as políticas 02412
5 5 públicas indicam o acesso e permanência de estudantes com necessidades educacionais especiais na rede comum de ensino. As Políticas de Inclusão do MEC preveem o uso das tecnologias assistivas como forma de oportunizar esse acesso ao mundo da escolarização por parte dos estudantes com deficiência. Recomenda se que este estudante frequente, de forma complementar e/ou suplementar ao ensino comum, as salas de recursos multifuncionais, onde os recursos de TA são eficientes ferramentas de suporte ao trabalho do professor na efetivação da aprendizagem dos estudantes. Ressalta se que elas podem e devem ser usadas também nas classes comuns, onde hajam estudantes com deficiências. Assim, a pesquisa em andamento pretende oportunizar formação continuada para professores dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, uma vez que as políticas de inclusão, assim como o desejo das famílias, promovem cada vez mais o acesso e a permanência de crianças com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Porém, já é possível constatar que a maioria dos professores se sentem inseguros no que diz respeito à condução dos processos de ensino e aprendizagem com crianças com deficiência em sala de aula. Há uma grande dificuldade em planejar atividades diferenciadas, rever encaminhamentos pedagógicos e metodologias que possam facilitar a apropriação dos conteúdos. REFERÊNCIAS ANDRÉ, M. E. D. de. Estudo de caso em Pesquisa e Avaliação Educacional. Brasília: Líber Liro Editora, Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, ed. do autor, 2007b. Disponível em: Acesso em: 22 abr Ministério da Educação. Tecnologia Assistiva. Brasília, GALVÃO FILHO, T. A. DAMASCENO, L. L. As novas tecnologias e a Tecnologia Assistiva: utilizando os recursos de acessibilidade na educação especial. Fortaleza, Anais do III Congresso Ibero americano de Informática na Educação Especial, MEC, Disponível em: < Acesso: em 22 abr
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