ANÁLISE REGIONAL DAS MESORREGIÕES PARANAENSES NO PERÍODO DE 1980 A 2000

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ANÁLISE REGIONAL DAS MESORREGIÕES PARANAENSES NO PERÍODO DE 1980 A 2000 Jandr Ferrera de LIMA 1, Carlos Albert PIACENTI 2, Lucr Renaldo ALVES 3, Moacr PIFFER 4 Escrto para apresentação na II JORNADA CIENTÍFICA DA UNIOESTE 11 a 13 de unho de 2003 Unoeste PRPPG Campus de Toledo - PR ÁREA DE CONHECIMENTO: Área 7 Cêncas Socas Aplcadas RESUMO: O obetvo deste trabalho fo fazer uma análse regonal das mesorregões paranaenses no período 1980 a 2000. Para sto, utlzou-se o método de análse regonal através das meddas de especalzação e localzação. Os resultados apontaram que as mesorregões estão camnhando para uma homogenezação de sua estrutura produtva, sendo confrmado pelo coefcente de localzação e pelo coefcente de especalzação. Notou-se que o setor com maor possbldade para exportação é o agropecuáro, comprovado pelo quocente locaconal. PALAVRAS-CHAVE: Análse Regonal, Economa Regonal, Paraná, Desenvolvmento Econômco, Mesorregões ABSTRACT: The obectve ths paper was to make a regonal analyss of the Paraná s mesoregons n the perod of 1980 to 2000. For ths, the method of regonal analyss through the measures of specalzaton and localzaton was used. The results showed that the mesoregons are to walkng for a homogenzaton of ts productve structure, beng confrmed for the localzaton coeffcent and the specalzaton coeffcent. We notced that the sector wth more possblty to exportaton s the farmng one, proven for the locaconal quotent. KEYWORDS: Regonal Analyss, Regonal Economc, Paraná, Economc Development, mesoregons INTRODUÇÃO: O obetvo prncpal deste artgo é analsar a dnâmca setoral da economa das mesorregões do Estado do Paraná, no período de 1980 a 2000. Na análse regonal, a mesorregão geográfca é uma área ndvdualzada em uma undade da federação, que possu sua organzação espacal artculada pelas característcas socas, a localzação das atvdades produtvas e as cdades. Esses elementos são construídos num processo hstórco e na dnâmca regonal das atvdades produtvas. Eles dão às regões uma dentdade própra, que as destngue de outras regões. (PIACENTI, C. A. et al., 2002). 1 PhD Canddate em Dévelopement Régonal - Unversté du Québec à Chcoutm Canadá (UQAC). Bolssta do governo braslero (CAPES). Professor do Curso de Economa na Unversdade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo. Pesqusador do Grupo de Estudos em Desenvolvmento Regonal e Agronegóco (GEPEC). E-mal: andrbr@yahoo.ca, andr@unoeste.br 2 Doutorando em Cêncas Empresaras na Unversdad del Museo Socal Argentno (UMSA). Professor Assstente do Curso de Economa da Unversdade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo e do Departamento de Cêncas Contábes e Admnstratvas da Unversdade Paranaense (UNIPAR)/Campus de Toledo. Pesqusador do Grupo de Estudos em Desenvolvmento Regonal e Agronegóco (GEPEC). E-mal: pacent@unoeste.br 3 Acadêmco do Curso de Cêncas Econômcas na Unversdade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo. Bolssta de Proetos de Pesqusas. Pesqusador do Grupo de Estudos em Desenvolvmento Regonal e Agronegóco (GEPEC). E-mal: proeto612@unoeste.br 4 Mestre em Desenvolvmento Econômco pela Unversdade Federal do Paraná (UFPR). Professor Assstente do Curso de Economa na Unversdade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo. Pesqusador do Grupo de Estudos em Desenvolvmento Regonal e Agronegóco (GEPEC). E-mal: pffer@unoeste.br

Deve-se salentar que para analsar a dnâmca regonal é necessáro conhecer a estrutura setoral-produtva e suas transformações no decorrer do tempo. As mudanças estruturas das regões mpacta no padrão de crescmento regonal e no desenvolvmento econômco, ao longo do tempo. Na análse da dnâmca regonal, as áreas geográfcas podem estar lgadas como um conunto únco, em vrtude de suas característcas. Estas característcas são as estruturas de produção, padrões de consumo, dstrbução da força de trabalho, elementos culturas, socas e polítcos. Outra característca presente na análse regonal é os fatores hstórcos. No Paraná a emancpação efetuou-se em 1853, tornando-se, no fnal do século XIX, em mportante centro de mgração estrangera, de orgem prncpalmente européa. Neste período prevaleca no Paraná as atvdades extratvas da madera e do mate, bem como a pecuára extensva (IPARDES, 1996). Entre 1920 e 1960 ocorreu duas frentes de expansão da frontera agrícola do estado: ao Norte, a expansão cafeera a partr de São Paulo; ao Oeste/Sudoeste a mgração orgnára dos estados sulstas, organzada na pequena propredade e na produção de grãos (mlho, soa e trgo) e carnes (suínos, frangos). Esses dos fluxos mgratóros consoldaram a ocupação espacal do Estado e defnram-lhe um perfl prmáro-exportador. A partr dos anos 70 o Paraná passou por um ntenso processo de modernzação agrícola, transformando-se em um dos prncpas exportadores de grãos do País. Nesse processo desenvolveu-se a agrondústra, bem como um moderno complexo metal-mecânco centrado na Regão Metropoltana de Curtba. Tas transformações tecnológcas e socas causaram profundas mudanças na estrutura espacal do Estado. Essas transformações consoldaram grandes centros, como Curtba e Londrna, e centros secundáros, como Foz do Iguaçu, Cascavel, Marngá, Guarapuava e Ponta Grossa. (IPARDES, 1996). Essas característcas não se formam ao acaso, pos nelas mpactam a organzação do espaço. A organzação do espaço reflete a estrutura de produção agropecuára, ndustral e no extratvsmo e prestação de servços. De acordo com RIPPEL & LIMA (1999), os crtéros consderados na análse da regão tornam-se mas amplos em vrtude da nserção da estrutura produtva na economa naconal, com todas as suas relações e mpactos no crescmento econômco. 2 METODOLOGIA DE ANALISE REGIONAL: A área de estudo deste artgo compreende as mesorregões do estado do Paraná, quas seam: 1 - centro-ocdental paranaense, 2 - centro-orental paranaense, 3 - centro-sul paranaense, 4 - metropoltana de Curtba, 5 - noroeste paranaense, 6 - norte-central paranaense, 7 - norte ponero paranaense, 8 - oeste paranaense, 9 - sudeste paranaense e 10 - sudoeste paranaense. O período-base de análse é a década de 1980 e 1990, e para efeto de análse regonal tomou-se como referênca os anos de 1980, 1991 e 2000. Para análse dos dados serão utlzadas meddas de especalzação e de localzação. Conforme HADDAD (1989), PIACENTI & LIMA (2002) e COSTA (2002), estas meddas são útes para o conhecmento dos padrões do crescmento econômco da regão e de seus muncípos, neste artgo o enfoque será de conhecer os padrões de crescmento do Estado do Paraná e de suas mesorregões. A varável a ser utlzada no modelo de análse regonal será a mão-de-obra (o número de empregados) ocupada por setores de atvdade. Pode-se pressupor que os setores mas dnâmcos empregam mas mão-de-obra no decorrer do tempo. Por outro lado, a ocupação da mão-de-obra reflete-se na geração e dstrbução da renda regonal, o que estmula o consumo e conseqüentemente a dnâmca da regão. Os dados sobre a mão-de-obra foram coletados dos Censos edtados pelo Insttuto Braslero de Geografa e Estatístca (IBGE). Com a defnção da varável a ser utlzada, os setores serão agrupados da segunte forma: agropecuára, atvdades ndustras, comérco, transporte e comuncação, servços, atvdades socas, admnstração públca e outras atvdades. Para o cálculo das meddas de especalzação e localzação as nformações serão organzadas em uma matrz que relacona a dstrbução setoral-espacal de uma varável-

base. No presente estudo utlzar-se-á a mão-de-obra ocupada por setores de atvdade como varável-base. As colunas mostram a dstrbução da mão-de-obra entre as mesorregões, e as lnhas mostram a dstrbução da mão-de-obra por setor de cada uma das mesorregões, conforme Fgura 1. Defnram-se as seguntes varáves: E = Mão-de-obra no setor da mesorregão ; E = Mão-de-obra no setor de todas as mesorregões; E = Mão-de-obra em todos os setores da mesorregão ; E = Mão-de-obra em todos os setores e todas as mesorregões. FIGURA 1 - MATRIZ DE DISTRIBUIÇÃO SETORIAL-ESPACIAL Mesorregoes Setores E E Fonte: HADDAD, 1989 E E A partr da matrz de nformações descreve-se as meddas de localzação e de especalzação que serão utlzadas no presente artgo: a) Quocente Locaconal - QL É utlzado para comparar a partcpação percentual da mão-de-obra de uma mesorregão com a partcpação percentual no total do estado. O quocente locaconal pode ser analsado a partr de setores específcos ou no seu conunto. É expresso pela equação (1). E E QL = (1) E E A mportânca da mesorregão no contexto regonal, em relação ao setor estudado, é demonstrada quando QL assume valores acma de 1. Como o quocente é meddo a partr de nformações da mão-de-obra (E), pode-se verfcar os setores que possuem possbldades para atvdades de exportação. b) Coefcente de Localzação CL O obetvo do coefcente de localzação é relaconar a dstrbução percentual da mão-deobra num dado setor entre as mesorregões com a dstrbução percentual da mão-de-obra do estado como um todo. O coefcente de localzação (CL) é meddo pela equação (2). E E E E CL = (2) 2

Se o coefcente de localzação for gual a zero (0), sgnfca que o setor estará dstrbuído regonalmente da mesma forma que o conunto de todos os setores. Se o valor for gual a um (1), demonstrará que o setor apresenta um padrão de concentração regonal mas ntenso do que o conunto de todos os setores. c) Coefcente de Especalzação - CEsp O coefcente de especalzação é uma medda regonal. As meddas regonas concentramse na estrutura produtva de cada mesorregão, fornecendo nformações sobre o nível de especalzação da economa num período. E E E E CEsp = (3) 2 Através do coefcente de especalzação, compara-se a economa de uma mesorregão com a economa do estado como um todo. Para resultados guas a 0 (zero), a mesorregão tem composção dêntca à do estado. Em contrapartda, coefcentes guas ou próxmos a 1 demonstram um elevado grau de especalzação lgados a um determnado setor de atvdades, ou está com uma estrutura de mão-de-obra totalmente dversa da estrutura de mão-de-obra regonal. ANÁLISE DOS RESULTADOS: A segur, são apresentados os resultados obtdos com a aplcação da metodologa de análse regonal, através das meddas de especalzação e localzação. Na Tabela 1, verfcam-se os setores que apresentaram maores possbldades para atvdades de exportação, através dos ndcadores do quocente locaconal. TABELA 1 QUOCIENTE LOCACIONAL DAS MESORREGIÕES PARANAENSES 1980-1991-2000 AGROP. IND. COMER. TRANS. SERV. SOCIAL ADM. PUB. OUTRAS MESOS 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1 1,55 1,63 1,65 0,40 0,60 0,69 0,83 0,88 0,94 0,59 0,61 0,71 0,70 0,80 0,75 0,61 0,80 0,82 0,74 0,75 1,16 0,56 0,73 1,03 2 0,85 0,86 0,94 1,28 1,24 1,12 0,99 0,93 0,94 1,44 1,44 1,10 0,99 0,94 0,87 1,05 0,98 0,88 1,08 1,13 1,04 0,69 0,65 1,16 3 1,28 1,69 1,92 1,10 0,87 0,87 0,69 0,65 0,73 0,66 0,71 0,74 0,70 0,66 0,66 0,62 0,70 0,56 0,56 0,68 0,91 0,52 0,43 0,86 4 0,25 0,26 0,27 1,67 1,36 1,14 1,24 1,15 1,13 1,59 1,46 1,31 1,45 1,27 1,39 1,55 1,23 1,31 1,82 1,31 1,09 1,78 1,76 1,03 5 1,43 1,50 1,54 0,53 0,75 0,96 0,81 0,80 0,86 0,66 0,65 0,61 0,76 0,81 0,68 0,77 0,88 0,79 0,74 1,02 1,15 0,82 0,66 0,94 6 0,96 0,83 0,81 0,91 1,06 1,10 1,19 1,17 1,07 0,97 0,95 0,91 1,11 1,08 1,02 1,08 1,09 1,11 0,83 0,92 0,91 1,04 0,99 1,01 7 1,44 1,55 1,82 0,54 0,70 0,78 0,70 0,75 0,79 0,68 0,58 0,56 0,74 0,80 0,79 0,88 1,02 0,73 0,85 0,98 0,97 0,67 0,56 0,95 8 1,12 1,04 1,03 0,86 0,80 0,84 1,12 1,25 1,16 0,90 0,93 1,21 0,97 1,10 0,81 0,74 0,89 0,92 0,72 0,87 1,01 0,87 0,81 1,12 9 1,30 1,94 2,34 1,07 0,80 0,85 0,60 0,46 0,57 0,73 0,61 0,50 0,60 0,51 0,55 0,79 0,69 0,47 0,76 0,78 0,76 0,47 0,34 0,74 10 1,56 1,91 2,10 0,60 0,59 0,77 0,66 0,66 0,73 0,57 0,57 0,68 0,60 0,66 0,65 0,59 0,68 0,57 0,51 0,67 0,77 0,50 0,41 0,80 Fonte: Resultados da Pesqusa Nota: 1 - centro-ocdental paranaense, 2 - centro-orental paranaense, 3 - centro-sul paranaense, 4 - metropoltana de Curtba, 5 - noroeste paranaense, 6 - norte-central paranaense, 7 - norte ponero paranaense, 8 - oeste paranaense, 9 - sudeste paranaense e 10 - sudoeste paranaense. Nota-se pela Tabela 2 que o setor da agropecuára apresentou os maores valores no período analsado, mostrando que o Estado do Paraná contnua com uma dependênca sgnfcatva das atvdades do setor prmáro. Foram as mesorregões sudeste (9), sudoeste (10) e centro-sul (3) que apresentaram os maores valores deste setor. A mesorregão metropoltana de Curtba apresentou coefcentes sgnfcatvos na maora dos setores. Somente no setor da agropecuára os coefcentes fcaram abaxo de 1, sto deve-se a grande urbanzação exstente nesta mesorregão. Outros setores apresentaram quedas e aumentos sgnfcatvos. No setor de comérco somente três mesorregões apresentaram valores representatvos, sendo elas: metropoltana de Curtba (4), norte central (6) e oeste (8). Esta últma também obteve representatvdade nos setores de transporte e

admnstração públca. Analsando-se o setor de servços nota-se que apenas as mesorregões norte central e a metropoltana de Curtba apresentaram valores acma de 1 em todos os anos analsados. Na Tabela 2 observa-se o coefcente de localzação dos setores em análse. TABELA 2 COEFICIENTE DE LOCALIZAÇÃO DAS MESORREGIÕES PARANAENSES 1980-1991-2000 SETORES 1980 1991 2000 Agropecuára 0,193 0,235 0,271 Atvdades Industras 0,192 0,135 0,070 Comérco 0,120 0,117 0,073 Transporte e Comuncação 0,159 0,149 0,130 Servços 0,125 0,102 0,127 Atvdades Socas 0,142 0,082 0,120 Admnstração Públca 0,189 0,091 0,047 Outras Atvdades 0,183 0,206 0,036 Fonte: Resultados da Pesqusa Notou-se pela Tabela 2 que a dstrbução de mão-de-obra é pratcamente equvalente nas mesorregões, não se percebe grandes varações setoras. Somente os setores da agropecuára e de servços apresentaram crescmentos dos seus coefcentes ao longo de 30 anos. Os demas setores apresentaram decréscmos. Isto mostra que o Estado está camnhando para uma homogenezação da dstrbução setoral de mão-de-obra da maora dos seus setores. Notar-se-á através da Tabela 3 quas foram as mesorregões mas especalzadas no período estudado. TABELA 3 COEFICIENTE DE ESPECIALIZAÇÃO DAS MESORREGIÕES PARANAENSES 1980-1991-2000 MESORREGIÕES 1980 1991 2000 Centro-Ocdental Paranaense 0,230 0,184 0,139 Centro-Orental Paranaense 0,074 0,072 0,047 Centro-Sul Paranaense 0,135 0,200 0,185 Metropoltana de Curtba 0,314 0,215 0,146 Noroeste Paranaense 0,180 0,146 0,116 Norte Central Paranaense 0,040 0,054 0,046 Norte Ponero Paranaense 0,185 0,162 0,165 Oeste Paranaense 0,062 0,064 0,063 Sudeste Paranaense 0,139 0,271 0,270 Sudoeste Paranaense 0,234 0,265 0,221 Paraná 1,048 1,128 1,397 Fonte: Resultados da Pesqusa De acordo com a Tabela 3 as mesorregões centro-sul, norte ponero, sudeste e sudoeste eram as mas especalzadas no ano de 2000, sendo que destas a mesorregão sudeste lderava o rankng. Os bons índces da mesorregão sudeste são confrmados pelo coefcente de localzação quando se analsa a evolução ocorrda no setor da agropecuára, onde este passou de um coefcente de 1,30 em 1980 para 2,34 em 2000. No período de 1980 a 2000 houve uma pequena mudança quanto a mesorregão mas especalzada. Em 1980 era a mesorregão metropoltana de Curtba que lderava e em 1991 e 2000 o prmero lugar passou para a mesorregão sudeste. Comparando os coefcente em todos anos notase mas uma vez que o estado esta camnhando para uma homogenedade em suas mesorregões.

CONCLUSÃO: Este artgo teve como obetvo prncpal fazer uma análse regonal das mesorregões paranaenses no período de 1980 a 2000 utlzando meddas de especalzação e de localzação. Notou-se pela análse dos dados que as mesorregões estão camnhando para uma homogenezação de sua estrutura produtva, confrmado pelo coefcente de localzação e pelo coefcente de especalzação. Verfcou-se também que o setor com maor possbldade para exportação é o agropecuáro, comprovado pelo quocente locaconal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, J. S. (Coord.). Compêndo de Economa Regonal. APDR. Combra: Gráfca de Combra Lda., Lsboa, APDR, 2002. HADDAD, J. H. (Org.). Economa regonal: teora e métodos de análse. Fortaleza: BNB/ETIENE, 1989. IPARDES (Insttuto Paranaense de Desenvolvmento Econômco e Socal). Perfl do Paraná. Curtba: IPARDES, 1996. PIACENTI, C. A. et al. Análse regonal dos muncípos lnderos ao lago da Usna Hdroelétrca de Itapu. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS REGIONAIS E URBANOS, 2, 2002, São Paulo, Anas... São Paulo: ABER, 2002. 1 CD-ROM. PIACENTI, C. A.; LIMA, J. F. (Coord.). Análse do mpacto dos reservatóros das hdroelétrcas no desenvolvmento econômco mcrorregonal. Toledo: UNIOESTE/Campus de Toledo, março/2001. 245 p. (Relatóro de Pesqusa. UNIOESTE Campus de Toledo/Fundação Araucára - Proeto 612.) proeto concluído. 2002. RIPPEL, R.; LIMA, J. F. Encadeamentos produtvos e desenvolvmento regonal no muncípo de Toledo (PR): o caso da Sada-Frgobrás e das ndústras comuntáras. In: CASIMIRO FILHO, F.; SHIKIDA, P. F. A. (Org.). Agronegóco e Desenvolvmento Regonal. Cascavel: EDUNIOESTE, 1999, p. 31-56.