Solução: Um esboço da região pode ser visto na figura abaixo.

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Instituto de Matemática - IM/UFRJ Gabarito prova final - Escola Politécnica / Escola de Química - 29/11/211 Questão 1: (2.5 pontos) Encontre a área da região do primeiro quadrante limitada simultaneamente pelas curvas xy = 4, xy = 8, xy 3 = 5 e xy 3 = 15 usando uma única integral dupla. Sugestão: aplique uma mudança de variáveis adequada. Um esboço da região pode ser visto na figura abaixo. A ideia mais simples de mudança de variáveis é considerar u = xy e v = xy 3. A matriz jacobiana da mudança de coordenadas inversa, isto é, da aplicação dada por (u, v) = Ψ(x, y) = (xy, xy 3 ) é (u, v) (x, y) = y x y 3 3xy 2 = 2xy3 = 2v. Sabemos que o determinante jacobiano da mudança de variáveis escolhida é o inverso multiplicativo do determinante jacobiano da mudança de variáveis (x, y) inversa (consequência do Teorema da Função Inversa) e, portanto (u, v) = ( ) 1 (u, v) = 1. om a mudança de variáveis escolhida, a região de integração (x, y) 2v é extremamente simples e é dada por (u, v) [4, 8] [5, 15]. Finalmente, 8 15 1 Área = dvdu = 2(ln 15 ln 5) = 2 ln 3 4 5 2v Página 1 de 5

Questão 2: (2.5 pontos) Seja o campo vetorial F (x, y) = ( F 1 (x, y), F 2 (x, y) ) de classe 1 definido em U = R 2 \ { (, ) } e suponha que F 2 x = 4 + F 1 y em U. Sabendo, ainda, que F.dr = 6π, sendo a circunferência de centro em (, ) e raio 1 orientada no sentido anti-horário, calcule F.dr, onde é a elipse 25x 2 + 4y 2 = 1, orientada no sentido anti-horário. Das condições de regularidade do campo vetorial F vemos que podemos aplicar o Teorema de Green em qualquer região que satisfaça as condições do teorema e que não contenha a origem, pois o campo não está definido em (, ). Vamos aplicar Green na região do R 2, que denominaremos D, que contém os pontos no interior da elipse 25x 2 + 4y 2 = 1 e fora da circunferência de centro em (, ) e raio 1. Pelo Teorema de Green, respeitando as orientações, temos que D F 2 x F 1 y da = F.dr F.dr. omo F 2 x F 1 = 4, a área do interior da elipse é π.2.5 = 1π, a área do interior y do círculo é π.1 2 = π obtemos que F.dr = 6π + 4(1π π) = 42π. Questão 3: (2.5 pontos) Seja a curva de interseção do cilindro circular x 2 + y 2 = 4 com o plano z = 4, orientada no sentido anti-horário quando vista de cima. alcule F.dr, onde F é o campo vetorial definido por F (x, y, z) = ( yz + e x2, 3x xz + ln(1 + e y ), ln(3x 2 + 3y 2 + 1 z) ). Obs: Leve em conta na sua resolução o domínio do campo vetorial F e, se julgar necessário, utilize o cilindro circular. Vemos que o último termo do campo vetorial F não está definido em todo o R 3. Em coordenadas cilíndricas está definido somente quando z < 3r 2 + 1. Em especial, se z = 4 não está definido no disco com r 1. Assim, não podemos Página 2 de 5

pensar em aplicar Stokes usando o disco dado por z = 4 e r 2 como superfície. O cálculo direto da integral parece envolver integrações não usuais e deveremos tentar aplicar o Teorema de Stokes escolhendo superfície adequada. O rotacional do campo F é dado por ( rot F = 6y 3x 2 + 3y 2 + 1 z + x, y ) 6x 3x 2 + 3y 2 + 1 z, 3 2z. om a expressão para o rotacional obtida, vemos que este tem uma expressão mais simples sobre o cilindro x 2 + y 2 = 4. Seja S 1 a porção do cilindro x 2 + y 2 = 4 com z [, 4], orientada com normal apontando para o interior do cilindro. Seja a projeção da curva no plano cartesiano z = orientada no sentido anti-horário. Aplicando o Teorema de Stokes temos que rot F.η ds = F.dr F.dr. S 1 O cálculo direto da integral de linha ao longo da curva tem a mesma dificuldade que o cálculo ao longo da curva, no entanto, podemos aplicar o Teorema de Stokes para esta curva usando como superfície o plano z = já que o campo e o rotacional são de classe para todos os pontos (x, y, z) com z < 1, como já vimos. Seja S 2 a região do plano z = limitada pelo cilindro x 2 + y 2 = 4, orientada com vetor normal unitário (,, 1). Temos que rot F.η ds = F.dr S 2 e, portanto, F.dr = rot F.η ds + rot F.η ds. (1) S 1 S 2 Obs: poderíamos ter chegado à mesma conclusão se tivéssemos escolhido a união das superfícies S 1 e S 2 para aplicar o Teorema de Stokes. Podemos parametrizar S 1 por ϕ(θ, v) = (2 cos θ, 2 sen θ, v) com θ [, 2π) e v [, 4] e, então, ϕ v ϕ θ = (,, 1) ( 2 sen θ, 2 cos θ, ) = ( 2cosθ, 2 sen θ, ). Este vetor está orientado para o interior de S 1, como se deseja. Daí segue que rot F.η ds = S 1 4 2π 24 sen θ cos θ 4 cos 2 24 sen θ cos θ θ + 13 v 13 v 4 2π 4 sen 2 θ dθdv = 4 dθdv = 32π. (2) Página 3 de 5

Obs: O vetor normal unitário deste cilindro é dado por ( x/2, y/2, ) e, portanto, rot F.η = x 2 /2 y 2 /2 = 2. omo a área de S 1 é o perímetro da projeção do cilindro no plano coordenado xy multiplicado pela altura do cilindro, confirmamos o resultado obtido em (2). Finalmente, como a normal unitária à superfície S 2 é dada por (,, 1), temos que rot F.η = 3 ao longo de S 2 e, portanto, S 2 rot F.η ds = 12π. Aplicando este resultado e o obtido em (2) na equação (1) temos que F.dr = 32π + 12π = 2π. Questão 4: (2.5 pontos) alcule o fluxo do campo vetorial F (x, y, z) = (x + ln(y 2 z 4 + π), y + e x2, x + z) através da superfície lateral do tetraedro limitado pelo plano x a + y b + z c = 1 e pelos planos coordenados, sendo a, b e c constantes positivas. Oriente esta superfície de forma que os vetores normais apontem para o interior do tetraedro. Obs: considere que a superfície lateral deste tetraedro é constituída das suas faces, com exceção da face contida no plano cartesiano xy (que é a base deste tetraedro). Inicialmente, temos que o campo F está definido em todo o R 3 e é de classe. Para evitar calcular três integrais de superfície vetoriais com integrações possivelmente complicadas, vamos aplicar o Teorema de Gauss. A superfície (fronteira) completa do tetraedro inclui as três faces laterias pedidas e, também a base. Denominando S l a superfície lateral do tetraedro, orientada com vetores normais apontando para dentro do tetraedro, S b a base do tetraedro, orientada com vetores normais apontando para dentro do tetraedro e Ω o tetraedro propriamente dito, temos, usando o Teorema da Divergência (Gauss) a seguinte expressão div(f ) dv = F.η ds = F.η ds F.η ds. (3) Ω Ω S l S b É imediato obter que div F = 3 e, portanto, Ω div(f ) dv = 3Vol(Ω). Da geometria analítica básica sabemos que o volume da pirâmide é dado por um terço da área da base multiplicada pela altura e, portanto, o volume deste tetraedro é V ol = abc 6. Temos, também que o vetor normal a S b é dado por η = (,, 1). a b bx/a F.η ds = x + z ds = x ds = x dydx = a2 b S b S b S b 6. Página 4 de 5

Utilizando (3) temos que F.η ds = abc S l 2 a2 b 6. Página 5 de 5 Boa prova!