Imunidade e Isenção Tributária Professor Ramiru Louzada
Imunidade - Conceito As regras constitucionais que proíbem a tributação de determinadas pessoas, operações, objetos ou de outras demonstrações de riqueza, negando, portanto competência tributária, são chamadas de imunidades tributárias. Isso porque tornam imunes à tributação as pessoas ou base econômicas delas referidas relativamente aos tributos que a própria regra constitucional negativa de competência especifica. Paulsen, Leandro. Curso de Direito Tributário Completo, Saraiva 2018.
Conceito...o constituinte, visando preservar certos valores políticos, sociais, educacionais, etc., impede o exercício da competência tributária em relação a certos fatos, atos, bens, serviços, pessoas, situações. O conjunto dessas situações, bens, serviços, pessoas etc. protegidos de tributação pela norma constitucional denomina-se imunidade. Assim, as imunidades delimitam a competência tributária das entidades da federação e conferem direito público subjetivo às pessoas delas beneficiadas em não serem tributadas. Duarte, Francisco Leite Direito tributário: teoria e prática.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL Competência Tributária Imunidade Tributária Campo de Incidência do Tributo (HI)
Campo de Incidência Campo de Incidência do Tributo H. I. Isenção Alíquota 0 Remissão Imunidades Não incidência
Seção II DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre:
Imunidades Gerais Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre: VI - propriedade territorial rural; 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;
Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre: IV - produtos industrializados; 3º O imposto previsto no inciso IV: III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
Art. 149, CF. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
Art. 5º, CF Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
A imunidade só atinge os tributos que o imune praticou o fato gerador?
RE 599176 / PR - PARANÁ RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA Julgamento: 05/06/2014 EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. INAPLICABILIDADE À RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUCESSÃO. ART. 150, VI, A DA CONSTITUIÇÃO. A imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação retroativa da imunidade tributária). Recurso Extraordinário ao qual se dá provimento.
Isenção- Conceito Art. 176, CTN. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. Art. 175, CTN. Excluem o crédito tributário: I - a isenção; (...) Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.
Isenção- Conceito Dispensa legal do pagamento do tributo. Isenção é causa excludente do crédito tributário. A obrigação tributária que surge com a ocorrência do fato gerador se estanca atingida por seus efeitos. No dizer de Ruy Barbosa Nogueira Isenção é a dispensa do tributo devido, feita por expressa disposição de lei. É o posicionamento do STF (RE 113.711/SP). Entretanto a doutrina moderna considera a isenção como uma hipótese de não incidência legalmente qualificada, pelo que, ocorre a exclusão do fato gerador. (Harada, Kiyoshi)
Isenção Art. 111, CTN. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: II - outorga de isenção;
Isenção ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. MOLÉSTIA GRAVE. CARDIOPATIA. ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 111, INCISO II, DO CTN. LEI N.4.506/64 (ART. 17, INCISO III). DECRETO N. 85.450/80. PRECEDENTES. 1. O art. 111 do CTN, que prescreve a interpretação literal da norma, não pode levar o aplicador do direito à absurda conclusão de que esteja ele impedido, no seu mister de apreciar e aplicar as normas de direito, de valer-se de uma equilibrada ponderação dos elementos lógicosistemático, histórico e finalístico ou teleológico, os quais integram a moderna metodologia de interpretação das normas jurídicas. 2. O STJ firmou o entendimento de que a cardiopatia grave, nos termos do art. 17, inciso III, da Lei n. 4.506/64, importa na exclusão dos proventos de aposentadoria da tributação pelo Imposto de Renda, mesmo que a moléstia tenha sido contraída depois do ato de aposentadoria por tempo de serviço. 3. Recurso especial conhecido e não-provido. (REsp 192.531/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17.02.2005, DJ 16.05.2005 p. 275)
Isenção Nesse sentido preceitua o Prof. Almeida Júnior: Deve-se entender, por exemplo, o disposto no art.111 do Código Tributário Nacional, o qual estabelece que se interpretará literalmente a legislação tributária que disponha sobre outorga de isenção. Dele resulta somente uma proibição à analogia, e não uma impossibilidade de interpretação mais ampla
Isenção Nesse sentido preceitua o Prof. Almeida Júnior: Deve-se entender, por exemplo, o disposto no art.111 do Código Tributário Nacional, o qual estabelece que se interpretará literalmente a legislação tributária que disponha sobre outorga de isenção. Dele resulta somente uma proibição à analogia, e não uma impossibilidade de interpretação mais ampla
Isenção Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
Isenção Há hipóteses em quem a lei estabelece a isenção incluindo prazo determinado e condições a serem observadas. Ocorre que tal situação não é regra, podendo a isenção apenas possuir a condição ou o prazo, nascendo assim a diferenciação de isenções onerosas e não onerosas. ISENÇÃO Onerosa Não Onerosa Prazo Condições
Isenção Não Onerosa INCONDICIONAL Não estabelece prazo, Não estabelece condições, ou Não estabelece prazos e condições. Exemplo: Isenção do IPTU para empresas que se estabelecer no município.
Isenção Onerosa PRAZO CERTO + CONDIÇÕES Exemplos: Isenção do IPTU para empresas que contratar X empregados, por X tempo. Isenção de IPVA por 05 anos para quem preencher determinada condição. Sumula 544 STF Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas.
@rlouzadaadv Obrigado!!!!