HÍPIAS MAIOR. Sócrates Hípias. (Ou: Sobre o Belo. Gênero anatréptico) Personagens: St. III. 281 a



Documentos relacionados
EUTÍFRON. Eutífron Sócrates

3 Proposição de fórmula

Instruções para uma impressora conectada localmente no Windows

CASA DE DAVI CD VOLTARÁ PARA REINAR 1. DEUS, TU ÉS MEU DEUS. E B C#m A DEUS, TU ÉS MEU DEUS E SENHOR DA TERRA

Em cada ciclo, o sistema retorna ao estado inicial: U = 0. Então, quantidade de energia W, cedida, por trabalho, à vizinhança, pode ser escrita:

Encontro na casa de Dona Altina

A Você sabe de onde são estas bandeiras?

Instruções para uma impressora conectada localmente no Windows

SISTEMA DE PONTO FLUTUANTE

CONTINUIDADE A idéia de uma Função Contínua

CD RESGATAI A NOIVA - 1. EL SHADAI

1) VAMOS CELEBRAR Autor:Piter di Laura/Maria Eduarda/Carlos Tocco. Intro: E A9 E/G# D9 A/C# E/B A/C# E/G# D9 A9 E A9 E TODOS REUNIDOS NA CASA DE DEUS

A VARIAÇÃO ENTRE PERDA & PERCA: UM CASO DE MUDANÇA LINGUÍSTICA EM CURSO?

NOTA SOBRE INDETERMINAÇÕES

4.1 Método das Aproximações Sucessivas ou Método de Iteração Linear (MIL)

2 Mbps (2.048 kbps) Telepac/Sapo, Clixgest/Novis e TV Cabo; 512 kbps Cabovisão e OniTelecom. 128 kbps Telepac/Sapo, TV Cabo, Cabovisão e OniTelecom.

PSICROMETRIA 1. É a quantificação do vapor d água no ar de um ambiente, aberto ou fechado.

Desse modo, podemos dizer que as forças que atuam sobre a partícula que forma o pêndulo simples são P 1, P 2 e T.

MESTRADO PROFISSIONAL EM ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO

EC1 - LAB - CIRCÚITOS INTEGRADORES E DIFERENCIADORES

6ª LISTA DE EXERCÍCIOS - DINÂMICA

O que são dados categóricos?

DIMENSIONAMENTO DE SEÇÕES RETANGULARES DE CONCRETO ARMADO À FLEXÃO COMPOSTA NORMAL

APONTAMENTOS PRÁTICOS PARA OFICIAIS DE JUSTIÇA

Capítulo 3. Análise de Sinais Dep. Armas e Electronica, Escola Naval V1.1 - Victor Lobo Page 1. Domínio da frequência

CD CORAÇÃO DA NOIVA - 1. O SENHOR É BOM INTR:E D A/C# C7+ B E D A/C# O SENHOR É BOM C7+ B E SEU AMOR DURA PARA SEMPRE ELE É BOM...

Modelo de Oferta e Demanda Agregada (OA-DA)

Coordenadas polares. a = d2 r dt 2. Em coordenadas cartesianas, o vetor posição é simplesmente escrito como

Atitudes Sociolinguísticas em cidades de fronteira: o caso de Bernardo de Irigoyen. Célia Niescoriuk Grad/UEPG. Valeska Gracioso Carlos UEPG.

PSI-2432: Projeto e Implementação de Filtros Digitais Projeto Proposto: Conversor de taxas de amostragem

Leia o texto abaixo, para responder às questões de números 43 a 48.

6. Moeda, Preços e Taxa de Câmbio no Longo Prazo

FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL COMPLEXA

A DERIVADA DE UM INTEGRAL

PROVA DE MATEMÁTICA APLICADA VESTIBULAR FGV CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RESOLUÇÃO: Profa. Maria Antônia C. Gouveia

Emerson Marcos Furtado

QUE ESPANHOL É ESSE? Mariano Jeferson Teixeira (Grad /UEPG) Valeska Gracioso Carlos (UEPG)

CAPÍTULO 4 Exercícios Propostos

Problema do Caixeiro Viajante. Solução força bruta. Problema do Caixeiro Viajante. Projeto e Análise de Algoritmos. Problema do Caixeiro Viajante

Streptococcus mutans, mas podem me

CASA DE DAVI CD TUA MORADA 1. TUA MORADA NÃO DAREI DESCANSO AOS MEUS OLHOS

Cascas, Tensões e Deformações 8.1. Capítulo 8. tem a direcção normal à superfície média no ponto que estamos a considerar, os eixos dos x 2.

Cálculo Diferencial e Integral II

ESCOLA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ECONOMIA TÍTULO NEGOCIAÇÃO COM INFORMAÇÃO DIFERENCIADA EM. ADRs DA AMÉRICA LATINA DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA

Definição de Termos Técnicos

XXIX Olimpíada Brasileira de Matemática GABARITO Segunda Fase

Modelos Determinísticos

Origem dos Jogos Olímpicos

Oscilações amortecidas

A prova tem como referência o Programa de PRÁTICAS DE CONTABILIDADE E GESTÃO do 12º Ano de Escolaridade.

Lei nº 7998/90. Pós MP nº 665/14 Vigência 60 dias após a data da publicação Art. 2ºB Revogado Art. 2ºB Revogado Art. 2ºB Revogado

ORION 6. Segunda Porta USB. Henry Equipamentos Eletrônicos e Sistemas Ltda.

Lista 3 - Resolução. 1. Verifique se os produtos abaixo estão bem definidos e, em caso afirmativo, calcule-os.

Função do 2 o Grau. Uma aplicação f der emr

Datas das próximas viagens da UFMG. Sondagem do solo em Lagedo e Riacho

Capitulo 5 Resolução de Exercícios

A trajetória sob a ação de uma força central inversamente proporcional ao quadrado da distância

01 C À tua presença. C D- À Tua presença venho, SENHOR, C G. Com reverência, pois Tu és Deus; C F E assim poder receber

DICAS PARA CÁLCULOS MAIS RÁPIDOS ARTIGO 03

Grafos. Luís Antunes. Grafos dirigidos. Grafos não dirigidos. Definição: Um grafo em que os ramos não são direccionados.

INSTRUÇÕES. Os formadores deverão reunir pelo menos um dos seguintes requisitos:

Segunda Prova de Física Aluno: Número USP:

CD CIA DE JOÃO BATISTA - 1. PREPARAI O CAMINHO INTR: C9 SOMOS UM POVO CLAMANDO POR JESUS QUE VENHA O SEU REINO SOBRE NÓS

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA INFORMÁTICA E COMPUTAÇÃO EIC0011 MATEMÁTICA DISCRETA

Teoria dos Jogos. Prof. Maurício Bugarin Eco/UnB 2014-I. Aula 10 Teoria dos Jogos Maurício Bugarin. Roteiro

66 (5,99%) 103 (9,35%) Análise Combinatória 35 (3,18%)

[Pequenas interrompem, imperceptível]

O que procuramos está sempre à nossa espera, à porta do acreditar. Não compreendemos muitos aspectos fundamentais do amor.

CTOC - Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas Sistema de Informação do Técnico Oficial de Contas

Módulo II Resistores, Capacitores e Circuitos

DEUS INFINITO Autor: Marília Mello Intro: F C/E B/D Db C F C/E B/D Db C F

Explorar o poder dos homens e das mulheres sobre os recursos

Experiência n 2 1. Levantamento da Curva Característica da Bomba Centrífuga Radial HERO

g) Faça o gráfico da média condicional de X dado Y = y versus y (a curva de regressão).

CD MANIFESTAÇÃO DOS FILHOS DE DEUS VOL.II -1 ABRE OS CÉUS

Que ele é,, com anos de estado civil nacionalidade profissão idade. filho de e de. Que ela é,, com anos de estado civil nacionalidade profissão idade

/ :;7 1 6 < =>6? < 7 A 7 B 5 = CED? = DE:F= 6 < 5 G? DIHJ? KLD M 7FD? :>? A 6? D P

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini - Novembro 2013

Teoria dos Jogos. Prof. Maurício Bugarin Eco/UnB 2015-II. Aula 8 A Teoria dos Jogos Maurício Bugarin. Roteiro

Edital de seleção de candidatos para o Doutorado em Matemática para o Período

Integral Indefinido - Continuação

Lista de Exercícios 9 Grafos

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia

CTOC - Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas Sistema de Informação do Técnico Oficial de Contas

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia

FAQ DEM/ Esta é uma. Estímulo 2012? Assim, não. Fundo. R: 1. Após tenha

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

COLEÇÃO DARLAN MOUTINHO VOL. 01 RESOLUÇÕES

os botões emocionais Rodrigo T. Antonangelo

Cápsulas de propranolol Estudo da competência magistral: análises para avaliação da qualidade

No N r o m r a m s a?

/ d0) e economicamente (descrevendo a cadeia de causação

Datas das próximas viagens da UFMG. Encontro na sede da Associação Comunitária de Lagedo

Desta maneira um relacionamento é mostrado em forma de um diagrama vetorial na Figura 1 (b). Ou poderia ser escrito matematicamente como:

PROF. MATEUS CONRAD BARCELLOS DA COSTA TÉCNICAS DE PROGRAMAÇÃO AVANÇADA. [ Serra, ES ] [ 2008 ]

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO ON LINE RACIOCÍNIO LÓGICO PARA DESESPERADOS PROFESSORES: GUILHERME NEVES E VÍTOR MENEZES. Aula 1 Lógica de argumentação e diagramas lógicos

OAB 1ª FASE RETA FINAL Disciplina: Direito Administrativo MATERIAL DE APOIO

Transcrição:

HÍPIAS MAIOR (Ou: Sor o Blo. Gênro anatréptio) Prsonagns: Sórats Hípias St. III 281 a 282 a I Sórats Oh! O lo sáio Hípias! Há quanto tmpo não vns a Atnas! Hípias É qu não m ão folga, Sórats. Caa vz qu Éli tm alguma qustão para rsolvr om outra ia, sou u smpr o primiro qu la solh omo maixaor, por onsirar-m o mlhor juiz rlator os assuntos atios m toas las. Daí o tr sio nviao a vários lugars, nss arátr, om tanta frqüênia, porém mais amiú m missõs maior rsponsailia à Lamônia. Essa a razão já qu falast nisso não aparr aqui mais vzs. Sórats Isso sim, Hípias, é qu é sr homm vrairamnt sáio prfito! D fato, m partiular, fazs-t pagar m plos moços, om sr maior o nfíio qu lhs prstas o qu as vantagns qu tuo possas aufrir, omo homm púlio és útil à pátria, tal omo v fazr qum não quisr vrs sprzao por sus oniaãos, porém rsr na sua stima. Mas, Hípias, por qu motivo os varõs antigos, tão gran fama pla saoria: um Pítao, um Bias, um Tals Milto os qu vivram até ao tmpo Anaxágoras, snão toos, a gran maioria s astv tomar part nos ngóios púlios? Hípias Qual imaginas, Sórats, qu possa tr sio, snão a inapaia para aarar om a intligênia, a um só tmpo, assuntos partiulars púlios? II Sórats Dssa forma, por Zus, trmos amitir qu, assim omo as outras arts s aprfiçoaram, a ponto fazrm figura fia os artsãos antigos, m omparação om os agora: irmos tamém qu vossa art partiular, a os sofistas, progriu, qu os antigos, m onfronto onvoso, são prinipiants m matéria saoria? Hípias É assim msmo omo issst. Sórats E na hipóts, Hípias, Bias rtornar à via: faria papl riíulo ao vosso lao, omo Déalo assvram os sultors, qu s tornaria alvo haotas s voltass a fariar spéims omo os qu lh assguraram fama? Hípias Exatamnt, Sórats. Porém, a minha part, om rlação aos antigos aos qu nos prram, omço por logiá-los mais o qu aos o nosso tmpo, para pratar-m ontra o iúm os vivos mo a ólra os mortos. 1

283 a Sórats Aho qu fazs muito m, Hípias, m pnsar raioinar ssa manira. Posso ar-t o mu tstmunho qu tns razão, qu, fato, a art vós toos, sofistas, progriu astant no qu iz rspito à apaia oniliar o om smpnho os ngóios púlios om os intrsss partiulars. Górgias, por xmplo, sofista Lontino, qu aqui vio omo maixaor sua pátria, por sr o mais iniao para tratar os intrsss os Lontinnss nas assmléias populars, não só aquiriu fama oraor primoroso omo ganhou muito inhiro m nossa ia, tanto m issrtaçõs partiulars omo m aulas para os moços. O nosso amigo Próio, tamém, aso quiras, qu já aqui stivra várias vzs no arátr maixaor vio rntmnt Cos para tratar assunto púlio, onquistou gran fama om sus isursos, no onslho m auiçõs partiulars, prinipalmnt m aulas para os moços, qu lh granjaram somas faulosas. Dos antigos, plo ontrário, nnhum s atrvu a xigir pagamnto por suas liçõs nm a ostntar onhimntos iant uma multião htrogêna, tão ingênuos ram toos, a ponto ignorarm o valor o inhiro. Aquls ois, no ntanto, isolaamnt, ganharam mais om sua saoria o qu qualqur artífi m sua profissão, o msmo aontno ants ls om Protágoras. III Hípias Como vjo, Sórats, sonhs o lao lo nossa profissão. S sousss quanto inhiro já ganhi, fiarias amirao. Dixano part outras oportunias, uma fita hgui à Siília quano Protágoras lá s nontrava, no aug sua fama já astant ioso. Pois, apsar u sr muito mais moço o qu l, m pouquíssimo tmpo ganhi para mais nto inqünta minas, sno qu mais vint num únio lugarjo, Ínios. D volta para asa, ntrgui tuo a mu pai, qu fiou spantao maravilhao om aquilo, l mus oniaãos. Crio qu sozinho já ganhi mais o qu ois outros sofistas juntos, à tua solha. Sórats É amirávl o qu m ontas, Hípias, a mlhor prova qu tua saoria a os homns o nosso tmpo ultrapassa a os antigos. Plo qu aaas izr, os ontmporânos Anaxágoras ram uns ignorantõs. Com Anaxágoras, izm, aontu justamnt o ontrário: havno hrao gran fortuna, por ngligênia vio a prr tuo, tal foi a manira stulta omo passou a via a filosofar. Coisas o msmo tor ontam-s outros antigos. O qu m izs s m afigura uma la prova a suprioria o sar os homns hoj m rlação ao os antigos, sno qu muita gnt é opinião qu o sáio, ants mais naa, v sr sáio para si msmo, o qu s omprova om a apaia ganhar muito inhiro. IV Mas, sor isso é o astant. Agora iz-m uma oisa: as ias a qu ostumas ir, qual t foi mais rnosa? Provavlmnt, Lamônia, aon vais om mais frqüênia. 2

284 a Hípias Não, Sórats; por Zus! Sórats Qu m izs? Foi on ganhast mnos? Hípias Nuna tiri lá um só vintém. Sórats É asuro, Hípias, spantar o qu rfrs. Mas, iz-m uma oisa: tua iênia não tm o por fazr progrir m virtu as pssoas qu a pratiam stuam? Hípias E muito, Sórats. Sórats Então, é apaz ixar mlhors os filhos os iaãos Ínios não porás fazr o msmo om os Espartanos? Hípias D forma alguma. Sórats Sm úvia, porqu os Siilianos s sforçam para fiar mlhors, o qu não s á om os Espartanos. Hípias Não, Sórats; os Espartanos tamém s sforçam. Sórats Nss aso, srá por falta inhiro qu vitaram tua ompanhia? Hípias Tamém não, pois são muito rios. Sórats Por qu motivo, ntão, não arno ls nm vonta nm mios, stano tu m oniçõs prstar-lhs ótimo srviço, não t spiram arrgao inhiro? Sarão os Lamônios, porvntura, uar os filhos mlhor o qu tu? Srá ssa a xpliação, a qu arás o tu assntimnto? Hípias D forma alguma. Sórats Assim sno, é qu na Lamônia não fost apaz onvnr os moços qu om o tu onvívio ls avançariam mais no aminho a virtu o qu na ompanhia os pais. Ou foi a sts qu não pust onvnr a vantagm t onfiarm os filhos, m vz uiarm ls msmos sua uação? Pois não irmos atriuir-lhs o propósito não qurrm qu os filhos s tornassm tão prfitos quanto possívl. Hípias Não rio, tamém, qu tivssm ss propósito. Sórats No ntanto, a Lamônia sfruta oa lgislação. Hípias Sm úvia. Sórats E nas ias oas lis a virtu é tia m alta onta. Hípias Muito. Sórats Sno qu tu és qum mlhor sa omuniála aos outros. Hípias Muito mlhor, Sórats. V Sórats E o inivíuo mais apaz nsinar a art a quitação, não sria muito mais onsirao na Tssália o qu m qualqur outro lugar a Héla, não ganharia mais inhiro lá, ou on qur qu haja algum intrss por ssa art? Hípias É possívl qu sim. 3

Sórats E qum foss apaz transmitir a outrm os altos onhimntos a virtu, não sria muito mais aatao na Lamônia nm ganharia o inhiro qu quisss, tanto lá omo m qualqur outra ia hlênia m govrnaa? Ou srás parr, amigo, qu na Siília ou m Ínios l ganharia mais? Trmos aritar, Hípias, m smlhant oisa? Aritari, s assim o ornars. Hípias É qu os Lamônios, Sórats, não ostumam toar nas lis nm uar os filhos ontra as normas stalias. Sórats Qu m izs? Não têm por háito os Lamônios agir om arto, porém, rrar? Hípias Não afirmaria smlhant oisa, Sórats. Sórats E não proriam m, s ssm aos filhos uma oa uação, m vz uá-los mal? Hípias Sm úvia; porém ntr ls a li não prmit ar aos filhos uação strangira. A não sr isso, fia sano qu, s m qualqur tmpo houvss qum ntr ls ganhass alguma oisa om aulas, u prria mais inhiro o qu ninguém, pois gostam ouvir-m não m rgatiam aplausos. Mas, omo iss, a li não o prmit. Sórats E a li, Hípias, no tu moo pnsar, é prjuiial ou útil à ia? Hípias É instituía, sguno rio, om vistas à utilia; mas, algumas vzs, po prjuiar, quano mal fita. Sórats Como! Os qu fazm as lis não traalham om a rtza promovr o maior m a ia? E srá possívl vivr sm oas lis? Hípias É omo izs. Sórats Sno assim, quano s nganam a rspito o m as pssoas qu s propõm fazr lis, nganam-s no msmo passo om rlação à li ao qu é lgal, não t par? Hípias A rigor, Sórats, é assim msmo; porém os homns não ostumam xprssar-s ssa manira. Sórats Qu homns, Hípias? Os instruíos ou os ignorants? Hípias A maioria. Sórats E os onhors a vra, onstitum a maioria? Hípias Não, vintmnt. Sórats Porém os qu a onhm, onsiram qu, para toos os homns, o útil é vrairamnt mais lgal o qu o inútil. Ou não amits ss ponto? Hípias Amito no qu rspita a sr vrairamnt mais lgal. Sórats E não s passam as oisas onform pnsam os ntnios? Hípias Prfitamnt. VI Sórats Plo qu izs, sria mais vantajoso para 4

285 a 286 a os Lamônios srm uaos plo tu métoo, mora strangiro, o qu plo naional. Hípias E nisso stou muito rto. Sórats Como tamém issst, Hípias, qu o mais ú- til é o mais lgal. Hípias Diss. Sórats Assim, aoro om tua afirmativa, fiaria mais lgal srm uaos por Hípias os filhos os Lamônios, ontrário às lis o srm plos pais, no aso, m ntnio, virm a lurar ontigo. Hípias Como, fato, lurariam, Sórats. Sórats Sno assim, os Lamônios agm ilgalmnt por não t arm inhiro nm t onfiarm os filhos. Hípias D aoro; tnho a imprssão qu falas a mu favor, não m fiano m ontraizr-t. Sórats E assim, mu aro, sorimos qu os Lamônios som às lis, logo num assunto tamanha gravia, ls qu passam por sr os qu mais przam as lis. Assim, ls t aplaum, Hípias, folgam ouvir-t... Plos uss! a rspito quê? Evintmnt, o qu tu mais ntns: os astros o qu s passa no éu. Hípias D forma alguma; é assunto qu não tolram. Sórats Então, gostam ouvir-t isorrr sor gomtria? Hípias Naa isso, pois muitos ls, por assim izr, nm sam ontar. Sórats Nss aso, não apriarão tuas xplanaçõs a rspito o álulo. Hípias Nm um pouo, por Zus. Sórats Então, srá o qu sas finir omo ninguém: o valor as ltras as sílaas, o ritmo a harmonia o príoo. Hípias Qu ltras, amigo, qu harmonias? Sórats Qu é, ntão, qu ls gostam ouvir m qu não t rgatiam aplausos? Diz-m o qu sja, porqu não onsigo aivinhar. Hípias O qu lhs igo, Sórats, a rspito a gração os homns os hróis, a funação olônias ou omo antigamnt s formavam as ias, tuo o qu, moo gral, s rlaiona om a Antiguia, razão por qu fui origao a rorar stuar toas ssas qustõs. Sórats Por Zus, Hípias; tivst muita sort, por não gostarm os Lamônios ouvir alguém a rlação omplta os nossos aronts, s o tmpo Sólon. Do ontrário, tr-t-ia ustao muito traalho orar tantos noms. Hípias Por qu, Sórats? Basta-m ouvir uma só vz inqünta noms sguios, para rtê-los. VII Sórats É vra. Esqui-m qu onhs a mnmônia. Comprno qu os Lamônios gostm 5

287 a ouvir-t, pois não há o qu não saias; valm-s ti omo fazm as rianças om as vlhas, para qu lhs ontm histórias intrssants. Hípias É isso msmo, Sórats, por Zus. Aina rntmnt, fali-lhs om gran êxito a rspito as las oupaçõs a qu os moços vm apliar-s, ara o qu srvi um isurso amirávl so muitos asptos, mas, prinipalmnt, pla solha os voáulos. O tma gral o omço o isurso é mais ou mnos o sguint: Dpois a tomaa Tróia, onta-s na minha história qu Noptólmo prguntou a Nstor quais sriam as oupaçõs mais iniaas para o jovm qu almjass alançar fama. A sguir, Nstor rsponno lh á as mais variaas artaas iniaçõs. Foi ssa oração qu lhs aprsnti qu prtno rptir aqui pois amanhã na sola Fióstrato, além muitas outras omposiçõs ignas s ouvir. Fui onviao por Êuio, filho Apmanto. Vê s ompars tamém, lv outras pssoas apazs julgar o qu ouvm. VIII Sórats Fari assim msmo, Hípias, s Dus quisr. Porém agora rspon a uma prguntinha sor isso msmo, qu m oa hora m fizst lmrar. Rntmnt, mu aro, alguém m pôs m gran apuro, numa isussão m qu u rjitava trminaas oisas omo fias logiava outras por srm las, havno m prguntao m tom sarástio o intrloutor: Qual é o ritério, Sórats, para ronhrs o qu é lo o qu é fio? Vjamos, porás izr-m o qu sja o lo? Com a ignorânia qu m é própria, fiqui atrapalhao não pu nontrar rsposta satisfatória. Ao rtirar-m a runião, snti-m irritao formuli nsuras ontra mim msmo, tno firmao propósito, na primira oportunia, quano nontrass um os vossos sáios, ouvi-lo instruir-m, pois m stuao o assunto, voltar a prourar o mu intrloutor para riniiarmos nosso at. E is qu hgast na hora rta, omo já iss. Explia-m om prisão o qu é o lo sforça-t por ar-m rsposta tão xata quanto possívl, para qu u não m ura riíulo om outra rrota. É fora úvia qu onhs isso muito m, matéria, aliás, pquna rlvânia ntr os inúmros onhimntos qu ispõs. Hípias Sim, muito pquna, Sórats, por Zus, arnt valor, por assim izr. Sórats Tanto mais failmnt apanhari o assunto, sm qu aqui por iant alguém possa ontraizr-m. Hípias Ninguém o fará; ou tria sr vulgar arnt valor a minha profissão. Sórats Por Hra! Blas palavras, Hípias, no aso virmos a vnr o homm. Crio qu não havrá inonvnint m imitá-lo, para, om tuas rspostas, prparar minha argumntação, assim, xritar-m ontigo o mlhor moo possívl. Tnho alguma prátia formular ojçõs. S não t fizr if- 6

288 a rnça, u msmo as aprsntari, para fiar mais firm na matéria. Hípias Pos formulá-las. Como já iss, a qustão é muito simpls; vou ixar-t m oniçõs rsponr a prguntas muito mais ifíis, forma qu ninguém t possa ontraizr. IX Sórats Oh! isso é qu é falar m! Então, prinipimos. Já qu o manas, vou oloar-m no lugar o outro, o mlhor jito qu pur, prourar intrrogar-t. S lh rptisss aqul isurso a qu t rfrist há pouo, a rspito as las oupaçõs, logo qu aaasss falar, ants mais naa, omo é su ostum, l t intrrogaria sor o lo, mais ou mnos nsts trmos: Forastiro Éli, não é pla justiça qu os justos são justos? Rspon, Hípias, omo s foss l qu t intrrogass. Hípias Diria qu é pla justiça. Sórats Então, a justiça é algo ral? Hípias Prfitamnt. Sórats Assim, pla saoria é qu os sáios são sáios, omo é tamém plo m qu toos os ns são ns. Hípias Como não? Sórats Logo, toas ssas oisas são rais, sm qu possam asolutamnt ixar sê-lo. Hípias São rais, sm úvia. Sórats E as oisas las, não o são apnas por fito a lza? Hípias Sim, a lza. Sórats Blza ssa qu tamém xist? Hípias Sm úvia. Mas, afinal, qu é o qu l qur? Sórats Então, xplia-m, forastiro, voltaria a falar: qu é ss lo? Hípias Como assim, Sórats? O autor ssa prgunta sja sar o qu é lo? Sórats Pnso qu não, Hípias; porém o qu sja o lo. Hípias E m qu onsist a ifrnça? Sórats Ahas qu não há ifrnça? Hípias Nnhuma. Sórats É rtza sars mlhor. Mas prsta atnção, amigo. El não t prguntou o qu é lo, porém o qu é o lo. Hípias Comprno, om homm, vou rsponr a l o qu sja o lo, forma qu não possa rfutar-m. Fia, ntão, sano, Sórats, para izr-t toa a vra, qu o lo é uma la jovm. Sórats Ótimo, Hípias, plo ão! Rsponst amiravlmnt. Sno assim, no aso u lh falar ssa manira, tri ao rsposta rta à prgunta aprsntaa, sm qu ninguém m possa ontraitar? Hípias Como poriam ontraitar-t, Sórats, s não 7

há qum não pns ss moo toos os qu t ouvirm onfirmarão qu a rsposta stá rta? Sórats Pois qu sja. Mas prmit, Hípias, qu ham a mim o qu aaas izr. Mu intrloutor argumntaria mais ou mnos nsts trmos: Vamos, Sórats, rspon-m: S xist o lo m si, toas as oisas qu nominas las srão las por ss fato? Eu, mu lao, iria qu uma la jovm é la por fito o qu ixa las toas as oisas. Hípias E aritas msmo qu l s atrvria a ngar qu o lo não é o qu issst, ou qu não airia no riíulo s tntass fazê-lo? Sórats Tnho rtza, mu aro, qu o tntaria. S om isso vir a air no riíulo, os fatos o provarão. Porém vou mostrar-t omo l argumnta. Hípias Pos falar. X Sórats Como és nantaor, Sórats, m iria; uma la égua, não srá la tamém, visto o próprio Dus a tr logiao no oráulo? Qu lh rsponríamos, Hípias? Pormos ixar izr qu uma la égua não é la? Como nos atravríamos a ngar qu o qu é lo não é lo? Hípias Tns razão, Sórats; stá muito rta a ivina m falar ssa manira. Entr nós tamém há éguas amirávis. Sórats Muito m, rsponria. E uma lira la, não é la? Afirmá-lo-mos, Hípias? Hípias Sm úvia. Sórats Nst passo tnho quas rtza, pois o onhço muito m l prguntará: E uma onita panla, mu aro, tamém não srá la? Hípias Mas, Sórats, qum é ss homm? Como trá sr ignorant, para atrvr-s a mprgar noms tão vulgars m assunto tamanha importânia? Sórats É assim msmo, Hípias: sm polimnto nnhum, grossirão só proupao om a vra. D qualqur forma, trmos ar-lh alguma rsposta. Proponho a sguint: na hipóts sr fariaa a panla por um om oliro, m polia rona, ozia no ponto rto, omo são as panlas uas asas a apaia sis ôngios, tão onitas toas las: no aso rfrir-s a uma panla ss tipo, tríamos onorar qu é la, pois omo poríamos afirmar qu o qu é lo não é lo? Hípias Não fora possívl, Sórats. Sórats Então, l irá qu uma onita panla tamém é la? Rspon. Hípias O qu u aho, Sórats, é o sguint: qualqur utnsílio ss tipo trá sr onsirao lo quano for m traalhao; mas toos ls não mrm sr postos m trmos omparação om um lo avalo, uma la onzla toas as outras oisas vrairamnt las. 8

289 a Sórats Sja. Agora omprno, Hípias, o qu vmos rsponr ao nosso intrplant: Então não sas, homm, omo é vrairo aqul ito Hrálito, qu o mais lo símio é fio m omparação om o gênro humano? Assim, tamém, a mais onita panla é fia m onfronto om uma la virgm, no izr Hípias, o sáio Não é isso msmo, Hípias? Hípias Prfitamnt, Sórats; rsponst om muita propria. 290 a XI Sórats Agora suta, pois tnho rtza qu, pois isso, l prguntaria: E a raça as virgns, omparaa om a os uss, não stará nas msmas oniçõs as panlas m onfronto om as virgns? A mais la virgm não parrá fia? E ss Hrálito, mnionao por ti, não iss a msma oisa: qu o mais sáio os homns, m onfronto om um us, não passa um maao, m saoria, lza m tuo o mais? Não onorarmos, Hípias, qu a mais la virgm é fia, omparaa om a raça os uss? Hípias Qum poria sustntar o ontrário, Sórats? Sórats S lh onrmos ss ponto, l há rir muito nos irá: Lmras-t, Sórats, o qu t foi prguntao? Sm úvia, lh iria: o qu vinha a sr o lo m si. E sno prguntao, ontinuara, a rspito o lo, sais-m om um xmplo qu, sguno tu msmo onfssas, é tão lo omo fio. Ralmnt, lh iria. E agora, amigo, qu m aonslhas a rsponr-lh? Hípias Isso msmo, é o qu u pnso: s l afirmar qu, m omparação om os uss, a raça os homns não é la, só irá a vra. Sórats Mas, nssa altura, l osrvaria: S u t houvss prguntao iníio o qu é ao msmo tmpo lo fio, tivsss rsponio omo agora, staria rta a rsposta. Mas o lo m si, qu orna toas as oisas as faz parr las, quano lhs omunia su próprio onito: aina és opinião qu sja uma virgm, ou um avalo, ou uma lira? Hípias Ora, Sórats, s é isso qu l proura, é muito fáil mostrar-lh o qu sja o lo qu aorna toas as oisas as faz parr las quano s lhs agrga. Ess sujito é mais o qu inpto, naa ntn as oisas las. S lh rsponsss: O lo, a rspito o qual m intrrogas, não é snão o ouro, l fiaria onfuso não prsistiria m ontstar-t. Toos nós samos qu o ojto a qu arsntarmos ouro, por mais fio qu foss ants, fia onito om ss ornato... Sórats É qu não sas, Hípias, omo o nosso homm é timoso ifíil aitar alguma oisa. Hípias Como assim, Sórats? S o qu s fala é rto, trá aitar. Caso ontrário, airá no riíulo. XII Sórats Tnho rtza, amigo, qu não somnt l rjitará ssa rsposta, omo aina zomará mim 9

291 a m irá: Quanta guira! Então, és parr qu Fíias sja mau sultor? Ao qu lh rsponria: D forma alguma. Hípias Fora muito rta ssa rsposta, Sórats. Sórats Sm úvia. Mas, pois u havr amitio qu Fíias é um gran artista, l voltaria a prguntar: E aritas qu Fíias não onhss o lo a qu t rfrs? Ao qu u iria: Como assim? Por não havr fito ouro, ontinuara, nm os olhos Atna, nm o rsto o rosto, os pés as mãos, para ixá-los mais los om ss ouro, porém marfim. É vint qu l rrou por ignorânia, pois não saia qu tuo o qu lva ouro fia mais lo. Diant ssa prgunta, Hípias, qu lh rsponríamos? Hípias Não é ifíil. Dir-lh-íamos qu Fíias artou, pois o marfim, sguno pnso, tamém é lo. Sórats Por qu motivo, ntão, voltaria a prguntar, não fz marfim a part miana os olhos, porém pra, solhu para isso, aliás, uma pra muito paria om o marfim? Uma la pra não srá la? Amitirmos isso, Hípias? Hípias Amitirmos, s qu haja iniação para o su mprgo. Sórats E quano não houvr iniação, srá fia? Conorarmos, ou não? Hípias Sim, não havno iniação, é fia. Sórats Sno assim, varão sáio, voltaria a falar, o marfim o ouro ixam las as oisas, smpr qu houvr iniação, omo as ixam fias no aso ontrário. Ngarmos ou afirmarmos qu l tm razão? Hípias Afirmarmos qu o qu onvêm a aa oisa é o qu as ixa las. Sórats Então, prguntará: Qu onvém mais à panla a qu há pouo nos rfrimos, a onita, hia ons lgums: uma olhr ouro ou uma pau figuira? XIII Hípias Por Hérals! Qu homm, Sórats! Não qurrás izr-m qum é l? Sórats Não o onhs, aina msmo qu t issss omo s hama. Hípias Porém uma oisa u si: qu é um tipo ignorant. Sórats É um sujito trrívl, Hípias. Mas, qualqur forma, qu lh rsponrmos? Qual as uas olhrs é a mais iniaa para o lgum a marmita? Talvz a pau figuira? Dixa os lgums om mais aroma; sm falarmos, ompanhiro, qu não há prigo qurar a panla nm rramar o alo privar um prato aptitoso os qu já s ispunham a saorá-lo. Com a ouro tuo isso poria aontr. A mu vr, vmos onluir qu a olhr pau é mais iniaa o qu a ouro, a mnos qu pnss outra forma. Hípias Sm úvia, é mais iniaa, Sórats; porém u não onvrsaria om um inivíuo qu aprsntass prgun- 10

292 a tas ss tipo. Sórats E om toa a razão, amigo; nm fia m proupar-s om palavras tão vulgars um inivíuo omo tu, vsts tão onitas om sss alçaos, tão onhio m toa a Héla por sua saoria. Porém naa m imp oupar-m om um tipo tal spéi. Por isso, ontinua a instruirm rspon por amor mim. S a olhr pau figuira, irá a outra pssoa, onvém mais o qu a ouro, nssariamnt trá sr mais la, pois tu msmo ronhst, Sórats, qu o mais onvnint é smpr mais lo. Trmos, ntão, Hípias, amitir qu a olhr pau é mais onita o qu a ouro? Hípias Qurs, Sórats, qu t aprsnt uma finição o lo qu t livr tanta importunação? Sórats Como não? Porém só pois m izrs o qu vo rsponr a rspito as uas olhrs a qu m rfri há pouo: qual las é a mais onita onvnint? Hípias S quisrs, rspon qu é a pau. Sórats Agora pos falar o qu prtnias izr. Por ssa rsposta, s u issr qu o lo é o ouro, não havrá jito provarmos qu o ouro é mais lo o qu o pau figuira. E agora, qual é a outra finição o lo? Hípias Vou izr-t. S não stou nganao, o qu prouras é um lo qu nuna, nnhum jito, possa parr fio a ninguém. Sórats Exatamnt, Hípias; sta vz apanhast muito m o qu u quria signifiar. Hípias Então, suta; s, pois isso, alguém aina t fizr alguma ojção, onfssari qu não ntno naa naa. Sórats Pois iz logo, plos uss! Hípias Diri, ntão, qu smpr m toa a part, para qualqur pssoa, o qu há mais lo é sr rio, gozar saú, sr honrao plos Hlnos, hgar à vlhi, assim omo spultou onignamnt os pais, sr spultao plos filhos, por manira la suntuosa. XIV Sórats Oh, oh! Hípias! Isso é qu é linguagm amirávl, sulim vrairamnt igna ti. Por Hra, sout muito ronhio por t mostrars tão onoso omigo isposto a ajuar-m, na mia tuas forças. Porém aina não pgamos o homm; l vai zomar nós a valr, pos tr rtza isso. Hípias Zomaria mau gosto, Sórats. S não tivr o qu ojtar-nos rir nós, l msmo é qu stará rino, omo s tornará, tamém, alvo zomaria os qu o ouvirm. Sórats É possívl qu sja assim msmo; mas é possívl, tamém, onform prssuponho, qu ssa rsposta não m nsj apnas zomaria. Hípias Como assim? Sórats O qu igo é qu s l stivr armao 11

astão u não m pusr fora o su alan, tntará apliar-m uma oa tuna. Hípias Como! O homm é tu snhor? S pross ssa forma, não s vria a raços om a justiça nm rria punição? Não há justiça m vossa ia, para ixar qu os iaãos s agriam riproamnt sm motivo algum? Sórats Há; jito nnhum prmitm smlhant oisa. Hípias Então, l srá punio, no aso atr-t injustamnt. Sórats Não, Hípias; om smlhant rsposta não sria injustamnt, mas om toa a justiça, sguno m par. Hípias A mim, tamém, Sórats, uma vz qu pnsas ss moo. Sórats Qurs qu t lar por qu aho qu m atria om razão, s u lh ss aqula rsposta? Não irás tamém agrir-m sm m ouvir? Ou prmitirás qu fal? Hípias Fora asuro, Sórats, não prmitir. Mas, qu porás argumntar? XV Sórats Vou izr-t, rorrno ao msmo prosso qu m vali há pouo, quano imiti ssa pssoa, para não irigir-t xprssõs uras sagraávis, omo l rtamnt proria. Pois fia sano qu l s xprssaria a sguint manira: Sórats, m iria, ahas qu rst injustamnt ssas paulaas, pois havrs antao um itiramo tão omprio safinao qu tanto s afasta a qustão? Como assim? lh prguntara. Como? Voltaria l a falar; já t squst qu t intrrogui a rspito o lo m si, qu onfr lza a toas as oisas a qu s agrga, ou sja pra ou maira, homm ou us, qualqur ação ou onhimnto? Isso, homm, o qu sja o lo m si, é o qu u prgunto; porém não onsigo fazr-m omprnr; é omo s falass a uma pra, uma pra moinho, sm ouvios nm érro. Fiarias aorrio, Hípias, s, tomao pavor, lh rsponss nos sguints trmos: Mas foi Hípias qum finiu o lo ssa manira, apsar lh tr u intrrogao xatamnt omo fizst omigo, sor o qu sja o lo, smpr para toa a gnt. Qu m izs? Não t zangarás omigo, s lh r ssa rsposta? Hípias Si om toa a sgurança, Sórats, qu o qu u iss é lo para too o muno qu smpr srá assim msmo. Sórats Smpr? há insistir; o lo smpr trá sr lo. Hípias Sm úvia. Sórats Como smpr o foi, insistirá. Hípias Smpr. Sórats E tamém para Aquils, ontinuaria, iss o forastiro Éli qu sria lo sr spultao pois sus 12

293 a antpassaos, o qu srá válio, outrossim, para su avô Êao, toos quantos snram os uss, para os próprios uss? XVI Hípias Isso tamém? El qu aix para os mortos! Ess sujito, Sórats, é lasfmo até nas prguntas. Sórats Mas não sria igualmnt lasfmo rsponr afirmativamnt a qum aprsntass ssa qustão? Hípias Talvz. Sórats Talvz tu msmo, l iria, t nontrs nss aso, quano afirmas qu é smpr lo para toa a gnt sr spultao plos filhos spultar os pais. Ou não staria Hérals inluío nss númro, toos aquls a qum há pouo nos rfrimos? Hípias Porém u não m rfri aos uss. Sórats Nm aos hróis, ao qu par. Hípias Tamém não; nm ao mnos aos qu foram filhos os uss. Sórats Só aos qu o não foram? Hípias Prfitamnt. Sórats Sno assim, aoro om o qu voltas a a- firmar, é vrgonhoso, ímpio fio para hróis o tipo Tântalo, Dárano Zto, porém é lo para Pélop toos os origm smlhant. Hípias É o qu m par. Sórats Pnsas agora, iria l, o ontrário o qu larast há pouo: qu spultar os pais sr spultao plos filhos, por vzs é vrgonhoso para algumas pssoas. Mais, aina, quro rr: é impossívl qu isso tnha sio ou sja lo para alguém, passano-s om ss xmplo o qu s osrvou om o aso a virgm a panla, apnas om maior os riíulo, a sar: sr lo para alguns fio para outros. Nm hoj, Sórats, por onsguint, onluiria, stás m oniçõs rsponr à prgunta sor o qu sja o lo. Srão ss tor, aproximaamnt, as nsuras qu m fará, om razão, s lh rsponr onform iss. XVII Mais ou mnos ss moo, Hípias, é qu, na maioria as vzs, l onvrsa omigo. Porém long m long omo qu s ompa minha inxpriênia ignorânia muito próprias, sugrino l msmo a rsposta, om prguntar s o lo não m par sr isto ou aquilo, fazno o msmo om o qu onstitui o ojto nossa invstigação a rspito o qu stjamos onvrsano. Hípias Qu qurs izr om isso, Sórats? Sórats Vou xpliar-t. Ó m-avnturao Sórats, irá l; pára om isso ixa rsponr-m ssa manira. Tuas rspostas são por mais simplórias muito fáis rfutar. É prfrívl onsirars s não t par qu o lo sja aquilo qu tratamos há pouo m nossas rspostas, quano 13

294 a afirmamos qu o ouro é lo on for onvnint, fio on o não for, assim om tuo o mais a qu l s juntar. Invstiga isso, prisamnt: a onvniênia m si msma sua naturza, para vr s, porvntura, não é isso o lo. Nssas oniçõs, ontinuo smpr a onorar om l, por não sar o qu izr. E tu, não ahas qu o lo é o qu onvém? Hípias É xatamnt o qu u pnso, Sórats. Sórats Examinmos, pois, a qustão, para não nos ixarmos nganar. Hípias Sim, xaminmo-la. Sórats É o sguint: irmos qu o onvnint é o qu faz parr los os ojtos a qu s junta, ou o qu os ixa ralmnt los, ou não srá nm uma oisa nm outra? Hípias Minha opinião... Sórats Qual é? Hípias É o qu faz parr lo. Sria o aso alguém, mora riíulo, qu usass manto ou alçaos aquaos: parria lo. Sórats S a onvniênia faz as oisas parrm mais las o qu são na ralia, não passa uma urla om rlação à lza, não o qu prouramos, Hípias. O qu prouramos é o por mio o qu são las toas as oisas las, tal omo por rta suprioria são grans as oisas grans; isto é, o qu as ixa grans, aina qu o não parçam; uma vz qu umas ultrapassm outras, srão nssariamnt grans. O msmo prisamos izr o lo, qu ixará las toas as oisas a qu s agrgu, qur o parçam qur não, sja o qu for. O onvnint é qu não porá sr, pois, onform issst, faz as oisas parrm mais las o qu são, sm ixar qu aparçam omo são na ralia. O qu ixa as oisas las, omo aai izr, qur assim parçam qur não parçam, sformo-nos por srvr o qu sja. É o qu trmos prourar, s quisrmos nontrar o lo. Hípias Mas o onvnint, Sórats, on qur qu s nontr, tanto ixa lo omo faz parr lo. Sórats Então, não é possívl qu o qu é ralmnt lo não parça tal, s tivr onsigo o qu faz parr lo? Hípias É impossívl. XVIII Sórats Amitirmos, portanto, Hípias, qu tuo o qu é ralmnt lo, instituiçõs ou prátias, é smpr onsirao lo, omo tal, par a too o muno? Ou, plo ontrário, srá too sonhio, não havno omo l o qu provoqu tantas isórias lutas, assim na via partiular os homns omo na púlia as ias? Hípias Esta sguna hipóts, Sórats, prfrênia: é sonhio. Sórats Porém tal não aontra, no aso s lh arsntar a aparênia, o qu s aria s a onvniênia foss o lo, não somnt ixass las as oisas omo as fizss 14

295 a parr, ralmnt, las. Don s olh, qu s o onvnint é o qu ralmnt á lza às oisas, trá sr o lo qu prouramos, não pono sr, no ntanto, o qu faz as oisas parrm las. Por outro lao, s for o qu as faz parr las, não porá sr o lo qu prouramos, pois st mprsta lza às oisas. Amos, porém, omuniar ao msmo tmpo às oisas a aparênia a ralia a lza ou o qu qur qu sja, é o qu não porá sr prouzio pla msma ausa. Trmos, portanto, solhr na prsnt altrnativa, om rlação ao qu sja onvnint: é o qu faz as oisas parrm las ou o qu as ixa las vra? Hípias A mu parr, Sórats, é o qu as faz parr las. Sórats Baau! Tornou a sapar-nos, Hípias, o onhimnto o qu sja o lo, uma vz qu o onvnint s nos rvlou ifrnt o lo. Hípias É muito rto, Sórats, por Zus, isso m ixa xtrmamnt onfuso. Sórats D qualqur forma, ompanhiro, não prmitirmos qu nos fuja; aina rmans a sprança hgarmos a sorir o qu sja o lo. Hípias Sm úvia, Sórats; não srá ifíil. Tnho rtza qu, s m rolhr algum tmpo para rfltir, aprsntar-t-i uma finição mais xata o qu toa xatião. XIX Sórats Não promtas muita oisa, Hípias; m vês quanto traalho ss assunto já nos u; não vá aorrr-s onoso fugir para mais long. Mas stou falano à toa; pois si muito m qu o nontrarás om failia quano fiars só. Mas, plos uss, sor-o na minha prsnça, ou, no aso stars aoro, assoia-m a ssa psquisa, omo fizst até agora. S o nontrarmos, srá ótimo; aso ontrário, rsignar-m-i om minha sort,, uma vz posto lao, failmnt o nontrarás. Além o mais, vino nós a nontrá-lo, não ontinuari a inomoar-t om minhas prguntas a rspito o qu ahast sozinho. Consira agora o sguint; qum sa s és parr qu o lo sja isso. O qu u igo porém prsta toa a atnção, para qu u não m saia om algum isparat é qu vmos onsirar lo o qu é útil. Chgui a ssa onlusão plas sguints onsiraçõs: não são los os olhos é o qu afirmamos qu parm inapazs vr, porém os aptos mprgaos para ss fim; não é isso msmo? Hípias Prfitamnt. Sórats Com rlação a too o orpo, tamém, não izmos qu st é lo para orrr aqul para lutar, igual moo promos om os animais, pois amos o nom lo ao avalo, ao galo, à oorniz, omo a toos os vasos víulos, ou trrstrs ou marítimos, a navios mrants trirrms, m omo a toos os instrumntos, ou sjam músia ou as mais arts, aso quiras, tamém, às oupaçõs instituiçõs: a 15

296 a toos amos o nom lo, aoro om o msmo prinípio, onsirano omo aa um s originou ou foi fito ou omo s nontra; o qu é útil nominamos lo, onsirano o moo por qu é útil, para qu quano po sr útil, m assim omo fio tuo o qu for inútil so toos sss asptos. Não pnsas tamém ssa manira, Hípias? Hípias Pnso. Sórats Pomos afirmar qu o útil é o lo por xlênia? Hípias Crtamnt pomos fazê-lo, ó Sórats. XX Sórats E tamém: o qu é apaz fazr alguma oisa é útil para o qu l é apaz fazr, omo srá inútil para o qu for inapaz. Hípias Prfitamnt. Sórats A apaia, por onsguint, é la, a inapaia, fia. Hípias Sm úvia nnhuma; qu, fato, as oisas s passam ss moo, Sórats, tmos tstmunho loqünt na polítia, pois naa há mais lo o qu a apaia manar m sua própria ia, omo é fio não tr nnhuma autoria. Sórats Dizs m. Talvz sja ssa a razão, Hípias, plos uss, a razão sr a saoria o qu há mais lo, a ignorânia o qu há mais fio? Hípias Qu qurs izr om isso, Sórats? Sórats Não t mxas, aro amigo, pois tnho outra vz mo o qu aaamos afirmar. Hípias Por qu tr mo, Sórats? Tu argumnto marha agora amiravlmnt. Sórats Qum m ra qu assim foss! Porém xamina omigo o sguint: porá alguém fazr o qu não sa ou o qu é asolutamnt inapaz? Hípias D forma alguma; omo o poria, s lh falta apaia? Sórats Os qu omtm rros involuntariamnt prom mal ou fazm mal alguma oisa, não é vra qu jamais o triam fito s arssm apaia? Hípias Evintmnt. Sórats Pois é a apaia qu ixa apazs os apazs; não há sr a inapaia. Hípias Não, ralmnt. Sórats Logo, toas as pssoas apazs para alguma oisa são apazs fazr o qu fazm. Hípias Crto. Sórats Porém, s pqunos, os homns fazm muito mais o mal o qu o m, omtm faltas involuntariamnt. Hípias Isso msmo. Sórats E ntão? Essa apaia ssas oisas útis, uma vz qu sjam útis para fazrm o mal, irmos qu são 16

297 a las, ou starão long isso? Hípias Muito long, Sórats, é o qu u pnso. Sórats Nss aso, Hípias, ao qu par, para nós a apaia a utilia não são o lo. Hípias Sim, Sórats, smpr qu a apaia ralizar o m for útil. XXI Sórats Foi-s, ntão, nossa onlusão qu a apaia a utilia sjam simplsmnt o lo. Mas o qu nossa alma quria izr, Hípias, não é qu a utilia a apaia, smpr qu apliaas m algo om, onstitum o lo? Hípias Aho qu sim. Sórats Mas isso é o vantajoso, não é vra? Hípias Prfitamnt. Sórats Sno assim, os los orpos as las instituiçõs, a saoria tuo o mais a qu nos rfrimos há pouo, são los por srm vantajosos. Hípias É vint. Sórats O vantajoso, portanto, s nos rvlou omo sno o lo, Hípias. Hípias Sm úvia, Sórats. Sórats Mas o vantajoso é o qu prouz o m. Hípias Crto. Sórats Ora, prouzir alguma oisa é sr ausa ssa oisa, não t par? Hípias Sm úvia. Sórats Logo, a ausa o m é o lo. Hípias Isso msmo. Sórats Porém, Hípias, a ausa aquilo qu la é ausa são ifrnts, pois a ausa não po sr ausa a ausa. Consira o sguint: a ausa não s nos rvlou omo oprant? Hípias Prfitamnt. Sórats Ora, o qu prouz algo, só prouz o qu s forma, não o próprio proutor. Hípias Crto. Sórats Logo, a ausa não é ausa a ausa, mas o qu for prouzio por mio la. Hípias Prfitamnt. Sórats S o lo, portanto, for ausa o m, o m srá prouto o lo, sno por isso, omo par, qu nos sforçamos m pós a saoria as mais oisas las, porqu o prouto a qu ão origm, a sar, o m, é mror ss sforço. Daí, sr possívl aaarmos por sorir qu o lo é, algum moo, o pai o m. Hípias É muito rto, Sórats; falast amiravlmnt. Sórats E tamém não srá rto izr qu o pai não é filho, nm qu o filho é pai? Hípias Crtíssimo. 17

298 a Sórats E qu nm a ausa é fito, nm o fito, ausa? Hípias Só izs a vra. Sórats Por Zus, aro amigo! Nss aso, nm o lo é om, nm o om é lo; ou ahas possívl isso aoro om o qu issmos? Hípias Não, por Zus; aho qu não. Sórats Dar-nos-mos, ntão, por satisfitos irmos qu o lo não é om nm o om é lo? Hípias Não, por Zus; isso não m satisfaz. Sórats Por Zus, Hípias, tns razão; a onlusão a qu hgamos é a qu mnos m satisfaz. Hípias Eu tamém sou ssa opinião. XXII Sórats Assim, ifrntmnt o qu há pouo nos paria, é m possívl qu nossa la onlusão, qu o lo sria o útil, o vantajoso ou o qu prouz o m, não stja asolutamnt rta, vino a sr, até mais riíula o qu as antriors, quano imaginamos qu o lo ra uma onzla toas as outras oisas qu ants numramos. Hípias Par qu sim. Sórats D minha part, Hípias, não si para on virar-m; stou sorintao. E tu, tns alguma sugstão a fazr? Hípias Nst momnto, nnhuma; mas, omo iss há pouo, s pusr-m a rfltir, nontrari algo. Sórats Porém, aa a minha s sar, aho qu não agüntari ssa mora. Tanto mais, qu m par tr nontrao uma oa saía. Esuta aqui: s nominássmos lo o qu nos proporiona prazr, isto é, não toa spéi prazr, mas apnas os qu alançamos pla vista plo ouvio, qu moo poríamos fnr-nos? É fora úvia, Hípias, qu os los homns, as oisas varigaas, os traalhos pintura sultura nos são agraávis à vista, quano los, omo tamém s á om os los sons, a músia m toas as suas manifstaçõs, os isursos a posia; forma qu, s rsponêssmos àqul sujito imprtinnt: O lo, aro amigo, é o qu nos lita por mio a vista o ouvio, não t par qu poríamos fim ao su atrvimnto? Hípias Eu, plo mnos, Sórats, sou opinião qu sta vz o lo foi muito m finio. Sórats E ntão? E as las oupaçõs instituiçõs, Hípias, irmos qu são las por nos agraarm através a vista ou o ouvio, ou srão naturza ifrnt? Hípias É m possívl, Sórats, qu ao nosso homm não oorrss smlhant istinção. Sórats Plo ão, Hípias! Porém não sria sprar o msmo om a pssoa iant a qual u mais m nvrgonharia ivagar sm nxo imaginar qu igo alguma oisa, quano, m vra, naa igo. Hípias Qum é ssa pssoa? 18

299 a Sórats Sórats, filho Sofroniso, qu jito nnhum m prmitiria nuniar suprfiialmnt qualqur proposição, sm a tr xaminao a funo, nm afirmar o qu não onhço omo s, fato, onhss. Hípias Eu, tamém, pois o qu issst, m inlino a pnsar qu o aso as lis é ifrnt. XXIII Sórats Dvagar, Hípias! Tnho mo air na msma trapalhaa há pouo, a rspito o lo, quano imaginávamos star no om aminho. Hípias Qu qurs izr om isso, Sórats? Sórats Vou ar-t minha opinião, tnha ou não algum valor. Po m sr qu isso oupaçõs lis não s nontr fora o ampo as snsaçõs qu nos hgam por intrméio a vista os ouvios. Porém firmmos a proposição qu é lo o prazr alançao ss moo, ixano part o qu rspita às lis. E s ss inivíuo a qu m rfiro, ou outro qualqur, nos prguntass: Qual a razão, Hípias Sórats, istinguirs ntr o prazr m gral ss prazr partiular a qu ais o nom lo, por qu rusais ssa nominação aos prazrs rlaionaos om o alimnto, a ia, o amor tuo o mais o msmo gênro? Afirmaris, porvntura, qu não sjam agraávis qu não há prazr m tuo o qu não for vista ou ouvio? Qu lh rsponríamos, Hípias? Hípias D too jito, Sórats, tríamos onfssar qu nas mais snsaçõs tamém há muito prazr. Sórats Por qu motivo, ntão, prguntaria, s sss prazrs não são mnos prazrs o qu os outros, rusais-lhs ssa nominação os spojais o qualifiativo lo? Porqu, é o qu lh iríamos, não havria qum não riss nós, s isséssmos qu omr não é agraávl, porém lo, qu um om prfum não é agraávl, porém lo. No qu rspita ao amor, tamém, toos afirmarão pés juntos sr o qu há mais agraávl; mas, quano alguém s ispõ a pratiá-lo, furta-s à vista toa a gnt, por sr o qu há mais fio vrs. S lh falássmos ss moo, Hípias, talvz o nosso homm nos rsponss: Comprno, ir-nos-ia, qu há muito tmpo rvlais aanhamnto m larar qu sss prazrs são los, porqu os homns não os onsiram omo tais. Porém, não prgunti o qu a maioria os homns onsira lo, snão o qu é lo. A isso rsponrmos, quro rr, aoro om nossa antrior proposição, s afirmarmos qu o lo é a part o agraávl qu alançamos por mio a vista ou o ouvio. A- has qu ssa finição porá srvir-nos, Hípias, ou prisarmos arsntar-lh alguma oisa? Hípias D aoro om o qu afirmamos ants, Sórats, não pormos rsponr manira ifrnt. XXIV Sórats Bla rsposta, l iria. Logo, s o lo é o prazr qu nos vm por mio a vista ou o ouvio, 19

300 a toos os prazrs qu não form ssa naturza, é vint qu não porão sr los. Amitirmos isso? Hípias Sim. Sórats E o qu é agraávl por mio a vista, prguntaria, é agraávl ao msmo tmpo por mio a vista o ouvio, assim omo o prazr o ouvio srá tamém agraávl ao msmo tmpo por mio o ouvio a vista? D forma alguma, rsponríamos; o qu é alançao por um sss mios não po sê-lo por amos ao msmo tmpo, s é ss, omo par, o sntio tua prgunta. O qu afirmamos é qu é lo aa um sss prazrs isolaamnt onsirao, qu amos o são. Dar-lh-íamos ssa rsposta? Hípias Prfitamnt. Sórats Como! voltaria a falar; um prazr qualqur po ifrnçar-s outro plo fato sr prazr? Não s trata sar s um prazr é maior ou mnor o qu outro, mais ou mnos intnso, porém s um ifr outros, por sr, justamnt, prazr os outros não? Par-nos qu não; não é vra? Hípias Sim; aho tamém qu não. Sórats Logo, prossguirá, trá sio por outra razão qu não a sr agraávl, qu solhsts, ntr as mais, stas uas qualias prazr, por havrs prio m amos algo qu os ifrnia os outros qu vos lva a nominálos los. Evintmnt, não é lo o prazr a vista apnas plo fato o alançarmos por mio ss sntio; s foss ssa a razão sr l lo, o outro, qu s origina o ouvio, não poria sê-lo, por não s tratar um prazr alançao por intrméio a vista. Tns toa a razão, lh iríamos. Hípias Sim, é o qu lh iríamos. Sórats O msmo s á om o prazr alançao por intrméio o ouvio: não é lo por nos vir por mio o ouvio, pois, nss aso, não sria lo o prazr a vista, por não nos vir por intrméio o ouvio. Ao inivíuo qu nos falass ssa manira iríamos qu stá om a razão? Hípias Sm úvia. Sórats Mas o fato, omo isssts, é qu amos são los. Foi o qu afirmamos. Hípias Afirmamos, ralmnt. Sórats Há, por onsguint, algo m amos qu os ixa los, omum aos ois, qu tanto s nontra nos ois omo m aa um m partiular; outro moo, amos não poriam sr los ao msmo tmpo aa um sparaamnt. Agora rspon omo s t irigisss a l. Hípias Rspono qu m par sr omo issst. Sórats Logo, s ssas uas moalias prazr possum algo m omum qu falta a aa um m partiular, não é por ssa qualia qu srão los. Hípias Como poria ar-s, Sórats, qu nnhum os ois possua trminaa qualia, qu ssa msma qualia, ausnt m aa um ls, isolaamnt onsiraos, sja o- 20