Renato Martins Assunção

Documentos relacionados
Álgebra Linear e Geometria Anaĺıtica. Matrizes e Sistemas de Equações Lineares

Vetores e Geometria Analítica

1.3 Matrizes inversas ] [ 0 1] = [ ( 1) ( 1) ] = [1 0

Notas para o Curso de Algebra Linear Il Dayse Haime Pastore 20 de fevereiro de 2009

é encontrado no cruzamento da linha i com a coluna j, ou seja, o primeiro índice se refere à linha e o segundo à coluna.

1, , ,

Parte 1 - Matrizes e Sistemas Lineares

Álgebra Linear - Prof. a Cecilia Chirenti. Lista 3 - Matrizes

Lista de Exercícios 05 Álgebra Matricial

I Lista de Álgebra Linear /02 Matrizes-Determinantes e Sistemas Prof. Iva Zuchi Siple

n. 1 Matrizes Cayley (1858) As matrizes surgiram para Cayley ligadas às transformações lineares do tipo:

Matrizes e sistemas de equações algébricas lineares

Notas de Aula. Gustavo Henrique Silva Sarturi. i Z (1 i m) a j1 a j2

Aulas práticas de Álgebra Linear

Aulas práticas de Álgebra Linear

ficha 2 determinantes

ficha 1 matrizes e sistemas de equações lineares

Sistema de Equaçõs Lineares

Métodos Matemáticos II

1. Conhecendo-se somente os produtos AB e AC, calcule A = X 2 = 2X. 3. Mostre que se A e B são matrizes que comutam com a matriz M = 1 0

1 NOTAS DE AULA FFCLRP-USP - VETORES E GEOMETRIA ANALÍTICA. Professor Doutor: Jair Silvério dos Santos

Laboratório de Simulação Matemática. Parte 6 2

Inversão de Matrizes

Interbits SuperPro Web

Lista de Álgebra Linear Aplicada

Exercício Obtenha, em cada caso, o módulo, o argumento e a forma trigonométrica de z: a) z = 1 + i. setor Aula 31. ρ = 1 2 +( 3 ) 2 ρ= 2.

Notas de Aulas de Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares

= o A MATRIZ IDENTIDADE. a(i, :) = (aii, ai2,, ai.) i = 1,, m

Guia-1. a 11 a a 1n a 21 a a 2n A = a m1 a m2... a mn

NOTAS DE AULA DE MAT 137 -PRIMEIRA SEMANA Profa. Margareth Turmas 2 e 7. Atleta 1 7, ,4. Atleta Atleta 3 9 7,5 8,5 7,9

Modelagem Computacional. Parte 6 2

Álgebra Linear Semana 04

Inversão de Matrizes

exercícios de álgebra linear 2016

Álgebra Linear AL. Luiza Amalia Pinto Cantão. Depto. de Engenharia Ambiental Universidade Estadual Paulista UNESP

Fundamentos de Matemática Curso: Informática Biomédica

Avaliação e programa de Álgebra Linear

Álgebra Linear I - Aula 14. Roteiro

Testes e Sebentas. Exercícios resolvidos de Álgebra Linear (Matrizes e Determinantes)

Resolução de Sistemas Lineares. Ana Paula

Capítulo 1. Matrizes e Sistema de Equações Lineares. 1.1 Corpos

. (1) Se S é o espaço vetorial gerado pelos vetores 1 e,0,1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Centro de Ciências Exatas Departamento de Matemática

Matrizes - Parte II. Juliana Pimentel. juliana.pimentel. Sala Bloco A, Torre 2

Álgebra Linear e Geometria Anaĺıtica. Espaços Vetoriais Reais

Algoritmos Numéricos 2 a edição

Pesquisa Operacional

CM005 Algebra Linear Lista 1

Matriz, Sistema Linear e Determinante

Curso Satélite de. Matemática. Sessão n.º 1. Universidade Portucalense

Álgebra Linear. Curso: Engenharia Electrotécnica e de Computadores 1 ō ano/1 ō S 2006/07

Álgebra Linear Semana 05

Métodos Numéricos - Notas de Aula

Escalonamento. Sumário. 1 Pré-requisitos. 2 Sistema Linear e forma matricial. Sadao Massago a Pré-requisitos 1

Lista 1: sistemas de equações lineares; matrizes.

Álgebra Matricial(MAT110) - Notas de Aulas I Sistemas Lineares, Matrizes e Determinantes. Prof Carlos Alberto Santana Soares

Revisão: Matrizes e Sistemas lineares. Parte 01

Álgebra Linear e Geometria Analítica

Álgebra Linear e Geometria Anaĺıtica

1 a Lista de Exercícios MAT 3211 Álgebra Linear Prof. Vyacheslav Futorny

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032

ALGEBRA LINEAR 1 RESUMO E EXERCÍCIOS* P1

Elementos de Cálculo 1 - Notas de Aulas I Sistemas Lineares, Matrizes e Determinantes Prof Carlos Alberto S Soares

Profs. Alexandre Lima e Moraes Junior 1

Geometria anaĺıtica e álgebra linear

ÁLGEBRA LINEAR - MAT0024

1 a Lista de Exercícios de MAT2457 Escola Politécnica 1 o semestre de (b)

Matrizes - ALGA /05 1. Matrizes

Econometria. Operações básicas de vetores. Operações básicas de vetores. Operações básicas de vetores. Independência de vetores

Maria do Rosário Grossinho, João Paulo Janela Universidade Técnica de Lisboa

Notas em Álgebra Linear

Um Curso de Nivelamento. Instituto de Matemática UFF

Legenda. Questões. 2ª Lista de Exercícios (ALI0001) Prof. Helder G. G. de Lima 1. Cálculos Conceitos Teoria

Universidade Federal de Ouro Preto Departamento de Matemática MTM112 - Introdução à Álgebra Linear - Turmas 81, 82 e 84 Lista 1 - Tiago de Oliveira

Agenda do Dia Aula 14 (19/10/15) Sistemas Lineares: Introdução Classificação

Fundamentos de Matemática Curso: Informática Biomédica

Dou Mó Valor aos Autovalores

Matemática II /06 - Matrizes 1. Matrizes

Geometria Analítica e Álgebra Linear

ALGA - Eng. Civil e Eng. Topográ ca - ISE / Matrizes 1. Matrizes

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032

Aula 7 - Revisão de Álgebra Matricial

Álgebra Linear. Cursos: Química, Engenharia Química, Engenharia de Materiais,Engenharia Biológica, Engenharia do Ambiente 1 ō ano/1 ō Semestre 2006/07

Álgebra Linear Contra-Ataca

Ficha de Trabalho 02 Sistemas. Matriz Inversa. (Aulas 4 a 6).

ÁLGEBRA LINEAR - MAT0024

EQUAÇÕES POLINOMIAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Centro de Ciências Exatas Departamento de Matemática

Álgebra Linear. Professor: página da disciplina na web: http: //professor.ufabc.edu.br/~jair.donadelli/algelin.

Matrizes e Sistemas Lineares. Professor: Juliano de Bem Francisco. Departamento de Matemática Universidade Federal de Santa Catarina.

Matrizes - Matemática II /05 1. Matrizes

INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS NUMÉRICOS. Solução de Sistemas Lineares

[a11 a12 a1n 7. SISTEMAS LINEARES 7.1. CONCEITO. Um sistema de equações lineares é um conjunto de equações do tipo

Lista de exercícios 6 Espaços Vetoriais

Notações e revisão de álgebra linear

Baseado no Capítulo 2 do livro: Material preparado pelo

Transcrição:

Análise Numérica Renato Martins Assunção DCC - UFMG 2012 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 1 / 84

Equação linear Sistemas de equações lineares A equação 2x + 3y = 6 é chamada linear porque seu conjunto solução é uma linha no R 2. Uma solução da equação é um par de números (α, β) R 2 tal que 2x + 3y = 6. Por exemplo, (3, 0) e (0, 2) são soluções. Alternativamente, podemos escrever a primeira solução como x = 3, y = 0. Conjunto Soluç ao é conjunto de TODOS os pontos (α, β) do plano que satisfazem a equação. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 2 / 84

Sistemas de equações lineares 2x + 3y = 6 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 3 / 84

Sistemas de equações lineares Equação geral de uma reta: ax + by = c, em que x, y são variáveis e a, b, c são constantes (exceto para o caso a = b = 0). Se b 0, podemos escrever ax + by = c como y = c/b (a/b)x Nesta notação, c/b é o intercepto, a altura que a reta corta o eixo vertical. O valor de a/b é o coeficiente angular, a tangente do ângulo (sentido anti-horário) formado pelo eixo horizontal e a reta. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 4 / 84

Definição Sistemas de equações lineares Definição. Uma equação linear nas variáveis x 1, x 2,..., x n é uma equação da forma a 1 x 1 + a 2 x 2 +... + a n x n = b, em que a 1,..., a n e b são constantes. Uma solução da equação é um arranjo de números (γ 1, γ 2,..., γ n ) R n tal que a 1 γ 1 + a 2 γ 2 +... + a n γ n = b. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 5 / 84

Sistemas de equações lineares Sistema de equações lineares a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 1 a 21 x 1 + a 22 x 2 +... + a 2n x n = b 2 a m1 x 1 + a m2 x 2 +... + a mn x n = b m Aqui x 1, x 2,..., x n são variáveis e a ij, b j são constantes. Uma solução do sistema é uma solução comum de todas equações no sistema. Muitos problemas na matemática e no mundo real necessitam da solução de sistemas de equações lineares. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 6 / 84

Sistemas de equações lineares Problema Encontre o ponto de interseção das retas x y = 2 e 2x +3y = 6 no R 2. { x y = 2 2x + 3y = 6 { x = y 2 2x + 3y = 6 { x = y 2 2(y 2) + 3y = 6 { x = y 2 5y = 10 { x = y 2 y = 2 { x = 0 y = 2 Solução: as retas interceptam no ponto (0, 2). Observação. O símbolo de equivalência significa que dois sistemas tem a mesma solução. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 7 / 84

Sistemas de equações lineares { x y = 2 2x + 3y = 6 x = 0, y = 2 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 8 / 84

Sistemas de equações lineares { 2x + 3y = 2 2x + 3y = 6 sistema inconsistente (sem soluções) Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 9 / 84

Sistemas de equações lineares { 4x + 6y = 12 2x + 3y = 6 2x + 3y = 6 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 10 / 84

Sistemas de equações lineares Resolvendo sistemas de equações lineares Método da eliminação de variáveis sempre funciona para sistemas de equações lineares. Algoritmo: (1) escolha uma variável, resolva uma das equações para ela, e elimine-a das outras equações; (2) deixe de lado a equação utilizada na eliminação, e volte ao passo (1). O algoritmo reduz o número de variáveis (assim como o número de equações), consequentemente ele para após um número finito de passos. Depois que o algoritmo para, o sistema está simplificado de modo que deve ser claro como completar a solução. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 11 / 84

Sistemas de equações lineares Exemplo. x y = 2 2x y z = 3 x + y + z = 6 Resolva a primeira equação para x: x = y + 2 2x y z = 3 x + y + z = 6 Elimine x das segunda e terceira equações: x = y + 2 2(y + 2) y z = 3 (y + 2) + y + z = 6 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 12 / 84

Sistemas de equações lineares Simplifique: x = y + 2 y z = 1 2y + z = 4 Agora as segunda e terceira equações formam um sistema de duas equações lineares em duas variáveis. Resolva a segunda equação para y, então elimine y da terceira equação: x = y + 2 y = z 1 2y + z = 4 x = y + 2 y = z 1 2(z 1) + z = 4 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 13 / 84

Sistemas de equações lineares Simplifique: x = y + 2 y = z 1 3z = 6 A eliminação está completa. substituição reversa. Agora o sistema é facilmente resolvido por Ou seja, encontramos z da terceira equação, então substituímos na segunda equação e encontramos y, então substituímos y e z na primeira equação e encontramos x. x = y + 2 y = z 1 z = 2 x = y + 2 y = 1 z = 2 x = 3 y = 1 z = 2 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 14 / 84

Sistemas de equações lineares Sistema de equações lineares: x y = 2 2x y z = 3 x + y + z = 6 Solução: (x, y, z) = (3, 1, 2) Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 15 / 84

Eliminação gaussiana Eliminação gaussiana A eliminação gaussiana ou escalonamento é uma modificação do método da eliminação de variáveis que permite somente as assim chamadas opereções elementares. Opereções elementares para um sistema de equações lineares: (1) multiplicar uma equação por um escalar não nulo; (2) adicionar uma equação multiplicada por um escalar a outra equação; (3) intercambiar duas equações. Teorema Aplicar operações elementares a um sistema de equações lineares não muda o conjunto solução do sistema. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 16 / 84

Eliminação gaussiana Operação 1: multiplique a i-ésima equação por r 0. a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 1 a i1 x 1 + a i2 x 2 +... + a in x n = b i a m1 x 1 + a m2 x 2 +... + a mn x n = b m = a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 1 (ra i1 )x 1 + (ra i2 )x 2 +... + (ra in )x n = rb i a m1 x 1 + a m2 x 2 +... + a mn x n = b m Para desfazer a operação, multiplique a i-ésima equação por r 1. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 17 / 84

Eliminação gaussiana Operação 2: adicione r vezes a i-ésima equação à j-ésima equação. a i1 x 1 + a i2 x 2 +... + a in x n = b i = a j1 x 1 + a j2 x 2 +... + a jn x n = b j a i1 x 1 + a i2 x 2 +... + a in x n = b i (a j1 + ra i1 )x 1 + (a j2 + ra i2 )x 2 +... + (a jn + ra in )x n = b j + rb i Para desfazer a operação, adicione r vezes a i-ésima equação a j-ésima equação. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 18 / 84

Eliminação gaussiana Operação 3: troque as i-ésima e j-ésima equações. a i1 x 1 + a i2 x 2 +... + a in x n = b i a j1 x 1 + a j2 x 2 +... + a jn x n = b j = a j1 x 1 + a j2 x 2 +... + a jn x n = b j a i1 x 1 + a i2 x 2 +... + a in x n = b i Para desfazer a operação, aplique esta novamente. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 19 / 84

Eliminação gaussiana Exemplo. x y = 2 2x y z = 3 x + y + z = 6 Adicione 2 vezes a primeira equação à segunda equação: x y = 2 y z = 1 R2 := R2 2 R1 x + y + z = 6 Adicione 1 vezes a primeira equação à terceira equação: x y = 2 y z = 1 2y + z = 4 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 20 / 84

Eliminação gaussiana Adicione 2 vezes a segunda equação à terceira equação: x y = 2 y z = 1 3z = 6 A eliminação está completa, e podemos resolver o sistema por substituição reversa. No entanto podemos também prosseguir com operações elementares. Multiplique a terceira equação por 1/3: x y = 2 y z = 1 z = 2 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 21 / 84

Eliminação gaussiana Some a terceira equação à segunda equação: x y = 2 y = 1 z = 2 Some a segunda equação à primeira equação: x = 3 y = 1 z = 2 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 22 / 84

Eliminação gaussiana Sistema de equações lineares. x y = 2 2x y z = 3 x + y + z = 6 Solução: (x, y, z) = (3, 1, 2) Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 23 / 84

Eliminação gaussiana Outro exemplo. x + y 2z = 1 y z = 3 x + 4y 3z = 1 Some a primeira equação à terceira equação: x + y 2z = 1 y z = 3 5y 5z = 2 Adicione 5 vezes a segunda equação à terceira equação: x + y 2z = 1 y z = 3 0 = 13 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 24 / 84

Eliminação gaussiana Sistema de equações lineares. x + y 2z = 1 y z = 3 x + 4y 3z = 1 Solução: sem solução (sistema inconsistente). Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 25 / 84

Eliminação gaussiana Mais outro exemplo. x + y 2z = 1 y z = 3 x + 4y 3z = 14 Some a primeira equação à terceira equação: x + y 2z = 1 y z = 3 5y 5z = 15 Adicione 5 vezes a segunda equação à terceira equação: x + y 2z = 1 y z = 3 0 = 0 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 26 / 84

Eliminação gaussiana Adicione 1 vezes a segunda equação à primeira equação: x + y 2z = 1 y z = 3 0 = 0 { x = z 2 y = z + 3 Aqui z é uma variável livre. x = z 2 Segue que y = z + 3 z = t para algum t R. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 27 / 84

Eliminação gaussiana Sistema de equações lineares. x + y 2z = 1 y z = 3 x + 4y 3z = 14 Solução: (x, y, z) = (t 2, t + 3, t), t R. Em forma vetorial, (x, y, z) = ( 2, 3, 0) + t(1, 1, 1). O conjunto de todas soluções é uma reta no R 3 ( 2, 3, 0) na direção (1, 1, 1). passando pelo ponto Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 28 / 84

Matrizes Eliminação gaussiana Definição. Uma matriz é um arranjo retangular de números. 2 7 ( ) Exemplos: 1 0 2 7 0, 2,, 4, 6 1 1 3 3 3/5 5/8 4, ( 2, 0, 3, 5 ), ( 1 1 0 1 ). dimensões = (# de linhas) (# de colunas) n-por-n: matriz quadrada n-por-1: vetor coluna 1-por-n: vetor linha Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 29 / 84

Eliminação gaussiana Sistema de equações lineares: a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 1 a 21 x 1 + a 22 x 2 +... + a 2n x n = b 2 a m1 x 1 + a m2 x 2 +... + a mn x n = b m Matriz de coeficientes e vetor coluna do lado direito: a 11 a 12... a 1n a 21 a 22... a 2n...... a m1 a m2... a mn b 1 b 2. b m Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 30 / 84

Eliminação gaussiana Sistema de equações lineares: a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 1 a 21 x 1 + a 22 x 2 +... + a 2n x n = b 2 a m1 x 1 + a m2 x 2 +... + a mn x n = b m Matriz aumentada: a 11 a 12... a 1n b 1 a 21 a 22... a 2n b 2....... a m1 a m2... a mn b m Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 31 / 84

Eliminação gaussiana Opereções elementares para um sistema de equações lineares correspondem a operações lineares de linha para matrizes aumentadas: (1) multiplicar uma linha por um escalar não nulo; (2) somar a i-ésima linha multiplicada por algum escalar r R a j-ésima linha; (3) itercambiar duas linhas. Observação. Linhas são somadas e multiplicadas por escalares como vetores (isto é, vetores linha). Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 32 / 84

Aplicações Aplicações de sistemas de equações lineares Problema 1. Encontre o ponto de interseção das retas x y = 2 e 2x + 3y = 6 no R 2. { x y = 2 2x + 3y = 6 Problema 2. Encontre o ponto de interseção dos planos x y = 2, 2x y z = 3 e x + y + z = 6 no R 3. x y = 2 2x y z = 3 x + y + z = 6 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 33 / 84

Aplicações de sistemas de equações lineares Método dos coeficientes indeterminados frequentemente envolve a resolução de sistemas de equações lineares. Problema 3. Encontre um polinômio quadrático p(x) tal que p(1) = 4, p(2) = 3 e p(3) = 4. Suponha que p(x) = ax 2 +bx+c. Então p(1) = a+b+c, p(2) = 4a+2b+c, p(3) = 9a + 3b + c. a + b + c = 4 4a + 2b + c = 3 9a + 3b + c = 4 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 34 / 84

Aplicações de sistemas de equações lineares Problema 4. Calcular 1 0 x(x 3) (x 1) 2 (x + 2) dx. Para calcular a integral, precisamos decompor a função racional R(x) = frações simples: x(x 3) (x 1) 2 na soma de (x+2) R(x) = a x 1 + b (x 1) 2 + c x + 2 = a(x 1)(x + 2) + b(x + 2) + c(x 1)2 (x 1) 2 (x + 2) = (a + c)x 2 + (a + b 2c)x + ( 2a + 2b + c) (x 1) 2 (x + 2) a + c = 1 a + b 2c = 3 2a + 2b + c = 0 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 35 / 84

Fluxo de tráfego Aplicações de sistemas de equações lineares Problema. Determinar a quantidade de tráfego entre cada um dos quatro cruzamentos. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 36 / 84

Fluxo de tráfego Aplicações de sistemas de equações lineares x 1 =?, x 2 =?, x 3 =?, x 4 =? Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 37 / 84

Fluxo de tráfego Aplicações de sistemas de equações lineares Em cada cruzamento, o tráfego de entrada deve coincidir com o tráfego de saída. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 38 / 84

Aplicações de sistemas de equações lineares Cruzamento A: x 4 + 610 = x 1 + 450 Cruzamento B: x 1 + 400 = x 2 + 640 Cruzamento C: x 2 + 600 = x 3 Cruzamento D: x 3 = x 4 + 520 x 4 + 610 = x 1 + 450 x 1 + 400 = x 2 + 640 x 2 + 600 = x 3 x 3 = x 4 + 520 x 1 + x 4 = 160 x 1 x 2 = 240 x 2 x 3 = 600 x 3 x 4 = 520 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 39 / 84

Circuito elétrico Aplicações de sistemas de equações lineares Problema. Determinar a quantidade de corrente em cada ramo do circuito. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 40 / 84

Circuito elétrico Aplicações de sistemas de equações lineares i 1 =?, i 2 =?, i 3 =? Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 41 / 84

Circuito elétrico Aplicações de sistemas de equações lineares Primeira lei de Kirchhof (lei dos nós): em cada nó, a soma das correntes de entrada é igual a soma das correntes de saída. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 42 / 84

Circuito elétrico Aplicações de sistemas de equações lineares Veja que as equações são idênticas. Nó A: i 1 = i 2 + i 3 Nó B: i 2 + i 3 = i 1 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 43 / 84

Aplicações de sistemas de equações lineares Circuito elétrico Segunda lei de Kirchhof (lei das tensões): em torno de cada loop a soma algébrica das tensões é zero. Lei de Ohm: para cada resistor a diferença de potencial E, a corrente i, e a resistência R satisfazem E = ir. Laço superior: 9 i 2 4i 1 = 0 Laço inferior: 4 2i 3 + i 2 3i 3 = 0 Grande laço: 4 2i 3 4i 1 + 9 3i 3 = 0 Observação. A terceira equação é a soma das duas primeiras equações. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 44 / 84

Aplicações de sistemas de equações lineares i 1 = i 2 + i 3 9 i 2 4i 1 = 0 4 2i 3 + i 2 3i 3 = 0 i 1 i 2 i 3 = 0 4i 1 + i 2 = 9 i 2 + 5i 3 = 4 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 45 / 84

Matrizes Álgebra matricial Definição. Uma matriz m-por-n é um arranjo retangular de números que tem m linhas e n colunas: a 11 a 12... a 1n a 21 a 22... a 2n...... a m1 a m2... a mn Notação. A = (a ij ) 1 i n,1 j m ou simplesmente A = (a ij ) se as dimensões são conhecidas. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 46 / 84

Álgebra matricial Um vetor n-dimensional pode ser representado como uma matriz 1 n (vetor linha) ou como uma matriz n 1 (vetor coluna): ( x1, x 2,..., x n ) x 1 x 2. x n Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 47 / 84

Álgebra matricial Uma matriz m n A = (a ij ) pode ser considerada como uma coluna de vetores linhas n-dimensionais ou com uma linha de vetores colunas m- dimensionais: A = v 1 v 2. v n, v i = ( ) a i1, a i2,..., a in A = ( ) w 1, w 2,..., w n, wi = a 1j a 2j. a mj Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 48 / 84

Álgebra vetorial Álgebra matricial Sejam a = (a 1, a 2,..., a n ) e b = (b 1, b 2,..., b n ) vetores n-dimensionais e r R um escalar. Soma vetorial: a + b = (a 1 + b 1, a 2 + b 2,..., a n + b n ) Múltiplo escalar: ra = (ra 1, ra 2,..., ra n ) Vetor nulo: 0 = (0, 0,..., 0) Negativo de um vetor: b = ( b 1, b 2,..., b n ) Diferença vetorial: a b = a + ( b) = (a 1 b 1, a 2 b 2,..., a n b n ) Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 49 / 84

Álgebra matricial Dado v 1, v 2,..., v k vetores n-dimensionais e r 1, r 2,..., r k escalares, a expressão r 1 v 1 + r 2 v 2 +... + r k v k é chamada uma combinação linear de vetores v 1, v 2,..., v k. Além disso, adição vetorial e multiplicação escalar são chamadas operações lineares. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 50 / 84

Álgebra matricial a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 1 a 21 x 1 + a 22 x 2 +... + a 2n x n = b 2 a m1 x 1 + a m2 x 2 +... + a mn x n = b m Representação vetorial do sistema: a 11 a 12 a 21 x 1. + x a 22 2. +... + x n a m1 a m2 a 1n a 2n. a mn = b 1 b 2. b m Teorema. O sistema acima é consistente (ou possu solução) se e somente se o vetor do lado direito é uma combinação linear de colunas da matriz de coeficientes. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 51 / 84

Álgebra matricial Álgebra matricial Definição. Sejam A = (a ij ) e B = (b ij ) matrizes m n. A soma A + B é definida ser C = (c ij ), a matriz m n, tal que c ij = a ij + b ij para todo índice i, j. Ou seja, duas matrizes com mesmas dimensões podem ser somadas através da soma de suas entradas correspondentes. a 11 a 12 a 21 a 22 a 31 a 32 + b 11 b 12 b 21 b 22 b 31 b 32 = a 11 + b 11 a 12 + b 12 a 21 + b 21 a 22 + b 12 a 31 + b 31 a 32 + b 12 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 52 / 84

Álgebra matricial Definição. Dado A = (a ij ), uma matriz m n, e um número r, o múltiplo escalar ra é definido ser D = (d ij ), a matriz m n, tal que d ij = ra ij para todo índice i, j. Ou seja, para multiplicar uma matriz por um escalar r, multiplica-se cada entrada da matriz por r. r a 11 a 12 a 13 a 21 a 22 a 23 a 31 a 32 a 33 = ra 11 ra 12 ra 13 ra 21 ra 22 ra 23 ra 31 ra 32 ra 33 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 53 / 84

Álgebra matricial A matriz nula m n (todas as entradas são zeros) é denotada por O mn ou simplesmente O. Negativo da matriz: A é definida como ( 1)A. Matriz diferença: A B é definida como A + ( B). Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 54 / 84

Exemplos Álgebra matricial ( 3 2 1 A = 1 1 1 ( 2 0 C = 0 1 ( 5 2 0 A + B = 1 2 2 ( 4 0 2C = 0 2 ( 7 3 2C + 3D = 0 5 ) ( 2 0 1, B = 0 1 1 ), D = ( 1 1 0 1 ). ), A B = ), 3D = ( 3 3 0 3 ), ( 1 2 2 1 0 0 ), ), A + D não é definida. ), Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 55 / 84

Álgebra matricial Propriedades das operações lineares (A + B) + C = A + (B + C) A + B = B + A A + O = O + A = A A + ( A) = ( A) + A = O r(sa) = (rs)a r(a + B) = ra + rb (r + s)a = ra + sa 1A = A 0A = O Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 56 / 84

Produto interno Álgebra matricial Definição. O produto interno de vetores n-dimensionais x = (x 1, x 2,..., x n ) e y = (y 1, y 2,..., y n ) é um escalar x y = x 1 y 1 + x 2 y 2 +... + x n y n = n x k y k. k=1 O produto interno também é chamado produto escalar. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 57 / 84

Multiplicação matricial Álgebra matricial A produto de matrizes A e B é definido se o número de colunas em A coincide com o número de linhas em B. Definição. Seja A = (a ik ) uma matriz m n e B = (b kj ) uma matriz n p. O produto AB é definido ser C = (c ij ), a matriz m p, tal que c ij = n k=1 a ikb kj para todo índice i, j. Ou seja, as matrizes são multiplicadas linha por coluna: ( ) * ( * = * * * * * c ij = produto interno de linha i de A pela coluna j de B. ) Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 58 / 84

Álgebra matricial a 11 a 12... a 1n v 1 a 21 a 22... a 2n A =...... = v 2. a m1 a m2... a mn v m b 11 b 12... b 1n b 21 b 22... b 2n B =...... = ( ) w 1, w 2,..., w p b m1 b m2... b mn v 1 w 1 v 1 w 2... v 1 w p v 2 w 1 v 2 w 2... v 2 w p AB =...... v m w 1 v m w 2... v m w p Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 59 / 84

Álgebra matricial Exemplos. y 1 y 2. y n ( ) x1, x 2,..., x n y 1 y 2. y n ( n ) = x k y k, k=1 y 1 x 1 y 1 x 2... y 1 x n ( ) y 2 x 1 y 2 x 2... y 2 x n x1, x 2,..., x n =...... y n x 1 y n x 2... y n x n. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 60 / 84

Álgebra matricial Exemplo. ( 1 1 1 0 2 1 ) 0 3 1 1 2 5 6 0 1 7 4 1 0 3 1 1 2 5 6 0 1 7 4 1 ( 1 1 1 0 2 1 = ) ( 3 1 3 0 3 17 16 1 não está definida ) Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 61 / 84

Álgebra matricial Sistema de equações lineares: a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 1 a 21 x 1 + a 22 x 2 +... + a 2n x n = b 2 a m1 x 1 + a m2 x 2 +... + a mn x n = b m Representação matricial do sistema: a 11 a 12... a 1n a 21 a 22... a 2n...... a m1 a m2... a mn x 1 x 2. x n = b 1 b 2. b m Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 62 / 84

Álgebra matricial Propriedades da multiplicação matricial: (AB)C = A(BC) (lei associativa) (A + B)C = AC + BC (primeira lei distributiva) C(A + B) = CA + CB (segunda lei distributiva) (ra)b = A(rB) = r(ab) Qualquer uma das identidades acima valem desde que somas e produtos matriciais estejam bem definidos. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 63 / 84

Álgebra matricial Se A e B são matrizes n n, então AB e BA são matrizes bem definidas n n. Entretanto, em geral, AB BA. Exemplo. Sejam A = Então AB = ( 2 2 0 1 ( 2 0 0 1 ) ( 1 1, B = 0 1 ) ( 2 1, BA = 0 1 ). ). Se AB é igual BA, dizemos que as matrizes A e B comutam. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 64 / 84

Matrizes diagonais - Matriz inversa Problema. Sejam A e B matrizes n n arbitrárias. (A B)(A + B) = A 2 B 2? É verdade que (A B)(A + B) = (A B)A + (A B)B = (AA BA) + (AB BB) = A 2 + AB BA B 2 Portanto, (A B)(A + B) = A 2 B 2 se e somente se A comuta com B. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 65 / 84

Matrizes diagonais Matrizes diagonais - Matriz inversa Se A = (a ij ) é uma matriz quadrada, então as entradas a ii são chamadas entradas diagonais. Uma matriz quadrada é chamada diagonal se todas as entradas que não pertencem a diagonal são zeros. Exemplo. 7 0 0 0 1 0 0 0 2, denotada por diag(7, 1, 2). Sejam A = diag(s 1, s 2,..., s n ), B = diag(t 1, t 2,..., t n ). Então A + B = diag(s 1 + t 1, s 2 + t 2,..., s n + t n ), ra = diag(rs 1, rs 2,..., rs n ). Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 66 / 84

Matrizes diagonais - Matriz inversa Exemplo. 7 0 0 0 1 0 0 0 2 1 0 0 0 5 0 0 0 6 = 7 0 0 0 5 0 0 0 6 Teorema. Sejam A = diag(s 1, s 2,..., s n ), B = diag(t 1, t 2,..., t n ). Então A + B = diag(s 1 + t 1, s 2 + t 2,..., s n + t n ), ra = diag(rs 1, rs 2,..., rs n ), AB = diag(s 1 t 1, s 2 t 2,..., s n t n ). Em particular, matrizes diagonais sempre comutam. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 67 / 84

Matrizes diagonais - Matriz inversa Exemplo. 7 0 0 0 1 0 0 0 2 a 11 a 12 a 13 a 21 a 22 a 23 a 31 a 32 a 33 = 7a 11 7a 12 7a 13 a 21 a 22 a 23 2a 31 2a 32 2a 33 Teorema. Sejam D = diag(d 1, d 2,..., d m ) e A uma matriz m n. Então a matriz DA é obtida de A multiplicando a i-ésima linha por d i para i = 1, 2,..., m: A = v 1 v 2. v m = DA = d 1 v 1 d 2 v 2. d m v m. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 68 / 84

Matrizes diagonais - Matriz inversa Exemplo. a 11 a 12 a 13 a 21 a 22 a 23 a 31 a 32 a 33 7 0 0 0 1 0 0 0 2 = 7a 11 a 12 2a 13 7a 21 a 22 2a 23 7a 31 a 32 2a 33 Teorema. Sejam D = diag(d 1, d 2,..., d n ) e A uma matriz m n. Então a matriz AD é obtida de A multiplicando a i-ésima coluna por d i para i = 1, 2,..., n: A = ( w 1, 2 2,..., w n ) = AD = ( d 1 w 1, d 2 2 2,..., d n w n ). Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 69 / 84

Matriz identidade Matrizes diagonais - Matriz inversa Definição. A matriz identidade (ou matriz unidade) é uma matriz diagonal com todas entradas diagonais iguais a 1. A matriz identidade n n é denotada por I n ou simplesmente I. I 1 = (1), I 2 = ( 1 0 0 1 ), I 3 1 0... 0 0 1... 0 Em geral, I =....... 0 0... 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 Teorema. Seja A uma matriz m n arbitrária. Então I m A = AI n = A.. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 70 / 84

Matriz inversa Matrizes diagonais - Matriz inversa Denote por M n (R) o conjunto de todas matrizes n n com entradas reais. Podemos somar,subtrair e multiplicar elementos de M n (R). E a divisão? Definição. Seja A M n (R). Suponha que exista uma matriz B n n tal que AB = BA = I n. Então a matriz A é dita invertível e B é chamada a inversa de A (denotada por A 1 ). Uma matriz quadrada não-invertível é dita singular. AA 1 = A 1 A = I Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 71 / 84

Exemplos Matrizes diagonais - Matriz inversa A = ( 1 1 0 1 ( 1 1 AB = 0 1 ( 1 1 BA = 0 1 ( 1 0 C 2 = 0 1 ) ( 1 1, B = 0 1 ) ( ) 1 1 = 0 1 ) ( ) 1 1 = 0 1 ) ( 1 0 0 1 ) ( 1 0, C = 0 1 ( 1 0 0 1 ( 1 0 0 1 ) ( 1 0 = 0 1 Assim, A 1 = B, B 1 = A e C 1 = C. ), ), ). ). Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 72 / 84

Matrizes diagonais - Matriz inversa Propriedades básicas de matrizes inversas: Se B = A 1 então A = B 1. Em outras palavras, se A é invertível, então A 1 também é, e A = (A 1 ) 1. A matriz inversa (se esta existe) é única. Além disso, se AB = CA = I para quaisquer matrizes B, C M n (R) então B = C = A 1. De fato, B = IB = (CA)B = C(AB) = CI = C. Se as A, B M n (R) são invertíveis, então AB também é, e (AB) 1 = B 1 A 1. B 1 A 1 (AB) = B 1 (A 1 A)B = B 1 IB = B 1 B = I, (AB)(B 1 A 1 ) = A(BB 1 )A 1 = AIA 1 = AA 1 = I. Similarmente, (A 1 A 2... A k ) 1 = A 1 k... A 1 2 A 1 1. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 73 / 84

Outros exemplos D = D 2 = ( 0 1 0 0 ( 0 1 0 0 Matrizes diagonais - Matriz inversa ) ( 1 1, E = 1 1 ) ( 0 1 0 0 ) = ). ( 0 0 0 0 ). Segue que D não é invertível, caso contrário E 2 = D 2 = O = D 1 D 2 = D 1 O = D = O. ( ) ( ) ( ) 1 1 1 1 2 2 = = 2E. 1 1 1 1 2 2 Segue que E não é invertível, caso contrário E 2 = 2E = E 2 E 1 = 2EE 1 O = E = 2I. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 74 / 84

Matrizes inversa Invertendo matrizes diagonais Teorema. Uma matriz diagonal D = diag(d 1, d 2,..., d n ) é invertível se e somente se todas suas entradas diagonais são não-nulas: d i 0 para 1 i n. Se D é invertível então D 1 = diag(d1 1, d 2 1,..., d n 1 ). 1 d 1 0... 0 d1 1 0... 0 0 d 2... 0 0 d2 1... 0..... =....... 0 0... d n 0 0... dn 1 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 75 / 84

Matrizes inversa Invertendo matrizes diagonais Teorema. Uma matriz diagonal D = diag(d 1, d 2,..., d n ) é invertível se e somente se todas suas entradas diagonais são não-nulas: d i 0 para 1 i n. Se D é invertível então D 1 = diag(d 1 1, d 1 2,..., d 1 n ). Prova: Se todo d i 0 então, claramente, diag(d 1,..., d n )diag(d1 1,..., d n 1 ) = diag(1, 1,..., 1) = I diag(d1 1,..., d n 1 1,..., d n ) = diag(1, 1,..., 1) = I Agora suponha que d i = 0 para algum i. Então para qualquer matriz B n n a i-ésima linha da matriz DB é uma linha de zeros. Então DB I. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 76 / 84

Matrizes inversa Invertendo matrizes 2-por-2 Definição. O determinante de uma matriz 2 2 ( ) a b A = é det A = ad bc. c d ( ) a b Teorema. Uma matriz A = é invertível se e somente se det A c d 0. Se det A 0 então ( ) 1 a b = c d 1 ad bc ( d b c a ). Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 77 / 84

Matrizes inversa ( ) a b Teorema. Uma matriz A = é invertível se e somente se det A c d 0. Se det A 0 então ( ) 1 a b = c d ( d b Prova: Seja B = c a ). Então 1 ad bc ( d b c a ). ( ad bc 0 AB = BA = c ad bc ) = (ad bc)i 2. No caso que det A 0, temos A 1 = (det A) 1 B. No caso que det A = 0, a matriz A não é invertível, caso contrário AB = O = A 1 AB = A 1 O = B = O = A = O, mas a matriz nula é singular. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 78 / 84

Matrizes inversa { 4x + 3y = 5 Problema. Resolver um sistema 3x + 2y = 1. O sistema é equivalente a equação matricial ( 4 3 3 2 ) ( x y ) = ( 5 1 ( ) 4 3 Seja A =. Temos que det A = 1 0. 3 2 Então é A é invertível. Vamos multiplicar os dois lados da equação matricial por A 1 pela esquerda: ( 4 3 3 2 ) 1 ( 4 3 3 2 ) ( x y ) = ( 4 3 3 2 ). ) 1 ( 5 1 ), ( x y ) = ( 4 3 3 2 ) 1 ( 5 1 ) = 1 ( 2 3 1 3 4 ) ( 5 1 ) = ( 13 19 ). Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 79 / 84

Matrizes inversa Sistema de n equações lineares em n variáveis: a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 1 a 21 x 1 + a 22 x 2 +... + a 2n x n = b 2 Ax = b, a n1 x 1 + a n2 x 2 +... + a nn x n = b n em que a 11 a 12... a 1n a 21 a 22... a 2n A =......, x = a n1 a n2... a nn x 1 x 2. x n, b = b 1 b 2. b n. Teorema. Se a matriz A é invertível então o sistema tem uma solução única, que é x = A 1 b. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 80 / 84

Matrizes inversa Problema. Resolver a equação matricial XA + B = X, em que ( ) ( ) 4 2 5 2 A =, B =. 1 1 3 0 Como B é uma matriz 2 2, segue que XA e X também são matrizes 2 2. XA + B = X X XA = B X (I A) = B X = B(I A) 1 desde que I A é uma matriz invertível. ( ) 3 2 I A =. 1 0 Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 81 / 84

Matrizes inversa I A = ( 3 2 1 0 ), det(i A) = ( 3) 0 2 ( 1) = 2, (I A) 1 = 1 2 ( 0 2 1 3 ), ( ) 5 2 X = B(I A) 1 = 3 0 ( ) ( ) = 1 5 2 0 2 2 3 0 1 3 1 2 = 1 2 ( ) 0 2 1 3 ( ) 2 16 = 0 6 ( 1 8 0 3 ). Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 82 / 84

Matrizes inversa Resultados fundamentais sobre matrizes inversas Teorema 1 Dada uma matriz quadrada A, as seguintes afirmações são equivalentes: (i) A é invertível; (ii) x = 0 é a única solução da equação matricial Ax = 0; (iii) a forma escalonada por linhas de A não tem linhas nulas; (iv) a forma escalonada reduzida de A é a matriz identidade. Teorema 2 Suponha que uma sequência de operações elementares de linha converte a matriz A na matriz identidade. Então a mesma sequência de operações converte a matriz identidade na matriz inversa A 1. Teorema 3 Para quaisquer matrizes A e B n n, BA = I AB = I. Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 83 / 84

Matrizes inversa Forma escalonada por linhas de uma matriz quadrada: Renato Martins Assunção (DCC - UFMG) Análise Numérica 2012 84 / 84