INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL
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- Clara de Sintra de Figueiredo
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1 URBETOPIA A CIDADE COMO UM LUGAR Autor(es): Maria das Graças Borja Gondim dos Santos Pereira A Baixinha de Santo Antônio é singular e ao mesmo tempo um lugar comum. Para as condições socioeconômicas, de infraestrutura de moradia, de bairro, de cidade, a proposta tem como primeiras metas: minimizar o esforço do cotidiano; alocar meios que contribuam na transformação do futuro; promover com infraestrutura e com a construção de uma visão novas dinâmicas para a economia social; dar suporte aos desejos de construção de momentos promissores; trazer a experimentação de núcleos de cidade formal para estimular o reconhecimento do que lhes garante o direito à cidade; fragilizar, com o suporte à cidadania ativa, o ciclo de condições sistêmicas que manteve esta população, por prolongado tempo histórico, em condições limitantes, árduas e aviltantes.
2 O conceito de URBETOPIA - a cidade como um lugar -, estabeleceu os valores que nortearam as escolhas da intervenção. Lugar entendido como espaço ao qual se pertence, uma marca identitária para o grupo social, o ambiente que abriga, acolhe e se estabelece como referencia positiva, para o desenvolvimento pessoal e coletivo. O plano urbanístico considera que a Baixinha está sob risco, devido à sua localização estratégica, proximidade do sistema metroviário, e reurbanizá-la torna-se ação importante para fixar a população e contrapor às pressões por substituição do tecido. A proposta interpreta o relevo como dois circuitos, em ferradura, que se encaixam em planos distintos cumeada e baixada, e, pela leitura da fisionomia do relevo como uma relação espacial correspondente a uma avenida apropriada para o desfile - o circuito da baixada -, e, a arquibancada as encostas -, a olhar, a perceber, a vigiar, a apreciar o movimento, os fluxos, os eventos, as manifestações que se desenvolvem ao longo de toda a baixada. Uma conformação singular que relaciona: campos visuais, altitudes e formas do relevo. A analogia com um espaço de desfile não é casual, mas inspiradora. Alimenta a construção de possibilidades futuras para atração e intercâmbio com a cidade como um todo. 1200m de baixada correspondem a 6000m2 de avenida, espaço suficiente para concentrar de 4000 a 5000 pessoas na via e mais outras tantas nos espaços de interstício das encostas. Baixinha, grande avenida para o desfile das emoções, da musicalidade, da devoção, das manifestações de cidadania ativa. PROPOSTAS Criação de Centros de Cultura e Cidadania Ativa CUCA. Os equipamentos introduzem células da cidade formal e valorizam espaços educacionais, ambos têm creches no programa, uma carência fortemente reclamada: CUCA 1 - de maior área e programa mais extenso elevará o interesse na baixada onde tem acesso principal. Acessos secundários conectam o edifício à meia encosta através de passarelas. CUCA 2 localizado em espaço com cobertura vegetal de porte, tem partido que permite a preservação das espécies de maior porte, um valor ambiental a preservar.
3 Criação de Parques e Praças: Parque Vida Verde, Parque Linear da Baixada e o Parque Maravilha Parque Vida Verde propõe a recuperação ambiental da encosta, direcionada para a Agricultura Urbana e o cultivo coletivo. Parque Linear da Baixada a remoção das habitações em APP viabilizou a ampliação da rua dignificando a entrada e possibilitando um continum verde ao longo da via. Parque Maravilha amplo espaço verde, área sem delimitações claras, ressalta o potencial de ordenamento para fins de atividades físicas e lazer, com as âncoras: o campo de futebol, a urbanização de via para caminhadas, a creche e o Circo Maravilha que dá nome ao Parque. Praça da Baixada Associada ao CUCA 1, na área da quadra removida implantada sobre a rede de macro drenagem, o uso indicado foi o lazer, com espaço infantil, uma quadra esportiva, espaço para uma feira da produção da cultivo local, espaço livre. Praça da encosta Integrando a intervenção do CUCA 2, uma praça esplanada recobre parte dos espaços que compõem este equipamento. Posto de Saúde Deslocado para o espaço de entrada da Baixinha, qualifica a entrada do bairro e posiciona-se equidistante na poligonal. Micro intervenções urbanísticas visam: a conectividade de espaços verdes; criar pontos de descanso abrigados nos percursos a pé; criar espaços de estar e lazer para
4 convivência da vizinhança micro praças; abrir visuais para a paisagem, um valor ambiental a ser capturado, criando situações surpresas que marcam o deslocar, ritmando as visões seriais de travessas e caminhos. Intervenções construtivas que impactam nos quesitos de legibilidade e identidade do bairro. Intervenções estratégicas de integração com a cidade aliviam o fluxo de veículos e permitem o tráfego de ônibus integrando baixada e cumeada. A mobilidade e acessibilidade foram alcançadas pela integração dos equipamentos com planos inclinados e rotas acessíveis à meia encosta: via de serviço e caminho de pedestres, ambas integradas aos ascensores. O plano de habitação contempla todas as unidades removidas por critério de risco e incompatibilidade com a legislação ambiental. O padrão habitacional oferece com simplicidade estrutural opções de plantas - do studio ao apartamento de 3 quartos - numa composição de linhas fragmentadas que dialogam com o tecido urbano característico das ocupações urbanas informais. Rompe-se com o tradicional edifício popular com vantagens: as escadas externas aos blocos proporcionam acesso em níveis variados, reduzem custos de construção e na confluência podem justificar ascensores para coletivo de blocos. Os blocos habitacionais e demais edificações comunitárias constroem também espaços públicos: galerias, conexões entre edifícios, praças, praça/esplanada, mall, numa integração de funções e de espaços.
5 O plano ambiental centra no Programa de Captura de Valores Ambientais: a água pluvial, a compostagem de resíduos orgânicos e a agricultura urbana no viés do paisagismo de cultivo coletivo, transformando-os em bens econômicos em benefício direto às famílias, ao bairro e à cidade. Pranchas
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9 Faça o download das pranchas aqui Ficha Técnica Autor o Maria das Graças Borja Gondim dos Santos Pereira
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