C. Pereira Cabrita, Paulo Vaz, Diogo S. Madeira, João C. Matias, Davide S. Fonseca
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- Tânia Molinari de Carvalho
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1 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL SEIS SIGMA PROPOSTA DE METODOLOGIA E CASOS PRÁTICOS C. Pereira Cabrita, Paulo Vaz, Diogo S. Madeira, João C. Matias, Davide S. Fonseca Universidade id d da Beira Interior
2 PARTE 1 FILOSOFIA SEIS SIGMA
3 INTRODUÇÃO A filosofia Seis Sigma é uma prática fortemente disciplinada, de melhoria contínua, para ser aplicada em processos, produtos e serviços, com o objectivo de reduzir falhas e custos de produção. Esta filosofia, associada aos métodos de Produção Magra, permite aos seus utilizadores actuarem sobre os diversos processos existentes na empresa com a finalidade de se atingir uma maior fiabilidade, reduzir os custos de operação, reduzir os prazos de entrega, melhorar a coordenação entre departamentos, ou seja, aumentar a competitividade.
4 NÍVEIS SIGMA Têm se três níveis sigma diferenciados: k nível sigma para operações de curto prazo, definido na distribuição normal verdadeira, m nível sigma para operações de longo prazo, definido na distribuição normal verdadeira, ou seja, referido às operações de curto prazo, (m + 1,5) nível sigma para as operações de longo prazo, dfiid definido na distribuição ib i normal adaptada, d e que representa o nível sigma da filosofia Seis Sigma.
5 Distribuição normal verdadeira, correspondente aos processos de curto prazo, com a indicação dos limites LSL e USL
6 Distribuição normal verdadeira, com a indicação apenas de um limite superior equivalente USL L Long-Term Upper Specification Limit (Limite Superior da Especificação, para operações de longo prazo)
7 Distribuição normal adaptada, correspondente aos processos de longo prazo
8 Níveis sigma para a distribuição normal Níveis sigma (k e Seis Sigma) Percentagem de produtos em Produtos com defeito por milhão conformidade (DPM) Curto prazo Longo prazo Curto prazo Longo prazo 1σ 68, σ 95,46 69, σ 99,73 93, σ 99, , σ 99, , , σ 99, , ,002 3,4
9 CUSTOS DE MÁ QUALIDADE Na ocorrência de fabricação de produtos defeituosos existem custos associados a esses defeitos, daí que o custo final de cada produto se encontre directamente relacionado com a taxa de defeitos. COPQ Níveis Seis (em função do Sigma volume de vendas) 2 não competitivo A relação existente entre os níveis Seis Sigma e os custos de má qualidade COPQ (Costs Of Poor % Quality) % % 6 < 1 %
10 ORGANIGRAMA DO GRUPO SEIS SIGMA
11 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL SEIS SIGMA Por analogia com a Six Sigma Business Scorecard, a Manutenção Seis Sigma (Six Sigma Maintenance Scorecard) representa igualmente um processo de melhoria contínua, sem desperdícios, que permitirá analisar e melhorar o desempenho das actividades de manutenção com base nos níveis Seis Sigma, face aos objectivos previamente definidos, e delinear a posteriori as respectivas melhorias a adoptar.
12 De um modo geral, esta filosofia deverá apresentar as seguintes características, para que se consiga atingir a meta zero falhas : utilização de políticas de manutenção essencialmente preventivas e melhorativas, aceleração dos processos de melhoria contínua, com uma transição rápida e eficiente das políticas correctivas e reactivas para uma nova cultura suportada por políticas preventivas e melhorativas, promoção e estimulação da participação de todos os recursos humanos na implementação e no desenvolvimento das metodologias Seis Sigma, aproveitando as bases da Manutenção Produtiva Total TPM,
13 forçar as mudanças culturais na estrutura dos serviços afectos à Função Manutenção, numa base de melhoria contínua, deverá ser conduzida pela administração, que é responsável pela estratégia, pelo planeamento, e pela rentabilidade da organização, mas com a participação de todos, deverá ser controlada pelo director do Departamento de Manutenção, em colaboração directa com o director do Departamento de Produção,
14 deverá ser melhorada continuamente t pelos restantes t recursos humanos afectos a esses dois departamentos, utilização de meios de diagnóstico adequados, tecnologicamente desenvolvidos, e de uma rede de aquisição e processamento de dados em tempo real, utilização de meios informáticos como suporte a todas as actividades, técnicas e administrativas, inerentes à função manutenção,
15 adopção das políticas mais convenientes no que respeita à gestão de materiais, de modo a evitar-se a existência não só de armazéns sobredimensionados mas também de recursos administrativos desnecessários. promoção de uma atitudedeformação contínua,, de modo a estimular todos os recursos humanos, para que se sintam cada vez mais responsáveis e que possam assim contribuir para o desenvolvimento de soluções inovadoras, indo de encontro às necessidades produtivas,
16 INDICADORES PARCIAIS DE DESEMPENHO M1 - Disponibilidade Operacional dos Equipamentos MTBM D o = MTBM + MDT M2 - Taxa de Falhas dos Equipamentos λ = número tempo total total de falhas de funcionamento M3 - Eficiência Global dos Equipamentos EGE = DIS TDD TDQ
17 M4 - Taxa de Rendimento Sintética dos Equipamentos TRS = D A M5 - Índice de Trabalho Extraordinário ITE = custo total do trabalho extraordinário de manutenção custo total do pessoal de manutenção M6 - Índice Técnico de Actividade ITA = custo dos materiais utilizados custo total de manutenção M7 - Índice do Volume de Produção custo total de manutenção IVP = volume de vendas
18 M8 - Índice de Qualidade do Serviço IQS = tempo de manutenção preventiva tempo total de manutenção M9 - Índice de Efectivos de Pessoal IEP = efectivo de pessoal de manutenção efectivo de pessoal de produção M10 - Índice de Trabalho Subcontratado horas de trabalho subcontratado ITS = horas totais de manutenção
19 DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SEIS SIGMA Indicadores a medir M1 a M10 Definição do desempenho de cada indicador desempenho obtido 100 R n = desempenho previamente definido Nota: R n deverá ser corrigido para D n Indicadores Medidos R n D n M1. Disponibilidade Operacional dos Equipamentos D o M2. Taxa de Falhas dos Equipamentos λ
20 Definição dos pesos dos indicadores P n Nota: A sua soma deverá ser sempre igual a 100 Determinação dos Índices de Desempenho da Manutenção Parciais IDMP n = P n D 100 n Determinação do Índice de Desempenho da Manutenção IDM = 10 n = 1 IDMP n
21 Determinação do número de Defeitos Por Unidade DPU DPU = ln IDM 100 DPU = número total número de de defeitos unidades d
22 Determinação do número de Defeitos por Milhão de Oportunidades DPMO DPMO = 6 número total de defeitos 10 número total de oportunidades de defeito número total de oportunidades de defeito = número de unidades número médio de oportunidades de defeito por unidade DPMO = número médio de 6 DPU 10 oportunidades de defeito por unidade número total de defeitos = número total de falhas nas linhas de produção número de unidades = número de linhas de produção número médio de oportunidades de defeito por unidade = número médio de equipamentos por linha de produção DPMO = número médio de 6 DPU 10 equipamentos por linha de produção
23 Determinação do nível Seis Sigma global Níveis DPMO Níveis DPMO Níveis DPMO , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,4 48 2, , ,5 32 2, , ,6 21 2, ,7 13 2, , ,8 9 2, , ,9 5 2, , ,4
24 Maintenance scorecard Indicadores medidos P n D n IDMP n M1. Disponibilidade Operacional M2. Taxa de Falhas M3. Eficiência Global dos Equipamentos M4. Taxa de Rendimento Sintética M5. Índice de Trabalho Extraordinário M6. Índice Técnico de Actividade ,5 M7. Índice do Volume de Produção ,5 M8. Índice de Qualidade do Serviço ,5 M9. Índice de Efectivos de Pessoal M10. Índice de Trabalho Subcontratado Cálculos IDM 67,5 % DPU 0,393 número médio de equipamentos por linha de produção DPMO nível Seis Sigma 3,211 (3,21) 9
25 PROPOSTA DE CORRECÇÃO DO NÍVEL SEIS SIGMA Desempenho Máximos Indicadores medidos P n efectivo D n IDMP n D n IDMP n M1. Disponibilidade Operacional M2. Taxa de Falhas M3. Eficiência Global dos Equipamentos M5. Índice de Trabalho Extraordinário ,5 M6. Índice Técnico de Actividade M7. Índice do Volume de Produção M8. Índice de Qualidade do Serviço ,5 M9. Índice de Efectivos de Pessoal ,5 M10. Índice de Trabalho Subcontratado Cálculos IDM 99 72,5 DPU M 0,0101 0,3216 número médio de equipamentos por linha de produção 13 DPMO M nível Seis Sigma 4,668 (4,67) 3,467 (3,47) factor de correcção 6 4,67 = 1,33 nível Seis Sigma corrigido 6 4,80
26 PARTE 2 CASO PRÁTICO: MULTINACIONAL DO SECTOR AUTOMÓVEL
27 DESCRIÇÃO DA UNIDADE FABRIL A empresa DELPHI PACKARD Sistemas Eléctricos SA (Portugal), pertence ao grupo multinacional i l norte-americano com o mesmo nome, encontrando-se instalada em terreno próprio, p na cidade da Guarda, no distrito com o mesmo nome e ocupando m² de área coberta. Empregava, à data deste estudo, 749 colaboradores directos e 201 indirectos e laborava 5 dias por semana em 2 turnos fixos. O processo produtivo desta unidade fabril compreendia exclusivamente a fabricação de componentes eléctricos para automóveis, nomeadamente cablagens eléctricas.
28 À época, a unidade fabril já utilizava tecnologia e processos p, j g p produtivos de ponta, sem desperdícios nem perdas de tempo (Lean Production).
29 Estrutura da Delphi da Guarda
30 DETERMINAÇÃO DO NÍVEL SEIS SIGMA - MAINTENANCE SCORECARD No caso concreto da aplicação da filosofia Manutenção Seis Sigma a esta unidade fabril, discriminam-se nos quadros seguintes os nove indicadores de desempenho utilizados na empresa, relativos aos anos de 2003 a 2007.
31 Indicadores D o [%] 99,4 99,7 99,6 99,8 99,9797 λ [falhas por hora] 7,47 x ,09 x ,70 x ,10 x ,30 x 10-2 EGE [%] ITE [%] ITA [%] ,9 IVP [%] 1,89 0,95 1,18 1,20 1,25 IQS [%] IEP [%] 1,1 1,4 1,7 1,9 2 ITS [%] D o Disponibilidade Operacional λ Taxa de Falhas EGE Eficiência Global dos Equipamentos ITE Índice de Trabalho Extraordinário ITA Índice Técnico de Actividade IVP Índice do Volume de Produção IQS Índice de Qualidade do Serviço IEP Índice de Efectivos de Pessoal ITS Índice de Trabalho Subcontratado
32 Períodos Indicadores medidos P n D n IDMP n P n D n IDMP n M1. Disponibilidade Operacional M2. Taxa de Falhas M3. Eficiência Global dos Equipamentos M5. Índice de Trabalho Extraordinário M6. Índice Técnico de Actividade id d M7. Índice do Volume de Produção M8. Índice de Qualidade do Serviço , ,5 M9. Índice de Efectivos de Pessoal M10. Índice de Trabalho Subcontratado Cálculos IDM 92,5 % 93,5 % DPU M 0,0779 0,0672 número médio de equipamentos por linha de produção DPMO M nível Seis Sigma 4,014 (4,01) 4,067 (4,07) factor de correcção 133 1, ,33 nível Seis Sigma corrigido 5,34 5,40 Determinação do nível Seis Sigma para a filosofia Manutenção Seis Sigma, da Delphi (Maintenance Scorecard).
33 PARTE 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
34 Os níveis sigma são bastante elevados 4,01 e 4,07 (valores não corrigidos) ou 5,34 e 5,40 (valores corrigidos). Note-se que, para os 30 grandes grupos americanos indexados ao Dow Jones Industrial Index, os respectivos níveis Seis Sigma não corrigidos, para a Six Sigma Business Scorecard, situam-se entre um mínimo de 3,06 e um máximo de 4,02. Os indicadores M1, M2, M3, M5, M6, M7 e M9 cumpriram plenamente os objectivos previamente especificados, daí terem o peso máximo D n = 100.
35 Em M8, consideraram-sese para D8 os valores 50 e 70 na medida em que se aconselha que as actividades de manutenção preventiva deverão continuar a aumentar de forma significativa, de modo a que este indicador se situe acima de 75 %. Em M10, atribuiu se a D10 o valor 50, uma vez que se aconselha o,, q aumento do trabalho subcontratado e, consequentemente, das actividades de manutenção preventiva.
36 A implementação da filosofia Manutenção Industrial Seis Sigma permite avaliar o desempenho das actividades de manutenção, de uma forma contínua, tendo com base de comparação o nível Seis Sigma com o valor 6, ao qual corresponde um desempenho máximo possível. Esta filosofia é bastante maleável, porque permite não só adoptar qualquer número de indicadores de desempenho, mas também atribuir os pesos considerados mais convenientes a cada um desses mesmos indicadores.
37 Obrigado pela vossa atenção.
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