Empresariado Nacional e Tecnologias de Informação e Comunicação: Que Soluções Viáveis para o Desenvolvimento dos Distritos?
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- Giuliana Fernandes Conceição
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1 Empresariado Nacional e Tecnologias de Informação e Comunicação: Que Soluções Viáveis para o Desenvolvimento dos Distritos? Carlos Nuno Castel-Branco Professor Auxiliar da Faculdade de Economia da UEM
2 Introdução Tema muito vasto e com excessivo número de elementos, cada um dos quais pode ser transformado em uma série de debates logo, necessidade de focar em algumas coisas e seleccionar. Não sou especialista deste tema logo, fui estudando e aprendendo novas coisas para poder desenvolver o tema. Daí que o texto escrito submetido há duas semanas difere desta apresentação (a diferença reflecte a minha própria aprendizagem). Mais importante do que tentar encontrar respostas nesta apresentação é tentar encontrar perguntas que alimentem investigação mais profunda. 2
3 Estrutura da apresentação O que é TIC Características do desenvolvimento da TIC TIC e competitividade produtiva TIC e administração pública Exemplos de utilização Considerações finais 3
4 O que é TIC? Sistema de infra-estruturas (satélites, antenas ), equipamentos (computadores, telefones ), plataformas e programas (sistemas operacionais, programas para funções produtivas específicas ), redes, capacidades e habilidades que permitem trabalhar com, ter acesso e comunicar informação em diferentes media (Internet, rádio, TV, telefones celulares ) e para prestar diferentes serviços (bases da dados, análise de dados, videoconferências, ensino/aprendizagem à distância ) 4
5 Características do desenvolvimento da TIC (1/3): Genéricos Rápido desenvolvimento tecnológico: cumulativo, criativo (permite explorar e criar novas capacidades e possibilidades) e interligado (infra-estrutura, redes, fornecedores de sistemas e de conteúdos ) Versatilidade: os mesmos recursos e capacidades têm inúmeras aplicações; e cada vez é menos complicado e mais rápido circular entre, e articular, diferentes aplicações Destruição criativa: capacidades, habilidades, formas de organização, cultura de trabalho são substituídas por novas. Se não forem, o sistema não funciona eficientemente. Mas a substituição também cria resistências. 5
6 Características do desenvolvimento da TIC (2/3): TIC e relações de poder Informação, comunicação e poder: TIC não é neutra relativamente a dinâmicas sociais e de poder. Poder produz e estrutura informação. TIC é desenvolvida também como resposta a relações de poder. Informação consolida ou altera relações ou balanço de poder. Informação seleccionada mais difícil controlo central com TIC, mas o consumidor escolhe entre opções. Necessidade de produzir a informação desejada. Neste sentido, TIC é uma intervenção política. 6
7 Características do desenvolvimento da TIC (3/3): Capacidades Sistemas de gestão e TIC: TIC não é solução mágica para fraquezas nos sistemas de gestão e informação. Mudança institucional e cultural é necessária para o sucesso da TIC. Capacidades tecnológicas e organizativas: TIC requer não apenas a transferência tecnologia e meios, mas também a criação de capacidade tecnológica local (para escolher a tecnologia e meios, utilizá-los, geri-los, explorar novas oportunidades e possibilidades, eliminar dependência tecnológica ) a criação de capacidade de gestão tecnológica as infra-estruturas 7
8 TIC e competitividade produtiva (1/3) Economias de escala: custos iniciais requerem economias de escala por causa da rentabilidade económica. Economias de escala não são necessariamente associadas com grandes instalações, equipamentos e exércitos de trabalho, mas com a produção e produtividade que é possível atingir. Economias de escopo: versatilidade e rapidez nas transições entre operações; e estandardização tecnológica de partes e produtos permitem (1) reduzir tempos mortos (e custos) na transição entre uma operação e outra; (2) aumentar a variedade de produtos sem aumentar custos nem limitar economias de escala; (3) pessoalizar mais os produtos sem afectar a produtividade, as economias de escala e os custos 8
9 TIC e competitividade produtiva (2/3) Qualidade, precisão e standards relacionados com automação. Visão sobre força de trabalho e relações de trabalho: treino, qualidade, motivação e enquadramento corporativo participativo e positivo é muito mais importante para a produtividade e o sucesso empresarial do que ser nominalmente barato. Aquisição de tecnologia versus aquisição de capacidade tecnológica 9
10 TIC e competitividade produtiva (3/3) Informação e comunicação para gestão e desenvolvimento Contexto industrial e económico da aquisição de capacidade tecnológica: qual e para fazer o quê? 10
11 Três grandes objectivos: TIC e administração pública Extensão dos serviços públicos Simplificação Qualidade da análise de informação e desenvolvimento, implementação e análise de políticas. Sucesso da TIC depende de: Integração da TIC no processo lógico de desenvolvimento institucional organizativo, capacidade humana, cultural, social e política. Relação da TIC com sistemas de informação interligados a todos os níveis e sua utilização efectiva. Redução da resistência à mudança treino, enquadramento, incentivos e motivação 11
12 Exemplos de utilização pública Educação: Experiência Tanzaniana com ensino universitário à distância sobre questões de pobreza e desenvolvimento; Agricultura: Experiência Indiana com sistemas de informação que permitem o registo da posse e utilização da terra, acesso a informação sobre mercados e tecnologias para pequenos é médios produtores; Saúde: Experiência na África Austral (Moçambique, África do Sul e Tanzania) com os sistemas de informação de saúde ao nível local importância para a planificação e problemas de sustentabilidade Internet sem fio: Ligações com locais distantes e com limitada infra-estrutura quem fornece? A que informação tem acesso? Sustentabilidade? 12
13 Considerações finais (1/3) TIC cria muitas oportunidades mas não é varinha mágica para resolver fraquezas tecnológicas, de infra-estruturas e de administração. Se tais fraquezas não são enfrentadas e resolvidas, TIC revela-as mais claramente mas não as resolve e pode agravá-las. Investimento em TIC deve ser pelo menos acompanhado, de forma articulada, com investimento em infra-estrutura, organização, capacidades, mudança de práticas e culturas de trabalho e produção de conteúdos relevantes. Sem isso, enormes somas de dinheiro podem ser gastas sem nenhum benefício social e económico. 13
14 Considerações finais (2/3) Aquisição de tecnologia não é o mesmo que aquisição de capacidade tecnológica sem a segunda, a utilidade da primeira é muito duvidosa. Necessidade de uma quadro estratégico que permita escolher, adaptar e utilizar a tecnologia e desenvolver a capacidade tecnológica local. Este quadro é tanto ao nível de empresa (linha de produção ou gestão); como ao nível de indústria e da economia como um todo; em serviços sociais ou na administração pública. Este quadro interliga os diferentes elementos de TIC com os seus objectivos directos para a sociedade ou organização. 14
15 Considerações finais (3/3) TIC é uma intervenção política: (1) Informação e poder estão relacionados; (2) Escolha/produção de informação é relacionada com poder e com objectivos de desenvolvimento; e (3) Destruição criativa tem implicações para as relações e balanço de poder na sociedade e dentro das organizações. 15
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