Sala das Alfarrobeiras

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1 Centro de Acção Social, Cultura e Desporto dos Trabalhadores da Saúde e Segurança Social do Distrito de Faro Projecto Pedagógico Sala das Alfarrobeiras EDUCADORA Carla Sofia Aires de Mendonça Correia Martins ANO LECTIVO 2007/2008

2 INDICE Introdução..3 1) Fundamentação teórica 4 2) O grupo de crianças 7 2.1) Caracterização.7 2.2) Listagem 8 2.3) Aniversários..9 3) Características da faixa etária..10 4) Características da sala ) Organização do espaço ) Planta da sala ) Organização do tempo 16 5) O papel da Educadora na creche.17 6) Definição da estratégia educativa global ) Plano Anual ) Estratégias/Actividades..20 2

3 INTRODUÇÃO Ao elaborar o projecto pedagógico deste ano 2007/2008 o objectivo principal é proporcionar à criança um desenvolvimento global de forma lúdica, harmoniosa e pedagógica, respeitando o ritmo de cada criança. A primeira infância é simultaneamente a fase mais crítica e vulnerável no desenvolvimento de qualquer criança. É nos primeiros anos de vida que se estabelecem as bases para o desenvolvimento intelectual, emocional e moral da criança. A creche pode ser importante para o desenvolvimento da criança, pois deve ser o prolongamento da família em termos de cuidados e estímulos essencialmente afectivos e cognitivos. O meu objectivo é proporcionar à criança todos os cuidados básicos e afectivos tendo em conta o ritmo próprio de cada criança. Os cuidados de alimentação, de higiene e o sono podem ser considerados um período em que a criança recupera energias, são alguns dos cuidados que os adultos que interagem com a criança podem e devem oferecer com grande qualidade. A creche deve proporcionar à criança o desenvolvimento das suas actividades lúdicas, manifestando o reconhecimento das suas capacidades e necessidades de espaço. Pretendo facilitar e dar pistas ás crianças para que ela própria utilize os seus meios, os aperfeiçoe, os varie e os enriqueça à medida que vai assimilando aquilo que já sabe com as novas aquisições. A minha intervenção deve ser sempre consciente e ter a finalidade de apoiar, estruturar, estimular e/ou modificar uma situação, atitude ou acção que vise a construção da própria criança e constante harmonia consigo própria e com os outros. 3

4 1) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Ao elaborar este projecto pedagógico da sala das alfarrobeiras para o presente ano lectivo tive que ter em conta o nível de desenvolvimento do grupo em geral e de cada criança em particular. O tema de projecto Crescer e Aprender foi escolhido tendo em conta os temas que vão ser abordados e que é necessário desenvolver actividades que permitam a exploração dos sentidos, dos objectos e dos materiais de forma a fomentar a aprendizagem e autonomia da criança e consequentemente o seu constante crescimento. Aprender significa dar à criança a oportunidade de experimentar novas situações e vivências, retirando destas as suas conclusões logo a criança está automaticamente a Crescer. A creche é um espaço onde se pode brincar, explorar e questionar e onde os princípios pedagógicos devem proporcionar situações diversificadas em que a criança aprenda e ganhe gosto e curiosidade por saber mais No plano anual é possível verificar quais as temáticas a serem abordadas: as cores, os animais, a alimentação, o corpo humano, a saúde e higiene, o vestuário e as profissões entre outras datas festivas e efemérides que serão desenvolvidas durante o ano lectivo. Os objectivos que pretendo alcançar ao longo do ano lectivo estão divididos por dois grupos e as actividades a realizar podem ser consultadas no item 6.2: OBJECTIVOS GERAIS: Os objectivos gerais correspondem a um conjunto de competências, que ao longo do ano, o educador procurará incutir nas crianças, tais como: Contribuir para a segurança e bem-estar da criança Ajudar a criança a conhecer-se a si própria, para melhor conhecer as suas capacidades e superar as suas dificuldades Estimular o desenvolvimento global da criança Promover a autonomia, a autoconfiança e o sentido de responsabilidade Desenvolver a imaginação criativa Incentivar e incutir nas crianças o espírito de solidariedade/colaboração entre elas Incentivar a criança a interagir com o que a rodeia Contribuir para que o desenvolvimento da criança seja harmonioso Adquirir a capacidade de confiar nos colegas e nos adultos Incentivar a participação das famílias no processo educativo 4

5 OBJECTIVOS ESPECIFICOS: Os objectivos específicos dividem-se por três áreas de conteúdo: ÁREA DE FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL Construir e desenvolver relações com as crianças e os adultos Expressar e compreender sentimentos Saber ouvir Conhecer algumas regras de convívio Compreender rotinas e hábitos Assimilar as regras da sala Saber esperar pela sua vez Participar nas actividades propostas Estimular a sensibilidade e o sentido estético Incentivar a criança a ser capaz de tomar decisões ÁREA DE EXPRESSÃO E COMUNICAÇÃO Domínio da expressão motora Movimentar-se de várias formas locomotoras Imitar gestos e movimentos Desenvolver a percussão corporal (batimentos, palmas, ) Tocar as diferentes partes do corpo mencionadas ao longo de uma canção Desenvolver a motricidade fina e a destreza manual Domínio da expressão plástica Desenhar e pintar livremente Fazer colagens Trabalhar com massa e plasticina Fazer carimbagem Explorar diversos materiais, texturas e técnicas Realizar composições utilizando diferentes materiais Experimentar a mistura de cores Realizar digitinta Domínio da expressão musical Despertar o gosto pela musica Acompanhar canções mimadas Explorar e identificar sons Explorar a intensidade dos sons 5

6 Cantar canções Domínio da linguagem oral Falar sobre experiências pessoais importantes Explorar o carácter lúdico da linguagem, através de canções e histórias Participar nas conversas em grande grupo Enriquecer o vocabulário ÁREA DO CONHECIMENTO DO GRUPO Desenvolver a capacidade de observar Desenvolver a curiosidade natural das crianças Ser capaz de cuidar da sua higiene (ir á casa de banho, lavar as mãos e a cara, ) Colaborar na arrumação da sala Conhecer normas de higiene alimentar Identificar e nomear as cores primárias Identificar e nomear as diferentes refeições Conhecer algumas normas de prevenção rodoviária (ex. atravessar nas passadeiras, respeitar os semáforos, ) Conhecer os 5 sentidos: paladar, olfacto, tacto, visão e audição. 6

7 2) O GRUPO DE CRIANÇAS 2.1) CARACTERIZAÇÃO VALÊNCIA Creche SALA IDADE DAS CRIANÇAS Sala das Alfarrobeiras 2 Anos / 2 Anos e meio MENINOS 8 MENINAS 5 N.º DE CRIANÇAS 13 CRIANÇAS N.E.E 0 2.3) ANIVERSÁRIOS O facto do grupo ser na sua maioria constituído por crianças que frequentaram no ano anterior a mesma instituição, veio a facilitar a acção pedagógica, uma vez que existe um conhecimento/relacionamento entre os elementos do grupo. O grupo encontra-se em processo de adaptação à sala, pois mudaram de sala e aos adultos excepto três crianças que no ano anterior tiveram a mesma educadora. Existem ainda três novas crianças em adaptação geral dado que é a primeira vez que estão a frequentar a Instituição. 7

8 3) CARACTERISTICAS DA FAIXA ETÁRIA Entre os vinte e quatro e os trinta e seis meses a criança enfrenta uma longa lista de tarefas: continuar a crescer, adquirir novas habilidades psicomotoras que lhe permitirão dar um passo de gigante no caminho até à autonomia. A criança além de procurar a satisfação das sua necessidades básicas alimentação, sono, afecto estimulada por poderosos impulsos instintivos, depressa se apercebe que a relação com os outros será mais motivante, daí a importância da atitude dos adultos que a rodeiam para o seu amadurecimento. Nesta faixa etária o jogo infantil é um veículo primário e um indicador do crescimento individual. O brincar permite que a criança progrida ao longo da sequência do desenvolvimento, desde a inteligência sensorio-motora da primeira infância ao pensamento préoperatório dos anos do pré-escolar. Para além do seu papel no desenvolvimento cognitivo, o jogo também tem funções importantes no desenvolvimento físico, emocional e social. Sendo assim o jogo iniciado pela criança deve sempre ser apoiado pela educadora como sendo uma componente essencial em termos de desenvolvimento. Pontos de referencia dos 24 aos 36 meses: BRINCADEIRAS DE FAZ DE CONTA : A criança entra agora no mundo da imaginação. Começa a integrar as rotinas da sua vida na brincadeira e imita os papéis dos adultos que a rodeiam. Usa os objectos que manuseia (blocos, bonecas e carrinhos) para tentar dar sentido a um mundo completo. CAPACIDADES MOTORAS: Faz andar um brinquedo a pedais provavelmente ainda com os pés no chão. Consegue manter-se num só pé enquanto usa o outro para dar um pontapé numa bola. Move-se depressa desde que seja a direito. É capaz de atirar e apanhar uma bola estando sentado. Consegue dançar com música. Consegue recuperar o equilíbrio com facilidade, quando o perde momentaneamente. 8

9 As suas grandes capacidades motoras desenvolvem-se ao ponto de ser capaz de trepar qualquer coisa. Movimenta-se com maior confiança e mestria, um reflexo não apenas de competência motora, mas também um sentido do eu mais forte. COORDENAÇÃO OCULO MANUAL: A criança entretêm-se com um livro durante vários minutos observando bem cada figura apontando para as imagens e virando as páginas. A motricidade fina permite-lhe juntar o indicador e o polegar com eficácia no movimento em pinça para os pequenos objectos. Recebe objectos das mãos do adulto para as dele e passa-os de novo para as mãos do adulto. LINGUAGEM: Identifica com exactidão objectos de uso diário que são colocados à sua frente. Experimenta diferentes combinações de palavras. Consegue dizer a maior parte dos sons, mas com frequência confunde ou pronuncia mal certas consoantes ou palavras. Sabe o nome das partes principais do seu corpo. Ouve com interesse outras pessoas a falarem umas com as outras. O seu vocabulário tem pelo menos duzentas palavras frequentemente combinadas em frases curtas. A capacidade de atribuir significado às brincadeiras está em paralelo com a capacidade de fazer o mesmo com a linguagem. Usa frases curtas e começa a usar a linguagem como forma de interpretar as suas próprias acções. Têm um enorme aumento da capacidade de compreender e usar a linguagem o que lhe permite entrar na comunidade dos falantes. 9

10 APRENDIZAGEM: Compreende que pode manipular objectos para aprender mais sobre eles. Entusiasma-se com as brincadeiras imaginativas, criando histórias e novas aptidões. Faz perguntas sobre tudo o que está à sua volta. É capaz cada vez mais de compreender explicações. 4) CARACTERISTICAS DA SALA 4.1) ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO O ambiente é propositadamente arrumado para aguçar a curiosidade das crianças. A arrumação da sala pode sofrer mudanças segundo a planificação da educadora, o desejo das crianças, os novos materiais adquiridos. As crianças ao chegarem à sala devem encontrar os móveis e os materiais arrumados de forma agradável, bem organizados e convidativos para que as crianças se sintam motivadas, saibam escolher o que desejam e colaborem com a organização da sala. Caso as áreas não estejam bem definidas e os materiais colocados cada dia num lugar diferente, as crianças não sabem o que podem fazer e ficam desorientadas, incapazes de assumir a atitude de autonomia que se deseja estimular. A sala é um espaço educativo onde as crianças passam a maior parte do tempo e por isso tive o cuidado em organizá-lo em função da idade do grupo e de forma a permitir às crianças a escolha de diferentes tipos de actividades. É uma sala que tem todas as condições para o fim a que se destina a educação de infância, pois tem os materiais e equipamentos pedagógicos essenciais e necessários que contribuem para o desenvolvimento sensóriomotor do grupo de crianças. A sala está organizada por 7 diferentes áreas (vide planta da sala): A área da casinha A área da mercearia A área de reunião em grande grupo A área da biblioteca e dos jogos de encaixe A área da garagem e das construções A área da oficina de mecânica 10

11 A área de trabalho (mesas) A casa de banho é fora da sala e as loiças sanitárias são proporcionais ao tamanho das crianças. Como educadora, tenho a plena consciência que devo saber planear, (re)ajustar, avaliar, num processo contínuo de modo a garantir a qualidade e o que é melhor para as crianças. O ambiente físico é apenas parte daquilo que faz a qualidade de um contexto educativo. A educadora tem um papel vital na prossecução dessa qualidade através da qualidade das relações que estabelece e do desenvolvimento do seu trabalho. 11

12 4.2) PLANTA DA SALA Área biblioteca e Jogos de encaixe Área Garagem e Construções Porta de entrada Ja ne la Área Reunião (tapete) Área Oficina Mecânica Área da casinha Porta para o exte rior Área mercearia Armário 12

13 4.3) ORGANIZAÇÃO DO TEMPO É necessário existir rotinas na sala para que as crianças também se sintam seguras e confiantes. As actividades de rotina constituem o currículo da criança. Não são tarefas banais que qualquer pessoa pode realizar. Os cuidados quotidianos são tarefas que têm significado e valor educativo e pedagógico. Para as crianças com 2/3 anos, mudar a fralda, ir à casa de banho, comer com ajuda ou sozinho, etc. são actividades que fazem parte do seu currículo e por isso estas experiências incentivam o desenvolvimento da criança. Sendo assim a rotina da sala das alfarrobeiras é a seguinte: 08:15 h Abertura da Instituição 08:15 h / 09:30h Acolhimento em grande grupo 09:30 h / 10:00 Suplemento alimentar (bolacha) 10:00 h / 11:00 h Tempo de trabalho (áreas de trabalho ou actividades orientadas) 11:00 h / 11:30 h Tempo de arrumar e tempo de higiene 11:45 h / 12:15 h Almoço 12:15 h / 12:30 h Tempo de higiene e preparação para o repouso 12:30 h / 15:15 h Tempo de repouso 15:30 h / 15:45 h Tempo de arrumar e higiene das crianças 15:45 h / 16:15 h Lanche 16:15 h / 16:30 h Higiene 16:30 h / 19:00 h Actividades livres 13

14 5) O PAPEL DA EDUCADORA NA CRECHE A educadora é responsável pela intervenção pedagógica, pois quando planifica tem em atenção o grupo de crianças e o seu meio social e familiar. A educadora deve saber-fazer baseando-se na teoria e ter a capacidade para reflectir sobre si e sobre a sua acção de modo a reformulá-la se necessário. A sua atitude pessoal e profissional deve criar um ambiente facilitador de bem-estar e deve ter competências, tais como: observar, analisar, reflectir e avaliar, competências de comunicação não verbal e observação participante para além de ter a capacidade de criar laços com cada criança. A educadora deve ser uma pessoa calma e alegre, organizada, criativa, perspicaz, afectuosa, inteligente, curiosa, expectante, activa, confiante, equilibrada e conhecer bem cada etapa de desenvolvimento da criança contudo estar preparada para conhecer as necessidades de cada criança e de como se manifestam, saber tratar de cada uma, descobrir os seus gostos e dialogar com cada uma. É fundamental que a educadora esteja atenta e fisicamente acessível às crianças para poder ser um facilitador das interacções das crianças, contudo deve desenvolver rotinas adequadas, flexíveis e individualizadas baseadas nas necessidades das crianças e do grupo. Sendo as rotinas momentos privilegiados de relação, afecto e aprendizagem pois deve dar tempo, sem pressas e sem stress a cada criança e ao seu trabalho. Por ultimo na minha perspectiva a educadora deve ser capaz de construir uma relação com os pais baseada no respeito mútuo para alem de ser a responsável por desenvolver um bom trabalho de equipa e bem articulado. 6) DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA EDUCATIVA GLOBAL 6.1) PLANO ANUAL O plano anual apresentado não tem uma ordem específica para ser abordado, uma vez que os temas enunciados serão explorados de acordo com os interesses das crianças, não tem datas definidas, visto que ao longo do ano lectivo serão enquadrados e explorados outros temas e efemérides (ex.: Outono, S. Martinho, Natal, ). 14

15 Trata-se de um plano que tem em conta o tempo de concentração, a necessidade de movimento, a necessidade de experimentação e a necessidade de actividades livres na sala e ao ar livre, próprias desta faixa etária. No exterior da sala irá ser colocada semanalmente a planificação pedagógica que inclui as actividades a abordar em cada tema. CRESCER E APRENDER AS CORES Nomear e distinguir as diferentes cores OS ANIMAIS Animais de diferentes habitats Sua deslocação e alimentação A ALIMENTAÇÃO Alimentos que fazem parte da roda dos alimentos Alimentos que devemos comer mais e que devemos comer menos Diferentes tipos de refeições Atitudes correctas à mesa O CORPO HUMANO Conhecer algumas normas de prevenção rodoviária para a segurança do seu corpo Conhecer os 5 sentidos: paladar, olfacto, tacto, visão e audição SAÚDE E HIGIENE Normas de higiene do corpo VESTUÁRIO Nomear as diversas peças de vestuário As diferentes texturas AS PROFISSÕES Conhecer algumas profissões e as suas funções 15

16 6.2) ESTRATÉGIAS/ACTIVIDADES Conversas espontâneas Conversas temáticas Canções / musicas Histórias Lenga-lengas Poesias Travalínguas Observação da Natureza Jogo simbólico Movimentos corporais Actividades ao ar livre Jogos de encaixe Puzzles Modelagem Rasgagem Recorte e colagem Desenho Pintura Digitinta Actividades com água e areia Actividades de culinária Exposição de trabalhos 16