Formulação de Rações para Cães
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- Gabriela Marques Sabrosa
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1 Formulação de Rações para Cães Cristina Maria Lima Sá Fortes 1 Introdução O cão é um animal de estimação muito apreciado no mundo, com um crescimento constante de sua população. Atualmente, existem 38 milhões de animais de estimação no Brasil, sendo 27 milhões de cães (Háfez, 2002). Os produtos destinados a estes animais estão em ampla expansão no mercado mundial, e a alimentação vem sendo a área com maiores investimentos. No Brasil, segundo Háfez (2002), considerando o consumo médio diário de ração, o potencial do mercado de petfood é de mais de três milhões de toneladas/ano. O segmento cresceu no Brasil 530% nos últimos 10 anos. Hoje, as dietas comerciais para cães são compostas basicamente de carboidratos que representam 40 a 55% da matéria seca das rações. No ano de 2002 a indústria de alimentos para cães e gatos consumiu cerca de de carboidratos, oriundos de cereais in natura e farelos, evidenciando a grande importância desses ingredientes (SNIAA, 2003). Além dos carboidratos ingredientes protéicos, suplementos vitamínicos minerais e aditivos compõem as dietas dos cães. Apesar do interesse econômico, poucas pesquisas existem caracterizando a digestibilidade dos ingredientes, as necessidades nutricionais e o manejo alimentar adequado desses animais, dificultando o desenvolvimento de dietas que atendam os principais objetivos de um alimento para animais de estimação: crescimento harmonioso, longevidade e resistência a doenças (Borges, 1998). Esta revisão tem como objetivo orientar sobre os principais pontos para formulação de dietas para cães. 1 Estudante de Doutorado em Zootecnia da UNESP Jaboticabal, SP. Nutricionista da Imbramil Indústria e Comércio Ltda. Tel: (11) crissafortes@yahoo.com.br 1
2 Pontos importantes para formulação de ração para cães Antes de iniciar a formulação da ração alguns itens importantes devem estar bem definidos: 1. Conhecimento da legislação vigente; 2. Classificação mercadológica dos alimentos pet; 3. Características fisiológicas do animal; 4. Exigências nutricionais; 5. Processamentos de ração. A regulamentação básica para os alimentos industrializados para cães está prevista no Decreto no , de 06 de janeiro de O Decreto é regulamentado por meio de Instruções Normativas que vêm sendo atualizadas periodicamente. A Instrução Normativa publicada pelo MAPA que proporcionou um grande avanço na regulamentação do mercado Pet Food foi a número 8, publicada em 2002, onde fixa e identifica as características mínimas de qualidade a que devem obedecer aos alimentos completos e especiais para cães e gatos. Os níveis de garantia exigidos para os alimentos completos estão descritos nas Tabelas 1 e 2. Tabela 1 Níveis de garantia para alimentos completos para cães em crescimento Itens (%) Seco Semi-úmido Úmido Umidade (máx) Proteína bruta (mín) Extrato etéreo* (mín) 7 6 1,3 Matéria fibrosa (máx) Matéria mineral (máx) ,5 Cálcio (máx) 2 1,6 0,4 Fósforo (mín) 0,8 0,6 0,1 *Extrato etéreo hidrólise ácida 2
3 Tabela 2 Níveis de garantia para alimentos completos para cães em adultos Itens (%) Seco Semi-úmido Úmido Umidade (máx) Proteína bruta (mín) Extrato etéreo (mín) 4,5 3,6 1,0 Matéria fibrosa (máx) 6,5 5,2 2 Matéria mineral (máx) ,5 Cálcio (máx) 2,4 2 0,4 Fósforo (mín) 0,6 0,5 0,1 *Extrato etéreo hidrólise ácida Classificação dos Alimentos Industrializados para Cães Os alimentos industrializados para cães podem ser classificados quanto: 1. Função Completos Complementares Especiais 2. Tipo de processamento; Úmido Semi-úmido Seco 3. Segmentação de mercado Econômico Premium Super premium 1. FUNÇÃO Alimentos completos São aqueles que garantam todos os níveis nutricionais necessários à correta alimentação diária de cães e gatos saudáveis; 3
4 Alimentos complementares ossinhos, petiscos e biscoitos; Alimentos especiais Prescrição para cães e gatos com distúrbios fisiológicos ou metabólicos, em cuja formulação é incondicionalmente privada de qualquer agente farmacologicamente ativo. 2. Processamento Úmidos São aqueles encontrados em latinhas ou saches. Este tipo de alimento tem por objetivo fornecer uma refeição individual para o animal. Este tipo de alimento completo é formulado a base de proteínas e gorduras, com pequena concentração de carboidratos. Os principais ingredientes são: carnes, carnes mecanicamente separada, vísceras de frango, peixes, farinha de soja, amido de milho, pectinas, gomas, etc. Os alimentos úmidos são processados em cozimento sobre pressão semelhante a uma autoclave e seu principal meio de conservação é a esterilização do próprio processo. São alimentos com alta digestibilidade (80 a 85%) e palatabilidade. São produtos caros tendo em vista seu alto teor de água e o tipo de embalagem. Semi-Úmido São produzidos através de extrusão e caracterizam-se por apresentarem peletes macios. Os principais ingredientes são: Carboidrato - Milho, sorgo, quirera de arroz, farelo de arroz, farelo de trigo. Protéico - farelo de soja, farinha de carne e ossos, farinha de vísceras de frango, carne fresca. Gordura - Gordura animal, óleos vegetais. Outros - minerais, vitaminas, corantes, palatabilizantes, antioxidantes, antifúngicos (benzoatos e sorbatos), umectantes (sacarose, sal, propileno glicol), ácidos orgânicos (ácido cítrico). A conservação destes produtos são através de baixo ph, antifúngicos, antioxidantes, umectantes e baixa atividade de água. A umidade do produto varia de 15 a 50%. As embalagens dos produtos semi-úmidos são mais caras que as das rações secas, uma vez que é produzida para uma maior proteção 4
5 contra a perda de água, pois a desidratação afeta sua plasticidade e palatabilidade, tornando-os mais duros e mais secos que os alimentos secos. Secos Representam a maior parte do que é produzido e vendido. São produzidos pelo processo de cozimento por extrusão. Os ingredientes são semelhantes ao das dietas semi-úmidas, sendo que neste caso os carboidratos compreendem mais de 50% da fórmula. São responsáveis por 30 a 60% da energia metabolizável do produto. A conservação do produto é devida à baixa umidade aliada a antioxidantes, antifúngicos e acidificantes. As embalagens têm como função impedir a entrada de água, oxigênio e luz no produto, aumentando o tempo de prateleira das dietas. Processo de extrusão Extrusão é o processo de cozimento, realizado pela combinação de umidade, pressão, calor e atrito mecânico no interior de um tubo. Através da extrusão houve a possibilidade de crescimento do mercado pet, pois permitiu a inclusão de ingredientes mais baratos como os carboidratos nas dietas dos cães. As principais vantagens do processo são: melhoria da digestão, redução de níveis de toxinas; controle de crescimento de microrganismos e controle de formatos e densidades. Dentre as desvantagens podemos citar a degradação de nutrientes e custo do processamento. O diagrama do processo por extrusão encontra-se representado na Figura 1. 5
6 Ingredientes grãos Pré-moagem Mistura Extrusão Pré-condicionamento Moagem Corte Secagem Recobrimento Acondicionamento Figura 1 Fluxo do processo de extrusão Resfriamento 3. Segmentação comercial Quanto à segmentação comercial as dietas podem ser classificadas basicamente em três segmentos: econômica, premium e super premium. Na Tabela 3 estão descritas as principais características de cada segmento. Tabela 3 Características das dietas de acordo com sua classificação comercial Itens Econômico Premium Super Premium Formulação Variável Variável Fixa Apelo de venda $ Palatabilidade e digestibilidade Qualidade Produtos Genéricos Técnicos e afetivos Técnicos e específicos Fontes de 1 a 2 2 a 3 4 a 6 proteína Nível de proteína Mínimo AAFCO AAFCO Fibras Farelos Farelos e Específicas específicas Digestibilidade Até 75% Até 84% > 84% Cão 60 kg de PV 800 g/dia 700 g/dia 500 g/dia 6
7 Características Fisiológicas dos Cães Para Nunes (1998), o conhecimento do aparelho digestório do animal a ser estudado é muito importante devido à estreita relação entre trato gastrointestinal (TGI) e utilização dos alimentos e nutrientes. As funções primárias do TGI e seus órgãos acessórios são a digestão e absorção de nutrientes essenciais aos processos metabólicos dos animais (Argenzio, 1996). O TGI de cada espécie é adequado ao seu hábito alimentar e dessa forma são classificados em: herbívoros (ruminantes e não-ruminantes), onívoros e carnívoros (Borges, 1998). Os cães são carnívoros, apresentando TGI curto e relativamente simples, dentes caninos muito desenvolvido, adaptados a este tipo de alimentação. Sua digestão é principalmente enzimática, com mínima digestão microbiana, com ação digestiva orientada principalmente para digestão de proteínas e gorduras (Case et. al., 1995). Apesar da baixa digestão microbiana nos cães, ocorre uma colonização de microrganismos em toda as áreas do trato digestório, e o maior papel desta flora residente é auxiliar a digestão alimentar e a exclusão de patógenos. Os principais microrganismos presentes no TGI dos cães são: anaeróbios facultativos na porção superior do intestino delgado (Lactobacilos e Estreptococos) e uma população de anaeróbios estritos no intestino grosso (Bacterióides, Eubacterium, Bifidobacterium, Propionobacterium, Fusibacterium, Clostridium) (Buddington, 1996). Outra questão a ser considerada, e muito própria dos cães, é a diversidade de raças, com pesos adultos variando de um a 100 quilogramas, padrões de crescimentos distintos, com conseqüente influência na relação entre peso corporal e TGI, tornando os requisito nutricionais e manejos alimentares muito diferentes entre as raças (Meyer et. al., 1993). Desta forma, o conhecimento da fisiologia do TGI torna-se fundamental para o desenvolvimento de dietas e manejo alimentar que proporcionem uma vida mais saudável aos cães. Exigências Nutricionais 7
8 As exigências nutricionais para cães foram inicialmente reunidas pelo Nutrient Requirements of dogs de 1974 e posteriormente em nova atualização em Nessas publicações encontram-se estudos clássicos de nutrição, onde são descritos os níveis mínimos de nutrientes biodisponíveis necessários para que os animais não apresentem deficiências nutricionais e apresentem crescimento satisfatório. As maiores críticas apresentadas pelos nutricionistas a estas publicações são devidas as tabelas referenciarem apenas aos nutrientes em forma biodisponível, ou seja, prontamente utilizável pelo animal. No entanto a sabe-se que a digestibilidade dos nutrientes pode variar dependendo de sua composição nutricional, interações e diversos outros fatores. Sendo assim para a utilização das exigências descritas no NRC faz-se necessário uma adoção de margens de segurança na formulação para que tenha a garantia de fornecimento dos nutrientes em níveis adequados para uma nutrição ótima. Em final de 2003 o Conselho Nacional de Pesquisa Norte Americana lançou a última atualização de suas tabelas onde se encontram compiladas as exigências de cães e gatos. Para facilitar a formulação e controle das indústrias a Associação Americana de Controladores de Alimentos (AAFCO, 2003) fornecem tabelas com as exigências nutricionais de cães e gatos desde de Nestas compilações houve a preocupação de fornecer os níveis nutricionais já com uma margem de segurança, considerando os efeitos citados acima. Sendo assim as tabelas da AAFCO tem sido as mais utilizadas pela indústria Pet para formulação das dietas. Na Tabela 4 encontram-se as recomendações descritas pela AAFCO (2003) para cães. 8
9 Tabela 4 Recomendações nutricionais para cães (3500 kcal EM/kg) Nutrientes Unidade Crescimento e Reprodução (Mínimo) Adulto Manutenção (Mínimo) Proteína Bruta % Arginina % 0,62 0,51 Histidina % 0,22 0,18 Isoleucina % 0,45 0,37 Leucina % 0,72 0,59 Lisina % 0,77 0,63 Met + Cistina % 0,53 0,43 Treonina % 0,58 0,48 Triptofano % 0,20 0,16 Valina % 0,48 0,39 Máximo Gordura % 8 5 Ácido Linoleico % 1 1 Cálcio % 1 0,6 2,5 Fósforo % 0,8 0,5 1,6 Sódio % 0,3 0,06 Magnésio % 0,04 0,04 0,3 Cobre mg/kg 7,3 7,3 250 Manganês mg/kg 5 5 Zinco mg/kg Yodo mg/kg 1,5 1,5 50 Adaptado de AAFCO (2003) Formulação da ração Uma ração é composta basicamente de carboidratos, proteínas, vitaminas, minerais e aditivos. A escolha de cada ingrediente determinará a qualidade da ração e o seu objetivo mercadológico. 9
10 Fontes de carboidrato Alguns parâmetros devem ser verificados nos ingredientes energéticos, pois estes são os ingredientes que entrarão em maior proporção na fórmula de um alimento seco e influenciam diretamente na qualidade estrutural do pelete e digestibilidade da ração. Os carboidratos possuem três funções básicas em dietas para cães: atender às necessidades energéticas, o aporte mínimo de fibra para o funcionamento normal do trato digestório e é essencial para o processo de extrusão utilizada na preparação da maioria dos alimentos industrializados. Não existe uma fonte de carboidrato ideal, mas a combinação delas pode produzir um perfil nutricional e de produção desejado. Em geral as características nutritivas dos carboidratos estão relacionadas com a composição dos seus açúcares, das suas ligações químicas, conformações espaciais, de fatores físico-químicos de digestão e do processamento que são submetidos. Sendo assim os principais pontos de definição de uma fonte de carboidrato são: Quantidade de amido Qualidade do amido Concentração e característica das fibras Fatores antinutricionais Energia metabolizável Disponibilidade no mercado Os carboidratos são os principais componentes dos tecidos vegetais, representando até 85% de alguns grãos (Pond et al., 1995). O amido representa 70 a 80% do peso dos grãos e é composto por dois polímeros de glicose, amilose e amilopectina que se apresentam em proporções variadas nos cereais. Fatores tanto genéticos como ambientais influenciam no teor de 10
11 amilose e amilopectina (Theurer, 1986), que repercutem na digestibilidade do grão. Dados obtidos com farinhas e amido demonstraram que os cães apresentam grande capacidade de digeri-los (Hand et al. 1994). Murray et al. (1999) verificaram que a digestão do amido no instetino delgado das farinhas de cevada, milho, batata, arroz, sorgo e trigo é superior a 99%. Case et al. (1995) constataram que a digestibilidade do amido dietético para cães é afetada principalmente pelo tratamento térmico e pelo tamanho dos grânulos de amido, onde o amido finamente moído é mais digerível do que em grânulos grosseiros e que o aumento da temperatura proporciona uma maior solubilização das moléculas de amilose e amilopectina melhorando a digestibilidade. No entanto, mesmo se considerarmos que o amido destes grãos, desde que adequadamente gelatinizado e moído, apresente boa digestão no intestino delgado, outras frações destas matérias primas como oligossacarídeos, fibras e proteínas podem interferir positiva ou negativamente no processo digestivo dos cães (Carciofi, 2000). As fontes de fibra consistem de formas complexas de carboidratos tendo, como principais componentes, a celulose, hemicelulose, pectina, gomas, mucilagens e lignina. As duas características mais importantes da fibra, em relação à nutrição de cães, é a solubilidade, que está correlacionada ao aumento da viscosidade intestinal, com prejuízo ao contato entre as enzimas e o substrato, interferindo no processo digestivo de alguns nutrientes e, sua fermentabilidade que diz respeito à velocidade da degradação microbiana da fibra e à correspondente produção de ácidos graxos voláteis (Carciofi, 2000). Estes parâmetros segundo Reinhart e Sunvold (1999) estão diretamente relacionados com as concentrações e os componentes das frações solúveis e insolúveis da fibra da dieta. Fontes Protéicas As proteínas são componentes orgânicos essenciais às células e constituem aproximadamente 18% do peso corpóreo dos animais. São 11
12 compostos de alto peso molecular formados por unidades básicas de aminoácidos ligadas por ligação peptídica (Beitz 1996). São importantes nutrientes na alimentação dos cães, sendo fornecidos em maior proporção através dos ingredientes protéicos que podem ser de origem vegetal, animal ou uma combinação de ambos (Case et al. 1995). O valor nutritivo de uma proteína depende de sua digestibilidade e de sua composição de aminoácidos essenciais, que devem estar em quantidade e proporções biodisponíveis adequadas (Sgarbieri, 1996). Os ingredientes protéicos de origem vegetal caracterizam-se por apresentarem composição bromatológica com menor variação que os de origem animal, porém em geral são limitantes em aminoácidos sulfurados e triptofano (Lowe, 1989). Já as fontes animais possuem um melhor balanço em aminoácidos essenciais (Sgarbieri, 1996), no entanto sua qualidade nutricional está diretamente relacionada com a origem e o processamento adotado (Bellaver, 2001). Dois fatores são importantes a serem considerados na qualidade nutricional dos ingredientes de origem animal: o conteúdo de cinzas e a temperatura de processamento a que são submetidos (Parsons et al. 1997). Segundo Carciofi (2004), alguns derivados animais podem conter excesso de matéria mineral, que, por conseguinte podem: diminuir a digestibilidade do alimento; ressecar as fezes e elevar o conteúdo de cálcio, fósforo e magnésio, dificultando a formulação de dietas equilibradas. Vários autores (Johns et al. 1986; Batterham et al., 1986, Wang e Parsons 1998), verificaram efeito negativo de temperatura elevada no processamento sobre a digestibilidade de aminoácidos para animais de produção. Johnson et al. (1998), também verificaram menor coeficiente de digestibilidade de aminoácidos totais em dietas para cães com farinha de carne e ossos processada à 143 o C, em relação à processada a 129 o C. Sendo assim, faz-se necessário um controle rígido do nutricionista sobre a origem desta matéria prima e a qualidade bromatológica, pois a variação entre as diversas partidas de ingredientes de origem animal pode influenciar na qualidade nutricional do produto final. 12
13 Fontes de Gordura As gorduras contribuem com uma grande fração energética da ração. Fornecem 2,25 mais energia que proteínas e carboidratos. Além disso, são importantes palatabilizantes nas rações de cães e gatos. As principais fontes de gordura utilizada nas rações de cães são o sebo bovino, gordura de frango, óleo de milho, óleo de soja e óleo de girassol. Além da energia as gorduras contribuem com o aporte de ácidos graxos essenciais e sua qualidade está diretamente relacionada com sua proporção. Dietas para cães possuem mais de 30% de gordura em sua formulação, logo a inclusão de antioxidantes torna-se fundamental para manutenção da integridade nutricional da ração. Fontes de Vitaminas e Minerais As vitaminas e minerais são normalmente atendidos pelos suplementos específicos. O calcáreo e o fosfato bicálcico podem ser utilizados para atender as exigências de cálcio e fósforo, mas como as rações de cães incluem fontes de origem animal e vegetal normalmente não há necessidade dessa suplementação. Aditivos Os principais aditivos encontrados em rações para cães são os palatabilizanates, antioxidantes, antifúngicos, corantes, aromatizantes, gomas, extratos com objetivos diversos, etc. Os níveis de inclusão estão de acordo com os fabricantes e dependendo do aditivo do objetivo final almejado pelo nutricionista. Conclusão Para formulação de ração para cães além dos conhecimentos básicos de nutrição é fundamental o conhecimento do processo para que se atinja o objetivo final da empresa, do consumidor e principalmente do cão. 13
14 Referências AAFCO ASSOCIATION OF AMERICAN FEED CONTROL OFFICIALS. Official Publications 2003 Association of American Feed Control Officials, ARGENZIO, R.A, Digestão e metabolismo. In: Dukes, M. J. S. Fisiologia dos Animais Doméstico. 11 ed., Rio de janeiro: Guanabara Koogan, BATTERHAM, E.S; DARNELL, R.S.; HERBERT, L.S; MAJOR, E.J. Effect of pressure and temperature on the availability of lysine in meat and bone meal as determined by slope-ratio assays with growing pigs, rats and chicks and by chemical techniques. British Journal Nutrition, v.55, p BEITZ, D. C. Metabolismo de proteínas e aminoácidos. In: SWENSON, M. J.; REECE, W. O. Fisiologia dos Animais Domésticos. 11ª ed, Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, p BELLAVER, C. Ingredientes de origem animal destinados à fabricação de rações. In: SIMPÓSIO SOBRE INGREDIENTES NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL, 1., 2001, Campinas. Anais... Campinas, SP:CBNA, p BORGES, F.M.O, Nutrição e manejo Alimentar de cães na Saúde e na Doença. Belo Horizonte, Escola de Veterinária da UFMG p. (Cadernos Técnicos n.23). BUDDINGTON, R.K., Structure and Functions of the Dog and Cat Intestine. In: Recent Advances in Canine and Feline Nutritional Research: Proceedings of the 1996 Iams Internacional Nutrition Symposium. CASE, L. P., CAREY, E. P., HIRAKAWA, D.A. Canine and feline nutrition (A resource for companion professionals). St. Louis: Mosby p. CARCIOFI, A. C. O uso de carboidratos em alimentos para cães. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO, 1., 2000, Campinas. Anais...Campinas: CBNA, p CARCIOFI, A.C. Alimentos Industrializados para Cães e Gatos. In: 1º Ciclo de Educação Continuada em Medicina Veterinária, 2004, São Paulo. Anais... São Paulo, SP:FUMVET, 2004.p HÁFEZ, S. Mercado e Tendências do Petfood no Brasil. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO, 2., 2002, Campinas. Anais...Campinas: CBNA, p. HAND, M. S.; LEWIS, L. D.; MORRIS Jr., M. L.. Nutrients. Small Animal Clinical Nutrition III. Edit.: Mark Morris Institute 3 rd Edition, JOHNSON, M.L., PARSONS, C.M., FAHEY, C.G., MERCHEN, N.R. Effects of species raw material source, ash content, and processing temperature on amino acid digestibility of animal by-product meals by cecectomized roosters and ileally cannulated dogs. Journal Animal Science, v.76, p
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