MARÇO/2016 RELATÓRIO ECONÔMICO MARÇO/2016
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- Jorge Castelo Bento
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1 RELATÓRIO ECONÔMICO
2 ÍNDICE Indicadores Financeiros Pág. 3 Projeções Pág. 4-5 Cenário Externo Pág. 6 Cenário Doméstico Pág. 7 Renda Fixa e Renda Variável Pág. 8
3 INDICADORES FINANCEIROS BOLSA DE VALORES AMÉRICAS mês % ano % 2015 Ibovespa Fech ,9% (1,3%) (13,3%) IBrX Fech ,3% (1,3%) (12,4%) ISE ,9% (2,2%) (12,9%) S&P (0,4%) (5,5%) (0,7%) EUROPA DAX (3,1%) (11,6%) 9,6% FTSE ,2% (2,3%) (4,9%) CAC (1,4%) (6,1%) 8,5% IBEX (4,0%) (11,3%) (7,2%) Euro Stoxx (3,3%) (9,8%) 3,8% PAN ÁSIA Nikkei (8,5%) (15,8%) 9,1% Hang Seng (2,9%) (12,8%) (7,2%) Austrália (2,5%) (7,8%) (2,1%) Coréia do Sul ,8% (2,0%) (1,8%) Índia (7,6%) (12,1%) (4,1%) OUTROS MERCADOS MOEDAS mês % ano % 2015 BRL/USD 4,0159 0,4% 1,4% 49,0% BRL/EUR 4,3686 0,9% 1,6% 33,7% USD/EUR 1,0873 0,4% 0,1% (10,2%) YEN/USD 112,6900 (7,0%) (6,3%) 0,4% USD/AUD 0,7141 0,8% (2,0%) (10,9%) JUROS BRASILEIROS fev/ Futuro de DI jan/17 Futuro de DI jan/18 Futuro de DI jan/19 Futuro de DI jan/21 14,18 15,87 12,90 14,56 16,53 12,75 15,16 16,71 12,60 15,58 16,62 12,30 COMMODITIES Petróleo 33,75 0,4% (8,9%) (30,5%) Ouro 1.238,67 10,8% 16,7% (10,4%) Fonte: Santander Brasil Asset Management
4 PROJEÇÕES ECONOMIA GLOBAL INDICADORES MACROECONÔMICOS GLOBAIS Última atualização 7/3/ PROJEÇÕES GLOBAL (*) (0,2) 4,9 3,6 3,0 3,0 2,9 2,8 3,7 DESENVOLVIDOS (3,8) 2,6 1,3 1,1 0,9 1,6 1,8 1,8 ESTADOS UNIDOS (2,8) 2,5 1,6 2,2 1,5 2,4 2,4 2,2 ZONA DO EURO (4,4) 2,0 1,6 (0,8) (0,3) 0,9 1,5 1,4 ALEMANHA (5,6) 3,9 3,7 0,6 0,4 1,6 1,7 1,5 FRANÇA (2,9) 2,0 2,1 0,2 0,7 0,2 1,2 0,9 REINO UNIDO (4,3) 1,9 1,6 0,7 1,7 2,6 2,2 2,0 JAPÃO (5,5) 4,7 (0,5) 1,7 1,6 (0,1) 0,5 1,5 EMERGENTES 3,1 7,0 5,7 4,8 4,7 4,3 3,5 4,9 ASIA EX-JAPÃO 7,7 9,7 7,9 6,7 6,5 6,7 6,8 6,7 CHINA 9,2 10,4 9,3 7,7 7,7 7,4 6,9 6,3 AMÉRICA LATINA (1,3) 6,0 4,6 3,1 2,7 1,3 (1,3) (0,3) BRASIL (0,2) 7,6 3,9 1,9 3,0 0,1 (3,8) (4,0) (*) Calculado pelo poder de compra (*) As áreas sombreadas são projeções Fonte: Santander Brasil Asset Management
5 PROJEÇÕES ECONOMIA BRASILEIRA INDICADORES MACROECONÔMICOS Última atualização 7/3/ PROJEÇÕES 2016 PIB crescimento real (%) 5,1 (0,1) 7,5 3,9 1,9 3,0 0,1 (3,8) (4,0) Inflação (IPCA/IBGE) (%) 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,9 6,4 10,7 7,7 Inflação (IGPM/FGV) (%) 9,8 (1,7) 11,3 5,1 7,8 5,5 3,7 10,5 8,5 Taxa de câmbio média (R$/US$) 1,84 1,99 1,73 1,67 1,95 2,16 2,35 3,34 4,06 Taxa de câmbio final (R$/US$) 2,34 1,74 1,67 1,88 2,04 2,34 2,66 3,90 4,30 Taxa de juro nominal final do ano (Selic) 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 10,00 11,75 14,25 14,25 Resultado primário do setor público (% do PIB) (*) 3,3 1,9 2,6 2,9 2,2 1,8 (0,6) (1,9) (1,5) (*) As áreas sombreadas são projeções. Fonte: Santander Brasil Asset Management
6 CENÁRIO EXTERNO Calmaria após início de ano conturbado, porém desafios persistem Após um mês de janeiro bastante turbulento, em razão da intensificação dos temores com o cenário de crescimento global, em especial na China e nos EUA, e suas implicações sobre a evolução dos preços das commodities e sobre as economias emergentes, os mercados internacionais vivenciaram momentos de maior calmaria em fevereiro, sobretudo na segunda quinzena do mês. Este alívio se deu principalmente depois de uma sequência importante de dados de atividade econômica mais forte nos EUA, que afastaram o receio de que a economia americana repetiria no 1T16 o desempenho fraco observado no último trimestre de Dentre esses dados, podemos destacar uma elevação acima do esperado nas vendas do varejo em janeiro e a continuidade de dados favoráveis de mercado de trabalho nos dois primeiros meses do ano. Assim, consolidou-se uma visão de que os fundamentos para o consumo na economia americana permanecem sólidos e isso irá sustentar o crescimento do PIB americano em patamares ligeiramente acima de 2%, algo próximo, portanto, das taxas apresentadas nos últimos anos. Na China, as informações sobre a evolução do cenário econômico ainda são bastante escassas, pois o feriado do ano novo lunar fez com que se adiasse a divulgação dos primeiros dados de atividade de 2016 para o início de março. Esta ausência de dados, em conjunto com sinalizações mais fortes de mais estímulos econômicos por parte das autoridades chinesas, também trouxe maior tranquilidade aos mercados. Na zona do euro, a maioria dos dados divulgados ao longo de 2016, em especial os indicadores de sentimento econômico, tem desapontado as expectativas de mercado. Nesse contexto, existe uma grande expectativa de que o Banco Central Europeu injetará mais estímulos na economia, dado que persistem os riscos de deflação na região. Por fim, cabe destacar a recuperação dos preços de commodities relevantes, com destaque para o petróleo e o minério-deferro. Apesar de uma melhora importante em fevereiro e nos primeiros dias de março, ainda existem dúvidas relevantes com relação ao cenário prospectivo para a economia global, dada a ausência de uma história de crescimento mais convincente e de questionamentos crescentes sobre a real eficácia das políticas não convencionais adotadas pelos bancos centrais dos países desenvolvidos (afrouxamento quantitativo e taxa de juros negativa). Logo, os riscos permanecem latentes e a consolidação deste cenário mais calmo vai depender de uma continuidade de indicações positivas vindas dos próximos dados econômicos, sobretudo nos EUA e na China.
7 CENÁRIO DOMÉSTICO Sem avanços Ainda não há fato novo capaz de reverter significativamente o atual panorama negativo para o crescimento da economia brasileira em Os indicadores de confiança mostraram alguma melhora em dezembro/15 e janeiro/16, porém tal recuperação parece ter apresentado curta duração, uma vez que os dados fevereiro apontaram para novas quedas na confiança da indústria e do setor de serviços. Além disso, vários indicadores antecedentes e coincidentes têm sinalizado que a produção industrial e as vendas no varejo iniciaram o ano em um ritmo fraco. Diante desta ausência de notícias positivas, mantemos nossa previsão de uma contração do PIB de 4,0% em 2016, após a queda de 3,8% observada em Mesmo assim, a inflação permanecerá elevada neste ano. Por mais que os reajustes nos preços administrados sejam menores quando comparados com os do ano passado, o componente inercial da inflação brasileira é, em nossa opinião, extremamente relevante, especialmente para os preços dos serviços, e irá inibir uma desinflação mais forte em Estamos esperando alguma desaceleração nas próximas leituras mensais do IPCA, de março a junho, devido a preços mais baixos de alimentos e de energia elétrica, mas ainda esperamos uma taxa de inflação bastante elevada em 2016 (projetamos 7,7%). Apesar das expectativas elevadas para a inflação de 2016 e dos próximos anos, o Banco Central tomou, em janeiro, a surpreendente decisão de mante as taxa de juros inalterada, alegando riscos crescentes no mercado interno e, especialmente, no cenário externo. Tal estratégia de política monetária foi mantida na reunião de março. Logo, as atuais perspectivas para a inflação, já bastante preocupantes, ainda não parecem ser ruins o suficiente para desencadear novos aumentos na taxa Selic. Desse modo, esperamos que a taxa Selic seja mantida no atual patamar de 14,25% até o final do ano. do PIB). No entanto, pelo lado negativo, foi também anunciada uma flexibilização dessa mesma meta, que pode agora variar entre 0,4% e -1,0% do PIB, dependendo da magnitude das surpresas negativas com as receitas recorrentes e não recorrentes. Acreditamos que o governo ainda está trabalhando com hipóteses muito otimistas para o crescimento do PIB e, portanto, as decepções com as receitas poderão ser ainda maiores, o que forçaria, até o final deste ano, uma nova mudança na meta oficial. Em nossa opinião, o fato de o governo ter aberto mão da meta fiscal tão cedo no ano sinaliza uma menor preocupação com os resultados fiscais no curto prazo. Por isso, esperamos um déficit primário elevado em 2016, equivalente a 1,5% do PIB. Para contrabalançar isso, uma agenda de medidas estruturais, como a reforma da previdência e o estabelecimento de um limite legal para os gastos do governo, foi mencionada, mas ainda não foram especificados grandes detalhes sobre este assunto. Todavia, o avanço destas questões depende muito da normalização do ambiente político, que continua muito conturbado. Cabe destacar que a nota de crédito da dívida soberana brasileira sofreu mais dois rebaixamentos em fevereiro pelas agência S&P e Moody s, justamente em razão da deterioração adicional das contas públicas. Apesar da piora das perspectivas fiscais, o real está mostrando neste ano uma apreciação moderada, principalmente devido às maiores expectativas de um panorama global de liquidez elevada e à melhora do nosso déficit em conta corrente. Não obstante, continuamos a acreditar que, em algum momento, os determinantes domésticos do real vão se sobrepor ao cenário global e a moeda local voltará a uma tendência de depreciação. Na questão fiscal, o governo anunciou uma redução de R$ 23,4 bilhões dos gastos discricionários, a fim de alcançar a meta de superávit fiscal do governo central deste ano (0,4%
8 MERCADO Renda Fixa Após elevada volatilidade em função da redução de projeções de crescimento global, o mês de fevereiro foi marcado por uma melhora no sentimento dos agentes econômicos sobre a perspectiva de consumo na economia dos Estados Unidos. Ainda que o consumo tenha se mantido firme, o mercado de juros futuros passou a projetar estabilidade de juros ao longo de 2016 por parte do FED, fazendo com que o dólar americano se depreciasse perante as principais moedas. O bom humor também foi resultado de uma recuperação do preço de commodities (energéticas) e uma menor preocupação com a volatilidade da moeda chinesa. Esses fatores, aliados aos novos estímulos monetários adotados e sinalizados pelos Bancos Centrais de Europa e Japão, dado o baixo crescimento e risco de deflação das suas respectivas economias, fizeram com que as curvas de juros globais caíssem. Com um sentimento favorável no âmbito global, houve procura por ativos de risco, e o Brasil acabou se beneficiando desse movimento. As taxas de juros locais se aproveitaram do humor externo e de uma perspectiva melhor de inflação, que irá apresentar altas mais amenas ao menos nos próximos meses, devido à melhora no preço de alimentos in natura e à redução dos valores das bandeiras tarifárias que incidem sobre os preços de energia. Além disso, os juros foram beneficiados por um câmbio mais comportado, em função do movimento global de moedas e de dados do setor externo, que têm mostrado uma melhora robusta. Apesar desses alívios, o Brasil ainda apresenta fundamentos ruins do ponto de vista fiscal e elevada incerteza política. O anúncio de contingenciamento feito pela equipe econômica é importante, porém muito abaixo do necessário considerando a atual conjuntura. Renda Variável O Ibovespa encerrou o mês de fevereiro com alta de 5,91%, com desempenho superior às bolsas mundiais, mesmo com o rebaixamento da nota de crédito brasileira por duas agências de classificação de risco (S&P e Moody s). Dentre as ações que compõem o Ibovespa, os destaques de desempenho foram Vale, Bradespar e CSN devido à forte performance do minério-de-ferro no mês (+18,94%). Do lado negativo, destacamos Oi (-42,47%), que sofreu com a retirada da oferta de capitalização pelo fundo russo Letter One, Weg (-14,2%) que mostrou margens abaixo do esperado na sua divulgação de resultados e Cielo (-8,44%). Destacamos também a nova oferta da BM&F pela Cetip, propondo R$ 41 reais por ação, sendo 75% em dinheiro e 25% em ações da nova empresa. A fusão, de acordo com carta da BM&F dirigida aos seus acionistas, deve gerar bilhões de reais em sinergias, o que seria positivo para ambas as empresas. Muitas companhias divulgaram em fevereiro o balanço do quarto trimestre de Destacamos Itaú, que divulgou resultados em linha com o esperado pelo mercado, porém apontando para um decréscimo de lucro neste ano em relação a CIO Eduardo Castro Departamento Econômico Ricardo Denadai Danilo Passos Clayton Calixto
9 DISCLAIMERS As informações contidas neste documento são publicadas apenas para auxiliar os usuários, podem não ser adequadas aos objetivos de investimentos específicos, situação financeira ou necessidades individuais dos receptores e não devem ser considerados em substituição a um julgamento próprio e independente do investidor. Por ter sido baseado em informações tidas como confiáveis e de boa fé, não há nenhuma garantia de serem precisas, completas, imparciais ou corretas. As opiniões, projeções, suposições, estimativas, avaliações e eventuais preço(s) alvo(s) contidos no presente material referem-se a data indicada e estão sujeitos a alterações a qualquer tempo sem aviso prévio. Este documento não é, e não deve ser interpretado como, uma oferta de venda ou solicitação de uma oferta de compra de qualquer título ou valor mobiliário. Nem a Santander Brasil Gestão de Recursos Ltda., e nem qualquer sociedade por ela controlada ou a ela coligada podem estar sujeitas a qualquer dano direto, indireto, especial, secundário, significativo, punitivo ou exemplar, incluindo prejuízos provenientes de qualquer maneira, da informação contida neste material. Este material apresenta projeções feitas sob determinadas premissas. Ainda que a Santander Brasil Gestão de Recursos acredite que essas premissas sejam razoáveis e factíveis, não pode assegurar que sejam precisas ou válidas em condições de mercado no futuro ou ainda que todos os fatores relevantes tenham sido considerados na determinação destas projeções. Projeções não significam retornos futuros. Os retornos projetados e as premissas são baseados nas condições de mercado e em cenários econômicos correntes e passados, que podem variar significativamente no futuro. Este material foi elaborado em nome do Santander Brasil Gestão de Recursos Ltda., e de suas sociedades controladas no Brasil, para uso exclusivo no Mercado Brasileiro, sendo destinado a pessoas físicas e jurídicas residentes no País, e está sujeito às regras e supervisão da Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil. Este material é para uso exclusivo de seus receptores e seu conteúdo não pode ser reproduzido, redistribuído publicado ou copiado de qualquer forma, integral ou parcialmente, sem a expressa autorização prévia do Santander.
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