JUNHO/2015 RELATÓRIO ECONÔMICO
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- Marta Castilhos Malheiro
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1 JUNHO/2015 RELATÓRIO ECONÔMICO
2 ÍNDICE Indicadores Financeiros Pág. 3 Projeções Pág. 4-5 Cenário Externo Pág. 6 Cenário Doméstico Pág. 7 Renda Fixa e Renda Variável Pág. 8
3 INDICADORES FINANCEIROS BOLSA DE VALORES AMÉRICAS mês % ano % 2014 Ibovespa Fech (6,2%) 5,5% (2,9%) IBrX Fech (5,5%) 5,6% (2,8%) ISE (4,4%) 2,3% (1,9%) S&P ,0% 2,4% 11,4% EUROPA DAX (0,4%) 16,4% 2,7% FTSE ,3% 6,4% (2,7%) CAC (0,8%) 17,2% (0,5%) IBEX (1,5%) 9,1% 3,7% Euro Stoxx (1,2%) 13,5% 1,2% PAN ÁSIA Nikkei ,3% 17,8% 7,1% Hang Seng (2,5%) 16,2% 1,3% Austrália (0,2%) 6,8% 1,1% Coréia do Sul (2,3%) 5,9% (9,5%) Índia ,1% 1,8% 31,4% OUTROS MERCADOS MOEDAS mês % ano % 2014 BRL/USD 3,1787 5,4% 19,6% 12,5% BRL/EUR 3,4945 3,3% 8,6% (0,9%) USD/EUR 1,0986 (2,1%) (9,2%) (12,0%) YEN/USD 124,1500 4,0% 3,6% 13,7% USD/AUD 0,7645 (3,3%) (6,5%) (8,3%) JUROS BRASILEIROS mai/ Futuro de DI jan/16 Futuro de DI jan/17 Futuro de DI jan/18 Futuro de DI jan/21 13,85 12,96 11,62 13,32 12,90 12,28 12,81 12,75 12,63 12,35 12,30 13,07 COMMODITIES Petróleo 60,30 1,1% 13,2% (45,9%) Ouro 1.190,58 0,5% 0,5% (1,4%) Fonte: Santander Brasil Asset Management
4 PROJEÇÕES ECONOMIA GLOBAL INDICADORES MACROECONÔMICOS GLOBAIS Última atualização 2/6/ PROJEÇÕES GLOBAL (*) (0,2) 4,9 3,6 3,0 3,0 2,9 2,8 3,7 DESENVOLVIDOS (3,8) 2,6 1,3 1,1 1,2 1,6 1,9 2,3 ESTADOS UNIDOS (2,8) 2,5 1,6 2,3 2,2 2,4 2,5 3,1 ZONA DO EURO (4,4) 2,0 1,6 (0,8) (0,4) 0,9 1,5 1,5 ALEMANHA (5,6) 3,9 3,7 0,6 0,2 1,6 1,8 1,7 FRANÇA (2,9) 2,0 2,1 0,4 0,4 0,4 0,8 1,5 REINO UNIDO (4,3) 1,9 1,6 0,7 1,7 2,6 2,8 2,3 JAPÃO (5,5) 4,7 (0,5) 1,7 1,6 (0,1) 0,7 1,5 EMERGENTES 3,1 7,0 5,7 4,8 4,7 4,3 3,5 4,9 ASIA EX-JAPÃO 7,7 9,7 7,9 6,7 6,5 6,7 6,8 6,7 CHINA 9,2 10,4 9,3 7,7 7,7 7,4 6,9 6,6 AMÉRICA LATINA (1,3) 6,0 4,6 3,1 2,7 1,0 0,8 3,3 BRASIL (0,2) 7,6 3,9 1,8 2,7 0,1 (1,5) 0,7 (*) Calculado pelo poder de compra (*) As áreas sombreadas são projeções Fonte: Santander Brasil Asset Management
5 PROJEÇÕES ECONOMIA BRASILEIRA INDICADORES MACROECONÔMICOS Última atualização 2/6/ PROJEÇÕES PIB crescimento real (%) 5,0 (0,2) 7,6 3,9 1,8 2,7 0,1 (1,5) 0,7 Inflação (IPCA/IBGE) (%) 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,9 6,4 8,6 6,0 Inflação (IGPM/FGV) (%) 9,8 (1,7) 11,3 5,1 7,8 5,5 3,7 7,0 6,2 Taxa de câmbio média (R$/US$) 1,84 1,99 1,73 1,67 1,95 2,16 2,35 3,09 3,32 Taxa de câmbio final (R$/US$) 2,34 1,74 1,67 1,88 2,04 2,34 2,66 3,20 3,40 Taxa de juro nominal final do ano (Selic) 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 10,00 11,75 14,00 11,50 Taxa de juro real média (deflacionado pelo IPCA) Resultado primário do setor público (% do PIB) (*) 6,1 5,3 4,0 4,8 2,5 2,0 4,1 3,8 5,8 3,3 1,9 2,6 2,9 2,2 1,8 (0,6) 0,6 1,4 (*) As áreas sombreadas são projeções. (**) As áeras sombreadas são projeções Fonte: Santander Brasil Asset Management
6 CENÁRIO EXTERNO Aceleração global desigual após 1ºTrimestre de 2015 fraco A desaceleração da economia global do 1º Trimestre de 2015, a pior registrada durante um ciclo de expansão, começa a ficar para trás. No entanto, persistem as dúvidas sobre a aceleração a partir do 2º Trimestre de 2015, bem como a sua disseminação entre países e regiões. No caso dos EUA, após várias surpresas negativas durante cinco meses, inclusive de dados de consumo em abril, os dados começaram a melhorar e indicar finalmente revisões para cima nas projeções do PIB para o 2º Trimestre de A contração do PIB no 1º Trimestre de 2015 deve ser revisada de -0,7% para -0,4% e não se trata de uma recessão, mas uma fraqueza temporária causada pelo clima, greve dos portos e, não menos importante, distorção sazonal cuja média dos últimos cinco anos do crescimento do primeiro trimestre foi quase 3 pontos percentuais abaixo da média dos três trimestres seguintes. Por isso, mantemos uma visão construtiva de aceleração do consumo dos EUA de 1,8% no 1º Trimestre de 2015 para 2,8% no 2º Trimestre de 2015 e acima de 3% no restante do ano. Além do efeito positivo da melhora do mercado de trabalho, temos os ganhos de riqueza, maior acesso a crédito, aceleração da expansão de renda e famílias bastante desalavancadas. A economia americana deve acelerar conforme esperado e, com isso, ratificar nossa expectativa de início da alta de juros em setembro. Enquanto EUA mostra sinais mais claros de melhora, o resto do mundo apresenta uma reação desigual em muitos lugares. Por exemplo, pela primeira vez a China mostrou dados fracos por quatro meses consecutivos, sendo, portanto, o seu cenário mais desafiador desde a crise de De qualquer forma, como o governo remodelou toda a forma de financiamento dos governos locais, bastante endividados, com uma operação de compra de suas dívidas via Banco Central, pode ocorrer agora uma aceleração dos projetos de infraestrutura. As medidas de estímulos de consumo, alívio no combate a corrupção e do setor de imóveis devem trazer já no mês de maio algum efeito positivo nos dados. Mesmo assim, nossas projeções para crescimento estão abaixo do consenso e alguma reversão pode ser observada na recente alta da bolsa e commodities metálicas. Com a piora da China, Ásia emergente também segue mais fraca. América Latina com países com problemas estruturais também mostra uma situação de elevada inflação com crescimento baixo, sem poder recorrer a políticas fiscal e monetária anticíclicas, ao contrário do que tem sido observado no Leste Europeu e na Ásia, com reduções de juros e afrouxamentos seguidos. Destaque para Brasil e Rússia, ambos em recessão esse ano. Fora os emergentes, os demais países desenvolvidos mostraram comportamento também dispare. Japão e Eurolândia tiveram um bom número do PIB no 1º Trimestre de 2015, mas os dados do início do 2º Trimestre de 2015 não mostram sinais de aceleração. Já o Reino Unido mostrou um número abaixo do projetado com dados de abril também mais fracos. A soma dessas informações indica que a economia global deve mostrar uma aceleração muito dependente dos EUA, com o resto do mundo ainda sem sinais evidentes de ganhar força.
7 CENÁRIO DOMÉSTICO Desaceleração na atividade econômica irá se intensificar nos próximos meses As perspectivas de crescimento da economia brasileira permanecem desanimadoras. Ainda que o PIB brasileiro tenha apresentado apenas uma queda moderada de 0,2% QoQ no 1º Trimestre de 2015, a maioria das notícias e indicadores mais recentes referentes à atividade econômica estão sinalizando uma piora bastante acentuada de produção, vendas e emprego no 2º Trimestre de Na indústria, mesmo após sete trimestres consecutivos de contração, os estoques permanecem próximos às máximas históricas, sinalizando que deveremos observar novas quedas à frente na produção industrial. O panorama para consumo também é desfavorável, haja vista a forte piora nos dados de mercado de trabalho, que mostram expressiva alta da taxa de desemprego e recuo no rendimento real. Por fim, os indicadores de confiança também não têm esboçado qualquer sinal de reação. Devido a isso, continuamos esperando uma queda de 1,5% no PIB em 2015, acarretada por forte declínio tanto nos investimentos quanto no consumo das famílias. Em relação à inflação, ainda não enxergamos muitos sinais de alívio. Apesar das últimas leituras do IPCA terem sido um pouco mais amenas, o seu índice de difusão (a proporção de itens do índice que apresentaram alta) permanece nas máximas históricas, revelando uma pressão inflacionária disseminada entre vários grupos de bens e serviços. Além disso, a inflação de alimentos permanece persistentemente alta, contrariando a sazonalidade do período. Esperamos altas mensais um pouco menores na inflação nos próximos meses, porém isso não será suficiente para atenuar os efeitos deixados pelo choque das tarifas públicas no começo do ano e, com isso, o IPCA deverá terminar o ano acumulando alta de 8,6%. Ademais, acreditamos que é crescente a probabilidade de um reajuste nos combustíveis neste ano, trazendo riscos altistas para nossa projeção atual. O Banco Central Brasileiro tem reagido a esse cenário de inflação elevada e disseminada no curto-prazo, estendendo a duração do ciclo de alta nos juros. Todavia, acreditamos que a autoridade monetária em breve se tornará mais preocupada com o crescimento econômico, em detrimento da inflação, à medida que a piora nos indicadores de atividade e mercado de trabalho se intensifique. Consequentemente, esperamos somente mais uma alta de 25 bps da taxa Selic na reunião de julho, levando os juros para 14,0%, patamar que será sustentado até o final de Do lado fiscal, o governo está promovendo uma forte redução de gastos públicos neste ano, mas acreditamos que isto não será suficiente para garantir o cumprimento da meta de superávit primário de Ao longo deste ano, a arrecadação tributária tem sido muito fraca, dado o crescimento baixo, e, consequentemente, o governo terá de buscar novas fontes de receitas não recorrentes, a fim de obter resultados fiscais mais positivos nos próximos meses. Esperamos um superávit primário de 0,6% do PIB em 2015, abaixo da meta estabelecida (1,1%). O real voltou a se depreciar recentemente, em linha com o movimento global do dólar. Na nossa visão, tanto fatores domésticos (crescimento fraco, elevado déficit em conta corrente, fragilidade fiscal, menor intervenção do banco central no mercado de câmbio), quanto externos (iminência do aperto monetário nos EUA), poderão causar um movimento adicional de desvalorização da moeda local.
8 MERCADO Renda Fixa O mês de maio foi marcado pelo fortalecimento do dólar, principalmente em função da comunicação recente do FED, que apesar da fraqueza de alguns dados do primeiro trimestre, não descartou a possibilidade de alta de juros ainda em setembro. As taxas de juros internacionais também sofreram com a volatilidade no período. Já no cenário local, os mercados de renda fixa foram favorecidos por diversos fatores, descolando do movimento dos mercados internacionais. Dentre os fatores, vale citar a evolução mais positiva do panorama fiscal brasileiro, com as aprovações das medidas provisórias 664 e 665 na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Além disso, a comunicação do banco central tem transmitindo uma maior confiança com a atual política monetária ao mercado, e um maior comprometimento com a convergência da inflação para o centro da meta em Adicionalmente, os dados de emprego vieram mais fracos que o esperado, fazendo com que o mercado ajustasse suas expectativas de juros de longo prazo para baixo. Renda Variável No último mês, as ações e a moeda brasileiras tiveram perdas superiores quando comparado à maioria dos mercados emergentes. O fluxo de entrada de investimento estrangeiro na bolsa brasileira diminuiu bastante em relação a abril, caiu para, aproximadamente R$ 2 bilhões, ante uma entrada de R$ 7,6 bilhões no mês anterior. Em termos de relação preço/lucro, o mercado brasileiro já se encontra num patamar superior à média histórica, com isso os investidores estão confiantes de que os resultados das empresas deverão melhorar no futuro. Em contrapartida, as mais recentes declarações por parte do FED (Banco central dos EUA) reforçam a expectativa de aumento de juros ainda esse ano. No cenário doméstico, destacamos a elevação da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) para os bancos, o que prejudicou a performance do setor no mês, adicionalmente vimos a dificuldade do governo em aprovar as medidas do ajuste fiscal no Congresso, o que contribuiu para o aumento do nervosismo entre os investidores e a fraca performance da Bovespa. CIO Eduardo Castro Departamento Econômico Ricardo Denadai Hugo Penteado Danilo Passos Clayton Calixto JUNHO/2015
9 DISCLAIMERS As informações contidas neste documento são publicadas apenas para auxiliar os usuários, podem não ser adequadas aos objetivos de investimentos específicos, situação financeira ou necessidades individuais dos receptores e não devem ser considerados em substituição a um julgamento próprio e independente do investidor. Por ter sido baseado em informações tidas como confiáveis e de boa fé, não há nenhuma garantia de serem precisas, completas, imparciais ou corretas. As opiniões, projeções, suposições, estimativas, avaliações e eventuais preço (s) alvo(s) contidos no presente material referem-se a data indicada e estão sujeitos a alterações a qualquer tempo sem aviso prévio. Este documento não é, e não deve ser interpretado como, uma oferta de venda ou solicitação de uma oferta de compra de qualquer título ou valor mobiliário. Nem o Santander e nem qualquer sociedade por ele controlada ou a ele coligada podem estar sujeitos a qualquer dano direto, indireto, especial, secundário, significativo, punitivo ou exemplar, incluindo prejuízos provenientes de qualquer maneira, da informação contida neste material. Este material é para uso exclusivo de seus receptores e seu conteúdo não pode ser reproduzido, redistribuído publicado ou copiado de qualquer forma, integral ou parcialmente, sem a expressa autorização prévia do Santander. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do fundo garantidor de créditos - FGC. Para avaliação de performance de fundos de investimentos é recomendada uma análise de 12 meses, no mínimo. É recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e regulamento do fundo de investimento pelo investidor antes de aplicar seus recursos. Este material foi elaborado em nome da Santander Brasil Asset Management, e de suas sociedades controlada no Brasil, para uso exclusivo no Mercado Brasileiro, sendo destinado a pessoas físicas e jurídicas residentes no País, e está sujeito às regras e supervisão da Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil.
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