MAIO/2015 RELATÓRIO ECONÔMICO
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- Alexandra Borja da Costa
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1 MAIO/2015 RELATÓRIO ECONÔMICO
2 ÍNDICE Indicadores Financeiros Pág. 3 Projeções Pág. 4-5 Cenário Externo Pág. 6 Cenário Doméstico Pág. 7 Renda Fixa e Renda Variável Pág. 8
3 INDICADORES FINANCEIROS BOLSA DE VALORES AMÉRICAS mês % ano % 2014 Ibovespa Fech ,9% 12,4% (2,9%) IBrX Fech ,1% 11,7% (2,8%) ISE ,9% 7,0% (1,9%) S&P ,9% 1,3% 11,4% EUROPA DAX (4,3%) 16,8% 2,7% FTSE ,8% 6,0% (2,7%) CAC ,3% 18,1% (0,5%) IBEX (1,2%) 10,8% 3,7% Euro Stoxx (2,2%) 14,9% 1,2% PAN ÁSIA Nikkei ,6% 11,9% 7,1% Hang Seng ,0% 19,2% 1,3% Austrália (1,7%) 7,0% 1,1% Coréia do Sul ,9% 8,3% (9,5%) Índia (3,6%) (1,2%) 31,4% OUTROS MERCADOS MOEDAS mês % ano % 2014 BRL/USD 3,0145 (5,7%) 13,4% 12,5% BRL/EUR 3,3843 (1,4%) 5,2% (0,9%) USD/EUR 1,1224 4,6% (7,2%) (12,0%) YEN/USD 119,3800 (0,6%) (0,3%) 13,7% USD/AUD 0,7905 3,9% (3,3%) (8,3%) JUROS BRASILEIROS abr/ Futuro de DI jan/16 Futuro de DI jan/17 Futuro de DI jan/18 Futuro de DI jan/21 13,67 12,96 11,62 13,46 12,90 12,28 13,16 12,75 12,63 12,74 12,30 13,07 COMMODITIES Petróleo 59,63 25,3% 11,9% (45,9%) Ouro 1.184,37 0,1% 0,0% (1,4%) Fonte: Santander Asset Management
4 PROJEÇÕES ECONOMIA GLOBAL INDICADORES MACROECONÔMICOS GLOBAIS Última atualização 7/5/ PROJEÇÕES GLOBAL (*) (0,2) 4,9 3,6 3,0 3,0 2,9 2,8 3,7 DESENVOLVIDOS (3,8) 2,6 1,3 1,1 1,2 1,6 1,9 2,3 ESTADOS UNIDOS (2,8) 2,5 1,6 2,3 2,2 2,4 2,5 3,1 ZONA DO EURO (4,4) 2,0 1,6 (0,8) (0,4) 0,9 1,5 1,5 ALEMANHA (5,6) 3,9 3,7 0,6 0,2 1,6 1,8 1,7 FRANÇA (2,9) 2,0 2,1 0,4 0,4 0,4 0,8 1,5 REINO UNIDO (4,3) 1,9 1,6 0,7 1,7 2,6 2,8 2,3 JAPÃO (5,5) 4,7 (0,5) 1,7 1,6 (0,1) 0,7 1,5 EMERGENTES 3,1 7,0 5,7 4,8 4,7 4,3 3,5 4,9 ASIA EX-JAPÃO 7,7 9,7 7,9 6,7 6,5 6,7 6,8 6,7 CHINA 9,2 10,4 9,3 7,7 7,7 7,4 6,9 6,6 AMÉRICA LATINA (1,3) 6,0 4,6 3,1 2,7 1,0 0,8 3,3 BRASIL (0,2) 7,6 3,9 1,8 2,7 0,1 (1,5) 1,5 (*) Calculado pelo poder de compra (*) As áreas sombreadas são projeções Fonte: Santander Asset Management
5 PROJEÇÕES ECONOMIA BRASILEIRA INDICADORES MACROECONÔMICOS Última atualização 7/5/ PROJEÇÕES PIB crescimento real (%) 5,0 (0,2) 7,6 3,9 1,8 2,7 0,1 (1,5) 1,5 Inflação (IPCA/IBGE) (%) 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,9 6,4 8,6 6,0 Inflação (IGPM/FGV) (%) 9,8 (1,7) 11,3 5,1 7,8 5,5 3,7 7,0 6,2 Taxa de câmbio média (R$/US$) 1,84 1,99 1,73 1,67 1,95 2,16 2,35 3,12 3,32 Taxa de câmbio final (R$/US$) 2,34 1,74 1,67 1,88 2,04 2,34 2,66 3,20 3,40 Taxa de juro nominal final do ano (Selic) 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 10,00 11,75 13,50 11,50 Taxa de juro real média (deflacionado pelo IPCA) Resultado primário do setor público (% do PIB) (*) 6,1 5,3 4,0 4,8 2,5 2,0 4,1 3,9 5,8 3,4 2,0 2,7 3,1 2,4 1,9 (0,6) 0,7 2,0 (*) As áreas sombreadas são projeções. (**) As áeras sombreadas são projeções Fonte: Santander Asset Management
6 CENÁRIO EXTERNO Desaceleração do 1º Trimestre de 2015 deve ser temporária A desaceleração da economia global do 1º Trimestre de 2015 deve ser a pior já registrada durante um ciclo de expansão. Isso é quase um déjà-vu : foi a mesma constatação do 1º Trimestre de 2014, quando o clima extremamente adverso dos EUA produziu uma contração na variação trimestral anualizada no PIB de 2,1%. Nesse ano, o PIB dos EUA quase estagnou, com apenas 0,2%. Ao contrário do ano passado, a desaceleração global do 1º Trimestre de 2015 foi bem mais disseminada: com Reino Unido caindo de 2,2% no 4º Trimestre de 2014 para 1,1% no 1º Trimestre de 2015, Japão estável em 1,1%, China de 6,1% para 5,3%, América Latina de 1,1% para 0,2%. A economia global sem os EUA caiu de 3,3% no 4º Trimestre de 2014 para 1,3% no 1º Trimestre de 2015, quando no ano passado a queda foi bem menor, de 3,4% no 4º Trimestre de 2013 para 2,8% no 1º Trimestre de A queda mais disseminada envolve China, emergentes e boa parte dos desenvolvidos, exceto Eurolândia que é um dos poucos lugares no planeta com aceleração no 1º Trimestre de 2015 (de 1,3% para 2,0%). Com isso, a crença em uma desaceleração temporária está bastante desafiada. A tese de crescimento global sustentado acima do potencial, capitaneado pelas suas duas principais economias, EUA e China, é peça fundamental de um cenário de aperto monetário nos EUA ainda esse ano (setembro), de estabilização cambial da moeda chinesa e de dólar forte, bem como de impulso positivo dessas economias para o restante da economia global, que ainda se beneficiariam de uma rodada ainda não concluída de afrouxamento monetário, da queda da inflação e queda dos preços de petróleo e demais commodities. A divulgação de dados dos EUA tem sido aquém do esperado, o que reforça a preocupação com o cenário base, uma vez que em tese as principais razões da desaceleração da demanda privada final de 4,4% no 4º Trimestre de 2014 para mero 1,1% no 1º Trimestre de 2015 seriam o clima e a greve dos portos durante janeiro e fevereiro. No entanto, dados subsequentes, embora ainda poucos, mostraram fraqueza persistente, como foi o caso dos indicadores de investimentos, construção e alguns dados de sentimento do consumidor e do empresariado. Exceção seja feita a vendas no varejo e de veículos que vieram mais fortes em março, mas desafiada pela queda de 3,5% das vendas de veículos em abril. Apesar dessas evidências, o cenário base de recuperação da atividade global, inclusive da China e dos EUA, segue como sendo o mais provável. Uma visão oposta a esse cenário é o que se convencionou chamar de estagnação secular. Por essa visão, o crescimento obtido em várias economias (EUA, China, Japão, Eurolândia, parte da Ásia e da América Latina, etc.) é sempre numa escala subótima, devido a insuficiência de demanda causada por uma demografia fraca e impacto pouco significativo do avanço tecnológico. Essa insuficiência de demanda seria crônica e estrutural e a política monetária, principalmente a praticada no período póscrise, com medidas não convencionais, seria completamente ineficaz para atingir o pleno emprego, posto que os juros neutros seriam muito baixos ou até mesmo negativos. Três sinais indicam que estagnação secular ainda não é uma boa explicação para a queda da atividade global no início desse ano: (1) nos EUA o mercado de trabalho e a demanda privada final estão em forte e acelerada recuperação desde o segundo semestre de 2013; (2) China está desacelerando dentro da transformação da sua economia de exportações para consumo doméstico, transição observada entre as nações desenvolvidas e (3) Eurolândia parece estar ganhando tração após sinais de afrouxamento monetário e forte depreciação cambial. Portanto, seguimos com o nosso cenário base de recuperação sustentada do crescimento global a partir do 2º Trimestre de 2015.
7 CENÁRIO DOMÉSTICO Desafios aos ajustes econômicos permanecem elevados Durante o 1º Trimestre de 2015, observamos algum descompasso entre os indicadores denominados soft data, tais como a confiança e as expectativas de consumidores e empresários, e os indicadores classificados como hard data, que medem produção, renda e vendas. Enquanto os indicadores de confiança (soft data) apresentaram queda acentuada, os indicadores de produção industrial e vendas no varejo (hard data) também pioraram, mas não tanto quantos os indicadores de confiança. Mesmo assim, nosso cenário para o crescimento deste ano não foi alterado. Acreditamos que os indicadores de confiança possuem efeito defasado sobre o desempenho dos outros indicadores de atividade econômica, e, consequentemente, o recente baque sofrido pelos índices de confiança deverá exercer uma maior pressão baixista no crescimento do 2º Trimestre de Ademais, o desempenho do mercado de trabalho nos últimos meses foi muito ruim, com um aumento significativo da taxa de desemprego e um forte declínio dos salários reais, reforçando nossa visão de fraco desempenho do consumo das famílias neste ano. Portanto, mantemos nossa projeção de contração do PIB em 1,5% em No que diz respeito à inflação, o 1º Trimestre de 2015 não trouxe boas notícias. Como se não bastassem as elevadas leituras mensais registradas pelo IPCA nos últimos meses, seu índice de difusão (que mede a proporção de itens do IPCA que apresentaram alta nos preços) também subiu expressivamente, alcançando níveis próximos às máximas históricas, o que indica uma pressão inflacionária disseminada entre os vários grupos de bens e serviços que compõem o índice. Esperamos altas mensais mais amenas na inflação a partir do 2º Trimestre de 2015, porém isso não será suficiente para atenuar os efeitos deixados pelo choque das tarifas públicas no 1º Trimestre de 2015 e os preços ao consumidor deverão terminar o ano acumulando alta de 8,6%, muito acima do teto da meta. mercado de trabalho, o final do ciclo de aperto está próximo. Dessa forma, esperamos um último aumento de 25 bps na taxa de juros na reunião de junho, levando a Selic para 13,5%, patamar que será sustentado até o final de Mais uma vez o cumprimento da meta fiscal deste ano está sendo colocado em xeque. O superávit primário do setor público obtido no 1º Trimestre de 2015 foi inferior ao esperado. Tais resultados ruins podem ser explicados não apenas pela diminuição da arrecadação tributária, mas também pelas despesas mais elevadas, dado que finalmente estão sendo executados pagamentos de diversos gastos referentes a 2014, que foram adiados no ano passado. Portanto, resultados primários mais expressivos nos próximos meses serão indispensáveis para sustentar a viabilidade da meta fiscal deste ano. Nesse contexto, a aprovação do Congresso das medidas de ajuste fiscal anunciadas nos últimos meses ganha relevância ainda maior, e será observada atentamente pelos mercados. Após forte depreciação ao longo do 1º Trimestre de 2015, a tendência de enfraquecimento do real tem arrefecido. Todavia, três fatores relevantes deverão contribuir para a continuidade do enfraquecimento da moeda local: (i) fundamentos domésticos fracos, tais como baixo crescimento, alta inflação, fragilidade do quadro fiscal e elevado déficit em conta corrente; (ii) a aproximação do aperto monetário nos EUA, que levará ao fortalecimento do dólar americano em escala global; e (iii) a redução no ritmo de rolagem dos swaps cambiais realizados pelo Banco Central do Brasil. A inflação elevada e disseminada no curto prazo está forçando o Banco Central do Brasil a prolongar o ciclo de alta nas taxas de juros. Contudo, acreditamos que diante da deterioração prevista para a atividade econômica e para os indicadores do
8 MERCADO Renda Fixa Em abril, dados fracos de atividade norteamericana levantaram dúvidas quanto ao vigor da recuperação da economia americana. Dessa maneira, as expectativas para o início do ciclo de alta de juros foram postergadas mais para o final do ano e o dólar se desvalorizou frente praticamente todas as moedas do mundo. No cenário doméstico, o principal fato relevante foi a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) no final do mês. Ao longo do mês, com a crescente fragilidade da economia brasileira, além da valorização do real, o mercado começou a precificar a possibilidade de redução do ritmo de alta de juros. No entanto, em comunicações com a sociedade nas semanas antecedentes a reunião do COPOM, o Banco Central sinalizou intenção de manter o ritmo de alta na Selic em 50 pontos percentuais, o que foi confirmado na reunião de de abril. O mercado segue tentando antecipar quando será o final deste ciclo de alta de juros, que segue dependente dos indicadores de inflação, atividade e mercado de trabalho. Nossa avaliação é de que o término do ciclo de alta da Selic está próximo. Renda Variável As ações brasileiras tiveram expressiva valorização em abril. A divulgação do balanço da Petrobras trouxe otimismo para os ativos brasileiros, levando o Ibovespa a apresentar uma alta de 9.9% em Abril, uma variação positiva superior àquela observada nos principais índices internacionais. Em termos de resultados, a Lojas Renner foi o grande destaque positivo do início da temporada de resultados. No lado negativo, os destaques foram: Cyrela, que foi impactada pelo notícia de que a Caixa Econômica Federal irá demandar uma maior parcela de pagamento à vista para financiamentos imobiliários. O investidor estrangeiro segue como o grande comprador e a entrada de recursos na bolsa brasileira atingiu aproximadamente 17 bilhões de reais durante o ano sendo 8 bilhões só em abril. Um dos grandes destaques do mês, foi a performance das ações da Vale e CSN, puxados pela forte alta do minério de ferro no período. CIO Eduardo Castro Departamento Econômico Ricardo Denadai Hugo Penteado Danilo Passos Clayton Calixto
9 DISCLAIMERS As informações contidas neste documento são publicadas apenas para auxiliar os usuários, podem não ser adequadas aos objetivos de investimentos específicos, situação financeira ou necessidades individuais dos receptores e não devem ser considerados em substituição a um julgamento próprio e independente do investidor. Por ter sido baseado em informações tidas como confiáveis e de boa fé, não há nenhuma garantia de serem precisas, completas, imparciais ou corretas. As opiniões, projeções, suposições, estimativas, avaliações e eventuais preço (s) alvo(s) contidos no presente material referem-se a data indicada e estão sujeitos a alterações a qualquer tempo sem aviso prévio. Este documento não é, e não deve ser interpretado como, uma oferta de venda ou solicitação de uma oferta de compra de qualquer título ou valor mobiliário. Nem o Santander e nem qualquer sociedade por ele controlada ou a ele coligada podem estar sujeitos a qualquer dano direto, indireto, especial, secundário, significativo, punitivo ou exemplar, incluindo prejuízos provenientes de qualquer maneira, da informação contida neste material. Este material é para uso exclusivo de seus receptores e seu conteúdo não pode ser reproduzido, redistribuído publicado ou copiado de qualquer forma, integral ou parcialmente, sem a expressa autorização prévia do Santander. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do fundo garantidor de créditos - FGC. Para avaliação de performance de fundos de investimentos é recomendada uma análise de 12 meses, no mínimo. É recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e regulamento do fundo de investimento pelo investidor antes de aplicar seus recursos. Este material foi elaborado em nome da Santander Brasil Asset Management, e de suas sociedades controlada no Brasil, para uso exclusivo no Mercado Brasileiro, sendo destinado a pessoas físicas e jurídicas residentes no País, e está sujeito às regras e supervisão da Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil.
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