Carta Macro Mensal Icatu Vanguarda

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1 Cenário Icatu Econômico Vanguarda. Carta Macro Mensal Icatu Vanguarda Janeiro 2016 O primeiro mês do ano foi marcado por uma piora relevante dos mercados globais. Preocupações com o crescimento global fizeram com que as principais bolsas de valores no mundo fechassem o mês em quedas expressivas. A bolsa americana, por exemplo, apresentou queda de 5,1% e o Ibovespa de 6,8%. Essas preocupações encontram fundamentos em sinais cada vez mais constantes de fragilidade da economia chinesa. O país vem passando por um processo de transição de modelo econômico que inevitavelmente o levará para patamares de crescimento mais modestos. Contudo, a incerteza reside na capacidade do país em promover tal ajuste sem gerar maiores acidentes de percurso, como uma crise financeira e um processo desordenado de abertura da conta de capital. O novo sistema de flutuação da moeda local, que faz parte das reformas estruturais, também vem sendo fonte de insegurança global. Se por um lado a desvalorização do câmbio seria negativa para outras economias emergentes, por outro lado, a manutenção do câmbio estável em um ambiente de fuga de capitais seria custosa ao país em termos de destruição das reservas internacionais. Em suma, acreditamos que a China será um fator de risco importante ao longo desse ano, principalmente enquanto permanecerem questionamentos sobre a trajetória de desvalorização de sua moeda. Além da China, a queda do preço do petróleo também vem intensificando o ambiente de baixo crescimento global. Apesar das perspectivas positivas em termos de maior renda disponível, no curto prazo a forte queda do preço do petróleo vem se mostrando contracionista, reduzindo a demanda em investimento nos principais países produtores. 1

2 Cenário Icatu Econômico Vanguarda Soma-se a isso o impacto baixista na inflação global, que em países com inflação muito baixa ou deflação pode ter o potencial de postergar consumo presente na expectativa que os preços sejam mais baixos no futuro. Em reflexo a essa dinâmica de baixo crescimento e inflação, o Japão anunciou de forma inesperada pelo o mercado corte da taxa de depósito para território negativo. E as expectativas são grandes que a Zona do Euro intensifique as medidas de afrouxamento monetário no mês de março. Na reunião deste mês, o presidente do Banco Central Europeu destacou a disposição das autoridades em rever e possivelmente reconsiderar a postura da política monetária na próxima reunião, quando as novas projeções macroeconômicas estarão disponíveis. Nos EUA, os dados seguiram sinalizando arrefecimento do crescimento, colocando em questão as altas projetadas pelos membros do FOMC para este ano. Todavia, dados do mercado de trabalho continuam dando respaldo para um processo gradual de normalização da política monetária. Entretanto, diante do cenário global mais adverso, o ritmo tenderá a ser ainda mais gradual do que o projetado pelos membros do Comitê de Política Monetária. Sobre a economia brasileira, o destaque do mês ficou para manutenção da meta da taxa SELIC pelo Banco Central do Brasil. Depois de sinalizar em diversos documentos oficiais a intenção de ajustar a política monetária com o objetivo de trazer a inflação o mais próximo possível de 4,5% em 2016, circunscrevendo-a aos limites estabelecidos pelo CMN, e fazer convergir a inflação para a meta de 4,5% em 2017, o presidente do Banco Central avaliou às vésperas da reunião do COPOM, em nota no site do BCB, como significativas as revisões de crescimento de Brasil promovidas pelo Fundo Monetário para os anos de 2016 e 2017 (de -1% para -3,5% e 2,3% para 0%, respectivamente). Além de ressaltar que todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do COPOM são consideradas nas decisões do colegiado. Diante do cenário global de bastante incerteza, acreditamos ser legítima a decisão do BCB em não elevar a taxa de juros, contudo, a forma como o processo foi conduzido e os rumores que a decisão teria sido influenciada por questões política prejudicam a credibilidade já abalada do BCB. Perante aos novos fatos, acreditamos que a política monetária seguirá estável nas próximas reuniões, e por hora, não vislumbramos ainda espaço para queda de juros. Seguimos preocupados com o cenário inflacionário, nossa expectativa é que a inflação fique novamente acima da banda da meta (de 7,5% versus o teto da meta de 6,5%). Do lado da atividade continuamos vislumbrando contração significativa para este ano (-3,9) e riscos importantes do lado fiscal e político.. 2

3 Quadro de Desempenho 3

4 Cenário

5 Cenário Econômico