Informativo de Mercado Mensal
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- Anderson Tavares Assunção
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1 Informativo de Mercado Mensal Dezembro/2015
2 DESTAQUES Dezembro foi um mês de baixa liquidez em decorrência do período de férias e consequentemente muito propenso a alta volatilidade. No cenário externo, o Federal Reserve voltou a aumentar os juros americanos em 0.25 %, após um longo período estável, mas sinalizando cautela e gradualismo a frente, em virtude principalmente do ambiente de menor crescimento global e queda nos preços das commodities (principalmente o petróleo). A China seguiu demonstrando maiores preocupações com a desaceleração econômica assim como o Japão e Europa. No ambiente doméstico vivemos um período de grande instabilidade política ao redor da possibilidade de impeachment tanto de Eduardo Cunha quanto da presidente Dilma Rousseff, o que de certa forma tem mantido uma pressão nos ativos brasileiros. Além do ambiente econômico doméstico de fraco crescimento tivemos ainda grandes mudanças na condução do Ministério da fazendo com a saída de Joaquim Levy, substituído por Nelson Barbosa. O BC brasileiro, em sua Ata do COPOM divulgada logo no início do mês, esclareceu suas preocupações em relação a piora nas expectativas de inflação e desvios em relação à meta central de 4,5% a.a. para os próximos anos, e assim preparando os agentes econômicos para um provável novo ciclo de aperto nos juros em Curvas de Juros Juros Nominais Os juros nominais ficaram relativamente estáveis ao longo do mês. A expectativa do aumento de liquidez advindos de vencimento de um grande volume de Letras do Tesouro Nacional no primeiro dia de janeiro de 2016 (aproximadamente 10% do total do estoque da dívida), assim como pagamento de cupons nas NTN Fs e NTN Cs, acabou por ancorar a parte curta e média da curva que, dessa forma, não sofreram grandes oscilações ao longo do mês. Quanto a parte longa da curva, observou se uma maior volatilidade em função às indefinições com relação à postura do BC. A curva iniciou o mês com cautela e foi inclinando positivamente (movimento de steepening) em toda sua estrutura, embutindo mais prêmio de risco nos vértices mais longos. Com a divulgação da Ata do Copom e com uma postura mais dura do BC no combate à inflação, a curva de juros voltou a precificar novo ciclo de alta de juros para 2016, chegando a precificar um ciclo de até 300 bps em momentos de maior tensão. Juros Reais Ao longo do mês, o comportamento das inflações implícitas no curto, médio e longo prazo assumiram um pouco mais de volatilidade. Os cupons ficaram relativamente comportados e os juros nominais mais estáveis se traduziram em um aumento das expectativas inflacionárias implícitas na curva. Na parte longa, o comportamento instável da curva de juros nominais se traduziu em cautela.
3 CENÁRIO MACRO Internacional Nos EUA, FED eleva taxa de juros. Após sete anos com a taxa de juros próxima a zero, o Banco Central americano tomou a histórica decisão de elevar em dezembro a taxa de juros para uma faixa entre 0,25% e 0,5%. A decisão foi unânime e o comitê fez questão de frisar que posição da política monetária permanece acomodatícia proporcionando suporte a uma melhora adicional do mercado de trabalho e retorno à inflação de 2%. Na ata da decisão, no entanto, o FED mostrou maior preocupação com a inflação, uma vez que além de o índice de preços seguir em baixo nível, a inflação ainda é influenciada pela queda dos preços internacionais das commodities, em especial do petróleo, e pela valorização do dólar. De acordo com a ata do FED, algumas autoridades avaliaram que o aumento dos juros foi uma "decisão apertada" e argumentaram a favor de uma "abordagem cautelosa" para normalizar a política monetária. As projeções do comitê indicaram que a projeção mediana para a taxa de juros em 2016 é de um aumento de 100 bps. Pelo lado do emprego, o FED mostrou segurança e afirmou esperar, inclusive, que a taxa de desemprego recue para abaixo da projeção do comitê. De fato, o mercado de trabalho tem mostrado dinamismo robusto. Em dezembro, foram criadas 292k vagas. O resultado ficou acima das expectativas (200k) e observou se revisão para cima de 50k vagas nos últimos dois meses. Adicionalmente, a taxa de desemprego permaneceu em 5,0% e os salários cresceram 2,5% na comparação anual. Na Zona do Euro, inflação não acelera e segue preocupando, mesmo com melhores números de atividade. Apesar de a inflação seguir preocupando, os números de atividade mostram se firmes na Zona do Euro. Pelo lado da inflação, o índice de preços apontou alta de 0,2% em dezembro na comparação anual. O resultado frustrou, pois a expectativa era de aceleração para 0,3%. Apesar de a nova deflação dos preços de energia explicar a decepção com a inflação, o núcleo do índice de preços também frustrou e desacelerou na passagem entre novembro e dezembro (de 1,0% para 0,9%). Em termos de atividade, o PMI composto subiu para 54,3 em dezembro após alta de 54,2 em novembro, e ficou acima das expectativas. Este é o terceiro aumento consecutivo do PMI composto da região e é o maior desde maio de Este nível do PMI indica um crescimento de cerca 0,4% para o PIB da região no quarto trimestre, sinalizando, portanto, aceleração em relação ao terceiro trimestre (0,3%). Apesar de atividade da Zona do Euro manter um ritmo robusto, a preocupação com a inflação baixa na região ainda impõe pressão para medidas adicionais de estímulo por parte do Banco Central europeu.
4 Na China, atividade mostra sinais mistos e yuan deprecia. Os indicadores oficiais de atividade em novembro trouxeram surpresas positivas, após meses de frustração. No entanto, a leitura mista dos primeiros números de dezembro indica que as pressões baixistas continuam presentes na economia chinesa. Em novembro, a produção industrial cresceu 6,2%, acima da expectativa de alta de 5,7%. Pelo lado do consumo, as vendas no varejo cresceram 11,2%, acima do esperado (11,1%). Sobre os primeiros números de dezembro, pelo lado da indústria, enquanto o PMI oficial mostrou alta (de 49,6 para 49,7), o PMI Caixin do setor desacelerou (de 48,6 para 48,2). No que se refere ao PMI de serviços, o índice oficial mostrou robusto aumento (de 53,6 para 54,4), mas o PMI Caixin de serviços frustrou (de 51,2 para 50,2). Enquanto os números da economia chinesa seguem apresentando riscos baixistas, chamou a atenção o comportamento da moeda chinesa ao longo do último mês. Após a introdução de um novo índice para o renmimbi, que considera uma cesta de 13 moedas, a moeda chinesa voltou a mostrar tendência de depreciação e perdeu 1,5% no mês. Esta queda do renmimbi interrompe os ganhos observados após a depreciação de 4,45% em agosto. Assim, a moeda chinesa encerrou 2015 com depreciação de 6,0%. Em 2015, a China perdeu US$ 512 bilhões das suas reservas em 2015.
5 CENÁRIO MACRO Doméstico Atividade: De acordo com o IBGE, a produção industrial recuou 2,4% em novembro. Este foi o sexto resultado negativo seguido na comparação mensal, acumulando nesse período perda de 8,3%. Com este resultado, caso a produção industrial fique estável em dezembro, a herança estatística para o quatro trimestre é de 3,7%, o que implica em queda da produção industrial maior do que a observada no terceiro trimestre ( 3,6%) e adiciona risco para a projeção de 3,7% para o PIB de Na comparação anual, a indústria apresenta queda de 12,4% em novembro de 2015, a 21ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e a mais acentuada desde abril de 2009 ( 14,1%). Pelo lado do emprego, o Caged apontou destruição de 130,6k vagas no mercado formal em novembro. Com este resultado, em 12 meses, o saldo de novas vagas no setor privado passou de 1445,8k para 1584,8k entre outubro e novembro. Inflação: O IPCA de dezembro apresentou variação de 0,97%, resultado abaixo das expectativas (1,08%) e inferior ao observado em novembro (1,01%). Com este resultado, o IPCA encerrou 2015 com alta de 10,67% após variação de 6,41% em Por categoria, em dezembro, com o reajuste expressivo de passagem aérea, os Serviços avançaram 0,97% no mês, após alta de 0,46% em novembro. Em 2015, a categoria Serviços avançou 8,11% após alta de 8,32% em Para o IPCA de janeiro, esperamos variação de 0,95%. Para 2016 a projeção é de 7,0%. Fiscal: De acordo com o Tesouro Nacional, o saldo primário do Governo Central registrou déficit de R$ 21,3 bilhões em novembro. Com este resultado, em 12 meses, o déficit do Governo Central passou para R$ 53,3 bilhões, ou 0,9% do PIB, comparativamente a déficit de R$ 38,6 bilhões, ou 0,7% do PIB em outubro. No ano, o Governo Central registra déficit de R$ 54,3 bilhões. No que tange ao Governo Consolidado, com o superávit de R$ 2,3 bilhões dos governos regionais no mês, o déficit do Governo Consolidado foi de R$ 19,6 bilhões. Em 12 meses, o déficit ficou em R$ 52,4 bilhões, ou 0,9% do PIB.
6 Setor Externo: O déficit em transações correntes atingiu US$ 2,9 bilhões em novembro, mostrando melhora em relação ao déficit observado no mês mesmo do ano anterior (US$ 9,1 bilhões). Assim, o déficit acumulado nos últimos 12 meses passou de US$ 74,3 bilhões em outubro para US$ 68,0 bilhões em novembro. Como proporção do PIB, o déficit saiu de 3,9% em outubro para 3,7% em novembro. Pelo lado do financiamento, os investimentos diretos no país aumentaram US$ 4,9 bilhões e o investimento em carteira passivo apresentou entrada líquida de US$ 6,2 bilhões em novembro. Política monetária: Em seu relatório de inflação do quarto trimestre, o Banco Central revisou para baixo suas expectativas de crescimento, porém suas projeções de inflação para 2016 aumentaram tanto no cenário de referência (6,2%), como no cenário de mercado (6,3%). As estimativas de 2016 próximas ao teto da meta e as de 2017 acima do centro da meta reforçaram a preocupação para o Banco Central e a autoridade monetária seguiu com um discurso duro, reafirmando que independente da evolução da evolução da política fiscal, o Banco Central tomará as medidas necessárias para garantir que o IPCA fique abaixo do teto da meta em 2016 e em 4,5% em Fonte: Claritas Administração de Recursos Ltda.* *Relatório elaborado por Marcela Heilbuth Pereira Rocha, economista da Claritas Investimentos. A Claritas Administração de Recursos Ltda. ( Claritas ) não comercializa nem distribui cotas de fundos de investimento ou qualquer outro ativo financeiro. Este documento não constitui uma oferta de serviço, tem caráter meramente informativo e é para uso exclusivo de seu destinatário. As informações contidas neste documento são confidenciais e não devem ser divulgadas a terceiros sem o prévio e expresso consentimento da Claritas.
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6,52 6,76 7,04 6,30 3,39 3,46 45,20 3,48 6,68 20,00 47,00 66,06 6,00 6,38 6,83 6,28 45,20 3,49 6,58 20,35 47,10 69,00 5,71 6,35 45,15 3,49 6,65 20,30 69,50 5,76 (9) (5) 4,90 5,04 5,06 5,39 3,45 3,41 10,50
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