RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS

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1 RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS No Brasil, o processo de desinflação tem se mostrado mais intenso que o esperado. No Brasil, a inflação de janeiro foi a menor da história para mês. O IPCA registrou alta de 0,38% em janeiro, após elevação de 0,30% em dezembro e 1,27% em janeiro de O resultado do mês ficou ligeiramente abaixo da nossa expectativa e do mercado (0,42%). A maior inflação dos grupos alimentos, habitação e comunicação provocaram a aceleração do indicador na passagem de dezembro para janeiro. No acumulado em 12 meses, o IPCA avançou 5,35%, desacelerando de 6,29% no mês anterior. Os indicadores de qualidade da inflação seguem apresentando significativa melhora. A média dos núcleos de inflação cedeu em janeiro, registrando alta de 5,82% contra 6,30% no mês passado. A inflação de serviços recuou para 6,2% de 6,5% em dezembro. O processo de desinflação fica ainda mais evidente quando analisamos as médias móveis, dessazonalizadas e anualizadas. Neste critério, a inflação de serviços subjacentes está em 4,6%. O índice de difusão também sugere menor pressão inflacionária. Em janeiro, o indicador registrou variação de 63,3%, abaixo da média histórica para o mês (70%). Para o mês de fevereiro, projetamos alta de 0,47%. Caso a nossa projeção se confirme, a inflação em doze meses deve apurar alta 4,9%, o menor avanço desde agosto de Acreditamos que o cenário para inflação deve persistir bastante favorável nos próximos trimestres. Assim, projetamos alta de 4,4% para o IPCA em 2017, o menor avanço desde 2009 (4,3%). Com relação à atividade econômica, os indicadores antecedentes iniciaram o ano em alta. A produção de automóveis e comerciais leves avançou 17,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, após avanço 40% em dezembro. A despeito da moderação no ritmo de crescimento da produção em 1

2 janeiro, esse foi o terceiro mês consecutivo de alta na comparação anual. Antes desse período de alta, a produção de automóveis e comerciais leves acumulava 32 meses consecutivos de queda. A produção de veículos pesados (caminhões e ônibus) também avançou em janeiro, alta de 4,1% frente janeiro anterior. Outro indicador de atividade que registrou crescimento foi a produção de papel ondulado, que avançou 5,5% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, encerrando um período de quatro quedas consecutivas. As altas desses indicadores reforçam nossa expectativa de ligeira queda do PIB no primeiro trimestre do ano. Nos Estados Unidos, a pesquisa de emprego (JOLTS) registrou moderação no encerramento do ano. A pesquisa mostrou ligeiro arrefecimento no ritmo de abertura de vagas, com a criação de 5,5 milhões postos de trabalho em dezembro, alta de 3,6%, desacelerando de 3,9% em meados do ano. Além disso, os pedidos de demissão voluntários também recuaram no final do ano, ficando abaixo de 3 milhões de postos de trabalho pela primeira vez nos últimos cinco meses. A despeito da moderação no final do ano, os dados do mercado de trabalho ainda são bastante positivos, permanecendo próximos das máximas recentes. No entanto, a moderação recente no mercado de trabalho reduz a pressão sobre FED com relação à necessidade de alta na taxa de juros no curto prazo. Mantemos nossa expectativa de três elevações da taxa de juros ao longo do ano. 2

3 Na Europa, os indicadores de confiança seguem em alta. Os elevados níveis de confiança sugerem bom desempenho da atividade econômica no início de Embora o indicador Sentix (confiança do investidor) tenha recuado na margem, de 18,2 para 17,4 pontos, ele ainda se encontra próximo das máximas recentes. O bom desempenho desse indicador juntamente com a observada em outros coincidentes, como o PMI e o Sentimento Econômico, sugerem a manutenção do robusto crescimento no primeiro trimestre. Assim, mantemos nossa projeção de crescimento de 0,5% do PIB no primeiro trimestre, mantendo o ritmo de expansão do último trimestre do ano passado. Para o encerramento do ano, esperamos alta de 1,7% para a economia da Zona do Euro em 2017 após alta de 2,0% em Na China, os dados do setor externo avançaram acima do esperado no início do ano. As exportações avançaram 7,9% em janeiro na comparação anual, resultado acima do esperado (3,2%), revertendo a queda de 6,1% no mês anterior. As importações também surpreenderam positivamente, registrando alta de 16,7%, após crescimento de 3,1% no mês anterior, e superaram a expectativa de crescimento de 10,0%. Diante do desempenho das exportações e importações, o saldo da balança comercial passou de US$ 42,8 bilhões em dezembro para US$ 51,3 bilhões em janeiro, mas ficou abaixo do registrado em janeiro de 2016 (US$ 56,3 bilhões). Ainda na China, a saída de recursos totalizou US$ 12,3 bilhões em janeiro, patamar abaixo de dezembro (US$ 41 bilhões) e janeiro do ano anterior (US$ 99,5 bilhões). A menor saída de recursos reduz os riscos de pressões sobre a taxa de câmbio e os temores quanto à uma crise financeira no segunda maior economia do mundo. 3

4 Na próxima semana, a divulgação de dados de atividade será o destaque na semana. No Brasil, as divulgações das vendas no varejo e de dados do setor externo são os principais eventos. Nos Estados Unidos, os dados de inflação e produção industrial são os destaques. A produção industrial ainda será divulgada na Zona do Euro e no Japão, que ainda publicará o PIB do quarto trimestre. 4

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6 CALENDÁRIO E PROJEÇÕES 6

7 MARCELO CIRNE DE TOLEDO Economista Chefe ANA PAULA DE ALMEIDA ALVES DANIEL XAVIER FRANCISCO HUGO RIBAS DA COSTA JOSE LUCIANO DA SILVA COSTA MARIANNE KOMORI GEHRINGER THIAGO NEVES PEREIRA Tel.: Material produzido em 10/02/2017 às 11h30 Outras edições estão disponíveis no Site: As opiniões, estimativas e previsões apresentadas neste relatório constituem o nosso julgamento e estão sujeitas a mudanças sem aviso prévio, assim como as perspectivas para os mercados financeiros, que são baseadas nas condições atuais de mercado. Acreditamos que as informações apresentadas aqui são confiáveis, mas não garantimos a sua exatidão e informamos que podem estar apresentadas de maneira resumida. Este material não tem intenção de ser uma oferta ou solicitação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro. BRAM - Bradesco Asset Management é a empresa responsável pela atividade de administração de recursos de terceiros do Banco Bradesco S.A. BRAM - Bradesco Asset Management - Todos os direitos reservados. 7