A taxa de câmbio ajusta-se automaticamente a movimentos na oferta e demanda de divisas
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- Cristiana Lemos Ventura
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1 )81'$d 2*(78/,29$5*$6 (6&2/$%5$6,/(,5$'($'0,1,675$d 23Ò%/,&$('((035(6$6 0(675$'2(;(&87,92(0*(67 2(035(6$5,$/ ',6&,3/,1$),1$1d$6,17(51$&,21$,6 352)(662552*e5,262%5(,5$ 5(*,0(6&$0%,$,6 Bibliografia: Krugman, P. e M. Obstfeld (2000). Economia Internacional. Teoria e Política. São Paulo: Makron Books. 5ª ed., cap ,67(0$'(7$;$6'(&Æ0%,2)/(;Ë9(,6 A taxa de câmbio ajusta-se automaticamente a movimentos na oferta e demanda de divisas Neste sistema, o balanço de pagamentos sempre opera de forma equilibrada - mudanças autônomas na oferta e/ou demanda de reservas vão levar a valorizações ou depreciações na taxa de câmbio - com isso, vão haver novas alterações na oferta e demanda de divisas, agora induzidas pelo novo valor da taxa de câmbio - essas alterações também vão implicar em mudanças na natureza do balanço de pagamentos Principais problemas do regime de câmbio flexível: a) elasticidade-preço da demanda das exportações e importações (condição de Marshall-Lerner); b) impactos negativos da desvalorização sobre o custo de vida; c) grande incerteza quanto ao nível futuro da taxa de câmbio, dificultando o comércio com o exterior;
2 d) ação dos especuladores poluindo o movimento da taxa de câmbio. 5(*,0('(&Æ0%,2),;2 Importância do regime. Existem basicamente três razões pelas quais o entendimento do regime de câmbio fixo é importante: - A flutuação administrada: é uma variante do regime de câmbio fixo em oposição à flutuação pura do regime de câmbio flexível que é adotado por vários países; - Arranjos de moedas regionais: é resultante de acordo comercial feito por vários países de um mesmo bloco econômico ou que possuem proximidade geográfica. Entre os países o regime cambial é o câmbio fixo. O mais importante deles é o Sistema Monetário Europeu que deu origem ao Euro; - Paises em desenvolvimento: tipicamente adotam regime de câmbio fixo ou semi-fixo (crawling peg). Neste sistema, a taxa de câmbio é fixada em uma determinada paridade com uma mercadoria (e.g. ouro) ou com uma moeda (e.g. dólar). O sistema de câmbio fixo pode ou não estar associado a um esquema de conversibilidade, tanto em moeda como na mercadoria. O ajustamento ante mudanças autônomas na demanda e/ou oferta de reservas é dado da seguinte forma se os preços forem flexíveis: superávit (déficit) setor externo aumento (redução) da quantidade de moeda aumento (queda) dos preços redução (aumento) das exportações e aumento (diminuição) das importações. Existe uma outra forma de ajustamento: a que ocorre através de mudanças na taxa de juros. superávit (déficit) setor externo aumento (redução) da quantidade de moeda queda (aumento) da taxa de juros redução (aumento) dos ativos externos.
3 ATIVOS ESTRANGEIROS E OFERTA DE MOEDA BALANCETE SINTÉTICO DO BANCO CENTRAL Ativo Passivo Ativos Estrangeiros Base Monetária Ativos Domésticos Passivo Não- Monetário Do balancete acima, podemos ver que qualquer compra de ativos que o banco central faça vai resultar em expansão da base monetária (oferta de moeda); Da mesma forma, qualquer venda de ativos resulta em contração da base monetária, sempre supondo constante o passivo não-monetário. Se o banco central vende moeda estrangeira, vai diminuir o estoque de ativos estrangeiros e, em seguida, a oferta de moeda; Um saldo do balanço de pagamentos positivo indica perda de exigibilidades externas; um saldo negativo indica um aumento das exigibilidades externas. Aumento das exigibilidades externas leva a um aumento dos ativos estrangeiros do banco central e a um aumento da oferta de moeda; Diminuições das exigibilidades externas levam a uma queda na oferta de moeda.
4 ),;$d 2'$7$;$'(&Æ0%,2 O banco central fixa a taxa de câmbio comprando ou vendendo moeda estrangeira a uma taxa fixa. Sua capacidade de manter essa taxa vai depender do saldo das transações financeiras. Isto vai requerer um equilíbrio no mercado de ativos à taxa de câmbio fixa. Quando a taxa de câmbio é mantida fixa, os agentes esperam uma depreciação da moeda doméstica igual a zero. Condição de Paridade da Taxa de Juros Afirma que a taxa de juros doméstica tem de ser igual à taxa de juros internacional mais a expectativa de desvalorização da moeda doméstica. Neste caso, a taxa de juros doméstica tem de ser igual à taxa internacional para que a taxa de câmbio permaneça fixa. A política monetária tem de fazer a taxa de juros doméstica ficar igual à taxa internacional. Para tanto, a oferta de moeda tem de ser ajustada à demanda de moeda. Logo, - quando houver excesso de oferta de moeda, o banco central tem de retirar o excesso, fazendo com que a taxa de juros fique no nível requerido; - quando houver escassez de moeda, o banco central tem de aumentar a oferta de moeda para manter a taxa no nível requerido.
5 Ex.: ocorre um aumento na produção da economia Neste caso, aumenta a demanda por moeda doméstica, o que elevaria a taxa de juros doméstica acima da taxa de juros internacional. Como conseqüência, aumenta a oferta de ativos estrangeiros via entrada de capitais. Mas também se criaria uma expectativa de depreciação da moeda doméstica. Para evitar isso, o banco central tem que comprar os ativos estrangeiros ( ativos estrangeiros > 0). Com isso, a oferta de moeda aumentaria e a taxa de juros doméstica cairia. Conclusão: com câmbio fixo, o banco central perde o poder de fixar a taxa de juros. A taxa de juros doméstica tem de ser semelhante à taxa de juros internacional. Do mesmo modo que o banco central é obrigado a comprar os ativos estrangeiros ( oferta de moeda > 0) atraídos pela taxa de juros doméstica mais elevada para manter fixa a taxa de câmbio, ele é obrigado a vender ativos estrangeiros ( oferta de moeda < 0) se a taxa de juros doméstica cair abaixo da taxa internacional.
6 32/Ë7,&$021(7È5,$62%&Æ0%,2)/878$17( Neste caso, o banco central é capaz de fixar a taxa de juros que desejar. Ex. D6XSRQKDTXHREDQFRFHQWUDOIL[HDWD[DGHMXURVGRPpVWLFDHPXPQtYHO VXSHULRUDRGDWD[DLQWHUQDFLRQDO Como visto, isto vai atrair capitais estrangeiros. À medida que os capitais entram, aumenta a oferta de divisas no mercado de câmbio. Com o aumento na oferta de divisas, a taxa de câmbio começa a se depreciar. A depreciação na taxa de câmbio vai fazendo com que o ganho do investidor estrangeiro diminua. A depreciação vai seguir ocorrendo até que o ganho pelo diferencial da taxa de juros desapareça por conta da depreciação cambial. Naturalmente, o diferencial da taxa de juros sinaliza com uma expectativa de desvalorização cambial da mesma magnitude. E VXSRQKD DJRUD TXH D WD[D GH MXURV GRPpVWLFD FDLD DEDL[R GD WD[D GH MXURVLQWHUQDFLRQDO Neste caso, os capitais não se sentem atraídos a migrar para o país, além de que os capitais já internalizados saem em busca de melhor rentabilidade. Com isso, diminui a oferta de divisas e a taxa de câmbio começa a se apreciar. A apreciação vai seguir ocorrendo até que o ganho no exterior seja eliminado.
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