REGIMES CAMBIAIS LEITURA OBRIGATÓRIA
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- Silvana Lancastre Correia
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1 LEITURA OBRIGATÓRIA CAPÍTULO 23 ECONOMIA ABERTA: REGIMES CAMBIAIS, DETERMINAÇÃO DA RENDA E IMPACTOS DA POLÍTICA ECONÔMICA Pinho, Diva Benevides & Vasconcellos, Marco Antonio S.(Org.), Manual de Economia, 5ª Edição. São Paulo, Editora Saraiva, 2006.
2 Para que as transações internacionais sejam viáveis, os preços nos diferentes países devem poder ser comparados, e deve haver alguma forma de converter a moeda de um país na moeda de outro. A taxa de câmbio nos mostra qual é a relação de troca entre duas unidades monetárias diferentes, ou seja, o preço relativo entre diferentes moedas.
3 Transações econômicas com residentes em outros países: Comércio de bens e serviços Ativos (direitos) e Obrigações
4 Comércio de bens e serviços Exportações Importações Turismo Ativos e Obrigações Investimentos diretos Endividamento externo Colocação de papéis no exterior
5 Vantagens: Especialização na produção de bens em que o país possua vantagens comparativas. Aumento da variedade de produtos a que os cidadãos têm acesso. Possibilidade de diversificação de portfólio dos agentes. Antecipação do consumo futuro pelos residentes. Ampliação de concorrência nos mercados domésticos.
6 Balança de pagamentos: onde são registradas as transações entre residentes de um país e o resto do mundo. Divide-se em: Conta corrente: refere-se aos fluxos de bens e serviços entre países. Movimento de capitais: refere-se aos direitos e obrigações dos residentes do País com o resto do mundo.
7 TAXA DE CÂMBIO Mostra qual é a relação de troca entre duas unidades monetárias diferente, ou seja, o preço relativo entre duas moedas.
8 TAXA DE CÂMBIO NOMINAL O preço de uma moeda em relação à outra.
9 TAXA DE CÂMBIO REAL Para determinar os fluxos comerciais entre os países, a taxa de câmbio relevante é a chamada taxa de câmbio real, que corresponde ao relativo de preços entre o produto nacional e o estrangeiro (ou vice-versa, conforme definição da taxa de câmbio nominal). Tomando como referência o dólar, a taxa de câmbio pode ser obtida pela seguinte expressão:
10 TAXA DE CÂMBIO REAL ε = ΕP*/P, ε = taxa de câmbio real; E = taxa de câmbio nominal (R$/$); P* = preço do produto estrangeiro em $; P = preço do produto nacional em R$.
11 TAXA DE CÂMBIO REAL Considere que um automóvel produzido no Brasil custe R$ , e o mesmo automóvel nos Estados Unidos custe $ Se a taxa de câmbio nominal no Brasil for de R$2/US$, teremos a seguinte taxa de câmbio real: ε = 2 (R$/US$) * $12.000/R$ = 0,8.
12 Os dois principais tipos de regime cambial são o de câmbio fixo e o de câmbio flutuante.
13 CÂMBIO FIXO No caso do câmbio fixo, o Banco Central determina o valor da taxa de câmbio e se compromete a comprar e vender divisas à taxa estipulada. Note que, para esse regime poder funcionar, o Banco Central deve possuir moeda estrangeira em quantidade suficiente para atender a uma situação de excesso de demanda por estas (uma situação de déficit na balança de pagamentos) a uma taxa estabelecida, bem como deve adquirir qualquer excesso de oferta de moeda estrangeira.
14 CÂMBIO FLUTUANTE Quanto ao segundo regime cambial, o de taxas flutuantes, a sua característica básica é que a taxa de câmbio deve se ajustar de modo a equilibrar o mercado de divisas. Em uma situação de excesso de demanda por moeda estrangeira, esta terá seu preço elevado, ou seja, a moeda nacional se desvalorizará. Quando houver um excesso de oferta de moeda estrangeira, seu preço cairá, isto é a moeda nacional será valorizada.
15 CÂMBIO FLUTUANTE Observe que o princípio básico do regime de câmbio flutuante é um mercado de divisas do tipo concorrência perfeita, sem intervenções do Banco Central, de modo que qualquer desequilíbrio seja prontamente eliminado pelo mecanismo de preço (alteração da taxa de câmbio). Com isso, a balança de pagamentos estará sempre em equilíbrio, com câmbio flutuante. O mercado determinando a taxa de câmbio, tornando-a menos sujeita às intervenções das autoridades governamentais, e a liberdade dada à política monetária.
16 CÂMBIO FLUTUANTE Algumas desvantagens estão associadas a esse sistema. A principal delas refere-se à instabilidade devido a maior volatilidade da taxa de câmbio. As maiores flutuações das taxas podem desestabilizar os fluxos comerciais, restringindo o comércio internacional (ressurgimento do protecionismo), e, ao ampliar a incerteza, podem levar a reduções nos investimentos.
17 CÂMBIO FLUTUANTE A balança de pagamentos de um país de divide em transações correntes e movimentos de capitais. As transações correntes correspondem às transações como bens e serviços que o país realiza com o resto do mundo. Já o movimento de capitais corresponde aos direitos e obrigações de um país com o resto do mundo. A soma desses dois componentes é necessariamente igual a zero.
18 CÂMBIO FLUTUANTE Isso pode ocorrer com um equilíbrio entre o que o país compra e o que vende do exterior, isto é, um saldo zero em transações correntes e um saldo zero na conta de capital, ou pode ser obtido com um déficit em conta corrente (quando o país importa mais do que exporta) e um superávit na conta capital, o que corresponde a um acúmulo de divisas (obrigações) em relação ao exterior; ou, ao contrário, com um superávit em conta corrente e um déficit na conta capital.
19 CÂMBIO FLUTUANTE Pode-se dizer que, no curto prazo, o país pode equilibrar a balança de pagamentos acumulando divisas ou direitos em relação ao exterior, mas, no longo prazo, as dívidas deverão ser pagas e os direitos, realizados. Assim, o país deve, ao longo do tempo, apresentar equilíbrio nas transações correntes.
20 CÂMBIO FLUTUANTE O saldo da conta corrente depende das exportações líquidas de bens e serviços. O volume de importações de um país depende do nível de atividade econômica, isto é, da renda nacional e da taxa de câmbio real, que reflete a competitividade da produção doméstica em relação à externa. Quanto maior o nível de renda nacional, maiores serão as importações, uma vez que amplia a demanda por bens, inclusive em seu componente externo. E quanto mais valorizada estiver a taxa de câmbio real, mais barato será o produto importado em relação ao interno, estimulando as importações.
21 CÂMBIO FLUTUANTE Já as exportações dependem basicamente da renda do resto do mundo e da taxa de câmbio real. Quanto maior o nível de atividades nos demais países, mais importados serão necessários, repercutindo positivamente sobre as exportações do país. Quanto mais desvalorizada for a taxa de câmbio real, maior será a competitividade dos produtos domésticos, ampliando as exportações.
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