3 Função - conceitos gerais 45

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "3 Função - conceitos gerais 45"

Transcrição

1 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene Sumário III Função: conceitos erais 45 3 Função - conceitos erais Conceito e representação simbólica de unção Exemplos e contra-exemplos de unções Domínio e imaem de unção Iualdade de unções Propriedades de unção: injetora, sobrejetora e bijetora Função injetora Função sobrejetora Função bijetora Composição de unções Funções inversas

2 45 Parte III Função: conceitos erais Introdução Podemos dizer que atualmente em quase todas as áreas ou teorias da matemática as unções desempenham papel primordial. Em cada área ou teoria aprounda-se o estudo de unções particulares visando tanto o desenvolvimento da teoria quanto de suas aplicações. Na disciplina Matemática Básica temos apenas por objetivo estudar aluns conceitos erais do estudo das unções, eles são usados nas unções particulares estudadas nas áreas ou teorias da matemática. 3 Função - conceitos erais 3.1 Conceito e representação simbólica de unção O conceito eral de unção é simples, alando inormalmente, precisamos de três coisas, para deinir uma unção, dois conjuntos A U e B e uma rera R que estabelece uma relação entre os elementos de A e de B. Conceito de unção Diz-se que dois conjuntos A U e B (nessa ordem) e uma rera R que relaciona elementos de A com elementos de B representam, estabelecem ou deinem uma unção de A para B se para todo x de A, a rera R aplicada ao elemento x associa um e só um elemento y que deve pertencer a B. Observações A rera R pode ser dada de diversas maneiras, não há uma maneira eral de se apresentar a rera. Usa-se descrições por palavras, tabelas, diaramas de Venn, visualizações em retas numéricas, em plano cartesiano, etc. Tudo isso será visto em cada contexto que serão estudadas as unções. Quando os conjuntos A e B e a rera R deinem uma unção e y B é tal que y oi obtito ao aplicar a rera R em x, denotamos por y = (x). A variável x de A é chamada de variável livre ou independente e a variável y de B é chamada de variável dependente. O conjunto U é o conjunto universo no qual A é um de seus subconjuntos. O conjunto universo U depende do contexto em que a unção está sendo deinida. Representação simbólica de uma unção Se os conjuntos A, B e a rera R de ato estabelecem ou deinem uma unção, duas ormas usuais de representar simbolicamente a unção são: A U B : A U B e x y = (x) x y = (x) Chamamos atenção para o caso em que a descrição da rera R é através de expressões na variável do conjunto A. Neste caso, na representação simbólica, é usual iualar essa expressão e (x), por exemplo y = (x) = x 3 x + x. 3. Exemplos e contra-exemplos de unções Continuando a alar inormalmente, em aluns casos, quando queremos entender bem o que um conceito ou deinição representa, é mais ácil entender o que não é do que o que é. Assim vamos começar com exemplos que não são unções, isto é, contra-exemplos de unções. 1. A = U = N, B = N, rera R: a cada número natural n associa-se um número maior do que n. A, B e essa rera R não representam uma unção, pois por exemplo se n = 100, é possível aplicar a rera R em n = 100 porque

3 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene A = N, mas, pela rera R, obtemos uma ininidade de valores y = 101 B = N, y = 10 B = N, y = 103 B = N, Assim, obtivemos uma ininidade de valores de y B = N, o que contraria o conceito de unção porque deveríamos obter um e só um valor y B = N.. U = conjunto das palavras do idioma portuuês. A = conjunto das palavras do idioma portuuês que contém pelo menos uma consoante. B= {a, b, c, d, e,,, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z} = alabeto do Brasil 1. Rera R: a cada palavra associa-se uma consoante dessa palavra. Vamos começar com a palavra uai (mineira!!). Apesar dessa palavra pertencer ao conjunto U, não é possível aplicar a rera R a essa palavra porque ela não tem consoantes, isto é, uai A. Aplicando a rera R à palavra vôo encontramos como resultado a letra v. Vamos veriicar em mais uma, aplicando a rera R na palavra dez, obtemos y = d B e y = z B, o que contraria o conceito de unção porque deveríamos obter um e só um valor y B. 3. U = R, A = [0, ) e B = R. Rera R: a cada x A associa-se um número y; y = x. Escolhendo x = 4, x R, mas como 4 < 0 = x A, loo vemos que não podemos aplicar a rera R a esse valor de x. Aplicando a rera R a x = 0 A, obtemos um e só um valor y = 0 R. Aora, aplicando a rera R a x = 9 A e obtemos dois valores y = 3 R e y = 3 R. Isto contraria o conceito de unção, deveríamos ter encontrado um e só um valor de y R. Vamos ver aora aluns exemplos de unção. 1. A = U = N, B = N, rera R: a cada número natural n associa-se um outro número natural que é o menor número natural entre os números naturais maiores do que n, em outras palavras, é o sucessor de n. A, B e essa rera R representam uma unção, pois por exemplo se n = 100, aplicando a rera R em n = 100, primeiro obtemos os números maiores que 100, uma ininidade de valores: 101 B = N, 10 B = N, 103 B = N,, e acilmente vemos que o menor deles é 101 B = N, o sucessor de 100. Como para todo n N sabemos que n < n + 1 < n + < n + 3 <, podemos aplicar a rera R a qualquer n N e obtemos um e só um número sucessor de n, que é n + 1 N. Uma representação simbólica dessa unção é. A = U = conjunto das palavras do idioma portuuês. B = N {0} : N N n y = (n) = n + 1 Rera R: a cada palavra do alabeto portuuês associa-se o número de consoantes do alabeto do Brasil que aparecem nessa palavra, sendo que as repetidas devem ser contadas a cada vez que aparece. Vamos começar com a palavra uai (mineira!!). Aplicando a rera R a essa palavra, o resultado é o único valor 0 B. Aplicando a rera R à palavra vôo, encontramos como único resultado 1 N B. Aplicando a rera R na palavra dez, obtemos o único número N B Aplicando a rera R à inconstucionalissimamente, encontramos como único resultado 14 N B. É claro que sempre é possível aplicar a rera R a qualquer palavra e o resultado sempre será um único número inito (natural ou zero). Sendo assim, os conjuntos A e B e a rera R descrita acima deinem uma unção. Podemos escrever, por exemplo, (uai) = 0; (vôo) = 1; (dez) = ; (inconstucionalissimamente) = 14. Esse exemplo não é tão inútil na prática quanto parece. Muitas unções deinidas em proramas computacionais são unções da cateoria texto. Se tiver curiosidade, no prorama Excel, no menu <inserir> entre em <unção>. 1 O alabeto portuuês consiste no alabeto latino oriinal, suprimidas as letras K, W e Y, que são utilizadas apenas em alumas palavras estraneiras não-aportuuesadas e em adjetivos e substantivos derivados de nomes estraneiros (Kantiano, Waneriano, Zwinlianismo, etc.). No atual alabeto do Brasil as letras K, W e Y estão inclusas, uma vez que o alabeto do Brasil já é o do Acordo ortoráico de (transcrito da wikipédia em 0/03/008)

4 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene U = R, A = [0, ), B = R. Rera R: a cada x A associa-se um número y; y = x e y 0. Escolhendo x = 4, x R, mas como 4 < 0 = x A, loo vemos que não podemos aplicar a rera R a esse valor de x. Aplicando a rera R a x = 0 A, obtemos um e só um valor y = 0 R. Aplicando a primeira airmação da rera R a x = 9 A, obtemos dois valores y = 3 R e y = 3 R, aora aplicando a seunda airmação obtemos o único valor y = 3. Aplicando a rera de R em x A, vamos veriicar que só conseuimos encontrar um único valor y R que satisaz as duas condições da rera R. Primeiro, podemos usar a seuinte airmação: dado um número real x 0, sempre existe pelo menos um número real y tal que y = x. Suponha que existe mais que um, y 1 e y. Se y 1 satisaz a primeira airmação da rera, vamos veriicar que qualquer y que também satisaz a primeira airmação da rera só pode ser y = y 1 ou y = y 1. y 1 e y satisazem a primeira airmação da rera = y 1 = x e y = x = y 1 = y = y 1 y = 0 = = (y 1 y ) (y 1 + y ) = 0 = y 1 y = 0 ou y 1 + y = 0 = y 1 = y ou y 1 = y = y = y 1 ou y = y 1. Como y 1 e y 1 são simétricos, apenas um deles é maior ou iual a 0. Esse único número y = y 1 ou y = y 1 e podemos escrever (x) = y. Acabamos de veriicar que A, B e a rera R deinem uma unção de A para B. Essa unção é denominada unção raiz quadrada ou unção raiz e rera R que a deine é denotada por (x) = x. A representação simbólica é: : [0, ) R R x y = (x) = x 3.3 Domínio e imaem de unção Considere uma unção deinida de A U para B, isto é, O conjunto A é demominado domínio da unção. : A U B x y = (x) O conjunto universo U é denominado conjunto de partida ou conjunto de saída da unção. O conjunto B é denominado conjunto de cheada ou contra-domínio da unção. Atenção É usual escrever apenas o conjunto de partida, isto é, o conjunto universo do domínio. Neste caso está subentendido que o domínio é o maior subconjunto de U em que é possível aplicar a rera R da deinição da unção. Usaremos qualquer uma das seuintes notações usuais para o domínio de : D ou D ou ainda dom(). Dado x D dizemos que o elemento y é imaem de x por, ou simplesmente dizemos que y é imaem de x. Obs.: para alumas unções, nem todo y de B é a imaem de alum x D. No ex. 1 anterior, 1 B = N, mas 1 não é o sucessor de nenhum natural, isto é, não é a imaem de nenhum número natural n. A imaem da unção é o subconjunto do contra-domínio B, obtido pela aplicação da rera R que deine a unção em todos elementos x D. Usaremos qualquer uma das seuintes notações usuais para a imaem de : I ou I ou ainda im(). Podemos usar o conceito de conjunto para descrever a imaem de : I = {y B; y = (x) para alum x D }. Vamos dizer qual é o domínio e qual é a imaem de cada unção dos 3 exemplos anteriores:

5 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene D = A = N I = N {1}. D = A I =? é muito trabalhoso encontrar a imaem, mas não impossível. Certamente I {0, 1,, 3,, 40}. 3. D = [0, ) I = [0, ) 3.4 Iualdade de unções Deinição (iualdade de unções) Duas unções e são iuais se os seus domínios e contra-domínios são iuais e a rera que deine a unção é a mesma. Exemplos e contra-exemplos. 1. : N N n y = (n) = n + 1 h : N {0} Z N n y = h(n) = n + 1 Airmação:. Justiicativa: os contra-domínios são dierentes. (observe que os domínios e as imaens são iuais e a rera é a mesma) Airmação: h. Justiicativa: os domínios são dierentes. : N N {1} n y = (n) = n + 1 (os contra-domínios são iuais e a rera é a mesma, mas as imaens são dierentes, pois 1 I e 1 I h ). : R R x y = (x) = (x 1) + x 1 : R R y z = (y) = y y Airmação: =. Justiicativa: (i) os domínios e os contra-domínios são iuais. (ii) y = (x) = (x 1) + x 1 = x x x 1 = x x = (x) = x x. Sendo assim, a rera que deine as duas unções é a mesma. Uma observação é que as letras atribuídas às variáveis das unções são dierentes, mas isso não muda a rera. 3.5 Propriedades de unção: injetora, sobrejetora e bijetora Função injetora Deinição (unção injetora) Dada uma unção : D U B x y = (x) diz-se que é injetora se a seuinte airmação é verdadeira: x 1, x D ; (x ) = (x 1 ) = x = x 1. Essa airmação é a mesma que: x 1, x D ; x x 1 = (x ) (x 1 ). Observações: A vantaem dessa deinição é que se queremos provar que uma unção é ou não é injetora basta veriicar se a airmação da deinição é verdadeira ou alsa. Para esclarecer a deinição, diz-se que uma unção é injetora quando y é um elemento da imaem de, ele só pode ser a imaem de um único elemento do domínio. Ou, de outra orma, elementos distintos do domínio são conduzidos para imaens distintas no contra-domínio. Exemplos e contra-exemplos:

6 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene Considere U = {a 1, a, b 1, b, c 1, c, d 1, d, e 1, e }, onde a 1, a, b 1, b, c 1, c, d 1, d, e 1, e são distintos entre si, B = {1,, 3, 4, 5, 6} e a rera R dada através de seu diarama de Venn ao lado, com as setas indicando as imaens dos elementos do domínio de. Observe que: D = {a 1, a, b 1, b, c 1, c, d 1, d } U e D U. I = {1,, 3, 4, 5} B e I B Airmação: a unção não é injetora. Justiicativa: a 1, a D, (a 1 ) = (a ) = 1, mas como oi dito que a 1 e a são distintos, temos que a 1 a. a 1 1 a b 1 b c 1 3 c d 1 4 d 5 e 1 6 e Acabamos de veriicar que: a 1, a D, (a 1 ) = (a ) (verdadeira) e a 1 = a (alsa). Loo, a 1, a D, (a 1 ) = (a ) a 1 = a. Conclusão: essa unção não é injetora porque a implicação da deinição é alsa.. Considere a unção deinida por A = R, B = [0, ) R e pela rera R: a x R, associa-se o quadrado do número x. É claro que elevando-se um número ao quadrado obtemos um único resultado, isto é, de ato A, B e a rera R deinem uma unção de A em B, representada simbolicamente a seuir. : R [0, ) R x y = (x) = x Vamos veriicar que essa unção não é injetora. Para veriicar basta apresentar um exemplo em que a implicação é alsa. Sabemos que se x 1 = 1 e x = 1, temos que x 1 = ( 1) = 1 e x 1 = (1) = 1. Loo temos um exemplo em que: x 1 = 1 A = R, x = 1 A = R e (x 1 ) = (x ) = 1 x 1 = x. Conclusão: essa unção não é injetora porque a implicação da deinição é alsa. 3. Considere a unção do exemplo 1 da seção anterior : N N n y = (n) = n + 1 Essa unção é injetora pois: n 1, n N e (n 1 ) = (n ) ( ) = n = n + 1 ( ) = n 1 = n. As implicações usadas oram: (*) deinição de ; (**) propriedade dos naturais. Conclusão: a unção é injetora porque para esta unção a implicação da deinição é verdadeira. 4. Considere a unção raiz (exemplo 3 da seção anterior): : D R R x y = (x) = x Já vimos que o (domímio de ) = D = [0, ) e que a (imaem de ) = I = [0, ]. Vamos veriicar que é injetora. x 1, x R e (x 1 ) = (x ) ( ) = x 1 = x ( ) = ( x1 ) = ( x ) ( ) = x 1 = x. As implicações usadas oram: (*) deinição da unção raiz; (**) propriedade: a, b R temos que: a = b ou a = b a = b ; (***) propriedade: ( a) = a a R e a 0. Conclusão: a unção raiz é injetora porque para esta unção a implicação da deinição é verdadeira.

7 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene Função sobrejetora Deinição (unção sobrejetora) Dada uma unção : A U B x y = (x) diz-se que é sobrejetora se a imaem de é iual ao contra-domínio de, isto é, se I = B. Observações: Intuitivamente, a unção é sobrejetora se não sobra elemento em B, isto é, todo elemento de B é a imaem de alum elemento de A. Podemos escrever a deinição usando símbolos: diz-se que é sobrejetora se y B, x D ; y = (x). Exemplos e contra-exemplos: 1. Considere a unção do exemplo da seção anterior : N N n y = (n) = n + 1 Essa unção não é sobrejetora pois I B = N. Justiicativa: 1 I, isto é, n N; (n) = n + 1 = 1. Lembre que N = {1,, 3, 4, }. A unção do exemplo 1 da seção anterior não é sobrejetora porque 6 B, 6 I. 3. São sobrejetoras as seuintes unções: : N N {1} n y = (n) = n + 1 : Z Z n y = (n) = n + 1 F : R [0, ) R x y = F (x) = x G : [0, ] R [0, ] R x y = G(x) = x Função bijetora Deinição (unção bijetora) Dada uma unção : A U B x y = (x) diz-se que é bijetora se é injetora e sobrejetora. Exemplos e contra-exemplos: 1. Considere a unção abaixo. Já provamos que é injetora e veriicamos que não é sobrejetora, loo não é bijetora. Vimos que I = N {1}. Considere a unção abaixo, que só diere de em seu contra-domínio. injetora e sobrejetora. : N N n y = (n) = n + 1 : N N {1} n y = (n) = n + 1 A unção é bijetora porque é. Considere a unção F : R [0, ) R x y = F (x) = x Vimos que essa unção é sobrejetora, mas não é injetora. Loo F não é bijetora.

8 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene Considere a unção G : [0, ] R [0, ] R x y = G(x) = x Vimos que essa unção é injetora e sobrejetora. Loo G é bijetora. 4. Considere a unção : [0, ) R [0, ) R x y = F (x) = x Observe que essa unção só diere da unção F do exemplo em seu domínio. Essa unção é sobrejetora pois qualquer número real nulo ou positivo é o quadrado de um outro número real. Vamos veriicar que com esse domínio, essa unção é injetora. x 1, x [0, ) e (x 1 ) = (x ) = x 1 0, x 0 e (x 1 ) = (x ) = x 1 0, x 0 e (x 1 ) (x ) = 0 = x 1 0, x 0 e (x 1 x ) (x 1 + x ) = 0 = x 1 0, x 0, x 1 = x ou x 1 = x. Como x 0, sabemos que x 0. Loo só há a opção x 1 = x. Vimos que essa unção é injetora e sobrejetora. Loo é bijetora. Observações: Nos casos em que a unção é injetora, mas não é sobrejetora, se or possível encontrar a imaem acilmente, podemos construir uma nova unção substituindo o contra-domínio pela imaem da unção. Essa nova unção será bijetora. Nos casos em que a unção é sobrejetora, mas não é injetora, podemos construir uma nova unção que só diere da primeira em seu domínio. Existe alum subconjunto do domínio da unção oriinal no qual a nova unção nesse subconjunto é injetora. A nova unção com o novo domínio será bijetora. Quando uma unção é bijetora diz-se que existe uma relação biúnivoca ou uma relação um-a-um entre o domínio e a imaem da unção. Isto siiniica: a cada x D existe uma correspodência com um e só um elemento da y I. (justiicativa: a rera R que deine a unção associa a cada x um e só um valor y) a cada y I existe uma correspondência com um e só um elemento x D. (justiicativa: unção injetora arante que só existe uma variável x do domínio tal que y = (x)) 3.6 Composição de unções Intuitivamente, compor unções nada mais é do que aplicar o raciocínio de transitividade a unções. Se uma unção permite que de um valor de x se obtenha um e só um y e outra unção permite que desse valor y se obtenha um e só um valor z, no inal veriicamos que do valor x acabamos por obter um e só um valor z, o que caracteriza uma terceira unção que é chamada de composta das duas primeiras. Aora vamos ormalizar essa idéia intuitiva. Deinição (composição de unções) Dadas duas unções D B x y = (x) e D C y z = (y) Se I D, podemos construir ou deinir uma nova unção da seuinte orma: D D B D C x y = (x) z = (y) = ((x)) := ( )(x) A unção deinida acima é denominada composta de e e ainda D = {x D ; (x) D }. Observação. A unção acima poderia ter sido dada com a letra x na variável livre e com a letra y na variável dependente, isto é, y = (x). As letras usadas oram y e z, respectivamaente, para acilitar a compreensão da unção composta. Exemplos:

9 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene Considere a unção com U = {a 1, a, b 1, b, c 1, c, d 1, d, e 1, e }, onde a 1, a, b 1, b, c 1, c, d 1, d, e 1, e são distintos entre si, B = {1,, 3, 4, 5, 6} e a rera R dada através de seu diarama de Venn abaixo, com as setas indicando as imaens dos elementos do domínio de. Considere a unção dada abaixo. Vamos obter ( )(x) para todos valores do domínio de ( ) e visualizar a composta em seu diarama de Venn. D U B D N R x y = (x) n z = (n) = D ( ) A R 16 n x z = ((x)) a 1 1 a b 1 b c 1 3 c ( ) (a 1 ) = ( (a 1 )) = ( (a )) = (1) = 16 1 = 15. ( ) (b 1 ) = ( (b 1 )) = ( (b )) = () = 16 4 = 1 = 3. ( ) (c 1 ) = ( (c 1 )) = ( (c )) = (3) = 16 9 = 7. d 1 4 d 5 ( ) (d 1 ) = ( (d 1 )) = (4) = = 0 = 0. e 1 6 e ( ) (d ) = ( (d )) = (5) = 16 5, não está deinida em R. a 1 15 a b 1 3 b c 1 7 c d 1 0 d e 1 e R. A unção de D em B é deinida por D = N, B = N e a rera R é dada pela expressão (n) = n +. A unção de D em C é deinida por D = N {1}, C = N e a rera R é dada pela expressão (n) = n 1. Veriique que D = N; I = N {1, }; D = N {1}; I = N. Vamos construir as unções e e depois veriicar se para essas unções = ou. D = N B = N D = N {1} C = N n y = (n) = n + n y = (n) = n 1 Construindo, D N {1} C D = N B = N n y = (n) = n 1 z = ((n)) = (n 1) = (n 1) + = n + 1 = ( )(n) Construindo, D N B D = N {1} C = N n y = (n) = n + z = ((n)) = (n + ) = (n + ) 1 = n + 1 = ( )(n) Comparando e vemos que os contra-domínios são iuais e a rera é a mesma. Para saber se de ato são iuais, alta veriicar se seus domínios são iuais. 1 D, pois ( )(1) = ((1)) = (1 1) = (0), mas 0 N, loo (0) não está deinido e ((0)) não está deinido. Vamos veriicar se 1 D, isto é, vamos veriicar se é possível calcular usando a composta. Veriicando, ( )(1) = ((1)) = (1 + ) = (3) = 3 1 =. Loo ((1)) está deinido, isto é, 1 D. Assim D D. Conclusão: para essas unções,. 3. As unções e estão deinidas a seuir. D = R B = R D = R C = R x y = (x) = x x y = (x) = x + 1 Vamos veriicar se para essas unções = ou. Vamos começar veriicando se a rera ( )(x) e ( )(x) é a mesma. ( )(x) = ((x)) = (x + 1) = (x + 1) = x + x + 1. ( )(x) = ((x)) = ( x ) = x + 1. Assim, vimos que as reras que deinem as duas unções são dierentes. Conclusão: para essas unções,.

10 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene As unções e estão deinidas a seuir. D = Q B = Q x y = (x) = x 1 Vamos veriicar se para essas unções = ou. D = Q C = Q x y = (x) = x + 1 Vamos começar veriicando se a rera ( )(x) e ( )(x) é a mesma. ( ) ( ) x + 1 x + 1 ( )(x) = ((x)) = = 1 = (x + 1) 1 = x (x 1) + 1 ( )(x) = ((x)) = (x 1) = = x = x Assim, vimos que a rera que deine as duas unções é a mesma. Falta veriicar se seus domínios e contra-domínios são iuais. O contra-domínio de é iual a B = Q. O contra-domínio de é iual a C = Q. D = { x D ; (x) = x+1 C D } = { x Q; (x) = x+1 Q } = Q D = {x D ; (x) = (x 1) B D } = {x Q; (x) = (x 1) Q} = Q Conclusão: para essas unções, =. Observação: Em eral, ( )(x) ( )(x), não podemos airmar que sempre ( )(x) ( )(x) porque em aluns poucos casos ( )(x) = ( )(x), como no ex. 3 anterior. 3.7 Funções inversas Deinição: (inversa da unção) Diz-se que a unção : B A é a unção inversa da unção : A B se e Observações: ((x)) = x, ((y)) = y, x A y B Na deinição acima A = D e B = D De acordo com a deinição acima podemos airmar que: Diz-se que a unção : A B é a unção inversa da unção : B A se e ((y)) = y, ((x)) = x, y B x A Como as duas condições são as mesmas concluímos que: é a inversa de é a inversa de. É usual dizer que uma é a inversa da outra e a outra é a inversa da uma. Podemos visualizar o que as condições produzem construindo simbolicamente as composições: A B A B x y = (x) (y) = ((x)) = x (x) = ((y)) = y Dada uma unção de A em B, nem sempre existe a unção inversa de B em A, quando existe diz-se que admite inversa ou que é inversível ou invertível. No caso em que admite inversa, denota-se a inversa por 1. Há discussão sobre a raia correta da palavra ser com t ou com s. No Aurélio só tem com t, mas para o adjetivo análoo convertível há também o adjetivo conversível com mesmo siniicado.

11 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene Airmação 1 Se admite inversa então y = (x) x = (y). Veriicando a equivalência, (= ) y = (x) aplicando é a inversa de = (y) = ((x)) = ((x)) = x trqnsitividade = (y) = x é a inversa de = ((y)) = y trqnsitividade = (x) = y ( =) x = (y) aplicando = (x) = ((y)) Airmação Uma condição necesária e suiciente para admitir inversa é ser bijetora. Em outras palavras, admite inversa é bijetora. Prova: (= ) Hipótese: admite inversa. Queremos provar: é injetora e sobrejetora. (x 1 ) = (x ) aplicando = é a inversa de ( (x 1 )) = ( (x )) = x 1 = x = é injetora. Aora vamos provar que é sobrejetora. y B aplicando = (y) = x, para alum x A airmação = 1 y = (x), para alum x A = é sobrejetora. Assim provamos que é injetora e sobrejetora, ou seja, é bijetora. ( =) Hipótese: deinida de A para B é bijetora. Queremos provar: admite inversa deinida de B para A. sobrejetora = y B, x A; y = (x). Como é injetora, esse x é o único elemento de A tal que y = (x). Já que é o único, podemos deinir a rera R para : y B associamos o único valor x A tal que y = (x). Assim (y) = x. x A e y = (x) aplicando = (y) = ((x)) (y)=x = x = ((x)), ou seja, ((x)) = x, x A y B e (y) = x aplicando = ((y)) = (x) y=(x) = ((y)) = y, ou seja, ((y)) = y, y B. cqd Airmação 3 de A para B admite inversa de B para A = I = D e I = D. De ato: Sabemos que D = A e D = B (*). Como é a inversa de temos que é a inversa de, pela airmação, ambas e são bijetoras. Assim, e são sobrejetoras, donde I = B e I = A. (**). Por (*) e (**), concluímos que I = D e I = D. Exemplos e contra-exemplos. 1. As unções e estão deinidas a seuir. D = A = R B = R x y = (x) = x 1 D = B = R A = R y y = (y) = y + 1 Este exemplo é quase iual ao ex. 3 da seção anterior, trocamos Q por R, tanto nos domínios, quanto nos contra-domínios. Podemos proceder como no ex. 3 e veriicar que ((x)) = x, x A = D = R e ((y) = x, y B = D = R Faça isso como exercício. Conclusão: e são as inversas uma da outra.. As unções e estão deinidas a seuir. D = A = [, 4] R B = [3, 7] R x y = (x) = x 1 D = B = [3, 7] R A = [, 4] R y y = (y) = y + 1

12 UFF/GMA - Matemática Básica - Parte III - Função Notas de aula - Marlene Este exemplo é quase iual ao ex. 1 anterior, tanto os domínios, quanto os contra-domínios aora são intervalos da reta, não são mais todos os reais. Neste caso, seria um pouco mais trabalhoso provar que as iualdades das condições valem exatamente nos valores desses intervalos. Para provar que admite inversa, pela airmação anterior, basta veriicar que é bijetora. Vamos encontrar a imaem de : Admitimos que y = (x) = x 1 = y = x 1. Mas esta é a equação de uma reta no plano, loo para encontrar a imaem de, basta encontrar () e (4), a imaem será o intervalo [(), (4)] ou [(4), ()]. Loo () = 3 e (4) = 7 = I = [3, 7] = B = é sobrejetora. x 1, x [, 4]; (x 1 ) = (x ) = x 1 1 = x 1 = x 1 = x = x 1 = x = é injetora. Loo é bijetora e admite inversa que também é bijetora. Como a e a, satisazem as condições ((x)) = x e ((y)) = y nos seus domínios, a unção é que é a inversa de, isto é, 1 ((x)) = x e ( 1 (y) ) = y em seus domínios. 3. Considere a unção F : R [0, ) R x y = F (x) = x Esse é o ex. da seção Vimos que F não é bijetora. Loo essa unção não admite inversa. 4. Considere a unção : [0, ) R [0, ) R x y = F (x) = x Observe que essa unção só diere da unção F do exemplo 3 em seu domínio. Esse é o ex. 4 da seção 6.5.3, já provamos que essa unção é bijetora. Loo a unção é inversível. Fica como exercício veriicar que a inversa da unção é : [0, ] R [0, ] R x y = (x) = x

Notas de Aula Disciplina Matemática Tópico 04 Licenciatura em Matemática Osasco -2010

Notas de Aula Disciplina Matemática Tópico 04 Licenciatura em Matemática Osasco -2010 1. Funções Sobrejetoras Dizemos que uma unção : é sobrejetora se, e somente se, o seu conjunto imagem or igual ao contradomínio, isto é, se Im() =. Em outras palavras, dado um elemento z qualquer no contradomínio,

Leia mais

Matemática tica Discreta Módulo Extra (4)

Matemática tica Discreta Módulo Extra (4) Universidade Federal do Vale do São Francisco Curso de Enenharia da Computação Matemática tica Discreta Módulo Extra (4) Pro. Jore Cavalcanti jore.cavalcanti@univas.edu.br - www.univas.edu.br/~jore.cavalcanti

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral 1

Cálculo Diferencial e Integral 1 NOTAS DE AULA Cálculo Dierencial e Integral Funções Proessor: Luiz Fernando Nunes, Dr 09/Sem_0 Cálculo ii Índice Funções Intervalos Deinição de unção Classiicação de unções 6 4 Função composta 8 5 Função

Leia mais

Unidade 3. Funções de uma variável

Unidade 3. Funções de uma variável Unidade 3 Funções de uma variável Funções Um dos conceitos mais importantes da matemática é o conceito de unção. Em muitas situações práticas, o valor de uma quantidade pode depender do valor de uma segunda.

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral 1

Cálculo Diferencial e Integral 1 NOTAS DE AULA Cálculo Dierencial e Integral Funções Proessor: Luiz Fernando Nunes, Dr. 08/Sem_0 Cálculo ii Índice Funções.... Intervalos.... Deinição de unção.... Classiicação de unções... 6.4 Função composta...

Leia mais

1 Roteiro Atividades Mat146 Semana4: 22/08/16 a 26/08/2016

1 Roteiro Atividades Mat146 Semana4: 22/08/16 a 26/08/2016 1 Roteiro Atividades Mat146 Semana4: /08/16 a 6/08/016 1. Matéria dessa semana de acordo com o Plano de ensino oicial: Assíntotas Horizontais e Verticais. Continuidade. Material para estudar: Assíntotas

Leia mais

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III Notas de aula - Marlene

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III Notas de aula - Marlene UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III Notas de aula - Marlene - 011-1 37 Sumário III Números reais - módulo e raízes 38 3.1 Módulo valor absoluto........................................ 38 3.1.1 Definição

Leia mais

Aula 9 Aula 10. Ana Carolina Boero. Página:

Aula 9 Aula 10. Ana Carolina Boero.   Página: E-mail: ana.boero@ufabc.edu.br Página: http://professor.ufabc.edu.br/~ana.boero Sala 512-2 - Bloco A - Campus Santo André Funções Sejam A e B conjuntos. Uma função f : A B (leia f de A em B ) é uma regra

Leia mais

5. Composição de funções

5. Composição de funções Tema Deinições. Dierentes tipos de unções. perações com unções. Sucessões. Composição de unções Dadas duas unções, e, a composta de com escreve-se + lê-se: após ou composta de com e é deinida por: + =

Leia mais

III Números reais - módulo e raízes Módulo ou valor absoluto Definição e exemplos... 17

III Números reais - módulo e raízes Módulo ou valor absoluto Definição e exemplos... 17 UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III Notas de aula - Marlene - 010-16 Sumário III Números reais - módulo e raízes 17 3.1 Módulo valor absoluto...................................... 17 3.1.1 Definição

Leia mais

FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL

FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Deinição inormal de unção Uma unção é uma regra que a cada elemento de um dado conjunto A associa um e um só elemento de um outro conjunto B. : A B ( ) Simbolicamente,

Leia mais

Gênesis S. Araújo Pré-Cálculo

Gênesis S. Araújo Pré-Cálculo Gênesis Soares Jaboatão, de de 2016. Estudante: PAR ORDENADO: Um par ordenado de números reais é o conjunto formado por dois números reais em determinada ordem. Os parênteses, em substituição às chaves,

Leia mais

CÁLCULO I. 1 Funções. Objetivos da Aula. Aula n o 01: Funções. Denir função e conhecer os seus elementos; Reconhecer o gráco de uma função;

CÁLCULO I. 1 Funções. Objetivos da Aula. Aula n o 01: Funções. Denir função e conhecer os seus elementos; Reconhecer o gráco de uma função; CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida Aula n o 01: Funções. Objetivos da Aula Denir função e conhecer os seus elementos; Reconhecer o gráco de uma função; Denir funções compostas e inversas.

Leia mais

Limite e continuidade

Limite e continuidade Limite e continuidade Noção intuitiva de ite Considere a função f qualquer que seja o número real o Eemplo Se f ( ) Esta função está definida para todo R, isto é, f está bem definido, o valor ( ) o então

Leia mais

ANÉIS. Professora: Elisandra Bär de Figueiredo

ANÉIS. Professora: Elisandra Bär de Figueiredo Professora: Elisandra Bär de Figueiredo ANÉIS DEFINIÇÃO 1 Um sistema matemático (A,, ) constituído de um conjunto não vazio A e duas leis de composição interna sobre A, uma adição: (x, y) x y e uma multiplicação

Leia mais

FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS Introdução Considere os seguintes enunciados: O volume V de um cilindro é dado por V r h onde r é o raio e h é a altura. Um circuito tem cinco resistores. A corrente deste circuito

Leia mais

Matemática Básica I Notas de aula - versão

Matemática Básica I Notas de aula - versão 1 - Departamento de Matemática Aplicada (GMA) Matemática Básica I Notas de aula - versão 3 2011-1 Marlene Dieguez Fernandez Observações preliminares A disciplina Matemática Básica I é oferecida no mesmo

Leia mais

Capítulo 2. Funções. 2.1 Funções

Capítulo 2. Funções. 2.1 Funções Capítulo Funções Ao final deste capítulo você deverá: Recordar o conceito de função, domínio e imagem; Enunciar e praticar as operações com funções; Identificar as funções elementares, calcular função

Leia mais

CÁLCULO I. Aula n o 02: Funções. Determinar o domínio, imagem e o gráco de uma função; Reconhecer funções pares, ímpares, crescentes e decrescentes;

CÁLCULO I. Aula n o 02: Funções. Determinar o domínio, imagem e o gráco de uma função; Reconhecer funções pares, ímpares, crescentes e decrescentes; CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida Aula n o 02: Funções Objetivos da Aula Denir e reconhecer funções; Determinar o domínio, imagem e o gráco de uma função; Reconhecer funções pares,

Leia mais

CÁLCULO I Aula 01: Funções.

CÁLCULO I Aula 01: Funções. Inversa CÁLCULO I Aula 01: Funções. Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida Universidade Federal do Pará Inversa 1 Funções e seus 2 Inversa 3 Funções Funções e seus Inversa Consideremos A e B dois

Leia mais

Funções, Seqüências, Cardinalidade

Funções, Seqüências, Cardinalidade Funções, Seqüências, Cardinalidade Prof.: Rossini Monteiro Noções Básicas Definição (Função) Sejam A e B conjuntos. Uma função de A em B é um mapeamento de exatamente um elemento de B para cada elemento

Leia mais

Capítulo 2- Funções. Dado dois conjuntos não vazios e e uma lei que associa a cada elemento de um único elemento de, dizemos que é uma função de em.

Capítulo 2- Funções. Dado dois conjuntos não vazios e e uma lei que associa a cada elemento de um único elemento de, dizemos que é uma função de em. Conceitos Capítulo 2- Funções O termo função foi primeiramente usado para denotar a dependência entre uma quantidade e outra. A função é usualmente denotada por uma única letra,,,... Definição: Dado dois

Leia mais

Funções. Matemática Básica. O que é uma função? O que é uma função? Folha 1. Humberto José Bortolossi. Parte 07. Definição

Funções. Matemática Básica. O que é uma função? O que é uma função? Folha 1. Humberto José Bortolossi. Parte 07. Definição Folha 1 Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Funções Parte 07 Aula 9 Matemática Básica 1 Aula 9 Matemática Básica 2 O que é uma

Leia mais

MATEMÁTICA II. Ana Paula Figueiredo

MATEMÁTICA II. Ana Paula Figueiredo II DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO Dados dois conjuntos A e B, cama-se unção de A em B a toda a correspondência unívoca deinida de A em B, isto é, que a cada elemento de A associa um e um só elemento de B. Ao conjunto

Leia mais

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito Capítulo 2 Conjuntos Infinitos O conjunto dos números naturais é o primeiro exemplo de conjunto infinito que aprendemos. Desde crianças, sabemos intuitivamente que tomando-se um número natural n muito

Leia mais

RESPOSTAS DA LISTA 5 (alguns estão com a resolução ou o resumo da resolução):

RESPOSTAS DA LISTA 5 (alguns estão com a resolução ou o resumo da resolução): Lista de Matemática Básica I - RESPOSTAS) RESPOSTAS DA LISTA alguns estão com a resolução ou o resumo da resolução): Resposta: < < < < < 8 Justificativa: observe que Também observe que: e são simétricos;

Leia mais

INE0003 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

INE0003 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA INE0003 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA PARA A COMPUTAÇÃO PROF. DANIEL S. FREITAS UFSC - CTC - INE Prof. Daniel S. Freitas - UFSC/CTC/INE/2007 p.1/3 6 - RELAÇÕES DE ORDENAMENTO 6.1) Conjuntos parcialmente

Leia mais

Integrais de linha, funções primitivas e Cauchy Goursat

Integrais de linha, funções primitivas e Cauchy Goursat Integrais de linha, unções primitivas e Cauchy Goursat Roberto Imbuzeiro Oliveira 2 de Abril de 2015 1 Preliminares Nestas notas, U C sempre será um aberto, γ : [a, b] U uma curva retiicável e : U C, uma

Leia mais

Pré-Cálculo. Humberto José Bortolossi. Aula de maio de Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense

Pré-Cálculo. Humberto José Bortolossi. Aula de maio de Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Pré-Cálculo Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Aula 11 28 de maio de 2010 Aula 11 Pré-Cálculo 1 A função raiz quadrada f : [0, + ) [0, + ) x y

Leia mais

1 FUNÇÃO - DEFINIÇÃO. Chama-se função do 1. grau toda função definida de por f(x) = ax + b com a, b e a 0.

1 FUNÇÃO - DEFINIÇÃO. Chama-se função do 1. grau toda função definida de por f(x) = ax + b com a, b e a 0. MATEMÁTICA ENSINO MÉDIO FUNÇÃO - DEFINIÇÃO FUNÇÃO - DEFINIÇÃO Chama-se função do 1. grau toda função definida de por f(x) = ax + b com a, b e a 0. EXEMPLOS: f(x) = 5x 3, onde a = 5 e b = 3 (função afim)

Leia mais

Produto Funcional de Grafos

Produto Funcional de Grafos ISSN 984-88 Produto Funcional de Graos Abel Rodolo Garcia Lozano Universidade do Estado do Rio de Janeiro Departamento de Matemática Universidade do Grande Rio Escola de iências, Educação, Letras, Artes

Leia mais

Funções monótonas. Pré-Cálculo. Atividade. Funções crescentes. Parte 3. Definição

Funções monótonas. Pré-Cálculo. Atividade. Funções crescentes. Parte 3. Definição Pré-Cálculo Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Funções monótonas Parte 3 Funções crescentes Pré-Cálculo 1 Atividade Pré-Cálculo 2 Dizemos que uma função f : D C é crescente

Leia mais

CÁLCULO II Prof. Jerônimo Monteiro

CÁLCULO II Prof. Jerônimo Monteiro CÁLCULO II Pro. Jerônimo Monteiro Gabarito - Lista Semanal 08 Questão 1. Calcule 2 para (x, y, onde x = r cos θ e y = r sen θ. 2 Solução: Primeiro, calculamos pela regra da cadeia, como segue: = + = (

Leia mais

Aula 2 Função_Uma Ideia Fundamental

Aula 2 Função_Uma Ideia Fundamental 1 Tecnólogo em Construção de Edifícios Aula 2 Função_Uma Ideia Fundamental Professor Luciano Nóbrega 2 NOÇÃO FUNDAMENTAL DE FUNÇÃO A função é como uma máquina onde entram elementos que são transformados

Leia mais

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos Capítulo 2 Conjuntos Infinitos Não é raro encontrarmos exemplos equivocados de conjuntos infinitos, como a quantidade de grãos de areia na praia ou a quantidade de estrelas no céu. Acontece que essas quantidades,

Leia mais

Notas de aulas. álgebra abstrata

Notas de aulas. álgebra abstrata 1 Notas de aulas de álgebra abstrata UEMA LICENCIATURA EM MATEMATICA Elaborada por : Raimundo Merval Morais Gonçalves Licenciado em Matemática/UFMA Professor Assistente/UEMA Especialista em Ensino de Ciências/UEMA

Leia mais

Função IDÉIA INTUITIVA DE FUNÇÃO

Função IDÉIA INTUITIVA DE FUNÇÃO Função IDÉIA INTUITIVA DE FUNÇÃO O conceito de unção é um dos mais importantes da matemática. Ele está sempre presente na relação entre duas grandezas variáveis. Assim são eemplos de unções: - O valor

Leia mais

Capítulo 1. Conjuntos e Relações. 1.1 Noção intuitiva de conjuntos. Notação dos conjuntos

Capítulo 1. Conjuntos e Relações. 1.1 Noção intuitiva de conjuntos. Notação dos conjuntos Conjuntos e Relações Capítulo Neste capítulo você deverá: Identificar e escrever os tipos de conjuntos, tais como, conjunto vazio, unitário, finito, infinito, os conjuntos numéricos, a reta numérica e

Leia mais

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo LCE0130 Cálculo Diferencial e Integral

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo LCE0130 Cálculo Diferencial e Integral Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo LCE0130 Cálculo Diferencial e Integral Taciana Villela Savian Sala 304, pav. Engenharia, ramal 237 tvsavian@usp.br tacianavillela@gmail.com

Leia mais

Funções. Pré-Cálculo. O que é uma função? O que é uma função? Humberto José Bortolossi. Parte 2. Definição

Funções. Pré-Cálculo. O que é uma função? O que é uma função? Humberto José Bortolossi. Parte 2. Definição Pré-Cálculo Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Funções Parte 2 Parte 2 Pré-Cálculo 1 Parte 2 Pré-Cálculo 2 O que é uma função? O que é uma função?

Leia mais

A inversa da função seno

A inversa da função seno UFF/GMA Notas de aula de MB-I Maria Lúcia/Marlene 015-1 PARTE III FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS Funções inversas. O que isso significa? A cada valor da imagem corresponde um e só um valor do domínio

Leia mais

Notas de Aula Disciplina Matemática Tópico 03 Licenciatura em Matemática Osasco -2010

Notas de Aula Disciplina Matemática Tópico 03 Licenciatura em Matemática Osasco -2010 1. Funções : Definição Considere dois sub-conjuntos A e B do conjunto dos números reais. Uma função f: A B é uma regra que define uma relação entre os elementos de A e B, de tal forma que a cada elemento

Leia mais

Aula 1 Revendo Funções

Aula 1 Revendo Funções Tecnólogo em Análise e Desenvolvimentos de Sistemas _ TADS 1 Aula 1 Revendo Funções Professor Luciano Nóbrega 2 SONDAGEM 1 Calcule o valor das expressões abaixo. Dê as respostas de todas as formas possíveis

Leia mais

CÁLCULO I. 1 Número Reais. Objetivos da Aula

CÁLCULO I. 1 Número Reais. Objetivos da Aula CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida EMENTA: Conceitos introdutórios de limite, limites trigonométricos, funções contínuas, derivada e aplicações. Noções introdutórias sobre a integral

Leia mais

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito Capítulo 2 Conjuntos Infinitos Um exemplo de conjunto infinito é o conjunto dos números naturais: mesmo tomando-se um número natural n muito grande, sempre existe outro maior, por exemplo, seu sucessor

Leia mais

MATEMÁTICA A - 12o Ano Funções - Exponenciais e logaritmos. Propostas de resolução

MATEMÁTICA A - 12o Ano Funções - Exponenciais e logaritmos. Propostas de resolução MTEMÁTIC - 1o no Funções - Eponenciais e loaritmos Resolução ráica de equações e problemas Propostas de resolução Eercícios de eames e testes intermédios 1. Como o ponto é o ponto de abcissa neativa (

Leia mais

Extensão da tangente, secante, cotangente e cossecante, à reta.

Extensão da tangente, secante, cotangente e cossecante, à reta. UFF/GMA Notas de aula de MB-I Maria Lúcia/Marlene 05- Trigonometria - Parte - Tan-Cot_Sec-Csc PARTE II TANGENTE COTANGENTE SECANTE COSSECANTE Agora estudaremos as funções tangente, cotangente, secante

Leia mais

Álgebra Matricial - Nota 03 Eliminação Gaussiana e Método de Gauss-Jordan

Álgebra Matricial - Nota 03 Eliminação Gaussiana e Método de Gauss-Jordan Álgebra Matricial - Nota 03 Eliminação Gaussiana e Método de Gauss-Jordan Márcio Nascimento da Silva Universidade Estadual Vale do Acaraú Curso de Licenciatura em Matemática marcio@matematicauva.org 8

Leia mais

CÁLCULO I. Efetuar transformações no gráco de uma função. Aplicando esse teste às seguintes funções, notamos que

CÁLCULO I. Efetuar transformações no gráco de uma função. Aplicando esse teste às seguintes funções, notamos que CÁLCULO I Prof. Marcos Diniz Prof. André Almeida Prof. Edilson Neri Júnior Aula n o 03: Funções Inversas e Compostas.Transformações no Gráco de uma Função. Objetivos da Aula Denir função bijetora e função

Leia mais

AULA 16 Esboço de curvas (gráfico da função

AULA 16 Esboço de curvas (gráfico da função Belém, 1º de junho de 015 Caro aluno, Seguindo os passos dados você ará o esboço detalhado do gráico de uma unção. Para achar o zero da unção, precisamos de teorias que você estudará na disciplina Cálculo

Leia mais

Composição de Funções

Composição de Funções Composição de Funções Existem muitas situações em que uma função depende de uma variável que, por sua vez, depende de outra, e assim por diante. Podemos dizer, por exemplo, que a concentração de monóxido

Leia mais

O gráfico da função constante é uma reta paralela ao eixo dos x passando pelo ponto (0, c). A imagem é o conjunto Im = {c}.

O gráfico da função constante é uma reta paralela ao eixo dos x passando pelo ponto (0, c). A imagem é o conjunto Im = {c}. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA Funções do 1 o Grau Prof.:

Leia mais

Na aula anterior vimos a noção de derivada de uma função. Suponha que uma variável y seja dada como uma função f de uma outra variável x,

Na aula anterior vimos a noção de derivada de uma função. Suponha que uma variável y seja dada como uma função f de uma outra variável x, Elementos de Cálculo Dierencial Na aula anterior vimos a noção de derivada de uma unção. Supona que uma variável y seja dada como uma unção de uma outra variável, y ( ). Por eemplo, a variável y pode ser

Leia mais

A regra do produto e do quociente para derivadas

A regra do produto e do quociente para derivadas Universidade de Brasília Departamento de Matemática Cálculo A rera do produto e do quociente para derivadas Vimos em um texto anterior que a derivada de uma soma é a soma das derivadas, um resultado análoo

Leia mais

FUNÇÕES. Carlos Eurico Galvão Rosa UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ UFPR CAMPUS AVANÇADO DE JANDAIA DO SUL LICENCIATURAS UFPR JCE001 GALVÃO ROSA,C.E.

FUNÇÕES. Carlos Eurico Galvão Rosa UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ UFPR CAMPUS AVANÇADO DE JANDAIA DO SUL LICENCIATURAS UFPR JCE001 GALVÃO ROSA,C.E. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ UFPR CAMPUS AVANÇADO DE JANDAIA DO SUL LICENCIATURAS Injetiva FUNÇÕES Sobrejetiva Bijetiva Carlos Eurico Galvão Rosa UFPR 1 / 33 de Injetiva Sobrejetiva Bijetiva : Dados

Leia mais

Notas de aula: Cálculo e Matemática Aplicados às Notas de aula: Ciências dos Alimentos

Notas de aula: Cálculo e Matemática Aplicados às Notas de aula: Ciências dos Alimentos Notas de aula: Cálculo e Matemática Aplicados às Notas de aula: Ciências dos Alimentos 1 Conjuntos Um conjunto está bem caracterizado quando podemos estabelecer com certeza se um elemento pertence ou não

Leia mais

Se tanto o numerador como o denominador tendem para valores finitos quando x a, digamos α e β, e β 0, então pela álgebra dos limites sabemos que.

Se tanto o numerador como o denominador tendem para valores finitos quando x a, digamos α e β, e β 0, então pela álgebra dos limites sabemos que. FORMAS INDETERMINADAS E A REGRA DE L HÔPITAL RICARDO MAMEDE Consideremos o ite. Se tanto o numerador como o denominador tendem para valores initos quando a, digamos α e β, e β, então pela álgebra dos ites

Leia mais

ÁLGEBRA. Aula 4 _ Classificação das Funções Professor Luciano Nóbrega. Maria Auxiliadora

ÁLGEBRA. Aula 4 _ Classificação das Funções Professor Luciano Nóbrega. Maria Auxiliadora 1 ÁLGEBRA Aula 4 _ Classificação das Funções Professor Luciano Nóbrega Maria Auxiliadora 2 FUNÇÃO INJETORA É quando quaisquer dois elementos diferentes do conjunto A têm imagens diferentes no conjunto

Leia mais

TÓPICOS DE CORRECÇÃO

TÓPICOS DE CORRECÇÃO Faculdade de Economia Universidade Nova de Lisboa EXAME E CÁLCULO I Ano Lectivo 007-08 - º Semestre Eame Final de ª Época em de Junho de 008 Duração: horas e 30 minutos É proibido usar máquinas de calcular

Leia mais

Multiplicadores de Lagrange

Multiplicadores de Lagrange Multiplicadores de Lagrange Para motivar o método, suponha que queremos maximizar uma função f (x, y) sujeito a uma restrição g(x, y) = 0. Geometricamente: queremos um ponto sobre o gráfico da curva de

Leia mais

Notas de aula - versão

Notas de aula - versão 1 - Departamento de Matemática Aplicada (GMA) MATEMÁTICA BÁSICA Notas de aula - versão 3 2009-1 Marlene Dieguez Fernandez Observações gerais A disciplina Matemática Básica é oferecida no mesmo período

Leia mais

Matemática Complementos de Funções. Professor Marcelo Gonsalez Badin

Matemática Complementos de Funções. Professor Marcelo Gonsalez Badin Matemática Complementos de Funções Professor Marcelo Gonsalez Badin Paridade Função PAR f (x) é chamada FUNÇÃO PAR se f ( x) = f (x) Exemplo: f (x) = x 4 f ( x) = ( x) 4 = x 4 = f (x) O gráfico de uma

Leia mais

Semana 1 Revendo as Funções

Semana 1 Revendo as Funções 1 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Semana 1 Revendo as Funções Professor Luciano Nóbrega UNIDADE 1 2 SONDAGEM Inicialmente, façamos uma revisão: 1 Calcule o valor das expressões abaixo. Dê as respostas

Leia mais

O ESTUDO DAS FUNÇÕES INTRODUÇÃO

O ESTUDO DAS FUNÇÕES INTRODUÇÃO O ESTUDO DAS FUNÇÕES INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO As funções explicitam relações matemáticas especiais entre duas grandezas. As grandezas envolvidas nessas relações são conhecidas como variável dependente

Leia mais

Geometria Analítica. Números Reais. Faremos, neste capítulo, uma rápida apresentação dos números reais e suas propriedades, mas no sentido

Geometria Analítica. Números Reais. Faremos, neste capítulo, uma rápida apresentação dos números reais e suas propriedades, mas no sentido Módulo 2 Geometria Analítica Números Reais Conjuntos Numéricos Números naturais O conjunto 1,2,3,... é denominado conjunto dos números naturais. Números inteiros O conjunto...,3,2,1,0,1, 2,3,... é denominado

Leia mais

Capítulo 3. Fig Fig. 3.2

Capítulo 3. Fig Fig. 3.2 Capítulo 3 3.1. Definição No estudo científico e na engenharia muitas vezes precisamos descrever como uma quantidade varia ou depende de outra. O termo função foi primeiramente usado por Leibniz justamente

Leia mais

= +. Qual pode ser o conjunto dos zeros da

= +. Qual pode ser o conjunto dos zeros da Escola Secundária Dr. Ânelo Auusto da Silva º Ano Matemática (Questões de Eames e Provas Globais) CÁLCULO DIFERENCIAL I. Na iura está parte da representação ráica da unção, de domínio \{0}. Qual das iuras

Leia mais

PC Polícia Civil do Estado de São Paulo PAPILOSCOPISTA

PC Polícia Civil do Estado de São Paulo PAPILOSCOPISTA PC Polícia Civil do Estado de São Paulo PAPILOSCOPISTA Concurso Público 2016 Conteúdo Teoria dos conjuntos. Razão e proporção. Grandezas proporcionais. Porcentagem. Regras de três simples. Conjuntos numéricos

Leia mais

Matemática A. Versão 2. Na sua folha de respostas, indique de forma legível a versão do teste. Teste Intermédio de Matemática A.

Matemática A. Versão 2. Na sua folha de respostas, indique de forma legível a versão do teste. Teste Intermédio de Matemática A. Teste Intermédio de Matemática A Versão 2 Teste Intermédio Matemática A Versão 2 Duração do Teste: 90 minutos 06.03.2013 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março Na sua olha de

Leia mais

Aula 21 Máximos e mínimos relativos.

Aula 21 Máximos e mínimos relativos. Aula 21 Objetivo Utilizar o conceito de derivada para determinar pontos de máximo e mínimo relativos de funções. Quando olhamos uma montanha, identificamos facilmente os picos da montanha e os fundos dos

Leia mais

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais:

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: Espaços Euclidianos Espaços R n O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: R n = {(x 1,..., x n ) : x 1,..., x n R}. R 1 é simplesmente o conjunto R dos números

Leia mais

Capítulo III. Limite de Funções. 3.1 Noção de Limite. Dada uma função f, o que é que significa lim f ( x) = 5

Capítulo III. Limite de Funções. 3.1 Noção de Limite. Dada uma função f, o que é que significa lim f ( x) = 5 Capítulo III Limite de Funções. Noção de Limite Dada uma unção, o que é que signiica ( 5? A ideia intuitiva do que queremos dizer com isto é: quando toma valores cada vez mais próimos de, a respectiva

Leia mais

5.1 Noção de derivada. Interpretação geométrica de derivada.

5.1 Noção de derivada. Interpretação geométrica de derivada. Capítulo V Derivação 5 Noção de derivada Interpretação geométrica de derivada Seja uma unção real de variável real Deinição: Chama-se taa de variação média de uma unção entre os pontos a e b ao quociente:

Leia mais

EMENTA Lógica; Conjuntos Numéricos; Relações e Funções. OBJETIVOS. Geral

EMENTA Lógica; Conjuntos Numéricos; Relações e Funções. OBJETIVOS. Geral DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR Disciplina: Matemática Curso: Técnico Integrado em Eletromecânica Série: 1ª Carga Horária: 100 h.r Docente Responsável: EMENTA Lógica; Conjuntos Numéricos; Relações e Funções.

Leia mais

Hewlett-Packard CONJUNTOS NUMÉRICOS. Aulas 01 a 08. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz Ramos

Hewlett-Packard CONJUNTOS NUMÉRICOS. Aulas 01 a 08. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz Ramos Hewlett-Packard CONJUNTOS NUMÉRICOS Aulas 01 a 08 Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz Ramos Ano: 2019 Sumário CONJUNTOS NUMÉRICOS... 2 Conjunto dos números Naturais... 2 Conjunto dos números

Leia mais

Capítulo 1. f : A B. elementos A com elementos de B ilustradas nos seguintes diagramas.

Capítulo 1. f : A B. elementos A com elementos de B ilustradas nos seguintes diagramas. Capítulo 1 Funções Sejam A e B conjuntos não vazios. Uma função com domínio A e contradomínio B é uma regra f que a cada elemento em A associa um único elemento em B. A notação usual para uma função f

Leia mais

FUNÇÕES DE DUAS OU MAIS VARIÁVEIS

FUNÇÕES DE DUAS OU MAIS VARIÁVEIS FUNÇÕES DE DUAS OU MAIS VARIÁVEIS Uma unção de duas ou mais variáveis é simbolizada por uma epressão do tipo w z... que siniica que w é uma unção de z... Como ocorre nas unções de uma variável nas unções

Leia mais

Álgebra Linear Semana 05

Álgebra Linear Semana 05 Álgebra Linear Semana 5 Diego Marcon 4 de Abril de 7 Conteúdo Interpretações de sistemas lineares e de matrizes invertíveis Caracterizações de matrizes invertíveis 4 Espaços vetoriais 5 Subespaços vetoriais

Leia mais

Material Teórico - Módulo Matrizes e Sistemas Lineares. Sistemas Lineares - Parte 2. Terceiro Ano do Ensino Médio

Material Teórico - Módulo Matrizes e Sistemas Lineares. Sistemas Lineares - Parte 2. Terceiro Ano do Ensino Médio Material Teórico - Módulo Matrizes e Sistemas Lineares Sistemas Lineares - Parte 2 Terceiro Ano do Ensino Médio Autor: Prof Fabrício Siqueira Benevides Revisor: Prof Antonio Caminha M Neto 1 A representação

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula João Roberto Gerônimo 1 1 Professor Associado do Departamento de Matemática da UEM. E-mail: jrgeronimo@uem.br. ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO Esta notas de aula

Leia mais

REVISÃO - DESIGUALDADE, MÓDULO E FUNÇÕES

REVISÃO - DESIGUALDADE, MÓDULO E FUNÇÕES REVISÃO - DESIGUALDADE, MÓDULO E FUNÇÕES Marina Vargas R. P. Gonçalves a a Departamento de Matemática, Universidade Federal do Paraná, marina.vargas@gmail.com, http:// www.estruturas.ufpr.br 1 REVISÃO

Leia mais

Capítulo 1 Números Reais

Capítulo 1 Números Reais Departamento de Matemática Disciplina MAT154 - Cálculo 1 Capítulo 1 Números Reais Conjuntos Numéricos Conjunto dos naturais: N = {1,, 3, 4,... } Conjunto dos inteiros: Z = {..., 3,, 1, 0, 1,, 3,... } {

Leia mais

FUNÇÕES. Prof.ª Adriana Massucci

FUNÇÕES. Prof.ª Adriana Massucci FUNÇÕES Prof.ª Adriana Massucci Introdução: Muitas grandezas com as quais lidamos no nosso cotidiano dependem uma da outra, isto é, a variação de uma delas tem como consequência a variação da outra. Exemplo:

Leia mais

Bases Matemáticas - Turma A3 1 a Avaliação (resolvida) - Prof. Armando Caputi

Bases Matemáticas - Turma A3 1 a Avaliação (resolvida) - Prof. Armando Caputi Bases Matemáticas - Turma A3 1 a Avaliação (resolvida) - Prof. Armando Caputi IMPORTANTE A resolução apresentada aqui vai além de um mero gabarito. Além de cumprir esse papel de referência para as respostas,

Leia mais

Matemática A Semi-Extensivo V. 3

Matemática A Semi-Extensivo V. 3 Matemática A Semi-Etensivo V. Eercícios 0) 0 f: R R f() = c) f: R R f() = 0. Falsa alsa. CD = R, mas Im(f) = [, ). 0. Falsa alsa. Im(f) = [, ). 0. Falsa alsa. Já não é sobrejetora. 08. Verdadeira f( 5

Leia mais

Material Teórico - Módulo Cônicas. Elipses. Terceiro Ano do Ensino Médio

Material Teórico - Módulo Cônicas. Elipses. Terceiro Ano do Ensino Médio Material Teórico - Módulo Cônicas Elipses Terceiro Ano do Ensino Médio Autor: Prof. Fabrício Siqueira Benevides Revisor: Prof. Antonio Caminha M. Neto 1 Introdução Conforme mencionamos na primeira aula

Leia mais

5.7 Aplicações da derivada ao estudo das funções.

5.7 Aplicações da derivada ao estudo das funções. Capítulo V: Derivação 0.. 4. 7. tg( ) 0 tg( π ( + + ) sen( ) + ) sen( ) Resolução: cos( ) Repare que não eiste sen( ). + 5. ( e + ) 6. 0 π ( + cos( )) cos( ) sen( ) sen( ) Mas, e como 0, então 0 + + +

Leia mais

Exercícios orientados para a Prova Escrita de Fundamentos de Matemática Aplicada C Prof. Germán Suazo

Exercícios orientados para a Prova Escrita de Fundamentos de Matemática Aplicada C Prof. Germán Suazo Ministério da Educação Universidade Federal de Pelotas Centro de Educação a Distância Curso de Licenciatura em Matemática a Distância Eercícios orientados para a Prova Escrita de Fundamentos de Matemática

Leia mais

Teoria intuitiva de conjuntos

Teoria intuitiva de conjuntos Teoria intuitiva de conjuntos.................................... 1 Relação binária............................................ 10 Lista 3................................................. 15 Teoria intuitiva

Leia mais

Capítulo 1. Funções e grácos

Capítulo 1. Funções e grácos Capítulo 1 Funções e grácos Denição 1. Sejam X e Y dois subconjuntos não vazios do conjunto dos números reais. Uma função de X em Y ou simplesmente uma função é uma regra, lei ou convenção que associa

Leia mais

Teoria Elementar dos Conjuntos

Teoria Elementar dos Conjuntos Teoria Elementar dos Conjuntos Última revisão em 27 de fevereiro de 2009 Este texto é uma breve revisão sobre teoria elementar dos conjuntos. Em particular, importam-nos os aspectos algébricos no estudo

Leia mais

Pré-Cálculo. Humberto José Bortolossi. Aula de maio de Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense

Pré-Cálculo. Humberto José Bortolossi. Aula de maio de Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Pré-Cálculo Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Aula 10 23 de maio de 2010 Aula 10 Pré-Cálculo 1 Funções injetivas Funções injetivas, sobrejetivas

Leia mais

MATEMÁTICA. Conceito de Funções. Professor : Dêner Rocha

MATEMÁTICA. Conceito de Funções. Professor : Dêner Rocha MATEMÁTICA Conceito de Funções Professor : Dêner Rocha Monster Concursos 1 Noção de Função 1º) Dados A = {-, -1, 0, 1, } e B = {-8, -6, -4, -3, 0, 3, 6, 7} e a correspondência entre A e B dada pela fórmula

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO D. DINIS 12º ANO DE ESCOLARIDADE DE MATEMÁTICA A Tema II Introdução ao Cálculo Diferencial II

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO D. DINIS 12º ANO DE ESCOLARIDADE DE MATEMÁTICA A Tema II Introdução ao Cálculo Diferencial II ESCOLA SECUNDÁRIA COM º CICLO D. DINIS º ANO DE ESCOLARIDADE DE MATEMÁTICA A Tema II Introdução ao Cálculo Dierencial II TPC nº 8 Entregar em 0 009. Na igura está representado um prisma hexagonal com as

Leia mais

Bases Matemáticas - Turma B3 1 a Avaliação (resolvida) - Prof. Armando Caputi

Bases Matemáticas - Turma B3 1 a Avaliação (resolvida) - Prof. Armando Caputi Bases Matemáticas - Turma B3 1 a Avaliação (resolvida) - Prof. Armando Caputi IMPORTANTE A resolução apresentada aqui vai além de um mero gabarito. Além de cumprir esse papel de referência para as respostas,

Leia mais

Capítulo 1. Conjuntos, Relações, Funções

Capítulo 1. Conjuntos, Relações, Funções i Sumário 1 Conjuntos, Relações, Funções 1 1.1 Axiomas e Definições.................................. 2 1.2 Operações com Conjuntos............................... 4 1.3 Relações.........................................

Leia mais

Teoria Elementar dos Conjuntos

Teoria Elementar dos Conjuntos Teoria Elementar dos Conjuntos Este capítulo visa oferecer uma breve revisão sobre teoria elementar dos conjuntos. Além de conceitos básicos importantes em matemática, a sua imprtância reside no fato da

Leia mais