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1 4. k )1R, _ ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUARTA CÂMARA CINTEL ACÓRDÃO Processo : N /001 Natureza : Agravo de Instrumento Comarca : Campina Grande - Quinta Vara Cível Agravante : Telemar Norte Leste S/A (advs. Caio César Vieira Rocha e outros) Agravada : Geruza Maria Aleixo de Souza (adv. Giovanne Arruda Gonçalves) Relator : Desembargador Antônio de Pádua Lima Montenegro AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação ajuizada contra concessionária de telefonia. Tarifa de assinatura mensal. Competência da Justiça Estadual. Decisões do ST.I. Rejeição. Legalidade da tarifa cobrada. Serviço disponibilizado. Precedentes da Quarta Câmara Cível. Provimento. O Superior Tribunal de Justiça decidiu ser da Justiça Estadual a competência para processar e julgar as e- mandas ajuizadas contra concessionárias de serviço telefonia, que pretendessem o reconhecimento da Hes, lidade da assinatura básica residencial. A disponibilização de serviço telefônico enseja a co brança da mensalidade, eis que para a manutenção dos serviços é mister haver a contraprestação do consumidor. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS estes autos, ACORDA a Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, à unanimidade de votos, em REJEITAR A PRELIMINAR E, NO MÉRITO, DAR PROVIMENTO AO RECURSO (votando com restrição o Desembargador Abraham Lincoln da Cunha Ramos), na conformidade do Relatório e Voto do Relator, que passam a integrar o Julgado. RELATÓRIO Trata-se de Agravo de Instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto contra decisão interlocutória (ff. 40/43) que deferiu tutela antecipada, determinando que a Telemar Norte Leste S/A "se abstenha de cobrar a 'assinattcra mensal' nas contas telefônicas futuras". Alega a Recorrente, em preliminar, a incompetência da Justiça Comum Estadual. No mérito, sustenta a ausência dos requisitos autorizadores para a concessão da tutela antecipada, bem como, a legalidade da cobrança da assinatura mensal. Atribuído efeito suspensivo (ff. 265/268). Não foram ofertadas Contra-razões (certidão de f. 271). A Procuradoria de Justiça emitiu Parecer (ff. 272/275), opinando pelo desprovimento do recurso.

2 Relatados, determinei a inclusão em pauta para julgamento. É o relatório. VOTO Inicialmente, impõe-se analisar a preliminar de incompetência da Justiça Comum Estadual. O Superior Tribunal de Justiça decidiu a respeito da competência para processar e julgar as demandas ajuizadas contra concessionárias de serviço de telefonia, as quais pretendessem o reconhecimento da ilegalidade da assinatura básica residencial. Restou decidido que a competência é da Justiça Estadual, eis que não há interesse da Anatel nas ações. A propósito, as decisões: 2 "CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ASSINATURA BÁ- SICA RESIDENCIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE I- NEXISTÊNCIA DE DÉBITO. BRASIL TELECOM S/A. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLI- CO FEDERAL. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO OU QUAISQUER DOS ENTES ELENCADOS NO A 109 DA CF/88. COMPETÊNCIA DA JUSTI ESTADUAL. Ação proposta em face de empresa conces sionária de telefonia objetivando o reconhecimento ilegalidade da "Assinatura Básica Residencial", bem co mo a devolução dos valores pagos desde o inicio da prestação dos serviços. Deveras, tratando-se de relação juri dica instaurada em ação entre a empresa concessionária de serviço público federal e o usuário, não há interess na lide do poder concedente, no caso, a União, falece. o, a fortiori, competência à Justiça Federal" (Primeira Seção, CC 47107/SC, Rel. Min. Luiz Fux, j. 08/06/2005). "CONFLITO DE COMPETÊNCIA NEGATIVO. JUÍZO dieh DE DIREITO VERSUS JUÍZO FEDERAL AÇÃO DE- VI! CLARATÓRIA CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO PROMOVIDA CONTRA CONCESSIONÁ- RIA DE TELEFONIA (BRASIL TELECOM S/A). ASSINATURA BÁSICA RESIDENCIAL. DECLARA- ÇÃO DE INTERESSE DE ENTE FEDERAL AFASTADO PELA JUSTIÇA FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUS- TIÇA ESTADUAL. A ação tem como partes, de um lado, consumidor, de outro, a Brasil Telecom S/A, empresa privada concessionária de serviço público. Ausência da ANATEL em qualquer pólo da demanda. Competência da Justiça Estadual" (Primeira Seção, CC 48447/SC, Rel. Min. José Delgado, j. 11/05/2005). relatoria: Essa Quarta Câmara Cível já decidiu, em processo de minha "AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação ajuizada contra concessionária de telefonia. Tarifa de assinatura mensal. Competência da Justiça Estadual. Decisões do STJ. Desprovimento. O Superior Tribunal de Justiça decidiu ser da Justiça Estadual a competência para processar e julgar as demandas ajuizadas contra concessionárias de serviço de telefonia, que pretendessem o reconhecimento da ilegalidade da assinatura básica residencial" (AI /001, j. 07/02/2006).

3 3 Ante o exposto, rejeito a preliminar. De meritis. Esta Quarta Câmara Cível vem decidindo reiteradamente ser legal a cobrança da assinatura mensal nos contratos de telefonia fixa. É inegável que o pagamento de assinatura mensal é um inconveniente. Contudo, a referida cobrança é legal e, além disso, necessária ao funcionamento da telefonia fixa. A disponibilização de serviço telefônico enseja a cobrança da mensalidade, eis que, para a manutenção dos serviços, é mister haver a contraprestação do consumidor. Além disso, é oferecida ao consumidor a possibilidade de receber ligações, portanto, há a utilização do serviço. Ao contrário, caso fosse afastada a assinatura básica, haveria descumprimento no Contrato de Concessão. 1111, A propósito, as demais Cortes brasileiras vêm se posicionando de forma favorável à cobrança: "DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. DECLA- RAÇÃO DE NULIDADE. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. SERVIÇO DE TELEFONIA. Assinatura básica mensal. Manutenção da cobrança. Apelo improvido" (Apela Cível N , Quinta Câmara Cível, TJRS, Re. tor: Pedro Luiz Rodrigues Bossle, Julgado s- 18/08/2005). "As operadoras de telefonia fixa ou móvel têm direito de cobrar taxa ou tarifa de 'assinatura básica mensal', como forma de remunerar a simples disponibilização de se serviços aos usuários (que incluem um número-limite pulsos por mês, embutidos no preço da assinatura), e quais exigem todo um aparato tecnológico, bem como para custear a manutenção permanente da operacionalidade da empresa" (Primeira Turma Recursal do Distrito Federal. AC n Relator: José Guilherme de Souza. J. em 21/06/2005). "O valor pago a titulo de assinatura mensal, no serviço de telefonia, pelo usuário à empresa privada, concessionária do serviço público, tem o objetivo de custear a manutenção, instalação e conexão de caráter permanente, encontrando escopo base legal no art. 175 da CF/1988, no art. 48 da Lei 9.472/1997 e no art. 3, XXI da Resolução 85/98 expedida pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações)" (Apelação Cível n /000. Décima Primeira Câmara Cível do TJMG. Relator Des. Mauricio Barros. J. em ) No mesmo sentido, decisões da Quarta Câmara Cível, entre outras, sob a minha relatoria: "A disponibilização de serviço telefônico enseja a cobrança da mensalidade, eis que para a manutenção dos serviços é mister haver a contraprestação do consumidor" (AC /001, j. 11/07/2006). Ante o exposto, o pagamento da assinatura assegura ao u- suário o direito de acesso permanente e universal à rede telefônica. Portanto, estando o serviço disponível a receber ou efetuar chamadas, o que implica permanente

4 " 4 manutenção e aprimoramento da estrutura disponibilizada aos usuários, impõe-se afastar a alegada abusividade da mensalidade. Com estas considerações, REJEITO A PRELIMINAR E, NO MÉRITO, DOU PROVIMENTO AO RECURSO. É o meu Voto. Presidi o julgamento, dele também participando, além de mim, Relator, os Desembargadores Luiz Sílvio Ramalho Júnior e Abraham Lincoln da Cunha Ramos. Presente, a Doutora Maria Salete de Araújo Melo Porto, Promotora de Justiça Convocada. Sala das Sessões da Quarta Câmara Cível, reunida no Auditório Ministro Alcides Vieira Carneiro, no Palácio daaju *ça, em João Pessoa, 14 de novembro de 2006 (data do julgamento). 4111;..- ANTÔNIO DE ' (A L A ONTENEGRO Pese arga or - relator

5 TRIOWNAL RE JUSTIÇA Jud*Iária Pepts:rat:a -,