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1 2009 Documento informativo Balanço preliminar das economias da América Latina e do Caribe

2 Alicia Bárcena Secretaria Executiva Antonio Prado Secretario Executivo Adjunto Osvaldo Kacef Diretor da Divisão de Desenvolvimento Econômico Susana Malchik Oficial a cargo Divisão de Documentos e Publicações O Balanço preliminar das economias da América Latina e o Caribe é um documento anual da Divisão de Desenvolvimento Econômico da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL). A elaboração desta edição 2009 esteve dirigida por Osvaldo Kacef, Diretor da Divisão, e a coordinação geral esteve a cargo de Jürgen Weller. Para a realização deste documento, a Divisão de Desenvolvimento Econômico contou com a colaboração da Divisão de Estatística e Projeções Econômicas, das sedes subregionais da CEPALno México e em Porto Espanha e dos escritórios nacionais da Comissão em Bogotá, Brasilia, Buenos Aires, Montevideo e Washington, D.C. As análises regionais foram elaboradas pelos seguintes especialistas (por ordem de apresentação dos temas): Osvaldo Kacef, quem contou com o apoio de Rafael López Monti (introdução), Juan Pablo Jiménez (política fiscal), Rodrigo Cárcamo (política cambiária), Omar Bello (política monetária), Sandra Manuelito (atividade e investimento e preços internos), Jürgen Weller (emprego e salários), Luis Felipe Jiménez e Sarah Mueller (setor externo). Na elaboração dos quadros inseridos participaram Claudio Aravena, Andrea Podestá, Claudia Roethlisberger, assim como Ricardo Zapata, Sergio Saldaña, Myriam Urzúa e Asha Kambon. As notas sobre os países baseiam-se nos relatórios realizados pelos seguintes especialistas: Dillon Alleyne (Guyana e Jamaica), Omar Bello (Estado Plurinacional da Bolivia), Fernando Cantú (Equador), Rodrigo Cárcamo (República Bolivariana de Venezuela), Stefan Edwards (Suriname), Álvaro Fuentes (Uruguai), Randolph Gilbert (Haití), Michael Hendrickson (Bahamas e Belize), Daniel Heymann e Adrián Ramos (Argentina), Luis Felipe Jiménez (Chile), Beverly Lugay (União Monetária do Caribe Oriental), Roberto Machado (Trinidad e Tabago), Sandra Manuelito (Perú), Jorge Mattar e Indira Romero (México), Juan Carlos Moreno (Panamá), Sarah Mueller (Paraguai), Carlos Mussi (Brasil), Ramón Padilla (Costa Rica e Nicaragua), Igor Paunovic (Cuba e Honduras), Willard Phillips (Barbados), Juan Carlos Ramírez, Olga Lucía Acosta y María Alejandra Botiva (Colômbia), Juan Carlos Rivas (Guatemala) e Francisco Villareal (El Salvador e República Dominicana). Claudia Roethlisberger coordinou as notas dos países do Caribe; Claudio Aravena, Fernando Cantú e Sandra Manuelito realizaram as projeções econômicas e Alejandra Acevedo, Vianka Aliaga, Leandro Cabello, Jazmín Chiu, Hans Fricke, Rafael López Monti e Karen Martínez colaboraram na preparação da informação estatística e na apresentação gráfica.

3 3 ÍNDICE Página Resumo... 5 Capítulo I Introdução... 7 A. O contexto internacional... 9 B. Traços gerais da evolução recente das economias da América Latina e o Caribe Os canais de transmissão da crise Os efeitos sociais da crise C. A política macroeconômica A política fiscal As políticas monetária e cambiária D. A recuperação das economias da América Latina e do Caribe no segundo semestre de E. Perspectivas, riscos e desafios que a região enfrenta Evolução esperada das economias da América Latina e do Caribe em Os riscos derivados do cenário externo Os desafios além do curto prazo Tabelas Tabela I.1 Taxas de variação anual do crescimento mundial Gráficos Gráfico I.1 América Latina e o Caribe: taxa de crescimento, Gráfico I.2 Índice dessazonalizado da produção industrial, por regiões Gráfico I.3 Volume do comércio (média do volume exportado e importado), por regiões Gráfico I.4 Crescimento do PIB e dos componentes da demanda Gráfico I.5 América Latina e o Caribe: variação do PIB per capita, do saldo da conta corrente e do resultado global Gráfico I.6 Variação das exportações de bens FOB, em valor e em volume, Gráfico I.7 América Latina e o Caribe: variação interanual da chegada de turistas Gráfico I.8 internacionais, América Latina e o Caribe: variação interanual das receitas por conceito de remessas de trabalhadores, séries dessazonalizadas Gráfico I.9 Brasil, Chile, Peru: evolução do crédito dos bancos privados Gráfico I.10 América Latina (países selecionados): crédito do sector privado, Gráfico I.11 América Latina e o Caribe: composição do total da oferta e da demanda Gráfico I.12 América Latina: salário nominal, inflação e o salário real... 22

4 4 Gráfico I.13 América Latina: receita total, despesa primária e resultado fiscal primário Gráfico I.14 América Latina (países selecionados): variação da despesa pública, nove meses de 2008-nove meses de Gráfico I.15 América Latina (países selecionados): crédito dos bancos públicos e privados, variação de dezembro de 2008 à setembro de Gráfico I.16 América Latina (países selecionados): indicadores líder (probabilidades de reversão) Gráfico I.17 América Latina: evolução dos termos de troca Gráfico I.18 Situação trabalhista dos latinoamericanos nos Estados Unidos e Espanha Gráfico I.19 América Latina (países selecionados): taxas de desemprego mensal dessazonalizado Gráfico I.20 Indicadores da bolsa de valores: Dow Jones e mercados emergentes Gráfico I.21 América Latina e o Caribe: taxa de crescimento, Gráfico I.22 Taxa de juros interbancários Gráfico I.23 Crescimento do crédito bancário ao setor privado Quadros Quadro I.1 Medidas sociais na América Latina e no Caribe Quadro I.2 Objetivos da política monetária na América Latina Quadro I.3 Estimação do PIB potencial... 34

5 5 RESUMO Após seis anos de crescimento, estima-se uma queda do PIB da América Latina e do Caribe de 1,8% e do PIB por habitante próxima a 2,9% em O impacto da crise internacional foi muito intenso no final de 2008 e no início de 2009, afetou todos os países da região. No segundo trimestre iniciou-se uma recuperação que se generalizou na segunda metade do ano. A retração do crescimento influenciou negativamente a demanda por postos de trabalho e, consequêntemente, estima-se que a taxa de desemprego regional se incrementará na ordem de 8,3%, juntamente com a deterioração da qualidade dos empregos gerados. As repercussões nas economias da América Latina e do Caribe se manifestaram principalmente através do setor real, atingindo negativamente os que haviam sido os principais motores do crescimento regional. As exportações registraram uma forte queda, enquanto o menor nível de atividade global e a diminuição do comércio tiveram impactos negativos sobre os preços dos produtos básicos e sobre os termos de troca. Ao mesmo tempo, observou-se uma retração das remessas e uma diminuição da atividade turística, principalmente no México, na América Central e no Caribe. Estima-se que o investimento estrangeiro direto registraria uma queda de 37%. Em alguns países observou-se também um impacto negativo sobre a atividade interna proveniente da retração do crédito privado, que não pôde ser compensado pela maior atividade econômica dos bancos do setor público. Este acúmulo de fatores combinou-se com a deterioração das expectativas, o que incitou uma diminuição do consumo privado e dos investimentos. Na verdade, o consumo público foi o único componente da demanda que cresceu na primeira parte do ano, graças ao fato de que muitos países da região implementaram políticas contracíclicas, que contribuíram para acelerar o processo de recuperação no segundo semestre. O incentivo fiscal foi um dos aspectos distintivos da evolução econômica de O saldo primário passou de um nível positivo equivalente a 1,4% do PIB em 2008 a um déficit primário estimado para o ano em 1% do PIB. As receitas públicas foram afetadas pela evolução do nível de atividade e dos preços dos produtos básicos de exportação. Paralelamente, até o terceiro trimestre do ano, observou-se um incremento significativo das despesas correntes e, em menor medida, das despesas de capital. Os bancos centrais da região diminuíram as taxas de política monetária e adotaram medidas orientadas a garantir a liquidez dos mercados financeiros. Em muitos casos, os bancos do setor público formaram parte da estratégia anticíclica, para compensar o comportamento restritivo dos bancos privados. Ao mesmo tempo, para defender a paridade cambiária, e em consonância com o objetivo de sustentar os níveis de liquidez, muita bancos centrais investiram nos mercados de câmbio, o que em alguns casos permitiu reconstituir as reservas internacionais. Na segunda metade do ano, começaram a generalizar-se os sinais positivos nas economias da região. A produção industrial e as exportações iniciaram sua recuperação, enquanto o aumento do nível de atividade global e dos volumes de comércio internacional impulsionou a demanda de produtos básicos, permitindo maiores preços e melhoras nos termos de troca.

6 6 O incentivo fiscal sobre a demanda interna, acompanhado pelos fatores assinalados anteriormente, e a gradativa normalização dos mercados financeiros, em muitos casos com o apoio dos bancos do setor público, permitiu recuperar a atividade econômica e melhorar os indicadores do mercado de trabalho da região. A estes elementos positivos se agregou o renovado acesso de alguns países ao crédito internacional e a recuperação dos mercados bursáteis. Isto permitiu uma recomposição patrimonial do setor privado e igualmente apoiou a normalização do crédito, o qual, juntamente com a melhora dos indicadores do mercado de trabalho e a recuperação da confiança do setor privado, cabe esperar que induza a um aumento da demanda interna. O crescimento projetado para 2010 é de 4,1% e espera-se que seja um pouco maior na América do Sul do que no resto da região, dado o maior tamanho relativo dos mercados internos em alguns países e a maior diversificação dos mercados de exportação, além da maior participação da China no comércio de vários países. Entretanto, espera-se um crescimento mais lento em economias mais abertas e com uma carteira de sócios comerciais menos diversificada e mais concentrada no comércio de manufaturas. Algo similar pode-se dizer das economias do Caribe que, em alguns casos, atravessam uma complexa situação financeira e cambiária. Por outra parte, resta ainda saber se as economias desenvolvidas poderão continuar sua dinâmica à medida que se retirem os volumosos incentivos implementados nos Estados Unidos e Europa. Isto, somado ao aumento do desemprego e ao ainda volátil mercado financeiro internacional, questiona-se sobre a robustez da recuperação iniciada em A saída da crise é mais rápida do que o esperado, em grande medida por fortalezas que os países da região construíram, graças a políticas macroeconômicas mais saudáveis. O renovado dinamismo de alguns fatores que impulsionaram a demanda nos anos anteriores à crise, somando ao estímulo proveniente das políticas públicas, permite num contexto de elevada capacidade ociosa, uma rápida recuperação. Porém, como transformar esta recuperação num crescimento sustentado, mais além de 2010? No curto prazo, frente à necessidade de combater a crise, os Estados da região responderam segundo suas capacidades, evidenciando importantes diferenças. Contudo, o objetivo de retomar o crescimento sustentado apresenta novos e mais complexos desafios. Portanto, a geração e ampliação do espaço de políticas, mediante o aumento dos recursos, a criação de instrumentos e o fortalecimento institucional, em especial das instancias de coordenação, são tarefas fundamentais para nossos países.

7 7 Capítulo I INTRODUÇÃO Após seis anos de crescimento econômico, estima-se que o PIB da América Latina e do Caribe registre uma queda de 1,8% em 2009, o que implica uma retração do PIB de ao redor de 2,9%. O impacto da crise internacional sentiu-se com muita intensidade a fins de 2008 e no início de 2009, e afetou de distintas maneiras a todos os países da região. No segundo trimestre iniciou-se uma recuperação que se generalizou na segunda metade do ano. Ainda que a diminuição mais acentuada do nível de atividade tenha sido registrada no México e em alguns países da América Central e do Caribe, e que na América do Sul, projetam-se em geral taxas de crescimento positivas, em todos os casos registraram-se diferenças significativas entre as taxas de crescimento observadas entre 2004 e 2008, e as correspondentes a Gráfico I.1 AMÉRICA LATINA E O CARIBE: TAXA DE CRESCIMENTO, 2009 (Em porcentagens) Bolívia (Est. Plur. da) República Dominicana Panamá Haiti 2,0 2,5 2,5 3,5 Uruguai 1,2 Cuba 1,0 Peru 0,8 Argentina Brasil América Central Colômbia América do Sul 0,7 0,6 0,3 0,3 0,2 Equador -0,4 Guatemala -1,0 Costa Rica -1,2 Nicarágua América Latina e o Caribe Chile OCaribe Venezuela (Rep. Bol. da) -1,5-1,7-1,8-2,1-2,3 El Salvador -2,5 Honduras -3,0 Paraguai México -6,7-3, Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sobre a base de cifras oficiais. Atualização de dados: No caso do Brasil, seria 0,3%. Para América Latina e o Caribe seria -1,8%.

8 8 Como era de se esperar, a desaceleração do crescimento econômico afetou negativamente a demanda de emprego e estima-se que a taxa de desemprego regional aumente aproximadamente a 8,3%, juntamente com uma deterioração na qualidade dos postos de trabalho gerados. Ao mesmo tempo, registrou-se uma notável diminuição da taxa de inflação, que passou de 8,3% em 2008, a uma percentagem estimada de 4,5% em 2009, como consequência da baixa dos preços internacionais de alguns produtos essenciais que formam parte das cestas básicas de consumo das famílias, a valorização da taxa de câmbio e o impacto sobre a demanda da diminuição do nível de atividade. A partir do segundo semestre de 2009, percebem-se sinais positivos que justificam uma mudança paulatina nos diagnósticos econômicos e consolidam a hipótese de que o pior da crise já passou, mesmo quando certo grau de volatilidade e nervosismo ainda persiste nos mercados financeiros 1 e a situação que a economia mundial atravessa não está isenta de riscos. Mais além do curto prazo surgen, no entanto, varias questões acerca da possibilidade desta rápida recuperação se transformar em um processo de crescimento sustentado, tanto ao nível mundial como na América Latina e o Caribe. A crise, devido à sua grande magnitude, afetou todas as regiões do mundo, e a América Latina e o Caribe não foi uma exceção. Porém, é cada vez mais evidente que esta crise é distinta das outras que sofremos no passado. Não só porque nesta oportunidade o epicentro esteve nos países desenvolvidos, fator determinante na evolução econômica recente, mas, sobretudo, pelo momento em que chegou à região e pelo modo como esta se viu afetada. Em primeiro lugar, graças à combinação de um ambiente externo muito favorável e a um melhor manejo da política macroeconômica, a região conseguiu reduzir seu endividamento, renegociá-lo em melhores condições e ao mesmo tempo aumentar suas reservas internacionais. Isto colocou as economias latinoamericanas em uma situação sem precedentes em matéria de liquidez e solvência, comparando-se com as crises sofridas desde os anos oitenta até os dias atuais, que explica por que, diferente de outras vezes, os sistemas financeiros dos países da região não se deterioraram, nem se produziu uma fuga das moedas nacionais, o que contribuiu para manter a calma nos mercados cambiários 2 da região. Cabe notar que, como se analizou em detalhe no Estudo Econômico da América Latina e o Caribe , alguns países do Caribe apresentam elevados níveis de endividamento externo e uma situação relativamente mais complexa em termos dos seus regimes cambiários 3. Diferente do que era habitual em cenários de crise, a ampliação do espaço macroeconômico em muitos países da região gerou uma importante capacidade para implementar políticas destinadas a combater a crise. Cabe notar que, em geral, o espaço de políticas públicas é maior em alguns países da América do Sul, tal como se verá mais adiante. Paralelamente, graças à melhora da posição financeira líquida, à qual se fez referência anteriormente, permitiu que se restablecera rapidamente o acesso de muitos países aos mercados financeiros internacionais, o que também aumentou sua capacidade para levar a cabo políticas públicas. Assim, mesmo que a deterioração registrada em variáveis reais tenha sido acentuada, a recuperação parece bastante sólida Como exemplo, basta citar os acontecimentos ocurridos nos mercados imobiliário e financeiro do Dubai (Emirados Árabes Unidos), no final de 2009 e as suas repercussões imediatas em outros mercados, devido aos temores causados por os elevados níveis de exposição de vários bancos europeus. No último trimestre de 2008, houve um episodio de nervosismo nos mercados da região que deu lugar a fortes depreciações das moedas de vários países. Este episódio, no entanto, foi rapidamente neutralizado e não teve maiores repercussões. Vide quadro I.2 do Estudo Econômico da América Latina e o Caribe (LC/G.2410-P), Santiago do Chile, 2009.

9 9 Por outro lado, apesar da melhora observada em anos recentes, os níveis de pobreza da região se mantiveram elevados e o impacto nas variáveis que medem a situação social foi negativo, como era de se esperar. Ainda assim, um conjunto de fatores permitiu que a deterioração registrada não tivesse a magnitude inicialmente projetada. Com efeito, o descenso do nível de atividade a maioria dos países da região continuou crescendo, mesmo que com taxas muito inferiores e seu impacto no mercado de trabalho foi inferior ao esperado, e por isso o incremento da taxa de desemprego não alcançou a dimensão que a retração inicial dos níveis de atividade nos fez temer. Ao mesmo tempo, a evolução dos preços internacionais dos produtos básicos e a valorização das moedas da região permitiram reduzir significativamente a taxa de inflação e limitar a erosão dos ingressos reais dos trabalhadores, contrastando assim, ao menos parcialmente, a deterioração dos indicadores trabalhistas. Cabe destacar também que o aumento do gasto social nos últimos anos e o incremento, em número e eficácia, dos programas nesse âmbito foi crucial para conter os custos sociais da crise. Assimilando as lições das crises anteriores, os países da região têm tratado de manter, e inclusive ampliar, o alcance destes programas, ainda no contexto de uma redução paulatina do espaço fiscal. No presente capítulo analisam-se os traços distintivos da atual conjuntura e se fazem reflexões sobre os cenários que a região enfrentará, tanto em 2010 como no longo prazo. Na seção B, analisa-se brevemente o contexto internacional. Na seção C, revisam-se os principais traços da evolução econômica recente e examinam-se, por um lado, as vias através das quais se manifestaram os efeitos da crise econômica nas economias da região e, por outro, seu impacto nos indicadores trabalhistas e sociais. A seção D dedica-se à analise das políticas macroeconômicas implementadas a partir do agravamento da crise até fins do ano passado, enquanto que na seção E apresenta-se a evidencia disponível sobre os sinais de recuperação das economias da região, sobretudo a partir do segundo semestre de A última seção trata das perspectivas no curto prazo, assim como os riscos que enfrenta a incipiente recuperação econômica e os principais desafios da América Latina e do Caribe para além crise. A. O CONTEXTO INTERNACIONAL A economia mundial se recupera da crise mais profunda dos últimos 60 anos. A crise financeira internacional, que teve seu epicentro nos Estados Unidos e nos países desenvolvidos, se expandiu rapidamente ao resto das economias do mundo e suas consequências se fizeram sentir com rapidez no setor real. Desde meados de 2008 até o primeiro trimestre de 2009, a atividade industrial retraiu 11,6% em nível mundial e mais intensamente nos países desenvolvidos (16,4%), enquanto o volume do comércio mundial se reduziu aproximadamente 19%. Dado que a crise se fez sentir com força no primeiro semestre de 2009, o produto mundial sofreria uma queda de 2,2% no ano. Contudo, desde meados de 2008, começaram a surgir os primeiros sinais de uma recuperação do nível de atividade e do comércio mundial. A rápida saída do ponto mais crítico da crise responde fundamentalmente à coordenação dos principias bancos centrais do mundo com respeito à aplicação de políticas monetárias expansivas, seguidas pelas demais autoridades monetárias dos países em desenvolvimento, que injetaram uma grande liquidez nos mercados, o que, juntamente com as políticas de estímulo fiscal implementadas pelos governos, sustentam a incipiente recuperação. Por outro lado, o bom desempenho relativo das economias asiáticas em desenvolvimento, em particular a da China, evitou uma maior queda da demanda mundial. Neste contexto, dissiparam-se os temores iniciais de uma depressão prolongada e começaram a aparecer precocemente, no segundo trimestre de 2009, os primeiros sinais de uma saída sincronizada da recessão.

10 10 A dinâmica do setor de manufaturas nas distintas regiões do mundo mostra uma recuperação generalizada do crescimento da produção a partir de meados deste ano (vide o gráfico I.2). Cabe destacar, em linha com o mencionado anteriormente, que no conjunto das economias asiáticas em desenvolvimento, a produção industrial não só se contraiu menos que em outras regiões, como também foi a primeira a recuperar seu dinamismo no início de Gráfico I.2 ÍNDICE DESSAZONALIZADO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL, POR REGIÕES a (Em porcentagens) 2,5 1,5 0,5-0,5-1,5-2,5-3,5-4,5 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Países desenvolvidos Ásia em desenvolvimento Europa central e oriental América Latina e o Caribe África e Oriente Médio Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), baseado em dados do Centraal Planbureau (CPB), Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis. a Variação média móvel trimestral comparada com a variação media móvel do trimestre anterior. Por sua parte, o volume do comércio mundial voltou a crescer até a segunda metade do ano (vide gráfico I.3), em grande medida graças ao aporte dos países asiáticos em desenvolvimento; dado o grau de abertura e a orientação de suas economias ao setor externo, grande parte destes países viu-se muito afetada pela queda do comércio, situação que, como se analisará mais adiante, não repercutiu de maneira significativa na evolução do nível de atividade, graças às políticas expansivas aplicadas nestes países. A partir da segunda metade de 2009, começou-se a observar a recuperação do crescimento das maiores economias do mundo. Nos Estados Unidos, o PIB cresceu 2,8% no terceiro semestre deste ano, em comparação com o trimestre anterior, em termos anuais e desestacionalizados, logo após quatro trimestres consecutivos de queda desde meados de 2008, com retrações de 5,4% e de 6,4% durante o último trimestre de 2008 e o primeiro de 2009, respectivamente. No terceiro trimestre de 2009, todos os componentes da demanda cresceram, sendo o incremento das exportações e importações um sinal da recuperação do comércio mundial. Nesse período, o aumento da confiança e do gasto em bens duráveis (como automóveis e eletrodomésticos) incrementou o consumo das famílias, um fator chave para a economia dos Estados Unidos (vide gráfico I.4a).

11 11 Gráfico I.3 VOLUME DO COMÉRCIO (MÉDIA DO VOLUME EXPORTADO E IMPORTADO), POR REGIÕES a (Em porcentagens) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Países desenvolvidos Ásia em desenvolvimento Europa central e oriental América Latina e o Caribe África e Oriente Médio Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), baseado em dados do Centraal Planbureau (CPB), Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis. a Variação média móvel trimestral comparada com a variação média móvel do trimestre anterior. Gráfico I.4 CRESCIMENTO DO PIB E DOS COMPONENTES DA DEMANDA a (Em porcentagens) a) Estados Unidos b) Área do euro (16 países) ,7 1,5-2,7-5,4-6,4-0,7 2, ,3-1,3-1,7-7,3-9,4-0,6 1, Trim 1 Trim 2 Trim 3 Trim 4 Trim 1 Trim 2 Trim Trim 1 Trim 2 Trim 3 Trim 4 Trim 1 Trim 2 Trim Consumo privado Formação bruta de capital fixo Importações de bens e serviços Consumo público Exportações de bens e serviços PIB Consumo privado Formação bruta de capital fixo Importações de bens e serviços Consumo público Exportações de bens e serviços PIB

12 12 Gráfico I.4 (conclusão) c) Japão ,0-2,9 2,7 4, ,5-11,5-12, Trim 1 Trim 2 Trim 3 Trim 4 Trim 1 Trim 2 Trim Consumo privado Formação bruta de capital fixo Importações de bens e serviços Consumo público Exportações de bens e serviços PIB Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sobre a base de cifras oficiais. a Baseado em dados dessazonalizados. Variação anualizada com relação ao trimestre anterior. Cabe assinalar que o consumo público tem sido o único componente da demanda que manteve seu crescimento em três dos quatro trimestres que durou a recessão nos Estados Unidos, o que reflete o esforço fiscal para combater os efeitos da crise. No quarto trimestre projeta-se uma taxa de crescimento desta economia similar à registrada no terceiro, sendo que o ano finalizaria com uma queda de 2,5%. A influência negativa da redução dos inventários tende a reverter-se, e espera-se que a necessidade de recompor estoques conduza ao aumento da sua contribuição ao crescimento do PIB, projetando um incremento do produto nos Estados Unidos em torno de 2,0% em Contudo, o aumento do desemprego, que já se situa em dois dígitos (10,2%), somado às dificuldades que ainda atravessam os mercados financeiros no contexto de um avultado endividamento, tanto por parte do setor privado como do setor público, constituem importantes sinais de alerta em relação à evolução futura da economia americana. Nos 16 países da zona euro observa-se também uma recuperação do crescimento a partir do terceiro trimestre deste ano, seguido de cinco trimestres de retração nos quais o consumo público desempenhou um papel contracíclico importante (vide gráfico I.4b). Após uma retração do produto agregado de 4,1% em 2009, espera-se uma recuperação lenta e gradual, e um crescimento estimado abaixo de 1% em A economia do Japão saiu da recessão no segundo trimestre de 2009, depois de dois trimestres com quedas anualizadas em mais de 10% (vide gráfico I.4c). Seguida de uma significativa retração, a economia cresceu no segundo trimestre de 2009 a uma taxa anual de 2,7% em relação ao trimestre anterior e afiançouse no terceiro trimestre (4,8%). A recuperação da economia japonesa obedeceria, em grande parte, ao alto impulso das exportações e ao estímulo fiscal, somados ao aumento das transferências ao setor privado, que teve efeitos positivos no consumo das famílias, embora com o custo de piorar a já débil situação fiscal. Mesmo recuperando o crescimento a partir do segundo trimestre, a forte retração do começo de 2009 (12,2% anual em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior) daria como resultado uma queda do produto neste ano de 5,6%, enquanto que para 2010 projeta-se um crescimento de 1,7%.

13 13 Conforme assinalado anteriormente, os efeitos negativos da crise reverteram-se mais rapidamente nas economias asiáticas em desenvolvimento, inclusive, alguns países, como China, Índia e Indonésia, experimentaram somente uma desaceleração de seu crescimento, ou seja, não entraram em recessão. Em grande medida, este melhor desempenho se alcançou graças a importantes estímulos fiscais e monetários. A economia da China recuperou seu acentuado crescimento no segundo trimestre do ano estimulada pelas políticas expansivas, tanto sob o ponto de vista fiscal como monetário. O governo aproveitou o enorme espaço fiscal depois de anos registrando superávits nas contas públicas e de ser credor do resto do mundo para impulsionar um ambicioso programa público que incluiu um aumento do gasto em infraestrutura, uma diminuição dos impostos e a implementação de um novo sistema de previdência social. Além disso, diferente do observado em outros mercados financeiros, o crédito registrou um destacado aumento, em particular o destinado a financiar os projetos de infraestrutura. Ambos os impulsos favoreceram o crescimento da demanda interna, assim como também a recuperação das importações, o que promoveu o comércio regional e mundial. Tabela I.1 TAXAS DE VARIAÇÃO ANUAL DO CRESCIMENTO MUNDIAL (Em porcentagens) a 2010 b Mundo 2,7 4,1 3,5 3,9 3,8 1,7-2,2 2,5 Países desarrollados 1,8 3,0 2,5 2,7 2,5 0,4-3,6 1,4 Estados Unidos 2,5 3,6 3,1 2,7 2,1 0,4-2,5 2,0 Zona do euro (16 países) 0,8 2,1 1,7 3,0 2,7 0,6-4,0 0,7 Resto da Europa (11+3) 2,4 3,5 2,7 3,6 3,1 1,1-4,1 0,7 Japão 1,4 2,7 1,9 2,0 2,3-0,7-5,9 1,1 Países em desenvolvimento 5,2 7,4 6,6 7,3 7,5 5,2 1,7 5,3 África 5,5 9,2 5,5 6,2 6,1 6,0 1,9 4,3 América Latina e o Caribe 2,2 6,1 5,0 5,8 5,8 4,1-1,7 4,3 China 10,0 10,1 10,4 11,6 13,0 9,0 8,4 8,7 Índia 6,9 7,9 9,2 9,8 9,3 7,3 5,9 6,5 NICs 3,1 6,0 4,8 5,6 5,7 1,5-2,4 3,6 Resto da Ásia 6,1 6,8 6,3 5,9 5,8 4,4-0,1 3,8 Países em transição 7,5 8,0 6,7 8,3 8,7 5,7-5,9 1,9 Países em desenvolvimento (sem a China e a Índia) 3,9 6,6 5,4 5,9 5,8 3,9-0,9 4,0 Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sobre a base de cifras oficiais. a Estimação. b Projeção.

14 14 B. TRAÇOS GERAIS DA EVOLUÇÃO RECENTE DAS ECONOMIAS DA AMÉRICA LATINA E O CARIBE Como se assinalou na introdução, para entender a razão pela qual o impacto da crise desta vez diferiu do que habitualmente ocorria na América Latina e no Caribe, é importante levar em consideração o momento que atravessava a região, quando sobreveio a crise. Em primeiro lugar, a crise econômica global marcou a interrupção da fase mais longa e intensa de crescimento econômico regional em muito tempo. Para encontrar um período em que o PIB por habitante tenha crescido de maneira sustentável acima de 3% ao ano (como ocorreu entre 2004 e 2008), teríamos que reportar-nos 40 anos atrás, quando a região cresceu durante sete anos consecutivos a taxas comparáveis, desde fins dos anos sessenta até a primeira crise dos preços do petróleo no princípio da década de Como se pode observar no gráfico I.5, o crescimento sustentado foi acompanhado por uma melhora quantitativa e qualitativa das variáveis macroeconômicas fundamentais, o que converte esse período em uma fase de expansão sem precedentes na história recente da região. Por um lado, registrou-se um superávit da conta corrente da balança comercial que responde, em grande medida, à recuperação dos termos de intercâmbio (em particular na América do Sul) e ao crescimento das remessas dos trabalhadores emigrados (no México e, sobretudo, na América Central). Mesmo assim, a evolução das contas públicas durante a etapa de expansão caracterizou-se por um aumento do superávit primário e uma considerável diminuição do déficit global (que inclusive transformou-se em superávit no período ). Gráfico I.5 AMÉRICA LATINA E O CARIBE: VARIAÇÃO DO PIB PER CAPITA, DO SALDO DA CONTA CORRENTE E DO RESULTADO GLOBAL (Em porcentagens do PIB) Variação do PIB per capita Saldodaconta-corrente Resultado global Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sobre a base de cifras oficiais.

15 15 Por sua vez, o excedente da conta corrente, num contexto de abundante liquidez internacional, permitiu aos países reduzir seu endividamento externo e renegociar condições mais vantajosas, no momento em que se acumulavam ativos de reserva 4. Paralelamente, a maior folga fiscal possibilitou uma significativa redução da dívida pública. Ainda quando a crise significou uma forte restrição do espaço macroeconômico, já que a região voltou a ser deficitária em suas contas externas e em suas contas públicas, a situação favorável observada em termos de acervo financeiro (mais ativos e menos e melhores passivos) contribui para entender por que em 2009 não se registraram situações de tensão nos sistemas financeiros, nem corridas contra as moedas nacionais e por que os países não tiveram dificuldades para arcar com seus vencimentos externos. Tudo isso contribui para entender por que nesta oportunidade, com algumas exceções às quais se fará referência mais adiante, os impactos mais fortes não vieram do canal financeiro, mas sim, como veremos a seguir, da atividade real. 1. Os canais de transmissão da crise Como já se ressaltou, as repercussões da crise nas economias da América Latina e do Caribe se manifestaram através do setor real e afetaram negativamente a evolução dos que haviam sido, no período recente, os principais motores do crescimento regional. Desde a segunda metade de 2008, as exportações registraram uma forte queda, tanto em volume como em valor. Apesar da detenção da queda na segunda parte do ano, estima-se que o volume das exportações da América Latina diminuirá algo mais de 9% em Como se previa, a maior retração se registrará nas exportações mexicanas, que se reduzirão em aproximadamente 14% em termos reais, estimando-se uma redução de cerca de 5% nos volumes exportados pelos países da América Central e de cerca de 6% para os da América do Sul. Gráfico I.6 VARIAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DE BENS FOB, EM VALOR E EM VOLUME, 2009 (Em porcentagens) -22,0-14,3 México -21,8-7,1 Me r c o s u L -21,7-4,9 Países mineiros -34,4-6,4 Países petroleiros -8,6-4,6 América Central -25,5-6,6 América do Sul -23,4-9,6 América Latina -35,0-30,0-25,0-20,0-15,0-10,0-5,0 0,0 Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sobre a base de cifras oficiais. Volume Valor 4 Tal como se mencionó anteriormente, a situação em algumas economías do Caribe é distinta.

16 16 Mesmo assim, o menor nível de atividade global e a diminuição dos fluxos de comércio tiveram um impacto negativo nos preços dos produtos básicos, o que repercutiu negativamente nos termos de intercâmbio regionais. Após o forte impulso de alta registrado na primeira metade de 2008, os efeitos da crise nos mercados internacionais de bens fizeram-se sentir com bastante dureza, sobretudo a partir da quebra de Lehman Brothers no mês de setembro. Mesmo que no início de 2009 a queda dos preços internacionais dos produtos básicos tendeu a deter-se, e depois a reverter-se, os níveis médios do ano são bastante inferiores aos de 2008, o que implica uma deterioração estimada de 3,8% dos termos de intercâmbio da região. Isto afeta principalmente a América do Sul e em particular aos produtores de petróleo, hidrocarbonetos, metais e, em menor medida, aos países especializados na produção de alimentos. Entretanto, para a América Central, que importa este tipo de bens, espera-se uma melhora que compense apenas parcialmente a deterioração dos anos anteriores. Como se pode observar no gráfico I.7, o turismo, atividade que tem uma participação muito significativa no Caribe e na América Central, sofreu uma forte retração na primeira parte do ano, que foi particularmente notória no México no segundo trimestre, devido à gripe pelo vírus AH1N1. Estima-se que a atividade turística em todo o ano possa retrair-se entre 5% e 10%, ainda quando os últimos dados disponíveis mostram uma incipiente melhora. Gráfico I.7 AMÉRICA LATINA E O CARIBE: VARIAÇÃO INTERANUAL DA CHEGADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS, 2009 (Em porcentagens) Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto 2009 América Central América do Sul Caribe México Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), baseado em dados da Organização Mundial do Turismo (OMT).

17 17 Ao mesmo tempo, considerando-se que a maioria dos latinoamericanos que emigra, dirige-se aos Estados Unidos e à Espanha, dois dos países mais afetados pela crise, não se surpreende que as remessas tenham registrado uma acentuada queda. Mesmo que os dados disponíveis até o terceiro trimestre mostrem evidencias de que esta deterioração poderia estar diminuindo, observam-se reduções anuais próximas à 10% em alguns países da América Central, como El Salvador e Guatemala, e inclusive superiores na Colômbia, no Equador, na Jamaica e no México. Nos casos da Nicarágua e da República Dominicana, estima-se que haveria caídas menores. Gráfico I.8 AMÉRICA LATINA E O CARIBE: VARIAÇÃO INTERANUAL DAS RECEITAS POR CONCEITO DE REMESSAS DE TRABALHADORES, SÉRIES DESSAZONALIZADAS a (Em porcentagens) Equador -12,6-8,3 Nicarágua -6,2 10,6 México -14,8-3,5 Colômbia -17,9 8,5 Jamaica -13,2 3,8 República Dominicana -3,7 2,2 El Salvador -8,8 2,5 Guatemala -7,9 4, Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sobre a base de cifras oficiais. a Projeção para Por outro lado, estima-se que o investimento estrangeiro direto apresentará uma diminuição de aproximadamente 37%, que é de longe a maior diminuição em, pelo menos, os últimos 30 anos. Cabe destacar que, se bem que1999 e 2003, registrou-se uma diminuição dos fluxos de IED de aproximadamente 47%, nesse caso a queda centrou-se somente em dois países (Argentina e Brasil). Nesta oportunidade a retração por generalizada em toda a região. Contudo, a diminuição dos fluxos dirigidos ao Brasil representa uma proporção significativa da míngua total. Se bem que tenhamos afirmado que os impactos da crise internacional se tenham sentido, de modo geral, sobretudo através do canal real, em alguns casos se observaram impactos em os sistemas financeiros que podem ter tido uma repercussão negativa significativa na evolução do nível de atividade. Neste sentido, destaca-se que embora tenham predominado na região as turbulências de tipo comercial por sobre as reversões de fluxos de capital, houve três importantes exceções a esta regra: Brasil, Chile e

18 18 Perú. Os sistemas financeiros destes três países apresentavam nos finais de 2008 o maior grau de exposição externa em comparação com o resto da região 5. Como se vê no gráfico I.9, esta situação se manifestou nos sistemas financeiros de estes países através de uma importante contração do crédito da banca privada em termos reais. Como se verá mais adiante, a banca pública adotou um papel ativo em muitos países como parte da estratégia anticíclica implementada, se bem que, à exceção do Brasil, onde a participação da banca pública no total do crédito é significativa, no resto da região a capacidade de compensar a contração do crédito dos bancos privados foi bastante menor. Gráfico I.9 BRASIL, CHILE, PERU: EVOLUÇÃO DO CRÉDITO DOS BANCOS PRIVADOS (Índice primeiro trimestre 2008=100) Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Brasil (eixo esquerdo) Chile (eixo esquerdo) Peru (eixo direito) Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sobre a base de cifras oficiais. Este fator tem, no nosso critério, um papel fundamental na explicação da debilidade relativa mostrada por a economía chilena entre o final de 2008 e o terceiro trimestre de 2009, a pesar dos sólidos fundamentos macroeconômicos que a caracterizam e da intervenção ativa do estado através de políticas contracíclicas que se comenta mais adiante. A evidência que se mostra no gráfico I.10 com relação à importância do crédito em proporção do PIB, é bastante eloquente no que se refere ao maior efeito sobre o nível de atividade que pode ter tido a contração observada no crédito da banca privada na economía chilena, em comparação com o ocurrido nas economias brasileira e peruana e, em geral no resto da região. 5 Vide Estudo Econômico da América Latina e o Caribe , op. cit, onde o quadro I.1 apresenta uma análise das consequências das turbulências que a região sofreu a partir do agravamento da crise no final de Por outra parte, no gráfico I.4 dessa publicação se mostra a posição externa líquida do sistema financeiro dos países da América Latina, assim como alguns agregados correspondentes aos países desenvolvidos e às economías emergentes. Estes dados se baseiam em informação do Banco de Pagamentos Internacionais.

19 19 Gráfico I.10 AMÉRICA LATINA (PAÍSES SELECIONADOS): CRÉDITO DO SECTOR PRIVADO, 2008 (Em porcentagens do PIB) Chile 73,1 Brasil 37,5 Costa Rica 34,6 Colômbia 26,5 Uruguai 22,1 Peru 22,1 Paraguai 20,4 México 17,3 Argentina 13, Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sobre a base de cifras oficiais. Principalmente a fins de 2008 e começo de 2009, observou-se uma deterioração generalizada das expectativas dos consumidores e dos empresários, que se refletiu na diminuição tanto do consumo privado como dos investimentos. Como se mostra no gráfico I.11, somente o consumo público registrou variações positivas na primeira parte do ano, graças ao fato de que muitos dos países da região contaram nesta oportunidade com alguma capacidade para implementar políticas contracíclicas que compensaram parcialmente a evolução negativa dos componentes restantes da demanda interna e contribuíram a acelerar o processo de recuperação na segunda parte do ano, como se analisará mais adiante 6. 6 Já que não se dispõe dados desagregados sobre o investimento, não se pode distinguir entre o investimento público que, como é indicado mais adiante, se incrementou ao longo do ano, e o privado, que se contraiu.

20 20 Gráfico I.11 AMÉRICA LATINA E O CARIBE: COMPOSIÇÃO DO TOTAL DA OFERTA E DA DEMANDA (Em porcentagens) ,5 12,9 12,8 11,8 12,0 11,9 9,3 7,9 5,7 5,0 4,3 5,3 4,3 4,8 5,2 4,6 3,7 4,2 3,2 5,3 5,5 4,9 1,7 2,0 2,3 1,0 0,9-0,1 1,7-0,2-2,2-3,3-6,9-11,8-15,1-19, Trim 1 Trim 2 Trim 3 Trim 4 Semestre 1 Semestre Consumo privado Formación bruta de capital fixo Importações de bens e serviços Consumo público Exportações de bens e serviços PIB Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sobre a base de cifras oficiais. 2. Os efeitos sociais da crise A interrupção do processo de crescimento repercutiu negativamente no mercado de trabalho que mostrou, pela primeira vez em seis anos, uma diminuição da taxa de emprego, como se assinala no capítulo III.C. Isto deu lugar a um aumento da taxa de desocupação estimada ao redor de um ponto percentual (de 7,4% a 8,3%). O escasso dinamismo da oferta de trabalho, que se infere do comportamento da taxa de participação, evitou um incremento maior do desemprego 7. Ao mesmo tempo, os países da região puseram em prática uma série de medidas (vide quadro I.1) cujo impacto é impossível de avaliar com a informação disponível, mas que é provável que tenham contribuído à morigerar o incremento da taxa de desemprego. Mesmo assim, freou-se o processo de melhora da qualidade do emprego observado nos últimos anos, como surge da diminuição na criação de postos de trabalho assalariados no setor privado e da perda de dinamismo na geração de emprego formal. 7 Cabe notar que o aumento projetado da taxa de desemprego é inferior ao que se previa a meados do ano. Por exemplo, no Boletim CEPAL/OIT Crise e mercado laboral, Boletim Conjuntura Laboral na América Latina e o Caribe N.1, Junho de 2009, se estimava que a taxa de desemprego do ano poderia aproximar-se ao 9%.

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