PROGRAMA MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA ATIVIDADE RURAL NO ESTADO DE SERGIPE AÇÕES DE COMBATE AO USO INTENSIVO DO VENENO AGRÍCOLA
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- Ana Carolina Dreer Osório
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1 PROGRAMA MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA ATIVIDADE RURAL NO ESTADO DE SERGIPE AÇÕES DE COMBATE AO USO INTENSIVO DO VENENO AGRÍCOLA MANOEL ADROALDO BISPO PROCURADOR DO TRABALHO PROCURADORIA REGIONAL DA 20ª REGIÃO AGOSTO/2014 1
2 1. O PROGRAMA: Implementa o Planejamento Estratégico do Ministério Público do Trabalho por meio de Procedimento Promocional. 2. OBJETIVO: A Melhoria das Condições de Trabalho na Atividade Rural no Estado de Sergipe. 3. PILARES: 4. ALGUNS PARCEIROS: 3.1. INTERINSTITUCIONALIDADE; 3.2. MULTIDISCIPLINARIDADE PÚBLICOS: FUNDACENTRO, SRTE/SE, UFS, IFS, EMBRAPA, EMDAGRO, COHIDRO, Secretarias de Saúde e da Agricultura, CEREST's PRIVADOS: FETASE, CONTAG e STTR's. 5. METAS RELATIVAS AO VENENO: 5.1. Implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador; 5.2. Enfrentamento do uso intensivo e irracional do veneno agrícola, inclusive na agricultura familiar; 5.3. Assistência científica e tecnológica ao produtor, direcionada à produção socioambiental adequada, sem prejuízo da produtividade. 6. ESTRUTURA DO PROGRAMA: 6.1. COORDENAÇÃO DO MPT: * Articular os parceiros; * Garantir o modelo participativo na tomada de decisões; * Gerenciar crises; * Garantir a manutenção do foco nos objetivos 2
3 propostos; * Empoderamento público dos conhecimentos produzidos; * Utilização dos resultados, enquanto elemento de prova para a atuação do MP IMPLEMENTAÇÃO: 7. DIAGNÓSTICO DA CITRICULTURA: Instauração de procedimento promocional; Audiência Pública com os parceiros: (discussão dos objetivos, pilares e metas, sugestão de outros parceiros, indicação formal de seus representantes (titular e suplente), constituição de comissão executiva); Termos de cooperação para alguns projetos, especialmente aqueles que envolvem recursos financeiros; Produção de cartilhas, manuais, folder etc; Realização de capacitações, seminários e oficinas; Produção de relatórios de diligências e trabalho de campo, além de relatório final dos diagnósticos e de vídeo; Elaboração de plano de ação, a partir dos diagnósticos Levantamento socioeconômico; 7.2. Avaliação dos índices acidentários; 7.3. Análise quantiqualitativa de resíduos/particulados de veneno no ar, solo, mananciais e lavoura, durante e após a aplicação do veneno; 7.4. Análise de indicadores de saúde e marcadores de risco à exposição dos trabalhadores ao veneno agrícola. 8. ANÁLISE DE INDICADORES DE SAÚDE E MARCADORES DE RISCO: 8.1. OBJETIVO GERAL: 3
4 * Retratar a relação entre condição de saúde do trabalhador rural e o uso de veneno agrícola; 8.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: * Diagnosticar as intoxicações agudas ou crônicas, comprometimento hepático, pancreático e hematológico decorrentes do uso indiscriminado do veneno agrícola; * Assegurar aos trabalhadores, com comprometimento de saúde, o seu imediato encaminhamento aos órgãos de saúde competentes para tratamento e acompanhamento; * Utilizar os resultados da pesquisa como determinante para o planejamento e adoção de medidas de melhoria das condições de trabalho e saúde dos trabalhadores e produtores rurais; * Subsidiar os gestores públicos no fomento e implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador; 8.3. AÇÕES EM ANDAMENTO: * Coleta de material biológico (sangue, saliva e urina) para quantificar: a) resíduos de agrotóxicos na urina e saliva do voluntário, b) quantificar marcadores de função hepática, pancreática e hematológica, c) estimar a frequência de marcadores de riscos genéticos à intoxicação por venenos agrícolas; * Aplicação de questionários para: a) conhecer o perfil socioeconômico, educacional, comportamental, nutricional, odontológico e de riscos biológicos a intoxicação b) fazer uma triagem de transtornos mentais, dependência ao álcool e qualidade de vida ligada ao estado de saúde; * Exames clínicos para avaliação: a) da função neuromuscular), b) capacidade mastigatória, c) lesões bucais pré-cancerizáveis, d) condição gengival e de inflamação dentária, e) prevalência de cárie dental, f) índice de massa corporal, g) dor, h) equilíbrio postural, integridade muscular e capacidade cardiovascular; * Avaliação do estado nutricional e do consumo 4
5 alimentar; * Aferição do peso, altura e circunferência da cintura; avaliação periodontal (dentes cariados, perdidos e restaurados, mobilidade dentária, gengiva, coleta microbiológica, lesões e ulcerações bucais e da língua, alterações visíveis na região da cabeça, pescoço, face, mucosa e comissura labiais, alterações do vermelhão do lábio por radiação solar, avaliação da capacidade mastigatória etc.); * Medida de pressão arterial; * Avaliação clínica fisioterápica e testes de equilíbrio, de mobilidade e cardiovascular; * Avaliação auditiva RESULTADOS PRELIMINARES: * Constatação de alterações clínicas e laboratoriais. * Encaminhamento dos trabalhadores com alterações detectadas ao CEREST para acompanhamento e tratamento REALIDADE DIAGNOSTICADA: * SINTOMATOLOGIA RELATADA: * 20,9% com alterações visíveis na pele; * 46,7% com fraqueza muscular; * 22,9% com tremor noturno; e * 40,8% queixaram-se de zumbido. * FORMA DE MANIPULAÇÃO DO VENENO: * 62,2% têm contato direto; * 11,5% usam EPI completo; * 35,4% usam EPI parcialmente; * 55,5% não usam qualquer EPI; * 74,4% a roupa é lavada por familiar; 5
6 * 16,2% lavam a roupa junto com a da família; * 10,6% tiveram capacitação específica OUTRAS AÇÕES EM ANDAMENTO: * POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR: * Realização de Seminários para Agentes Comunitários de Saúde/ACS e Agentes de Combate às Edemias/ACE: debater as condições de saúde e segurança dos agentes e a atuação deles na promoção da saúde dos trabalhadores em geral; * Cursos de qualificação para equipes de saúde do PSF com conteúdo programático elaborado pelos parceiros, a serem realizados pelas Secretarias de Saúde. * TRABALHO DE CAMPO: * Monitoramento de particulados do veneno agrícola no ar, solo, mananciais de água e lavoura, em fase de compra dos equipamentos necessários, inclusive para verificação da veracidade da bula quanto à matéria ativa, tempo de reentrada e de carência. * Pesquisa denominada POLO DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA, cujos objetivos destaca-se: 1. gradativa redução, até a eliminação, do veneno nos tratos culturais, com enfoque na agroecologia; 2. participação direta dos produtores, assegurando-lhes além do pacote tecnológico, o empoderamento dos conhecimentos produzidos em cada fase da pesquisa. 9. AMEAÇAS AO PROGRAMA: 9.1. CULTURA DO MP E CORREGEDORIAS: * Voltada a atuação investigativa e judicante, aferindo-se produtividade com base apenas nos instrumentos tradicionais de atuação e prazos regulamentares; 9.2. INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS: * Estrutura material precária, reduzido número de 6
7 técnicos do quadro de pessoal e cultura de atuação institucional corporativa e individualizada; 9.3. DESVIO DO ESCOPO DO PROGRAMA: * Os individualismos institucionais geram frequentes desvios de foco e conflitos entre os parceiros; 9.4. UTILIZAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS: * Difícil controle do juízo de oportunidade, conveniência e forma de utilização dos dados, informações e elementos de prova obtidos, ante os diversos interesses de cada parceiro. 7
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