Paraíso. Em cena. Primeiros cuidados. em foco. Edição XII Ano IV Junho de 2015

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1 Paraíso em foco Edição XII Ano IV Junho de 2015 Em cena Primeiros cuidados 1

2 editorial Mais uma vez Santana do Paraíso realiza a Semana do Bebê e o boletim Paraíso em Foco está no clima da primeira infância! Falamos sobre os cuidados que devem ser tomados com os bebês ainda na sala de parto (p. 7) e da importância da higiene bucal mesmo antes do nascimento dos primeiros dentinhos (p. 4 e 5). A brincadeira também tem seu espaço desde os primeiros momentos da criança e o projeto Brincadiquê? (p. 3) busca a garantia desse direito. Além de estímulos como a brincadeira, os vínculos afetivos com a família e o acesso a políticas públicas também são fundamentais para o pleno desenvolvimento durante a primeira infância (p. 6). Ainda não conhece a iniciativa da Semana do Bebê? Nós falamos um pouco dela na página 8. E não deixe de participar das atividades durante a Semana! Boa leitura! Foto-Legenda Foto: Prefeitura de Santana do Paraíso Crianças de Cemeis de Santana do Paraíso fazem representações de si mesmas em bonecos durante Semana do Bebê de 2014 expediente Este boletim faz parte do projeto Comunica CDC, realizado pelo Instituto Camargo Corrêa e InterCement Brasil, em parceria com a Oficina de Imagens. Instituto Camargo Corrêa Diretor Executivo: Francisco de Assis Azevedo Coordenadora de Comunicação e Voluntariado: Bianca Kapsevicius Coordenador de Investimento Social em Plantas: Flávio Seixas Analista Regional Minas/Centro-Oeste: Jordânia Furbino Contato: instituto@institutocamargocorrea.org.br Comitê de Desenvolvimento Comunitário de Santana do Paraíso: Centro de Arte e Inclusão Social, Coletivo Jovem Buteco do Portuga, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho Tutelar, creches, Instituto Lumar, InterCement, Pastoral da Criança, Polícia Civil, Prefeitura Municipal. Contato: paraisoemfoco@gmail.com Oficina de Imagens Coordenador Executivo: Adriano Guerra Edição: Gabriella Hauber e Bárbara Pansardi Site: Projeto Gráfico: Ronei Sampaio Diagramação: Gabriella Hauber e Anna Cláudia Pinheiro Foto capa: Arquivo CDC Impressão: Gráfica Formato Tiragem: exemplares 2

3 Educação Com o projeto Brincadiquê?, Santana do Paraíso avança na garantia do direito ao brincar Iniciativa capacita profissionais de escolas e centros de educação infantil municipais para trabalhar com meninos e meninas de 0 a 8 anos Por Ilma Ribeiro, da Secretaria de Educação Projeto Brincadiquê? beneficia cerca de 990 crianças de 0 a 8 anos no município Foto: Agência Brasil O município de Santana do Paraíso, que planeja e executa sua política de educação como um instrumento de exercício da cidadania e da redução das desigualdades, recebeu com muita alegria a convocatória para a defesa do brincar. Santana do Paraíso é um dos municípios de Minas Gerais que participa do Projeto Brincadiquê?, parceria entre Instituto Camargo Corrêa, Intercement Brasil e a Rede Marista de Solidariedade. O projeto realiza a formação de profissionais da rede municipal de educação para trabalhar atividades voltadas ao direito de brincar na escola e na sociedade como um todo. A iniciativa está alicerçada em dois pilares. O primeiro deles é um Grupo de Trabalho, composto por sete representantes das Secretarias Municipais de Educação, Cultura, Desporto e Lazer e Assistência Social, que dialogam na construção de um calendário municipal para efetivação do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente. Nesse grupo, trabalha-se a formação e mobilização de todo o conjunto de multiplicadores. O segundo pilar é o de formação dos multiplicadores. São realizadas oficinas a cada dois meses, com carga horária de 16 horas. Para a realização das oficinas, ministradas para 40 educadores de 11 instituições, o município recebe profissionais de renome nacional que trabalham a reflexão e a prática da brincadeira nas unidades educacionais infantis da cidade. As ações do projeto beneficiam cerca de 990 crianças de 0 a 8 anos que estudam nas escolas e Centros Municipais de Educação Infantil. Além da democratização da gestão, dos investimentos em material pedagógico e estrutura física e da valorização profissional, a implementação do projeto Brincadiquê? tem sido fundamental para garantir às crianças do município a efetivação do direito a uma educação de qualidade social e universal. 3

4 Saúde Cárie de mamadeira afeta crianças no primeiro ano de vida e pode causar problemas de saúde no futuro A falta de higiene bucal após a amamentação e o hábito da mamadeira à noite contribuem para o desenvolvimento do problema Por Carla Ramos, da Secretaria Municipal de Saúde A falta de higiene bucal após a amamentação pode acarretar a chamada cárie de mamadeira ou cárie rampante. É uma cárie aguda, agressiva, de evolução rápida e que provoca muita dor, podendo causar a destruição dos dentes de leite em um curto espaço de tempo. A doença pode afetar a criança no primeiro ano de vida, por isso, é imprescindível que a gestante realize o pré-natal oferecido pelas Unidades de Saúde, não somente com acompanhamento clínico, mas também odontológico. Quando a criança adormece, o número e a frequência das deglutições diminuem, assim como o fluxo salivar, responsável por banhar e proteger os dentes das bactérias. A associação desses elementos ao tempo longo em que a criança permanece dormindo é suficiente para enfraquecer as superfícies dentais e causar a cárie. Clinicamente, o problema se inicia com manchas esbranquiçadas nos incisivos (dentes da frente) superiores e inferiores, que, mais tarde, podem formar grandes cavidades e até destruir a coroa clínica do dente parte exposta na cavidade da boca. Outros fatores que podem determinar o aparecimento da cárie de mamadeira são: adoçar a chupeta com mel ou açúcar para que a criança se acalme e adormeça e o consumo excessivo de sucos ácidos, como laranja e limão, ou refrigerantes, na mamadeira durante o dia todo. Para evitar a cárie, os cuidadores, se possível, não devem oferecer o leitinho da madrugada ou antes de dormir. Esse é o momento de descanso da criança, ela não precisa mamar. Essa prática induz o bebê a um hábito vicioso e nocivo, que poderá prejudicar sua saúde. Durante a Semana do Bebê do ano passado, mães e crianças participaram de oficina de escovação de dentes 4 Foto: Arquivo CDC

5 Saúde Foto: sxc.hu Fazer a limpeza da boca do bebê após cada mamada é fundamental para evitar a cárie de mamadeira Higiene bucal adequada A limpeza da boca deve ser feita após cada mamada, seja ela no peito ou na mamadeira, com gaze ou fralda embebida em água filtrada ou outra solução prescrita pelo odontopediatra, caso a criança ainda não tenha os dentinhos. É preconizado o início da utilização da escova de dentes logo após o aparecimento dos primeiros dentinhos. A partir da erupção dos primeiros dentes de leite, a escovação deverá ser feita com escovas infantis de cerdas macias, principalmente para higienizar as superfícies que se encontram com os dentes do maxilar oposto. A quantidade ideal de creme dental é de, aproximadamente, o tamanho de uma ervilha. É importante ter atenção para que a criança não engula pastas fluoretadas, pois o flúor é tóxico e, se ingerido em pequenas doses diárias, causará manchas esbranquiçadas nos dentes a fluorose. Se o processo carioso se instalar e não for tratado adequadamente, com o passar do tempo poderão aparecer problemas maiores como: dor de dente, grandes cavidades de cárie, restaurações extensas, tratamento de canal, problemas de gengiva ou até a perda precoce de dentes. É oportuno ressaltar que no passado, era comum acreditar que a perda de dentes de leite não importava, pois eles seriam substituídos pelos dentes permanentes. Isso é um grande equívoco. A perda prematura dos dentes de leite pode causar sérios problemas para a dentição permanente. A convivência harmônica dos dentes de leite com os permanentes deve estar presente até aproximadamente os 12 anos de idade, sendo fundamental para evitar futuros problemas. Diante de tudo isso, que tal mudar os hábitos ruins a partir de hoje? 5

6 Família Vínculos estabelecidos durante a primeira infância influenciam o desenvolvimento infantil A família, a inserção social e as políticas públicas a que as crianças têm acesso são determinantes para o atendimento às suas necessidades Por Oficina de Imagens Os vínculos que a criança estabelece com a família e a comunidade na primeira infância (0 a 6 anos) marcam o desempenho que ela terá na escola e nos relacionamentos. Além de ser um processo social e psicológico, é uma questão biológica relacionada ao desenvolvimento cerebral da criança. Em entrevista, a doutora em saúde pública e professora da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Anna Maria Chiesa, fala sobre o tema. Qual a importância da família durante a primeira infância? A gente costuma pensar em coresponsabilização, não pensamos só na família. Ao redor da família tem uma família ampliada, que são os avós, os tios. Depois você tem a inserção social dos pais: os colegas de trabalho e de estudo, a vizinhança. Você tem também os serviços que essa família utiliza e que colocam em prática políticas públicas que asseguram o atendimento às necessidades. Que estímulos são importantes em cada fase para um desenvolvimento saudável? Em geral, para todas as crianças, é importante cantar, ler e ouvir histórias. É importante também aproveitar os momentos da rotina, a hora da alimentação, da troca e do banho, para fazer a interação e a estimulação. E também observar o que desperta o interesse da criança e criar brincadeiras a partir desse interesse. Os vínculos que a criança estabelece podem ter influências biológicas no seu desenvolvimento? Sim. O professor Charles Nelson, da Faculdade de Medicina de Harvard, tem estudos com crianças criadas em orfanatos na Romênia que tiveram o crescimento físico afetado. O tamanho do cérebro é muito menor do que o esperado devido à falta de estímulos e por não terem um cuidado individualizado. Se o estabelecimento de vínculos for abaixo da qualidade, de forma progressiva e permanente, a criança simplesmente não desenvolve suas potencialidades. A falta de estímulos e cuidado individualizado durante a primeira infância prejudica o desenvolvimento da criança Foto: Arquivo CDC 6 Foto: Agência Brasil

7 Saúde Cuidados na sala de parto e nos primeiros dias em casa são essenciais para a saúde de recém-nascidos Contato físico entre mãe e filho logo após o nascimento e a relação de afeto são indispensáveis para o desenvolvimento harmônico da criança Por Carla Ramos, da Secretaria Municipal de Saúde Foto: Agência Brasil Logo após o nascimento, o bebê deve ser submetido a várias avaliações médicas importantes para a saúde Os primeiros dias do bebê costumam deixar mães, pais e cuidadores inseguros. A maneira certa de segurar o recém-nascido, a limpeza do umbigo, a alimentação e as funções fisiológicas, de maneira geral, são algumas das dúvidas mais frequentes. Por isso, o contato físico entre mãe e filho ainda na sala de parto tem importância prioritária na visão humanizada de cuidados ao bebê. Essa atitude proporciona um ambiente de aconchego, que dispensa esforço para realizar as funções vitais e auxilia o bebê a se adaptar gradualmente ao meio externo. Logo após o nascimento, a criança deve ser submetida a várias avaliações médicas e cuidados que vão garantir sua melhor sobrevivência. A primeira delas é a nota de Apgar, dada pelo pediatra no primeiro e no quinto minutos de vida, que avalia as condições em que o bebê nasceu. Também é medida a frequência cardíaca do recémnascido e administrado um colírio para prevenir a conjuntivite neonatal. Este colírio pode ter a cor amarelada, por isso não estranhe se o seu bebê estiver com a pele ao redor dos olhos um pouco manchada. Cuidados em casa É importante ressaltar que o leite materno é fundamental para o bebê. Após a mamada, a criança deve ser colocada para arrotar. Ela deve ficar no colo, em posição ereta, por 3 a 5 minutos de cada lado. Tapinhas firmes nas costas podem ajudar. Arrotando ou não, o bebê deve ser colocado deitado do lado direito para baixo, o que evitará o engasgo. Já o banho pode ser dado com água morna, em torno de 37ºC, tratada ou fervida, e sabonete neutro. A realidade interna da mãe é o primeiro mundo que é oferecido ao bebê, e é por essa relação que ele passa a entender o mundo. Por isso, o afeto é indispensável ao desenvolvimento harmônico da criança. 7

8 Semana do Bebê Santana do Paraíso realiza, entre os dias 8 e 14 de junho, a 3ª edição da Semana do Bebê Evento busca colocar a primeiríssima infância no centro das atenções da comunidade e do poder público Por Dafinne Carvalho, da InterCement Foto: Arquivo CDC Durante toda a semana, são realizadas palestras e oficinas relacionadas a cuidados com bebês e gestantes Entre os dias 8 e 14 de junho, Santana do Paraíso realiza a 3ª edição da Semana do Bebê. Com o objetivo de colocar a primeiríssima infância (0 a 3 anos) no centro das atenções das comunidades e do poder público, o Instituto Camargo Corrêa e a InterCement Brasil uniramse à Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e à organização BemVindo para a realização da iniciativa nos municípios em que atuam. O objetivo é articular ações que contribuam para um novo olhar em relação ao bebê e à criança pequena. Desde 2013, a Semana do Bebê passou a compor a agenda do programa Infância Ideal do Instituto, iniciativa dedicada à promoção e defesa de direitos, à educação e aos cuidados com a criança. Nessa perspectiva, o Instituto apoia a implantação e implementação de projetos que contemplem ações junto ao poder público municipal e às organizações da sociedade civil relacionadas ao atendimento à gestante, à educação infantil, valores, convivência familiar e comunitária e fortalecimento do Sistema de Garantia dos Direitos de Crianças e Adolescentes. Em Santana do Paraíso, nesta 3ª edição da Semana do Bebê, serão realizadas inúmeras atividades em espaços públicos e privados para gestantes, cuidadores, crianças, profissionais e comunidade em geral. A programação completa será divulgada em locais estratégicos no município. realização: parceria: 8