em ação Tocando os direitos Edição X Ano III Novembro de 2014

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1 em ação Edição X Ano III Novembro de 2014 Tocando os direitos 1

2 editorial Os cuidados com a gestante e o bebê desde o início da gravidez são essenciais para o desenvolvimento da criança. Por isso, nesta edição trazemos o projeto Mães do Cabo (p. 3), que busca empoderar as mães e garantir um atendimento mais humanizado. Desenvolver hábitos alimentares saudáveis desde pequenos (p. 4 e 5) também é fundamental para que as crianças não desenvolvam problemas que podem acompanhá-las até a vida adulta. É nos primeiros anos de vida, ainda, que meninas e meninos desenvolvem grande parte do seu potencial mental. Os cuidados na primeira infância (p. 6) influenciam o sucesso escolar, a autoestima e a formação das relações. Dessa forma, ações desenvolvidas pelos Gaivs (p. 7), como a participação na Semana do Bebê, são fundamentais. Esta edição destaca também a importância da vacinação e do combate ao trabalho infantil (p.8) Boa leitura! Foto-legenda De 6 a 10 de outubro, profissionais da saúde e educadores da rede municipal de ensino de Cabo de Santo Agostinho realizaram a 2ª Semana da Infância Saudável do município. Os alunos participaram de diversas atividades sobre o tema, dentre elas caminhadas pelas ruas de Cabo. 2 expediente Este boletim faz parte do projeto Comunica CDC, realizado pelo Instituto Camargo Corrêa e InterCement Brasil, em parceria com a Oficina de Imagens. Instituto Camargo Corrêa Diretor Executivo: Francisco de Assis Azevedo Coordenadora de Comunicação: Clarissa Kowalski Contato: instituto@institutocamargocorrea.org.br Comitê de Desenvolvimento Comunitário do Cabo de Santo Agostinho Associação Casa de Maria, Associação Cultural Clarins Independentes, Associação de Pais, Responsáveis, Amigos e Portadores de HIV (Ampare), Academia de Serviço Social, Associação dos Educadores em Educação Especial (AEEE), Associação Marta de Judô, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho Tutelar, InterCement, Mulheres Empreendedoras, Pastoral da Catequese, Secretarias Municipais de Saúde, Educação e Programas Sociais Oficina de Imagens Coordenador executivo: Adriano Guerra Edição: Gabriella Hauber e Thais Marinho Site: Projeto Gráfico: Ronei Sampaio Diagramação: Gabriella Hauber e Anna Cláudia Pinheiro Capa: Arquivo CDC Impressão: Gráfica Formato Tiragem: exemplares

3 Saúde Cabo de Santo Agostinho lança projeto para melhorar condições de atendimento a mães, gestantes e crianças Projeto Mães do Cabo busca aproximar a comunidade do Sistema de Saúde e do Sistema Único de Assistência Social Por Nobélia Duarte, coordenadora da saúde da criança e do adolescente, e Gilzacarla Alcantara, psicóloga da Secretaria de Programas Sociais Foto: Arquivo CDC A metodologia dos encontros foge do técnico e acadêmico para facilitar a comunicação entre profissionais e mães A população do município do Cabo de Santo Agostinho, em especial gestantes, mães com crianças de até um ano de vida, e seus companheiros e familiares, são presenteados com o projeto Mães do Cabo, parceria entre Instituto Camargo Corrêa, InterCement e Prefeitura Municipal. A iniciativa partiu do olhar da Secretaria Municipal de Saúde sobre os índices de mortalidade infantil, de crianças de até um ano de vida em situação de negligência, desmame precipitado, higiene, cuidados com a mãe e o bebê e calendário de vacinas. A Secretaria de Programas Sociais realizou grupos com gestantes e as questões levantadas como dificuldade de aceitar a gestação e rompimento de vínculos com os familiares também serviram como base para a criação do projeto. O objetivo do Mães do Cabo é aproximar mães, gestantes, bebês e familiares do Sistema de Saúde e do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), a fim de que estes sejam empoderados e tenham consciência dos direitos de cidadania conquistados. O projeto também visa melhorias no atendimento às gestantes, para que aconteçam de forma mais humanizada, oportunizando sempre a figura paterna no processo gestacional. A linguagem utilizada foge do técnico acadêmico, utilizando-se da metodologia da oralidade, de uma apostila guia e das pedagogias freiriana e Griô, facilitando a comunicação, diminuindo as distâncias e propondo outra relação entre profissionais e usuários, com corresponsabilidade dos processos e resultados. O projeto foi lançado em outubro e seguirá com atividades especificas nas unidade do Programa Saúde da Família, nos postos do bairro de Ponte dos Carvalhos e na unidade do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro. Mães do Cabo ainda é um projeto piloto e, portanto, terá duração de 18 meses, com atividades concentradas no bairro Ponte dos Carvalhos. A ideia é que, ao final deste período, o projeto alcance os outros bairros do município. 3

4 Infância saudável Infância Ideal Mudanças nos hábitos alimentares e prática de exercícios físicos auxiliam crianças a ter uma infância mais saudável É essencial que os pais insiram alimentos variados na dieta dos filhos desde os primeiros anos de vida Por Nobélia Duarte, da Secretaria Municipal de Saúde A obesidade infantil tem crescido no Brasil nas últimas décadas. Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada entre 2008 e 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos estão com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. A elevação da pressão arterial e do colesterol e o surgimento de diabetes são algumas das consequências da obesidade na infância e, se não forem controladas, essas implicações podem acompanhar meninos e meninas até a idade adulta. Essa situação é agravada por mudanças nos hábitos alimentares e sedentarismo, somado também a fatores hereditários. Uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas regulares são essenciais a todas as crianças e é fundamental que os pais proporcionem aos filhos as mudanças de hábito necessárias. Boas rotinas alimentares podem ser adquiridas desde cedo, quando são inseridos os primeiros alimentos na dieta das crianças. A partir dos 6 meses de vida, elas devem ser apresentadas a maior variedade de sabores possível a fim de estimular a alimentação saudável. Semana da Infância Saudável Sensíveis a esse cenário, profissionais de saúde e educadores da rede municipal se aliaram para realizar a 2ª Semana da Infância Saudável no Cabo de Santo Agostinho, entre os dias 6 e Programa Saúde na Escola incentiva a prática de esportes entre os estudantes 4 4 Foto: Arquivo CDC

5 Infância Saudável Foto: Arquivo CDC Uma rotina de alimentação saudável deve ser incentivada desde a infância 10 de outubro. A ação fez parte da Semana Estadual de Conscientização Contra a Obesidade Infantil, cujo objetivo era orientar as crianças quanto a importância da prática de exercícios físicos e de uma alimentação balanceada. Este ano, cinco escolas da rede municipal de educação infantil realizaram as atividades do projeto durante toda a semana, entre elas teatro sobre alimentação saudável, caminhadas e lanche saudável. A abertura da Semana aconteceu no Centro Educacional Infantil da Charnequinha e na Creche Lar da Criança. Houve apresentação de teatro de fantoches dos três porquinhos enfatizando a alimentação saudável e as crianças puderam interagir com as professoras e entender melhor sobre o assunto. No Centro Educacional Infantil (CEI) Torrinha e no CEI Ponte dos Carvalhos, as crianças colocaram a mão na massa e aprenderam a preparar salada de frutas, sendo orientadas sobre a importância de cada ingrediente do lanche saudável que haviam elaborado. Os alunos da Escola Desembargador João Paes realizaram uma grande caminhada pelas ruas de Gaibú para sensibilizar a população sobre bons hábitos alimentares, exibindo cartazes elaborados em sala de aula durante a semana. Para a nutricionista da Secretaria de Saúde do município, Edna Diniz, a conscientização das mães e responsáveis é essencial, já que eles são os primeiros e principais exemplos que as crianças têm. Tentamos fazer uma mudança na alimentação das pessoas, mas para isso temos que começar com quem pode fazer a diferença. As mães são o primeiro reflexo para as crianças, eles vão fazer tudo o que verem suas mães fazendo, logo é necessário que elas sejam conscientes e que se alimentem bem para que os filhos sigam o mesmo caminho, afirmou. 5

6 Primeira Infância Cuidados durante a primeira infância garantem desenvolvimento integral de meninos e meninas É nos primeiros anos de vida que as crianças desenvolvem grande parte do potencial mental que terão quando adultos Por Beto Vieira, membro do cdc, e Cybelle Brito, da InterCement A primeira infância é o período que vai de zero aos seis anos de idade e é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças. É nessa fase que meninos e meninas desenvolvem grande parte do potencial mental que terão quando adultos e os cuidados nesse período influenciam o sucesso escolar, o desenvolvimento de fatores de resiliência e autoestima, a formação das relações e o preparo para a vida familiar. O cuidado com a gestante e o bebê é um direito para garantir a atenção necessária para a saúde e bem-estar desde o início da vida. No Brasil, existem políticas públicas que asseguram serviços de atendimento para promoção dos direitos das gestantes, mães e bebês ou crianças até um ano de idade. A Política Nacional de Atenção Obstetrícia e Neonatal promove ações de prevenção e assistência à saúde de gestantes, parturientes e recémnascidos, e garante o acesso e a qualidade dessa assistência. Já a Política Nacional de Atenção Integral à Mulher tem como objetivo promover atendimento clínico-ginecológico, atendimento em planejamento reprodutivo, pré-natal e atendimento a mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual. Há também a Política de Atenção Integral à Saúde da Criança, cuja principal meta é cuidar da saúde dos recém-nascidos, promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, além de desenvolver ações para reduzir a mortalidade infantil e investigar óbitos dos bebês. Para auxiliar a garantia de direitos de crianças na primeira infância, o Instituto Camargo Corrêa e a InterCement incentivam os municípios a realizarem a Semana do Bebê. Este ano, Cabo realizou a Semana em maio e cerca de mil pessoas participaram das atividades. Houve oficina de customização de fraldas, rodas de conversa sobre os direitos das gestantes, a importância do brincar, a saúde da mãe e do bebê, a importância do pai durante a gestação e o desenvolvimento do bebê. Durante o encerramento, as crianças participaram de uma ciranda com o tema Essa ciranda não é minha só, ela é de todos nós. O encerramento da Semana do Bebê no Cabo de Santo Agostinho contou com uma partida de futebol Foto: Helder Tavares 6

7 Foto: Arquivo CDC Voluntariado Grupo de Ação Ideal Voluntário de Cabo do Santo Agostinho desenvolve ações esportivas e sociais O Gaiv Fazer o Bem Sem Olhar a Quem atua em espaço cedido pela Associação de Moradores do bairro Garapú Por Cybelle Brito, da InterCement Profissionais da InterCement incenticam o trabalho voluntário Profissionais das empresas do Grupo Camargo Corrêa interessados em atuar diretamente na implementação de ações sociais podem participar dos Grupos de Ação Ideal Voluntário (Gaivs). Cada grupo, que deve reunir entre cinco e oito funcionários, é responsável por desenvolver e articular atividades de cooperação com os demais programas desenvolvidos pela unidade. Em Cabo de Santo Agostinho, o Gaiv Fazer o Bem Sem Olhar a Quem beneficia 943 pessoas, por meio de quatro ações diferentes. O grupo aposta no futebol para a inclusão da comunidade, com aulas e palestras, além de ações de reforma e manutenção na Associação de Moradores do bairro Garapú. A Associação disponibiliza um espaço para que escolinhas de futebol realizem atividades esportivas e sociais com meninos e meninas das comunidades vizinhas. O espaço, porém, precisa de ajuda para melhoria das condições básicas de funcionamento e para proporcionar um ambiente melhor para crianças e pais. Em 2014, Fazer o Bem Sem Olhar a Quem foi um dos ganhadores do Prêmio Idealista, que contempla as ações sociais voluntárias realizadas pelos profissionais do Grupo Camargo Corrêa, a fim de estimular a cidadania por meio da participação ativa dos profissionais no desenvolvimento comunitário dos municípios. Para ganhar esse prêmio é necessário que o Gaiv acumule, no mínimo, 350 horas de ações voluntárias durante um período de seis meses consecutivos, devendo realizar atividades ao menos uma vez por mês. Os ganhadores recebem um prêmio no valor R$ 3 mil cada para beneficiar as instituições em que atuam. 7

8 Saúde Gotinha previne milhões de crianças contra a paralisia Brasil foi o primeiro a implementar o Dia Nacional de Vacinação Nos últimos 26 anos, aproximadamente 10 milhões de casos de poliomielite foram prevenidos. Ao longo deste período, cerca de mil crianças foram imunizadas por dia. A doença era uma das principais causadoras de deficiências na infância, mas o número anual de casos foi reduzido de 350 mil, em 1988, para 416, em 2013, e para 243, em 2014 queda representativa de mais de 99%. Todos os países eliminaram o vírus de suas fronteiras, exceto Afeganistão, Nigéria e Paquistão a maioria dos casos está ligada a este último. No Brasil, primeira nação a implementar o Dia Nacional de Vacinação, o último caso da doença foi registrado em 1989, na Paraíba. Ainda assim, é importante continuar vacinando as crianças porque o vírus ainda circula em outras áreas do mundo. Foto: Agência Brasil Fique por dentro Trabalho Infantil Representantes de governo e ministros do Trabalho de 25 países da América Latina e do Caribe se comprometeram a intensificar os esforços para acelerar enfrentamento ao trabalho infantil, a fim de alcançar a meta de erradicação total até Embora o número de crianças trabalhadoras tenha reduzido expressivamente nos últimos anos, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) destaca que o ritmo ainda é insuficiente. Segundo estimativas da instituição, se o nível atual de redução for mantido, serão necessários pelo menos 40 anos para se chegar à meta de erradicação, que, portanto, só seria atingida em Diante dessa preocupação, o grupo da Iniciativa Regional América Latina e Caribe Livres do Trabalho Infantil firmou a necessidade de definir novas estratégias e desenvolver medidas capazes de intensificar a diminuição. Segundo a OIT, na América Latina e no Caribe existem cerca de 12,5 milhões de crianças que são trabalhadores infantis, dos quais a maioria (9,5 milhões) realiza trabalhos perigosos. realização: parceria: 8