Prefeitura Municipal de Valença publica:

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1 Prefeitura Municipal de Valença 1 Segunda-feira Ano X Nº 3048 Prefeitura Municipal de Valença publica: Edição Publicada Por: SAAE - SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO - Portaria Nº 035/ Servidor Público. Regular Processo Administrativo N' 012/2018. Homenagem aos Princípios Norteadores do Direito Administrativo. Contraditório e Ampla Defesa observados. Irregularidades praticadas. Colisão entre conduta do Servidor Público e Princípios da Moralidade e do Interesse Público. Regime Jurídico Administrativo. Lei Municipal 005/2015. Alcance observado. demissão a bem do serviço público. Gestor - Ricardo Silva Moura / Secretário - Governo / Editor - Ass. de Comunicação Rua General Labatut, s/n

2 Segunda-feira 2 - Ano X - Nº 3048 Valença Portarias PORTARIA Nº 035/2018 EMENTA: Servidor Público. Regular Processo Administrativo N' 012/2018. Homenagem aos Princípios Norteadores do Direito Administrativo. Contraditório e Ampla Defesa observados. Irregularidades praticadas. Colisão entre conduta do Servidor Público e Princípios da Moralidade e do Interesse Público. Regime Jurídico Administrativo. Lei Municipal 005/2015. Alcance observado. DEMISSÃO A BEM DO SERVIÇO PÚBLICO DECISÃO Fora instaurado Processo Administrativo Disciplinar PAD, afim de apurar irregularidades praticadas pelo servidor Leonardo Rodrigues do Nascimento, em estágio probatório, em razão de ter o referido servidor. A Diretoria do SAAE de Valença, cuja competência foi delegada através de Decreto Municipal nº 2.186/2017, de 02 de janeiro de 2017, diante da apuração das irregularidades descritas no processo 12/2018, praticadas pelo servidor Sr. Leonardo Rodrigues do Nascimento, matricula nº 432, Leiturista, vem apresentar a respectiva decisão, após ter efetuada a devida apreciação do relatório da comissão. Considerando as ocorrências relatadas no Processo Administrativo Disciplinar n.º 12/2018, onde consta que o servidor acima mencionado teria realizado as leituras de sua residência, distante do in loco, conforme folhas 88 a 107; não comunicar ou solicitar autorização para realização da leitura de casa conforme folha 274; não respeitar o horário de trabalho, bem como a forma de realização deste trabalho como lhe fora demandada conforme folhas 71, 267 e 274; omitir do seu chefe imediato conduta que não lhe fora autorizada conforme folha 274; causar prejuízo ao erário ao proceder a leitura de sua residência conforme folhas 88 a 107, 273 e 274, causar prejuízo direto ao erário ao receber hora extra sem a realização da mesma conforme folhas 85, 86, 126 a 128, 169 a 172, 174 a 176, 166,167,176 a 178, 200 a 203 e 227 a 231; ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato conforme folhas 267 e 268; agir de forma desidiosa, ao não exercer sua função como deveria realizando as leituras de forma incorreta (distante do local em que deveria estar) conforme folhas 88 a 107, 71, 273 e 274, e, consequentemente, infringido os dispositivos legais: É breve o relatório, decido:

3 Valença Segunda-feira 3 - Ano X - Nº 3048 DA FUNDAMENTAÇÃO A Comissão Processante, em seu Relatório Final, não deixou dúvidas, quanto ao cometimento das irregularidades praticadas pelo Servidor/indiciado, considerando que: Deixou de exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo artigos nº 116, Inciso I, da Lei Federal n.º 8.112/90, prevista no artigo 175 incisos I, da Lei Estadual n.º 6677/94, prevista no artigo 116 inciso I, da Lei Municipal n.º 005/15, cuja materialidade se configura pelo provimento dos deveres do servidor público. Deixou de ser Leal a Instituição a que serviu artigos nº 116, da Lei Federal n.º 8.112/90, prevista nos artigos 175 incisos II, da Lei Estadual n.º 6677/94, prevista nos artigos 116 incisos II, da Lei Municipal n.º 005/15, cuja materialidade se configura pelo provimento dos deveres do servidor público. Deixou de cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestadamente ilegais, prevista nos artigos nº 116, da Lei Federal n.º 8.112/90, prevista nos artigos 175 incisos IV, da Lei Estadual n.º 6677/94, prevista nos artigos 116 incisos IV, da Lei Municipal n.º 005/15, cuja materialidade se configura pelo provimento dos deveres do servidor público. Não manteve a conduta compatível com o serviço público, prevista nos artigos nº 116, da Lei Federal n.º 8.112/90, prevista nos artigos 175 incisos IX, da Lei Estadual n.º 6677/94, prevista nos artigos 116 incisos IX, da Lei Municipal n.º 005/15, cuja materialidade se configura pelo provimento dos deveres do servidor público. Cometimento de atos omissivos resultando em prejuízo ao erário prevista nos artigos nº 122, da Lei Federal n.º 8.112/90, prevista nos artigos 182, da Lei Estadual n.º 6677/94, prevista nos artigos 122, da Lei Municipal n.º 005/15, cuja materialidade se configura pelo provimento dos deveres do servidor público. Procedeu de forma desidiosa, prevista nos artigos nº117 inciso XV da Lei Federal nº 8112/90, prevista nos artigos 176, inciso XVI da Lei Estadual nº 6677/94, prevista no artigo 117, inciso XV da Lei Municipal nº 005/15, cuja materialidade se configura pela falta de provimento dos deveres do Servidor Público. Considerando ainda a análise da defesa, onde apesar de alegar que, o indiciado cometeu os atos relatados por problemas de saúde que lhe fora acometido, a mesma não comprovou a veracidade destes fatos. Considerando ainda o parecer Jurídico desta Autarquia.

4 Segunda-feira 4 - Ano X - Nº 3048 Valença As circunstâncias agravantes e atenuantes constantes no presente processo, por si só não afastam o entendimento do cometimento da falta grave praticada pelo servidor Leonardo Rodrigues do Nascimento. Como bem lembrado o procurador do indiciado em sua defesa, a conduta desidiosa é uma infração prevista no artigo 117, inciso XV, da Lei Complementar 005/2105, capaz de ensejar a penalidade máxima de demissão. O empregado labora com desídia no desempenho de suas funções quando o faz com negligência, preguiça, má vontade, displicência, desleixo, indolência, omissão, desatenção, indiferença, desinteresse, relaxamento. Segundo a própria defesa, o aplicador da penalidade, ao fazer o juízo de valor da conduta avaliada para apontar ou rejeitar a desídia do servidor, deverá relevar especialmente os princípios da administração pública insculpidos no art. 37 da Constituição da República de 1988, especialmente, o princípio da proporcionalidade, permitindo a adequação da conduta praticada à penalidade aplicada. A desídia pressupõe, destarte, os seguintes elementos: i) que o servidor tenha deixado de cumprir, injustificadamente, as obrigações inerentes ao exercício da função pública, tais como a falta de zelo, descumprimento de normativos e insubordinação; ii) que reduza a quantidade ou a qualidade do produto de sua atividade, afetando negativamente a eficiência do serviço público, seja a credibilidade da instituição a qual trabalha ou mesmo, prejuízo material (elementos objetivos); iii) a finalidade de eliminar ou diminuir a sua carga de trabalho (elemento subjetivo); iv) aplicação do princípio da proporcionalidade para sua caracterização (elemento normativo). Como bem lembra o defensor do indiciado, no item ii, a desídia pode afetar negativamente a eficiência do serviço público, seja a credibilidade da instituição ou prejuízo material, pois como já exposto no relatório final da comissão, já existe uma certa desconfiança por boa parte dos consumidores que não acreditam nos serviços públicos prestados, e, se para a prestação de tal serviço público, for cobrado taxa, tarifa ou tributo de qualquer natureza essa desconfiança é maior, assim a atitude do servidor colocou em risco a credibilidade da autarquia, pois se o consumidor tiver notícia que sua conta de água está sendo emitida a ermo, sem observar o consumo/metros de água consumido naquele período, irá buscar seu direito através de ações de natureza indenizatória levando mais prejuízo ao erário da autarquia. Conforme parecer jurídico não seria prudente uma pessoa, na qualidade de servidor público, agir da forma que o servidor/indiciado se comportou no exercício de suas funções e continuar no setor público, ainda mais que deu prejuízo ao erário de várias formas, na medida que exerceu ações injustificadas. Onde estariam os princípios da moralidade e da ética se até mesmo seus superiores ao perpetrarem esse tipo de conduta estão sujeitos ao império da Lei?

5 Valença Segunda-feira 5 - Ano X - Nº 3048 Assim, para resguardar o Poder Público, é preferível que seus servidores sejam pessoas de ilibada conduta, o que não aconteceu com o indiciado. No mesmo sentido, convém lembrar que os princípios da moralidade e da ética devem estar presentes no Poder Público. Aquele servidor que é considerado por processo administrativo prejudicial, nocivo ou alheio ao interesse público e da coletividade, deve ser excluído do quadro funcional público. Afirma ainda que Tais servidores uma vez considerados verdadeiros pesos supérfluos e prejudiciais, devem ser, portanto, eliminados dos quadros funcionais públicos. Tudo isso em prol do interesse da coletividade, que não admite sustentar um servidor que não faz nada ou que prejudica o Poder Público e, consequentemente, a própria sociedade. Dessa forma, acreditamos que a estabilidade no setor público é condicionada através dos princípios da moralidade e do interesse coletivo, não se tolerando abusos, omissões e condutas prejudiciais ao interesse da coletividade por parte dos servidores públicos, muito menos quem ainda se encontra em estágio probatório. Com base em todo o exposto, levando-se, ainda, em consideração os termos da defesa apresentada pelo indiciado, o relatório final da comissão e o parecer jurídico desta Autarquia e ainda conforme Art. 169: O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário a prova dos autos. Parágrafo único - Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade. Entende esta Diretoria que a conduta do servidor Sr. Leonardo Rodrigues do Nascimento, matricula nº 432, é passível de enquadramento como irregularidade capitulada nos artigos supracitados. Conforme Lei Complementar nº 005/2015: Art São penalidades disciplinares: III. demissão; Art Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço

6 Segunda-feira 6 - Ano X - Nº 3048 Valença público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes, os antecedentes funcionais, respeitando-se a gradação das penas. Art A demissão será aplicada nos seguintes casos: XIII. transgressão dos incisos IX a XVI do art Ressalte-se que, não obstante a Comissão Processante no seu Relatório ter opinado pela pena de suspensão para o servidor/indiciado, a Autoridade Administrativa, considerando ser dito Relatório de natureza opinativa, entendo, salvo melhor juízo, que no processo administrativo disciplinar, quando o relatório da Comissão Processante for contrário às provas dos autos, admite-se que a autoridade julgadora decida em sentido diversos daquele apontado nas conclusões da referida comissão, desde que o faça motivadamente. Neste sentido, assim se pronunciou o STJ, in verbis: No julgamento do mandado de segurança nº DF, cujo acórdão foi publicado no DJe de , o Superior Tribunal de Justiça ratificou o entendimento de que no processo administrativo disciplinar, quando o relatório da comissão processante for contrário às provas dos autos, admite-se que a autoridade julgadora decida em sentido diverso daquele apontado nas conclusões da referida comissão, desde que o faça motivadamente. Na prática, o Superior Tribunal de Justiça apenas confirmou a validade do parágrafo único do art. 168 da Lei 8.112/1990, que é expresso ao afirmar que quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade. Considerando as provas constantes dos autos, acolho a integra do parecer opinativo expedido pela Procuradoria Municipal, bem como, as razões do Relatório Final da Comissão Processante, notadamente no que concerne as faltas cometidas pelo servidor/indiciado, pelos seus próprios fundamentos, adotando critério de motivação per realionem e tomando o seu conteúdo parte integrante deste decisum, e, por conseguinte, RECONHEÇO o cometimento de falta grave por parte do Servidor Leonardo Rodrigues do Nascimento, visto que, o Parecer Jurídico ora incorporado à presente decisão, com a demissão por falta grave. CONCLUSÃO Ante todo o exposto, com atenção ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório, esta diretoria decide pela demissão do servidor Leonardo Rodrigues do Nascimento, matricula 432, leiturista, e o ressarcimento dos valores recebidos indevidamente relacionados às horas extras, eventualmente recebidas.

7 Valença Segunda-feira 7 - Ano X - Nº 3048 DETERMINO que seja o conteúdo da presente decisão imediatamente comunicado aos setores competentes para darem imediato cumprimento à mesma, sob as penas da lei, procedendo as alterações cadastrais, dando inteiro cumprimento ao quanto decidido. É a presente decisão para que surta os seus imediatos, legais e jurídicos efeitos. Após notificação da parte e decorrido in a/bis o prazo legal de eventual recurso administrativo, arquivem- se em local próprio os presentes autos. Publique-se, Registre-se, lntime.se. Valença/BA, 0. ROSEMARY SANTOS DA PAIXÃO Diretora do SAAE de Valença