Aula 00. Direito Empresarial p/ PGE-SP (Procurador do Estado) Professor: Estefânia Rossignoli DEMO

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1 Aula 00 Direito Empresarial p/ PGE-SP (Procurador do Estado) Professor: Estefânia Rossignoli

2 AULA 00 EMPRESÁRIO Sumário Sumário Considerações Iniciais Cronograma Empresário Conceito Requisitos para ser empresário Empresário Individual Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI Questões Questões Gabarito Questões comentadas Jurisprudência Considerações Finais de 51

3 AULA 00 - EMPRESÁRIO 1 - Considerações Iniciais Olá amigos do Estratégia Concursos, Iniciamos hoje o nosso curso de Direito Empresarial para a preparação do concurso da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Vamos abordar doutrina, legislação, jurisprudência e também comentaremos algumas questões. Temos indicação muito precisa de que o edital da PGE-SP sairá ainda esse ano e é muito importante que você já se prepare e com isso possa sair na frente dos demais concorrentes. Antes de mais nada, deixe-me apresentar a vocês: Meu nome é Estefânia Rossignoli, sou advogada, formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora, pós graduada em Direito Empresarial e Econômico pela mesma instituição e mestre em Direito Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Sou professora de Direito Empresarial em cursos de graduação, pós graduação e cursos preparatórios para concurso. Sou autora de obras de Direito Empresarial na editora JusPodivm. Lembrem-se, qualquer dúvida façam contado comigo através do fórum do site do Estratégia ou através do meu estefaniarossignoli@yahoo.com.br 2 - Cronograma Antes de começarmos a aula de hoje, vamos entender como irá funcionar nosso curso. Iremos trabalhar com vocês todo o conteúdo de Direito Empresarial do último edital do concurso da PGE-SP que foi organizado pela FCC. Se sair novo edital e faltar algum assunto, disponibilizaremos aulas complementares. Iremos apresentar o conteúdo da matéria, entendimentos doutrinários e jurisprudenciais e também iremos trazer questões para que você treinar a respeito do assunto e também questões comentadas. 2 de 51

4 No decorrer da aula utilizaremos questões antigas das provas de Procuradorias de Estado, ainda que de outras bancas e de outros estados. Mas ao final da aula você terá algumas questões da banca FCC para fazer de treino e outras questões comentadas. O Direito Empresarial costuma ser uma matéria às vezes deixada de lado, pois é vista como difícil, mas isso não é exatamente uma verdade e ela pode garantir o seu diferencial de pontuação. Pense assim, os demais não vão se preparar nessa parte, então já poderei sair em vantagem!!! Apresentada a nossa metodologia, disponibilização das aulas: segue abaixo um cronograma de Aula 00 Disponível em 08/08/2016 Empresário Aula 01 Disponível em 22/08/2016 Estabelecimento Empresarial e Nome empresarial Aula 02 Disponível em 05/09/2016 Obrigações empresariais: escrituração Aula 03 Disponível em 19/09/2016 Introdução ao direito Sociedade Simples e Empresária. Sociedade Companhia aberta e fechada.\' Aula 04 Disponível em 03/10/2016 Sociedade anônima. (continuação) Alternativas de capitalização. Capital próprio e capital de terceiros. Estrutura ótima de capital. Emissão de ações e preço de subscrição. Conceitos de valor patrimonial, valor econômico e valor de mercado. Debêntures. Securitização de recebíveis. Empréstimo sindicalizado e instituições multilaterais de crédito. Financiamento de projeto (project finance). Governança corporativa na sociedade anônima. Atribuições básicas da assembleia geral, do conselho de administração, da diretoria e do conselho fiscal. Função social da empresa. Registro e societário. Sociedade anônima. companhia 3 de 51

5 Aula 05 Disponível em 17/10/2016 Sociedade Anônima. (continuação) Sentido e alcance da atuação empresarial do Estado. O papel da empresa estatal no mundo contemporâneo. Peculiaridades da sociedade de economia mista. Convivência entre interesse público e finalidade lucrativa. Exercício do poder de controle acionário pelo Estado. Deveres e responsabilidades do acionista controlador e dos administradores. O Estado como acionista minoritário em empresa privada. Ação de classe especial (golden share). Função regulatória e instrumento de política industrial. Aula 06 Disponível em 31/10/2016 Falência e recuperação de empresas (Lei nº /2005). Recuperação judicial e extrajudicial. Aprovação do plano de recuperação judicial. Classificação de créditos e tratamento aplicável ao crédito tributário. Aula 07 Disponível em 14/11/2016 Falência e recuperação de empresas (Lei nº /2005) (continuação). Principais atribuições da assembleia geral de credores, do administrador judicial e do comitê de credores. Hipóteses de decretação de falência. Aula 08 Disponível em 28/11/2016 Noções básicas de propriedade industrial. Lei nº 9.279/96. Licenciamento compulsório de patentes sobre medicamentos. Com esta estrutura, acredito que você estará muito bem preparado para fazer a prova de Direito Empresarial da PGE-SP. Vamos aos estudos! 4 de 51

6 3 - Empresário Conceito Normalmente, nos estudos de Direito Empresarial, eu começo explicando a parte histórica, tratando da evolução do nosso ramo jurídico. Porém, essa parte não foi mencionada no último edital da PGE-SP. Então vamos iniciar já com o conceito daquele que pratica a atividade de empresa, que hoje é o cerne do Direito Empresarial, mas antes precisamos analisar o que é a empresa. O principal conceito para se falar no Direito Empresarial moderno é a empresa, cuja definição ainda necessita de certos contornos. A partir do Código Civil de 2002, empresa passou a significar a atividade econômica, negocial, que ocorre de forma organizada voltada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Diferencia-se, desta forma, o conceito de empresa do de empresário, do de sociedade empresária e do de estabelecimento empresarial, que na linguagem coloquial são usados todos como significado de empresa. Porém, tecnicamente a expressão empresa somente pode ser utilizada para definir a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços O legislador brasileiro optou pelo perfil funcional de Alberto Asquini para definir a empresa, vendo-a como aquela particular força em movimento que é a sua atividade dirigida diretamente a um determinado escopo produtivo. A doutrina moderna menciona a empresa como abstração, já que não se trata de uma entidade material e visível. Tal conclusão se dá pelo fato de o conceito ser o de atividade, não se confundindo com o de empresário (sujeito) e nem com o de estabelecimento (objeto). EMPRESA Atividade Organizada Um lembrete importante é observar a nomenclatura correta quando da elaboração tanto da peça quanto das questões. Você não deve usar empresa como sujeito, algo que é muito comum. Não use expressões como: a empresa é proprietária de determinado estabelecimento... Quem é proprietário de estabelecimento é o empresário e não a empresa. Uma dica que costumo dar é você substituir empresa por atividade e observar se a frase mantém o sentido. No exemplo acima, se você substituir, observe como ficará: a atividade é proprietária de determinado 5 de 51

7 estabelecimento... Não tem sentido, então a utilização da expressão empresa não está empregada corretamente. Rubens Requião leciona que para entender o conceito é preciso separar as visões leigas das jurídicas. É preciso compreender que a empresa, como entidade jurídica, é uma abstração. A muitos tal afirmativa parecerá absurda e incompreensível, dado aquele condicionamento de que a empresa é uma entidade material e visível. (...) Vimos que uma constante da doutrina a respeito da conceituação da empresa é situá-la como o exercício de uma atividade (art. 966 do Cód. Civil). É da ação intencional (elemento abstrato) do empresário em exercitar a atividade econômica que surge a empresa. Dalmartello põe muito claro o tema, ressaltando que a empresa é caracterizada pelo exercício da organização. Se todos os seus elementos estiverem organizados, mas não se efetivar o exercício dessa organização, não se pode falar em empresa. 1 O Código Civil, no seu art. 966, trouxe o conceito de empresa dentro do conceito de empresário, mas essa não é uma definição muito precisa já que toda atividade negocial é organizada e busca colocar em circulação bens ou serviços. Desta forma, inicialmente, para diferenciar a atividade empresária das demais atividades econômicas, é preciso esclarecer o que seja o elemento organização que foi estipulado no conceito. Esta organização se refere à estrutura empresarial, com a existência de um complexo de bens organizados, em que as tarefas para desempenhar a atividade fim sejam separadas em funções específicas, criando uma atuação capaz de produzir e circular riquezas. Tal elemento se opõe ao trabalho individualizado, meramente pessoal, ainda que se tenha o objetivo de circular bens ou serviços. Assim, por exemplo, um taxista que pratica o seu serviço de transporte apenas com seu táxi e somente ele organiza as contas, as receitas e as despesas, não se pode colocar tal atividade como empresa. Porém se uma pessoa é dona de, digamos, 3 táxis, contrata motoristas para prestar os serviços, organiza horários, contas, sua atividade entrará na organização que caracteriza a empresa. Gladston Mamede ressalta que o elemento organização que caracteriza a empresa, opõe-se ao trabalho essencialmente individualizado, pessoal, ainda que desempenhado em grupo, pois nesse não há divisão de categorias, não há ligação entre atos coordenados, nem definição de procedimentos voltados para a concretização de resultados otimizados. Ele exemplifica: Cinco rendeiras que se sentem na varanda, cada qual tecendo suas rendas, não constituem uma empresa; um ou mais pescadores que simplesmente saiam juntos, todo o dia, mar ou rio afora, para pescar também não constituem uma empresa. 2 Não nos esqueçamos de que também há que se falar em atividade econômica, ou seja, a atividade é uma busca por lucratividade. Aquele que inicia a prática de uma atividade empresária, o faz para angariar lucros. 1 REQUIÃO, Rubens. Ob. cit. p. 85. MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial brasileiro: empresa e atuação empresarial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007., v. 1, p de 51

8 De acordo com o já analisado art. 966 do Código Civil, será empresário aquele que pratica atividade empresária. Essa é uma definição material do conceito de empresário, sendo ele o sujeito de direitos e obrigações que exerce a atividade econômica organizada para a circulação de bens ou serviços, exceto a atividade intelectual. Essa atuação deve ocorrer de forma profissional, ou seja, o empresário tem que exercer a atividade com habitualidade, não entrando neste conceito aquele que esporadicamente praticou uma atividade empresária, como por exemplo, uma pessoa que vende seu próprio carro, mas não tem como cotidiano a prática de venda de automóveis. Neste diapasão é importante que se corrija uma visão coloquial da expressão empresário que cotidianamente é usada como sinônimo de empreendedor, ou seja, qualquer pessoa que possua ou realize investimentos. Sendo assim, nem todo sócio ou acionista de uma sociedade será empresário. Somente o será se possuir cargo de administração e efetivamente participar da organização da atividade. Quando se tem sociedade, os empresários serão os administradores e a própria pessoa jurídica que é quem efetivamente organiza a atividade. A empresa, portanto, pode ser exercida em sociedade (através das sociedades empresárias) ou individualmente (através do empresário individual e da empresa individual de responsabilidade limitada). Não se pode confundir mais o conceito de empresário com o de investidor, dessa forma, o fato de ser sócio de uma sociedade não faz com que a pessoa seja considerada empresária. Para sê-lo precisará participar efetivamente da organização da atividade empresária. Nesta aula nós iremos tratar do empresário nas suas formas individuais, ou seja, do empresário individual e da empresa individual de responsabilidade limitada. O empresário enquanto sociedade será trabalhado nas aulas que abordarem o Direito Societário. O legislador brasileiro optou pelo conceito material de empresário, tendo em vista que o já analisado art. 966 não exige o registro para que alguém seja caracterizado como tal. O art. 967 do Código Civil exige que o empresário se registre na Junta Comercial antes do início da atividade, e em virtude dessa previsão há quem defenda que o conceito seria formal, já que todo empresário deve se registrar. Esse não é o entendimento correto, uma vez que alguém que organize atividade empresária será considerado empresário. Se não se registrar será um empresário irregular, mas não deixará de sê-lo. 7 de 51

9 Além disso, precisamos abordar as atividades que não são consideradas empresárias. É preciso observar o parágrafo único do art. 966 do Código Civil que diz quais as atividades não são consideradas empresárias. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Portanto, as atividades intelectuais, de natureza científica (médicos, cientistas), literária (escritores, advogados) ou artística (músicos, atores) não são consideradas como empresárias. Mesmo existindo a atividade econômica e a organização, as atividades de natureza intelectual não são consideradas atividades empresárias. Segue-se o conceito que vai além da ideia econômica de empresa e adota-se uma teoria jurídica da empresa. Existe apenas uma possibilidade de essas atividades serem consideradas como empresárias que é a ressalva final do dispositivo, ou seja, quando a atividade constituir elemento de empresa. Mas o grande problema é definir o que seja esse elemento de empresa que fará com que as atividades intelectuais possam ser empresárias. Alguns autores partem para o lado econômico e dizem que esse elemento empresarial está na complexidade da organização da atividade intelectual, ou seja, a partir do porte do negócio. Assim, dois médicos que têm um consultório em conjunto não seriam empresários, mas se esse consultório começar a ganhar outro porte, com a participação de mais médicos, com um número maior de funcionários, passaria a ter o elemento de empresa. Entretanto o entendimento que vem prevalecendo é o de que esse elemento seria caracterizado pela existência de outras atividades sendo praticadas em complemento à atividade intelectual. Na clínica médica do exemplo anterior, a atividade seria empresária quando junto com a atividade dos médicos fossem oferecidos exames, serviços de enfermagem, estética, dentre outros. Filiando-se ao primeiro posicionamento temos autores como Fábio Ulhoa Coelho e Ricardo Fiúza, e sustentando o segundo encontram-se Sylvio Marcondes e Alfredo Assis de Gonçalves Neto. Cada um desses autores citados cria determinadas nuances para explicar o elemento de empresa, sempre seguindo as tendências explanadas anteriormente. Ainda dentro do conceito de empresário, é preciso mencionar a questão do empreendedor rural. Por ter tratamento diferenciado, previsão do art.970 do Código Civil, o empreendedor rural só será considerado empresário se fizer sua inscrição na Junta Comercial. Importante ressaltar que se ele decidir fazê-lo, não terá mais nenhum tratamento diferente e passará a ter as mesmas obrigações de qualquer outro empresário. Vejamos o que prevê o art. 971: Art O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, 8 de 51

10 depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. Observem que o texto do art. 971 não é dos melhores. Ele começa chamando o rural de empresário e depois diz que se ele se inscrever ficará equiparado ao empresário. A verdade é que a atividade praticada pelo rural, desde que seja organizada, é empresária, já que não se trata de atividade intelectual. O que terá de diferente é a faculdade de se formalizar. Como já explicamos, existe a diferença do conceito formal e do material de empresário. Assim, o rural se enquadra sempre no conceito material, mas somente será formalmente empresário se optar pelo registro na Junta Comercial. Questão PUC/PR PGE/PR Acerca do conceito de empresário e de sociedade empresária, assinale a alternativa CORRETA. A) Uma sociedade anônima aberta que alterasse seu objeto social para incluir atividade de natureza literária passaria a ser considerada uma sociedade simples. B) A expressão "elemento de empresa" presente no conceito legal de empresário serve de fundamento a que atividades exercidas sem auxiliares sejam consideradas empresárias. C) A definição legal de empresário não permite que uma atividade dotada de eventualidade seja caracterizada como empresária. D) O praticante de atividade rural tem a opção pelo tratamento legal como empresário a ser exercida através de processo judicial. E) A gestão profissional e de acordo com as práticas de governança corporativa em uma sociedade a caracteriza como empresarial. Comentários A alternativa a está errada, pois de acordo com a previsão do parágrafo único do art.982 independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações. Entende-se que pela complexidade da sua estrutura, uma sociedade anônima sempre terá o elemento de empresa presente na parte final do parágrafo único do art. 966 e em assim sendo, independente do objeto, ele sempre será empresária. 9 de 51

11 O erro da alternativa b é que antes de chegar à analise do elemento de empresa, hão que ser analisados os outros requisitos para a atividade ser empresária e um deles é a organização, mencionada na alternativa correta. Tal requisito se opõe ao trabalho individualizado, meramente pessoal, ainda que se tenha o objetivo de circular bens ou serviços, pois na organização endente-se ser necessária a de bens e pessoas. Assim, para que se classifique como empresária a atividade precisa contar com auxiliares ou colaboradores, já que o exercício individual não caracteriza a empresarialidade. A alternativa correta é a letra c! O art. 966 do Código Civil, traz dois elementos que confirmam que uma atividade eventual não pode ser classificada como empresária. Primeiro porque coloca que para ser empresário deve haver a prática profissional da atividade. Para haver profissionalidade, há que haver a habitualidade, pois uma pessoa que realiza uma atividade de forma eventual não pode ser chamada de profissional. Além disso, o dispositivo exige que a atividade seja organizada. Esta organização se refere à estrutura empresarial, com a existência de um complexo de bens organizados, em que as tarefas para desempenhar a atividade fim sejam separadas em funções específicas, criando uma atuação capaz de produzir e circular riquezas. A organização empresarial não é possível ser alcançada em uma prática eventual da atividade. Alternativa d está errada, já que é o art. 971 do Código Civil que trata do rural e essa opção por ser empresário é feita com a inscrição na Junta Comercial, que para eles é facultativa, não havendo necessidade de processo judicial. A alternativa e também está errada, uma vez que nem toda gestão profissional vai caracterizar o elemento de empresa, ou seja, se pensarmos em uma atividade intelectual que tenha a prática de atos de governança corporativa, mas não tenha este elemento de empresa, ela será simples e não empresária. Governança corporativa corresponde aos processos, costumes, políticas, leis e instituições que são usados para fazer a administração de uma atividade e somente se essas práticas tiverem a complexidade necessária é que configurariam o elemento de empresa, mas nem sempre isso irá ocorrer Requisitos para ser empresário Dois são os requisitos para que seja possível se inscrever como empresário individual: capacidade e ausência de impedimentos. Na interpretação conjunta do art. 972 com o art. 974, do Código Civil, concluise que para requerer a inscrição como empresário é necessário ter plena capacidade civil. Não é possível requerer a inscrição por representante ou assistente. 10 de 51

12 Requisitos para ser empresário Plena capacidade civil Ausência de impedimento A atividade empresarial poderá, entretanto, ser continuada, através de representante ou assistente, quando ocorrer incapacidade superveniente. Essa incapacidade superveniente poderá ocorrer quando o próprio empresário passa por um processo de interdição e é declarado incapaz ou quando ele falece e seu(s) herdeiro(s) é(são) incapaz(es). Em qualquer dos casos, a continuação da atividade dependerá de autorização judicial e os bens que o incapaz possuía antes de interdição ou da sucessão não poderão ser penhorados para o pagamento de dívidas decorrentes da atividade. Art Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. A primeira situação diz repeito a uma pessoa que adquiriu a condição de empresária enquanto capaz e posteriormente foi declarada incapaz, por exemplo, em virtude de um acidente na qual perdeu a capacidade cognitiva. A segunda situação diz respeito ao recebimento da condição de empresária por herança e o herdeiro ser incapaz. Um caso comum seria um empresário individual que falece e seu único herdeiro é um filho menor de idade. Esse filho poderá herdar a condição de empresário. As duas hipóteses de continuação do empresário incapaz são taxativas, não comportando interpretações extensivas. Por exemplo, não pode, ao argumento da continuidade, o empresário capaz transferir em vida seu registro para seu filho menor de idade, pois tal hipótese não está prevista no art Em ambos os casos a continuidade irá demandar autorização judicial, conforme previsão do 1º do art O juiz irá analisar se essa continuidade atende ao s interesses do incapaz e não oferece um grande risco financeiro a ele. A lei cuidou de proteger o patrimônio do incapaz que prossegue na atividade empresária. Por isso o 2º do art. 974 do Código Civil dispõe que: Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. 11 de 51

13 Assim, se o incapaz continuar, seu patrimônio particular que não tiver relacionado com a atividade empresária estará sempre protegido, não podendo ser atingido caso a atividade não venha a obter êxito. Hipóteses em que o incapaz pode continuar a condição de empresário Incapacidade superveniente Recebimento por herança O segundo requisito é a ausência de impedimento. Determinadas pessoas, por causa do cargo ou função que ocupam ou em virtude de algumas circunstâncias pessoais, não podem exercer atividade de empresário, mas se o fizer, responderão pelas obrigações contraídas. Estarão impedidos de exercê-la os falidos, porém, basta a declaração de extinção das obrigações para que se consideram reabilitados. Se houve crime falimentar, deverá após o decurso do prazo legal, obter a declaração de extinção das obrigações e a sua reabilitação penal. Também são impedidos os funcionários públicos, pois a atividade que exercem é de tamanha importância que devem dedicar-se a elas sem ter que se preocupar em organizar uma atividade empresária. Os devedores do INSS também não poderão exercer atividade empresarial (Lei nº 8.212/91, art. 95, 2, d). Deputados e Senadores também não podem ser empresários, mas é uma restrição específica para as empresas que gozem de contrato com o governo. Aqueles que foram condenados pela prática de crime que vede o acesso à atividade empresarial (art. 35, II, da Lei 8934/94) também não poderão exercer a atividade empresarial, até que concedida a reabilitação penal. Esses impedimentos, como se pode perceber, podem ser temporários ou ter um caráter permanente. 12 de 51

14 Questão CESPE PGE/PI Acerca da qualificação de pessoa como empresária, assinale a opção correta. a) A pessoa natural não poderá ser empresária enquanto for sócia em sociedade limitada. b) O exercício de profissão liberal impede a qualificação do profissional como empresário. c) A qualificação como empresário rural limita-se às pessoas naturais. d) A pessoa natural, ainda que incapaz, poderá exercer atividade de empresário. e) O indivíduo proibido por lei de exercer a atividade empresarial não pode ser destinatário das normas que disciplinam a profissão de empresário. Comentários A questão está relacionada com os requisitos para ser empresário e exige não apenas o conhecimento da letra da lei como também de sua interpretação. O que mais nos interessa no momento é a alternativa correta que é a letra d. Como mencionamos neste item, dois são os requisitos para que seja possível se inscrever como empresário individual: capacidade propriamente dita e ausência de impedimento. Na interpretação conjunta do art. 972 do Código Civil com o art. 974, conclui-se que, para requerer a inscrição como empresário, é necessário ter plena capacidade civil. Não é possível requerer a inscrição por representante ou assistente. A atividade empresarial poderá, entretanto, ser continuada, através de representante ou assistente, quando ocorrer incapacidade superveniente. Esta incapacidade superveniente poderá ocorrer quando o próprio empresário passa por um processo de interdição e é declarado incapaz ou quando ele falece e seu(s) herdeiro(s) é(são) incapaz(es). Em qualquer dos casos, a continuação da atividade dependerá de autorização judicial e os bens que o incapaz possuía antes de interdição ou da sucessão não poderão ser penhorados para o pagamento de dívidas decorrentes da atividade. Nesta continuação, formalmente o incapaz continua sendo empresário, mas quem exerce de fato a atividade é o representante. A alternativa a está errada por total falta de previsão legal. Não há nada que proíba alguém que é sócio de uma sociedade limitada ser empresário. A alternativa b trata da atividade do profissional liberal que, regra geral, não será considerada empresária, pois entrará nas exceções do parágrafo único do art Porém, o profissional liberal poderá querer ter uma atividade 13 de 51

15 empresária e não há impedimentos para isso. Por exemplo, um advogado pode abrir um restaurante e nesta atividade ele será empresário. Não o será na atividade de advogado. Se o rural se unir a outro empreendedor rural, poderá formar sociedade e ser pessoa jurídica, por isso, a alternativa c está errada. Alternativa e : o indivíduo proibido por lei de exercer a atividade empresarial pode ser destinatário, pois diz o art. 973 que a pessoa legalmente impedida que exercer a atividade empresária responderá como tal. 2.3 Empresário Individual Muitas vezes determinada pessoa pode se interessar por, sozinha, constituir uma atividade empresária e organizá-la com seus próprios meios. Pelas regras atuais do direito brasileiro tal pessoa poderá optar por duas maneiras de exercer a atividade empresária sozinha, registrando-se como empresário individual ou constituindo uma empresa individual de responsabilidade limitada, essa última de criação recente pela Lei /11 que entrou em vigor em 12 de janeiro de Inicialmente vamos analisar a questão do empresário individual. Toda e qualquer pessoa física que atenda aos requisitos descritos no item anterior poderá praticar a atividade empresária, criando e organizando o negócio e para isso deverá se inscrever na Junta Comercial. O empresário individual tem que fazer sua inscrição na Junta Comercial antes de iniciar sua atividade. Esta obrigação difere das sociedades empresárias, por exemplo, e da regra geral do prazo do registro que é de 30 dias a contar da realização do ato. Essa é a regra que se de-preende do art. 967 do Código Civil, e a única exceção é a pessoa que desenvolve atividade rural que estará dispensada do registro, conforme analisaremos mais a frente. Essa inscrição do empresário individual existe, pois a Junta Comercial é o órgão que controla as atividades empresárias, porém, é importante lembrar que tal registro não fará com que ele ganhe uma personalidade jurídica que será diferente da pessoa física. Ele jamais será considerado pessoa jurídica, já que não se enquadra em nenhuma das espécies de pessoa jurídica previstas no art. 44 do Código Civil, nem mesmo na recém-criada Empresa Individual de Responsabilidade Limitada que será analisada adiante. Desta forma, o empresário individual é uma pessoa física que para exercer sua atividade empresária precisa de um registro no órgão competente. Assim como os advogados se registram na OAB, os médicos se registram no CRM, sem que com isso se tornem pessoa jurídica. Mas ao se registrar na Junta Comercial, será obrigatório que o empresário individual também faça sua inscrição na Receita Federal, ocupando o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ. E é justamente por causa desse fato que muitos fazem uma ideia errônea, acreditando que o empresário individual é 14 de 51

16 pessoa jurídica. É importante perceber que a existência deste número no CNPJ é apenas para fins tributários, pois para o recolhimento do Imposto de Renda o empresário individual será equiparado às pessoas jurídicas. Como se vê, é apenas uma questão de pagamento de tributo, uma equiparação. Empresário individual NÃO é pessoa jurídica, apesar de possuir inscrição no CNPJ. Isso nos traz uma questão importante. Uma vez que o empresário individual não tem personalidade jurídica distinta da pessoa física, não há autonomia patrimonial, já que as obrigações pertencem a uma única pessoa. Sendo assim, caso o negócio não dê certo, ele irá responder pelas obrigações contraídas com todo o seu patrimônio, estando ele registrado no CPF ou no CNPJ. O inverso também poderá acontecer. Se o empresário possuir dívidas particulares e não conseguir quitá-las, poderá atingir o patrimônio que é utilizado pela atividade empresária. Mas há um detalhe importante: apesar de não haver a criação de um novo ente e termos apenas uma personalidade jurídica, há o entendimento de que deve ser observada a subsidiariedade prevista no art do Código Civil. Isto quer dizer que se estiver sendo cobrada uma obrigação referente à atividade empresária, quando da execução, primeiro devem ser penhorados os bens ligados à empresa, isto é, que estão registrados no CNPJ para depois, caso não haja patrimônio suficiente, faça-se a constrição dos bens particulares do empresário. Esse entendimento foi objeto de enunciado na I Jornada de Direito Comercial do Conselho da Justiça Federal: Enunciado nº 5: Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá primeiramente com os bens vinculados à exploração de sua atividade econômica, nos termos do art do Código Civil. Uma grande novidade do CC de 2002 é o previsto no art. 978 que diz que o empresário casado sob qualquer regime, não irá precisar da outorga conjugal para alienar bens imóveis que integrem o patrimônio da empresa. Para isso, é importante retomar o que foi dito anteriormente e dizer que os bens que podem ser alienados são os que estiverem em nome do empresário individual, ou seja, registrados no CNPJ. Esse assunto também foi alvo de enunciado na I Jornada de Direito Comercial: Enunciado nº 6: O empresário individual regularmente inscrito é o destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, desde que exista, se for o caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de Imóveis, devendo 15 de 51

17 tais requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis Tal entendimento foi levemente alterado na II Jornada de Direito Comercial que aprovou o seguinte enunciado: Enunciado nº 58: O empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público de empresas mercantis. 2.4 Empresa Limitada - EIRELI Individual de Responsabilidade Após diversas discussões doutrinárias e projetos de lei que não foram aprovados para se introduzir no ordenamento jurídico brasileiro alguma hipótese de constituição de pessoa jurídica por uma única pessoa natural, a Lei /2011 foi publicada no Diário Oficial da União (DJU), de 12/07/2011, e trata da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, EIRELI. A possibilidade jurídica que autoriza determinada pessoa natural a constituir pessoa jurídica para a exploração de empresa, sem a necessidade de se juntar a algum sócio, é razoável e há muito tempo aguardada pelos empresarialistas e principalmente pelos empresários. Como foi mencionado no item anterior, antes da Lei /2011 o empresário individual não tinha escolha: se quisesse explorar determinada empresa, sem a colaboração de sócios, estaria arriscando todo o seu patrimônio pessoal penhorável. Isso porque a sistemática do empresário individual não o possibilita limitar sua responsabilidade. Com a EIRELI haverá uma criação de um novo ente, que irá assumir os direitos e obrigações da atividade empresária. Importante ressaltar que a EIRELI não tem natureza jurídica de sociedade empresária, ao contrário do que muitos podem imaginar, mas trata-se de uma nova categoria de pessoa jurídica de direito privado, que também se destina ao exercício da empresa. Tanto que a Lei /2011 incluiu as empresas individuais de responsabilidade limitada no rol de pessoas jurídicas de direito privado do art. 44 do Código Civil. A EIRELI não é sociedade e não é o empresário individual. É uma nova modalidade de pessoa jurídica e de empresário. Segundo Rubens Requião, 16 de 51

18 não se trata, (...), de um novo tipo societário, como foi o caso quando da criação das empresas públicas e da subsidiária integral, que romperam com o requisito da multiplicidade de sócios para formar a entidade. Mas apenas se imputa à pessoa natural empresária um novo atributo, qualificado pela responsabilidade limitada ao capital que destacar para sua atividade, no que se distingue do empresário individual, que sofre responsabilidade ilimitada pelas suas obrigações. 3 Além disso, a Lei /2011, ao inserir no Código Civil o art. 980-A, teve o cuidado de também criar um novo título (Título I-A: Da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada ), situado entre os Títulos I e II, que tratam, respectivamente, do empresário individual e das sociedades empresárias. Isso significa dizer que a criação da EIRELI não acabou com a figura do empresário individual que continuará a existir normalmente e as pessoas poderão, em alguns casos, fazer a escolha de um tipo ou outro. Nem toda pessoa poderá constituir uma EIRELI, haja vista que o caput do art. 980-A do Código Civil exige que, no ato de constituição, no mínimo, seja estabelecido um capital não inferior a 100 (cem) salários mínimos. Com a fixação de um piso para o capital inicial, o dispositivo parece ter visado evitar que pequenos negócios gozassem da possibilidade de limitação de responsabilidade. 3 REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 31 ed. ver. e atual. por Rubens Edmundo Requião. São Paulo: Saraiva, 2012, v. 1, p de 51

19 EIRELI EMPRESÁRIO INDIVIDUAL Cria uma pessoa jurídica que terá personalidade jurídica distinta daquele que a forma. Não forma pessoa jurídica, sendo que a personalidade jurídica é única. Precisa de um investimento mínimo de 100 salários mínimos. Pode ter qualquer valor de investimento. Há separação das responsabilidades patrimoniais e o empresário, regra geral, não arrisca seu patrimônio particular. Empresário assume os riscos do negócio e terá seu patrimônio particular penhorado em caso de dívida da atividade. Diante de algumas divergências sobre a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, na última Jornada de Estudos, o Conselho da Justiça Federal aprovou alguns enunciados sobre o tema: Enunciado nº A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser constituída por pessoa natural. Enunciado nº A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado. Enunciado nº O patrimônio da empresa individual de responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica. 18 de 51

20 Enunciado nº Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no registro competente, para fins de aquisição de personalidade jurídica. A falta de arquivamento ou de registro de alterações dos atos constitutivos configura irregularidade superveniente. Enunciado nº É inadequada a utilização da expressão social para as empresas individuais de responsabilidade limitada. Enunciado nº A imagem, o nome ou a voz não podem ser utilizados para a integralização do capital da EIRELI. Enunciado nº Admite-se a transformação do registro da sociedade anônima, na hipótese do art. 206, I, d, da Lei n /1976, em empresário individual ou empresa individual de responsabilidade limitada. Questão UEPA PGE/PA Analise as proposições a seguir: I. A empresa individual de responsabilidade limitada constitui pessoa jurídica de direito privado, de maneira que sua instituição representa possibilidade de limitação da responsabilidade do empreendedor individual sobre as obrigações decorrentes de sua atividade empresarial. II. Face à inexistência de vedação legal, bem ainda ao princípio da autonomia privada, a empresa individual de responsabilidade limitada pode instituir nova EIRELI para execução de atividades subsidiárias ou correlatas. III. A EIRELI pode ser instituída de maneira originária, quando criada diretamente por seu fundador, ou derivada quando decorrente de aproveitamento de ente anterior, a exemplo da concentração das quotas de modalidade societária em um único sócio. IV. A existência da EIRELI depende do registro e/ou arquivamento de seus atos constitutivos,formalizados a partir de acordo de vontades, perante a Junta Comercial do Estado em que a empresa terá sua sede. De acordo com as proposições apresentadas, assinale a alternativa CORRETA: a) todas estão corretas b) II e III estão corretas c) somente a II está correta d) I e III estão corretas e) todas estão incorretas Comentários 19 de 51

21 Afirmativa I: como já explicado, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada foi criada pela Lei nº /2011 Com a EIRELI haverá uma criação de um novo ente, que irá assumir os direitos e obrigações da atividade empresária. Afirmativa II: a assertiva traz o entendimento contrário ao da doutrina sobre o assunto. Foi por causa da redação do caput do art. 980-A do Código Civil que os entendimentos começaram a se dividir, já que a lei menciona que: a empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social (...). Como o texto fala em única pessoa, foi questionado se esse único titular poderia ser pessoa física ou jurídica. Esta segunda hipótese foi ficando cada vez mais enfraquecida na doutrina e o entendimento majoritário é o de que somente pessoa física pode ser titular da EIRELI. Tal entendimento foi explanado na V Jornada de Direito Civil do CJF, que através do enunciado 468 entendeu que: A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser constituída por pessoa natural. Se somente pessoa física pode ser titular de EIRELI, esta, em sendo pessoa jurídica, não pode constituir outra EIRELI. Afirmativa III: a criação originária da EIRELI está no próprio art. 980-A e a possibilidade de se transformar uma sociedade em EIRELI é encontrada no parágrafo único do art também do Código Civil. Este dispositivo foi incluído em 2009 e com a Lei da EIRELI teve sua redação alterada para permitir que caso uma pessoa fique como única sócia de uma sociedade, ao invés de reconstituir a pluralidade de sócios, ela possa pedir a transformação do registro para empresário individual ou EIRELI. Assim, a afirmativa está correta. Afirmativa IV: não há como se falar em constituição por acordo de vontades da EIRELI se ela tem apenas um titular. Não há mais de uma pessoa para haver acordo de vontades. É apenas essa situação que torna a afirmativa incorreta. 3 - Questões Questões Agora iremos trabalhar apenas com questões da FCC que foi a banca responsável pelo último concurso da PGE/SP. Primeiro vamos apresentar algumas questões para vocês treinarem e depois vamos comentar essas mesmas questões. Complementaremos também o aprofundamento da matéria com questões de outros concursos e outras bancas. Questão 01 FCC - Juiz do Trabalho Substituto - 1ª região/2015 Sobre o empresário, considere: 20 de 51

22 I. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime de comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. II. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. III. É facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. IV. Poderá o incapaz, por meio de representante ou assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e IV. (B) IV. (C) I e III. (D) III. (E) II. Questão 02 FCC - Juiz Substituto - TJ-PI/2015 Renato, empresário cuja atividade rural constitui sua principal profissão, a) tem a faculdade de se inscrever no Registro de Empresas, mas só pode exercê-la previamente ao início das suas atividades. b) não tem direito de se inscrever no Registro de Empresas, cabendo-lhe se inscrever apenas perante o Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento. c) tem o dever de se inscrever no Registro de Empresas previamente ao início das suas atividades. d) tem o dever de se inscrever no Registro de Empresas até noventa dias depois da data em que iniciar suas atividades. e) tem a faculdade de se inscrever no Registro de Empresas, mesmo depois de iniciadas as suas atividades. Questão 03 FCC - Auditor Fiscal de Controle Externo - TCEPI/2014 Considere: I. Os cônjuges não podem contratar sociedade, seja qual for o regime de bens. 21 de 51

23 II. Se exercer atividade própria de empresário, o legalmente impedido não responde pelas obrigações contraídas. III. Não é necessária outorga conjugal, seja qual for o regime de bens, para o empresário alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa. Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) III, apenas. Questão 04 FCC Assessor Jurídico - TCE-PI/2014 Marina é dona de um laboratório especializado em exames patológicos, que realiza a pedido de médicos e hospitais. Fábio é agricultor, com atividade voltada à montagem de cestas de legumes e verduras orgânicas, a serem vendidas em feiras e supermercados. Quanto a essas atividades, a) em nada se relacionam com atividades empresariais, por serem próprias de sociedades civis e de profissionais liberais. b) somente a de Marina é empresarial, já que voltada ao lucro, apesar de científica; a de Fábio é atividade agrária, que não se confunde com uma conduta empresarial. c) somente a conduta de Fábio é empresarial, já que se trata de atividade econômica organizada para a produção de bens, enquanto a atividade de Marina é científica, que não se considera empresarial. d) nenhuma delas é empresarial, já que a atividade de Marina é científica, que não se considera empresarial, e a de Fábio é meramente agrária, também não caracterizada como tal. e) são ambas empresariais, pois Marina exerce profissão de natureza científica, mas visando ao lucro e constituindo elemento de empresa, enquanto Fábio exerce atividade econômica organizada, para a produção e circulação de bens. Questão 05 FCC Assessor Jurídico - TCE-PI/2014 João Renato era dono de um restaurante, exercendo pessoalmente sua administração. Sofre um acidente grave, automobilístico, que o leva a ser interditado para os atos da vida civil, mas insiste em continuar as atividades da empresa. Nessas condições pessoais, 22 de 51

24 a) poderá fazê-lo, por meio de autorização judicial na qual se nomeará um curador e de natureza irrevogável, salvo prova de abuso de gestão. b) poderá fazê-lo, desde que por meio de representante ou devidamente assistido, sem interferência judicial, já que as obrigações legais passam a ser integralmente de seu representante. c) não poderá fazê-lo, por impedimento legal e, se o fizer, não responderá pelas obrigações contraídas, por sua incapacidade. d) não poderá fazê-lo, por impedimento legal às atividades empresariais mas, se o fizer, responderá pelas obrigações contraídas, para que não haja prejuízo a terceiros de boa-fé. e) poderá fazê-lo, desde que por meio de representante ou devidamente assistido, com precedente autorização judicial que examine as circunstâncias e riscos da empresa, bem como a conveniência em continuá-la e podendo tal autorização ser revogada pelo juiz, nos termos previstos em lei. Questão 06 FCC Auditor Fiscal da Fazenda Estadual SEFAZ-RJ/2014 No tocante à atividade empresarial, é correto afirmar: a) A sentença que decretar ou homologar o divórcio do empresário pode ser oposta de imediato a terceiros, sem necessidade de qualquer averbação ou arquivo no Registro Público de Empresas Mercantis. b) A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, não responderá pelas obrigações que contrair. c) Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. d) Em nenhum caso poderá o incapaz, após reconhecida judicialmente sua incapacidade, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança. e) O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. Questão 7 FCC Procurador do Estado PGE-SP/2009 O Código Civil prevê a inscrição do empresário individual no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Esta inscrição é a) facultativa como requisito de regularidade da condição de empresário. 23 de 51

25 b) obrigatória e é condição para a regularização da atividade de empresário. c) obrigatória, gerando efeito constitutivo. d) obrigatória e é condição para a caracterização da condição de empresário. e) facultativa e é condição para a caracterização da condição de empresário. Questão 8 FCC Juiz do Trabalho Substituto - 23ª região/2015 Antônio é empresário individual, como tal inscrito no Registro de Empresas e no CNPJ há mais de dez anos. Com exceção daqueles legalmente impenhoráveis, respondem pelas dívidas contraídas por Antônio no exercício da atividade empresarial (A) todos os seus bens. (B) todos os seus bens, mas limitadamente ao valor do capital da empresa. (C) somente os seus bens afetados à atividade empre sarial. (D) somente os seus bens afetados à atividade empre sarial, mas limitadamente ao valor do capital da em presa. (E) todos os seus bens, inclusive os não afetados à atividade empresarial, desde que deferida judicial mente a desconsideração da personalidade jurídica da empresa. Questão 9 FCC Promotor de Justiça PA/2014 Paulo, aposentado do cargo de promotor de justiça, decidiu comprar um imóvel rural, a fim de se dedicar, de forma organizada, profissional, habitual e exclusiva, ao cultivo e à venda das verduras orgânicas, visando ao lucro. Nesse caso, a) a inscrição de Paulo no Registro Público de Empresas, na condição de empresário individual, com responsabilidade ilimitada, atribui à empresa personalidade jurídica própria e distinta da do seu titular. b) na qualidade de empresário rural, é obrigatória a inscrição de Paulo no Registro Público de Empresas antes do início de sua atividade. c) Paulo não poderá exercer atividade empresária em nome próprio, pois o impedimento imposto aos pro motores de justiça para o exercício do comércio per siste mesmo depois da aposentadoria. d) Paulo não poderá ser qualificado como empresário, já que a atividade rural, por definição legal, não pode ter caráter empresarial. 24 de 51

26 e) depois de inscrito no Registro Público de Empresas, Paulo estará sujeito à falência, mesmo na qualidade de empresário rural. Questão 10 FCC Juiz de Direito GO/2015 Thiago, titular de uma empresa individual do ramo de padaria, veio ser interditado judicialmente e declarado absolutamente incapaz para os atos da vida civil por conta de uma doença mental que lhe sobreveio. A Thiago, nesse caso, é (A) permitido continuar a empresa por meio de representante, mediante prévia autorização judicial, que não é passível de revogação. (B) vedado continuar a empresa, ainda que por meio de representante. (C) permitido continuar a empresa por meio de representante, mediante prévia autorização judicial, que poderá ser revogada, também judicialmente, sem prejuízo dos direitos de terceiros. (D) permitido continuar a empresa por meio independentemente de prévia autorização judicial. de representante, (E) permitido continuar a empresa por meio de representante, caso em que todos os bens que já possuía ao tempo da sua interdição ficarão sujeitos ao resultado da empresa, ainda que estranhos ao acervo desta. Questão 11 FCC Juiz Substituto PE/2011 É correto afirmar que a) a lei assegurará tratamento isonômico ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição empresarial e aos efeitos dela decorrentes. b) o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da em presa ou gravá-los de ônus real. c) é facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da sede respectiva, antes do início de sua atividade. d) quem estiver legalmente impedido de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, não responderá pelas obrigações que contrair. e) é vedado aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, qualquer que seja o regime de bens escolhido. Questão 12 FCC Juiz Substituto GO/ 2012 Quanto à atividade empresarial, é correto afirmar: 25 de 51

27 a) Antes do início de sua atividade, faculta-se ao empresário sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. b) Desde que com auxílio de colaboradores, considera-se empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, constituindo esse exercício elemento de empresa ou não. c) Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação, tanto de bens como de serviços. d) A lei assegurará tratamento igualitário ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos dela decorrentes. e) Não responderá pelas obrigações contraídas a pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário. Questão 13 FCC Juiz do Trabalho Substituto - 1ª região/2015 Sobre a empresa individual de responsabilidade limitada, é correto afirmar que (A) a totalidade do seu capital social integralizado não será inferior a duzentas vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (B) a pessoa natural que constituí-la somente poderá figurar em duas empresas desta modalidade. (C) aplicam-se a ela, no que couber, as regras previstas para as sociedades cooperativas. (D) poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária em um único sócio. (E) será proibido atribuir-lhe remuneração decorrente da cessão de direitos de imagem quando constituída para prestação de serviços. Questão 14 FCC Promotor de Justiça PE/2014 Em relação à Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, é correto afirmar: a) Sua constituição e funcionamento, independentemente do objeto, dependem de prévia autorização da Junta Comercial. b) O seu capital social não poderá ser superior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País. c) Tem natureza jurídica de sociedade limitada unipessoal, de sorte que o seu nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão Ltda. após a firma ou a denominação social. 26 de 51

28 d) A mesma pessoa natural não poderá, simultaneamente, ser titular de mais de uma empresa individual de responsabilidade limitada, ainda que seja capaz de integralizar o capital de todas elas. e) Tem personalidade jurídica própria, que não se confunde com a do seu titular e se adquire com a sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Questão 15 COPS Procurador do Estado - PR/2011 Sobre o regime jurídico do empresário no Código Civil de 2002, assinale a alternativa correta: I. considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, sendo obrigatória a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. II. caso venha a admitir sócios, o empresário individual não poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, devendo constituir e realizar o registro de nova sociedade. III. o empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, deve requerer obrigatoriamente a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. IV. o Registro Público de Empresas Mercantis deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio absolutamente incapaz, desde que o capital social da sociedade esteja totalmente integralizado e que, o incapaz, devidamente representado, não exerça administração da sociedade. V. o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Alternativas: a) somente as alternativas II, III e V estão corretas; b) somente as alternativas II, III e IV estão corretas; c) somente as alternativas I, II e V estão corretas; d) somente as alternativas II, IV e V estão corretas; e) todas as alternativas estão corretas. Questão 16 FUMARC Procurador do Estado - MG/2012 Assinale a alternativa que completa corretamente afirmação: 27 de 51

29 No exercício de suas atividades, o empresário deverá se conduzir do seguinte modo, EXCETO... a) o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa. b) o empresário tem como obrigatória a sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. c) o empresário rural e o pequeno empresário terão tratamento favorecido e diferenciado, quanto a inscrição e aos efei-tos daí decorrentes. d) O empresário que instituir filial em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, deverá inscrever o estabelecimento secundário somente no local que está sendo aberta. e) O empresário deverá arquivar e averbar no Registro Público de Empresas Mercantis, os seus pactos e declarações antenupciais, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. Questão 17 ESAF Procurador da Fazenda Nacional/2012 Quanto ao empresário individual, assinale a opção incorreta. a) O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. b) É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas da respectiva sede, antes do início de sua atividade. c) O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode requerer inscrição no Registro Público de Empresas da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. d) Desde a decretação da falência ou do sequestro, o empresário falido perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor até a sentença que extingue suas obrigações. e) O empresário falido poderá fiscalizar a administração da falência, requerer as providências necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em que a massa falida seja parte ou interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabíveis. Questão 18 FCC Procurador do BACEN/2006 Pessoa incapaz pode ser empresária individual 28 de 51

30 a) se autorizada judicialmente a continuar a exploração de estabelecimento recebido por ela em herança. b) se for maior de 14 (quatorze) anos e possuir estabelecimento com economia própria. c) na qualidade de sócia de sociedade de responsabilidade limitada, desde que não possua poderes de administração. d) como acionista, sem direito de voto, de sociedade anônima. e) lei. em qualquer hipótese, desde que devidamente representada na forma da Questão 19 MPT/2010 Assinale a alternativa INCORRETA: a) Empresário é definido na lei como o profissional exercente de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços. b) Empresa é a atividade, cuja marca essencial é a obtenção de lucros com o oferecimento ao mercado de bens ou serviços, gerados estes mediante a organização dos fatores de produção (força de trabalho, matéria prima, capital e tecnologia). c) As cooperativas não estão sujeitas à falência e não podem pleitear a recuperação judicial. d) O empresário pode ser pessoa física ou jurídica e, em ambas as hipóteses denominam-se de sociedade empresária. e) não respondida. Questão 20 CESPE - Notário/2013 Com relação à disciplina jurídica do empresário no direito brasileiro, assinale a opção correta. A) Limitam-se a duas o número de empresas individuais de responsabilidade limitada que podem ser constituídas por uma única pessoal natural. B) Dada a natureza civil da atividade rural, não se admite a inscrição daquele que a exerce profissionalmente no registro público de empresas mercantis. C) No interesse do incapaz que obtiver autorização judicial para continuar o exercício de empresa, poderá o juiz autorizar, também, o respectivo curador ou tutor, que seja impedido legalmente de exercer atividade empresarial, para representá-lo nos atos respectivos. D) É cabível o registro, como empresário, do menor com mais de dezesseis anos de idade que se tenha emancipado com fundamento na obtenção de economia própria pelo exercício de atividade comercial. 29 de 51

31 E) A contratação de sociedade empresarial entre cônjuges é admitida, salvo nos casos de o regime de casamento ser o de comunhão parcial. 3.2 Gabarito Questão 01 A Questão 02 E Questão 03 E Questão 04 E Questão 05 E Questão 06 E Questão 07 B Questão 08 A Questão 09 E Questão 10 C Questão 11 B Questão 12 C Questão 13 D Questão 14 D Questão 15 Anulada Questão 16 D Questão 17 D Questão 18 A Questão 19 D Questão 20 D 3.3 Questões comentadas Agora nós iremos explicar alternativa por alternativa as questões que foram anteriormente apresentadas. Questão 01 FCC - Juiz do Trabalho Substituto - 1ª região/2015 Sobre o empresário, considere: I. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime de comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. II. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. 30 de 51

32 III. É facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. IV. Poderá o incapaz, por meio de representante ou assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e IV. (B) IV. (C) I e III. (D) III. (E) II. Comentários Afirmativa I: trata-se da reprodução do art. 977 do Código Civil. Na primeira hipótese, a da comunhão universal, a sociedade seria uma espécie de ficção, já que a titularidade das quotas do capital de cada cônjuge na sociedade não estaria patrimonialmente separada no âmbito da sociedade conjugal. Já no que diz respeito ao regime da separação obrigatória, não seria lógico as partes contratarem sociedade se a lei não lhes permite misturar seus patrimônios no âmbito do casamento. Afirmativa II: permissão contida no art. 978 que diz que o empresário casado sob qualquer regime, não irá precisar da outorga conjugal para alienar bens imóveis que integrem o patrimônio da empresa. Para isto, é importante dizer que os bens que podem ser alienados são os que estiverem em nome do empresário individual, ou seja, registrados no CNPJ. Este assunto foi alvo de enunciado na I Jornada de Direito Comercial: Enunciado nº 6: O empresário individual regularmente inscrito é o destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, desde que exista, se for o caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de Imóveis, devendo tais requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis. Afirmativa III: assertiva errada, pois o art. 967 do Código Civil exige que o empresário se registre na Junta Comercial antes do início da atividade. Afirmativa IV: é a previsão do art. 974 do Código Civil que trata da continuidade da empresa por parte do incapaz. Questão 02 FCC - Juiz Substituto - TJ-PI/2015 Renato, empresário cuja atividade rural constitui sua principal profissão, 31 de 51

33 a) tem a faculdade de se inscrever no Registro de Empresas, mas só pode exercê-la previamente ao início das suas atividades. b) não tem direito de se inscrever no Registro de Empresas, cabendo-lhe se inscrever apenas perante o Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento. c) tem o dever de se inscrever no Registro de Empresas previamente ao início das suas atividades. d) tem o dever de se inscrever no Registro de Empresas até noventa dias depois da data em que iniciar suas atividades. e) tem a faculdade de se inscrever no Registro de Empresas, mesmo depois de iniciadas as suas atividades. Comentários A questão do empreendedor rural está prevista no art. 971 do Código Civil e como foi explicado no curso da aula, diferente dos demais empresários, ele terá a faculdade de se inscrever na Junta Comercial e não a obrigatoriedade. Ponto importante para esta questão é que a inscrição, por não ser obrigatória, pode acontecer mesmo depois que a atividade já está iniciada. Observem como este tema é bastante recorrente nas provas e a cobrança é bem simples, baseada no texto de lei. Questão 03 FCC - Auditor Fiscal de Controle Externo - TCEPI/2014 Considere: I. Os cônjuges não podem contratar sociedade, seja qual for o regime de bens. II. Se exercer atividade própria de empresário, o legalmente impedido não responde pelas obrigações contraídas. III. Não é necessária outorga conjugal, seja qual for o regime de bens, para o empresário alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa. Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) III, apenas. Comentários 32 de 51

34 As afirmativas estão facilmente encontradas no texto de lei. Afirmativa I: contraria o disposto no art. 977 do Código Civil que proíbe que cônjuges casados no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória contraiam sociedade entre si ou com terceiros. Afirmativa II: O art. 973 do Código Civil determina que o impedido responde sim por suas obrigações. Afirmativa III: reproduz o art. 968 do Código Civil. Questão 04 FCC Assessor Jurídico - TCE-PI/2014 Marina é dona de um laboratório especializado em exames patológicos, que realiza a pedido de médicos e hospitais. Fábio é agricultor, com atividade voltada à montagem de cestas de legumes e verduras orgânicas, a serem vendidas em feiras e supermercados. Quanto a essas atividades, a) em nada se relacionam com atividades empresariais, por serem próprias de sociedades civis e de profissionais liberais. b) somente a de Marina é empresarial, já que voltada ao lucro, apesar de científica; a de Fábio é atividade agrária, que não se confunde com uma conduta empresarial. c) somente a conduta de Fábio é empresarial, já que se trata de atividade econômica organizada para a produção de bens, enquanto a atividade de Marina é científica, que não se considera empresarial. d) nenhuma delas é empresarial, já que a atividade de Marina é científica, que não se considera empresarial, e a de Fábio é meramente agrária, também não caracterizada como tal. e) são ambas empresariais, pois Marina exerce profissão de natureza científica, mas visando ao lucro e constituindo elemento de empresa, enquanto Fábio exerce atividade econômica organizada, para a produção e circulação de bens. Comentários Uma peculiaridade desta questão é que, apesar do enunciado não ser muito claro sobre a existência de elemento de empresa, nas alternativas somente uma possibilidade se faz possível. A alternativa a é falsa, pois ainda que se entenda que a atividade de Maia é de profissional liberal, a de Fábio jamais seria, pois ele é um empreendedor rural. Já a alternativa b possui dois equívocos. Se a atividade de Marica for meramente científica, ainda que voltada ao lucro, não será empresária, pois para isso é preciso a existência do elemento de empresa. E a atividade agrária é sim empresarial. O acontece é a faculdade de seu titular se formalizar como empresário. 33 de 51

35 A alternativa c é a que pode gerar mais dúvidas. Está correta quando a análise da atividade de Fábio, mas em relação à Maria, o erro é bem sutil. Há a firmação de que simples fato de ser atividade científica, faz com que não seja empresária, mas isso não é verdade, pois assim será caso exista elemento de empresa. São aqueles casos em que a questão não está totalmente errada, mas também não está certa. Mesmo comentário pode ser feito para a alternativa d que afirma que o simples fato de ser científica, faz com que atividade de Maria não seja empresária. Além disso, a atividade de Fábio é sim empresária. Resta apenas alternativa e como correta e dá a entender que Maria possui elemento de empresa. No caso de Fábio, é simples perceber que a atividade é empresária, ainda que seja facultado a inscrição como empresário em virtude do art. 971 do Código Civil. Questão 05 FCC Assessor Jurídico - TCE-PI/2014 João Renato era dono de um restaurante, exercendo pessoalmente sua administração. Sofre um acidente grave, automobilístico, que o leva a ser interditado para os atos da vida civil, mas insiste em continuar as atividades da empresa. Nessas condições pessoais, a) poderá fazê-lo, por meio de autorização judicial na qual se nomeará um curador e de natureza irrevogável, salvo prova de abuso de gestão. b) poderá fazê-lo, desde que por meio de representante ou devidamente assistido, sem interferência judicial, já que as obrigações legais passam a ser integralmente de seu representante. c) não poderá fazê-lo, por impedimento legal e, se o fizer, não responderá pelas obrigações contraídas, por sua incapacidade. d) não poderá fazê-lo, por impedimento legal às atividades empresariais mas, se o fizer, responderá pelas obrigações contraídas, para que não haja prejuízo a terceiros de boa-fé. e) poderá fazê-lo, desde que por meio de representante ou devidamente assistido, com precedente autorização judicial que examine as circunstâncias e riscos da empresa, bem como a conveniência em continuá-la e podendo tal autorização ser revogada pelo juiz, nos termos previstos em lei. Comentários No decorrer da aula nós explicamos a questão da continuidade da empresa para o empresário que tem uma situação de incapacidade superveniente. Esta questão é respondida pelo caput do art. 974 do Código Civil que permite a continuidade da atividade empresária e principalmente pelo seu 1º que trata da questão da autorização judicial: 34 de 51

36 Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. Questão 06 FCC Auditor Fiscal da Fazenda Estadual SEFAZ-RJ/2014 No tocante à atividade empresarial, é correto afirmar: a) A sentença que decretar ou homologar o divórcio do empresário pode ser oposta de imediato a terceiros, sem necessidade de qualquer averbação ou arquivo no Registro Público de Empresas Mercantis. b) A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, não responderá pelas obrigações que contrair. c) Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. d) Em nenhum caso poderá o incapaz, após reconhecida judicialmente sua incapacidade, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança. e) O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. Comentários Temos outra questão em que basta observarmos o texto de lei para a resposta. Alternativa a : contraria o disposto no art.980 do Código Civil. Alternativa b : contrário do que está no art.973 do CC. Alternativa c : em questões anteriores já mencionamos que esses regimes são os que impedem a existência de sociedade, conforme art Alternativa d : o art. 974 permite a continuação. Alternativa e : é exatamente o texto do art. 968 do Código Civil. Questão 7 FCC Procurador do Estado PGE-SP/2009 O Código Civil prevê a inscrição do empresário individual no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Esta inscrição é a) facultativa como requisito de regularidade da condição de empresário. b) obrigatória e é condição para a regularização da atividade de empresário. 35 de 51

37 c) obrigatória, gerando efeito constitutivo. d) obrigatória e é condição para a caracterização da condição de empresário. e) facultativa e é condição para a caracterização da condição de empresário. Comentários Explicamos na aula a diferença do conceito material e formal de empresário e é deste assunto que trata a questão. O art. 966 do Código Civil trata do conceito formal e o art. 967 fala do registro que é condição de regularidade e não de conceituação. Assim, somente a alternativa b traz a análise correta desses dois dispositivos. A inscrição é obrigatória, mas representa apenas condição de regularidade e não de caracterização como empresário. Questão 8 FCC Juiz do Trabalho Substituto - 23ª região/2015 Antônio é empresário individual, como tal inscrito no Registro de Empresas e no CNPJ há mais de dez anos. Com exceção daqueles legalmente impenhoráveis, respondem pelas dívidas contraídas por Antônio no exercício da atividade empresarial (A) todos os seus bens. (B) todos os seus bens, mas limitadamente ao valor do capital da empresa. (C) somente os seus bens afetados à atividade empre sarial. (D) somente os seus bens afetados à atividade empre sarial, mas limitadamente ao valor do capital da em presa. (E) todos os seus bens, inclusive os não afetados à atividade empresarial, desde que deferida judicial mente a desconsideração da personalidade jurídica da empresa. Comentários A questão trata da responsabilidade do empresário individual. Como mencionamos durante a explicação sobre o empresário individual, ele é obrigado a fazer sua inscrição na Junta Comercial antes de iniciar sua atividade. Essa inscrição do empresário individual existe, pois a Junta Comercial é o órgão que controla as atividades empresárias, porém é importante lembrar que tal registro não fará com que ele ganhe uma personalidade jurídica que será diferente da pessoa física. Ele jamais será considerado pessoa jurídica, já que não se enquadra em nenhuma das espécies de pessoa jurídica previstas no art. 36 de 51

38 44 do Código Civil, nem mesmo na Empresa Individual de Responsabilidade Limitada que tem seus requisitos próprios. Desta forma, o empresário individual é uma pessoa física que para exercer sua atividade empresária precisa de um registro no órgão competente. Mas ao se registrar na Junta Comercial, será obrigatório que o empresário individual também faça sua inscrição na Receita Federal, ocupando o Cadastro Nacional Pessoas Jurídicas CNPJ. E é justamente por causa deste fato que muitos fazem uma ideia errônea, acreditando que o empresário individual é pessoa jurídica. Perceba que a existência deste número no CNPJ é apenas para fins tributários. Este fato é que responde a questão. Uma vez que o empresário individual não tem personalidade jurídica distinta da pessoa física, não há autonomia patrimonial, já que as obrigações pertencem a uma única pessoa. Sendo assim, caso o negócio não dê certo, ele irá responder pelas obrigações contraídas com todo o seu patrimônio, estando ele registrado no CPF ou no CNPJ, não havendo como se falar em desconsideração da personalidade jurídica, já que não existe pessoa jurídica para ser desconsiderada. Essa explicação é suficiente para que possamos entender todas as alternativas. Questão 9 FCC Promotor de Justiça PA/2014 Paulo, aposentado do cargo de promotor de justiça, decidiu comprar um imóvel rural, a fim de se dedicar, de forma organizada, profissional, habitual e exclusiva, ao cultivo e à venda das verduras orgânicas, visando ao lucro. Nesse caso, a) a inscrição de Paulo no Registro Público de Empresas, na condição de empresário individual, com responsabilidade ilimitada, atribui à empresa personalidade jurídica própria e distinta da do seu titular. b) na qualidade de empresário rural, é obrigatória a inscrição de Paulo no Registro Público de Empresas antes do início de sua atividade. c) Paulo não poderá exercer atividade empresária em nome próprio, pois o impedimento imposto aos pro motores de justiça para o exercício do comércio per siste mesmo depois da aposentadoria. d) Paulo não poderá ser qualificado como empresário, já que a atividade rural, por definição legal, não pode ter caráter empresarial. e) depois de inscrito no Registro Público de Empresas, Paulo estará sujeito à falência, mesmo na qualidade de empresário rural. Comentários A alternativa correta é letra e : por ter tratamento diferenciado, o empreendedor rural só será considerado empresário se fizer sua inscrição na Junta Comercial. Importante ressaltar que se ele decidir fazê-lo, não terá mais nenhum tratamento diferente e passará a ter as mesmas obrigações de qualquer outro empresário. É o que se encontra previsto no art. 971 do Código Civil. No caso da questão, Paulo não precisaria se registrar, mas como decidiu 37 de 51

39 fazê-lo torna-se empresário passando a ter todos os direitos e obrigações, inclusive podendo ser declarado falido pela aplicabilidade da lei prevista no art. 1º da Lei nº 11101/2005. A alternativa a trata do mesmo assunto da questão anterior. O empresário individual tem que fazer sua inscrição na Junta Comercial antes de iniciar sua atividade. e será obrigatório que o empresário individual também faça sua inscrição na Receita Federal, ocupando o Cadastro Nacional Pessoas Jurídicas CNPJ. E é justamente por causa deste fato que muitos fazem uma ideia errônea, acreditando que o empresário individual é pessoa jurídica. Mas como já falamos algumas vezes, a existência deste número no CNPJ é apenas para fins tributários, não conferindo condição de pessoa juridical ao empresário individual. Como já foi mencionado na alternativa correta, pela previsão do art. 971, o rural poderá se inscrever na Junta Comercial, não sendo uma obrigatoriedade, assim a alternativa b está incorreta. Alternativa c : a segunda parte do art. 972 determina que não pode exercer a atividade empresária que possui impedimento para tal. Esses impedimentos se dão em função do cargo ou posição que determinada pessoa ocupa que é incompatível com o exercício da empresa. Ao se aposentar esse impedimento deixa de existir, pois não haverá mais incompatibilidade. Alternativa d : a atividade rural é caracterizada sim como empresária desde que se enquadre nos requisitos do art. 966 do Código Civil. O que o art. 971 diferencia o rural é na obrigatoriedade do registro, ou seja, na formalização do exercício da atividade. Questão 10 FCC Juiz de Direito GO/2015 Thiago, titular de uma empresa individual do ramo de padaria, veio ser interditado judicialmente e declarado absolutamente incapaz para os atos da vida civil por conta de uma doença mental que lhe sobreveio. A Thiago, nesse caso, é (A) permitido continuar a empresa por meio de representante, mediante prévia autorização judicial, que não é passível de revogação. (B) vedado continuar a empresa, ainda que por meio de representante. (C) permitido continuar a empresa por meio de representante, mediante prévia autorização judicial, que poderá ser revogada, também judicialmente, sem prejuízo dos direitos de terceiros. (D) permitido continuar a empresa por meio independentemente de prévia autorização judicial. de representante, (E) permitido continuar a empresa por meio de representante, caso em que todos os bens que já possuía ao tempo da sua interdição ficarão sujeitos ao resultado da empresa, ainda que estranhos ao acervo desta. 38 de 51

40 Comentários Atenção para o fato de o enunciado falar que Thiago é titular de uma empresa individual. Por óbvio a banca se equivocou no uso do termo, pois a questão da incapacidade superveniente diz respeito ao empresário individual. Ao utilizar empresa individual ela caba por confundir com empresa individual de responsabilidade limitada EIRELI, mas neste caso teríamos pessoa jurídica e não teria relevância a questão da capacidade. A alternativa correta é a letra c que trata dos requisitos para ser emrpesário. Como já explicado, dois são os requisitos para que seja possível se inscrever como empresário individual: capacidade propriamente dita e ausência de impedimento. Na interpretação conjunta do art. 972 do Código Civil com o art. 974, conclui-se que para requerer a inscrição como empresário, é necessário ter plena capacidade civil. Não é possível requerer a inscrição por representante ou assistente. A atividade empresarial poderá, entretanto, ser continuada, através de representante ou assistente, quando ocorrer incapacidade superveniente. Esta incapacidade superveniente poderá ocorrer quando o próprio empresário passa por um processo de interdição e é declarado incapaz ou quando ele falece e seu(s) herdeiro(s) é(são) incapaz(es). Em qualquer dos casos, a continuação da atividade dependerá de autorização judicial e os bens que o incapaz possuía antes de interdição ou da sucessão não poderão ser penhorados para o pagamento de dívidas decorrentes da atividade. O erro da alternativa a é que a autorização judicial poderá ser revogada a qualquer momento se a continuidade da empresa não for mais interessante para o incapaz ou lhe tiver trazendo riscos. Pelo que foi explicado no material e também no comentário da alternativa correta, a continuação é possível, o que torna errrada a alternativa b. Alternativa d : imprescindível. também como já foi dito, a autorização judcial é Alternativa e : pelo art. 972, 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. Questão 11 FCC Juiz Substituto PE/2011 É correto afirmar que a) a lei assegurará tratamento isonômico ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição empresarial e aos efeitos dela decorrentes. b) o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da em presa ou gravá-los de ônus real. 39 de 51

41 c) é facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da sede respectiva, antes do início de sua atividade. d) quem estiver legalmente impedido de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, não responderá pelas obrigações que contrair. e) é vedado aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, qualquer que seja o regime de bens escolhido. Comentários A questão apresenta uma série de pegadinhas, pois nas alternativas erradas foram feitas mudanças em apenas uma ou poucas palavras do texto legal. Alternativa correta: letra b : a assertiva reproduz o texto do art. 978 do Código Civil, que trata da alienação de bens por parte do empresário casado, tema que foi abordado no decorrer desta aula. Alternativa a : de acordo com o art. 970, o tratamento para a inscrição do rural e do pequeno empresário será diferenciada e não insonômica. Este tratamento diferente é baseado no direito fundamental à igualdade, mas do ponto de vista material, isto é, deve-se tratar igual os iguais e desigualmente os desiguais. Aquele que tem um empreendimento rural e o pequeno empresário são diferentes dos demais empresários. Por exemplo, o rural sofre muito mais com os efeitos da natureza, com a não valorização da sua atividade. O pequeno empresário tem poder econômico menor e em consequência menos competitividade. Assim, como são desiguais, terão tratamento desigual no que diz respeito ao registro de empresário e aos seus efeitos. Alternativa c : a inscrição do empresário é obrigatória e não facultativa como foi colocado no enunciado. É o que preconiza o art. 968 do Código Civil. Somente o empreendedor rural é que tem a inscrição facultativa, pelos motivos que foram narrados no comentário anterior. Alternativa d : o Código Civil coloca dois requisitos para que alguém possa ser empresário. Pelo art. 972, para ser empresário é preciso estar no pleno gozo da capacidade civil e não ser legalmente impedido. As pessoas impedidas são aquelas que por seu cargo ou profissão, não podem ser empresários (funcionários públicos, chefes do executivo, etc). De acordo com o art. 973, se estas pessoas impedidas exercerem a atividade, responderão pelos atos praticados, por isso a alternativa é incorreta. Não seria correto que aquele que infringe a lei fique sem responder pelos seus atos. Alternativa e : há sim limitação para os cônjuges contratarem sociedade entre si ou com terceiros, porém, o art. 977 proíbe tal contratação apenas se os cônjuges forem casados sob o regime da comunhão universal de bens ou da separação obrigatória. Questão 12 FCC Juiz Substituto GO/ 2012 Quanto à atividade empresarial, é correto afirmar: 40 de 51

42 a) Antes do início de sua atividade, faculta-se ao empresário sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. b) Desde que com auxílio de colaboradores, considera-se empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, constituindo esse exercício elemento de empresa ou não. c) Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação, tanto de bens como de serviços. d) A lei assegurará tratamento igualitário ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos dela decorrentes. e) Não responderá pelas obrigações contraídas a pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário. Comentários A alternativa a está errada, pois de acordo com o art. 968, é obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis e não facultativa. Também está errada a alternativa b que trata da regra prevista no parágrafo único do art. 966 do Código Civil, que diz quais as atividades não são consideradas empresárias. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Portanto, as atividades intelectuais, de natureza científica (médicos, cientistas), literárias (escritores, advogados) ou artísticas (músicos, atores) não são consideradas como empresárias. Existe apenas uma possibilidade de essas atividades serem consideradas como empresárias que é a ressalva final do dispositivo, ou seja, quando a atividade constituir elemento de empresa. A alternativa correta é a c, já que o enunciado apenas reproduz o que está previsto no art. 966 do Código Civil e que pode perfeitamente ser usado como conceito de empresário. A alternativa d está errada, pois de acordo com o que se observa no art. 970, a lei irá dar tratamento diferenciado e não igualitário para o rural e o pequeno empresário. No que tange a alternativa e, nem precisaria de texto legal para contrariar essa assertiva, pois ela causaria uma grande injustiça. Mesmo assim, o art. 973 é claro em determinar que o impedido responderá pelos atos que praticar ao exercer indevidamente a atividade empresária. Questão 13 FCC Juiz do Trabalho Substituto - 1ª região/ de 51

43 Sobre a empresa individual de responsabilidade limitada, é correto afirmar que (A) a totalidade do seu capital social integralizado não será inferior a duzentas vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (B) a pessoa natural que constituí-la somente poderá figurar em duas empresas desta modalidade. (C) aplicam-se a ela, no que couber, as regras previstas para as sociedades cooperativas. (D) poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária em um único sócio. (E) será proibido atribuir-lhe remuneração decorrente da cessão de direitos de imagem quando constituída para prestação de serviços. Comentários A alternativa correta é a letra d que trata-se da previsão do 3º do art. 980-A. Este permite que a EIRELI decorra de uma transformação quando em uma sociedade pluripessoal o sócio passe a ter todas as quotas em sua titularidade e fique sozinho, alterando seu registro. Há sim um capital mínimo na EIRELI, mas ele é de 100 salários mínimos e não 200 como menciona a alternativa a. É o que se encontra previsto no caput do art. 980-A. Alternativa b : de acordo com o que está disposto no 2º do art. 980-A, a pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. A regência supletiva da EIRELI é pelas regras da sociedade llimitada (art. 908A, 6º) e não da sociedade cooperativa, ou seja, está errada a alternativa c. A alternativa e está errada, pois o 5º do art. 980-A permite que seja atribuída à EIRELI a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. Questão 14 FCC Promotor de Justiça PE/2014 Em relação à Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, é correto afirmar: a) Sua constituição e funcionamento, independentemente do objeto, dependem de prévia autorização da Junta Comercial. b) O seu capital social não poderá ser superior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País. 42 de 51

44 c) Tem natureza jurídica de sociedade limitada unipessoal, de sorte que o seu nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão Ltda. após a firma ou a denominação social. d) A mesma pessoa natural não poderá, simultaneamente, ser titular de mais de uma empresa individual de responsabilidade limitada, ainda que seja capaz de integralizar o capital de todas elas. e) Tem personalidade jurídica própria, que não se confunde com a do seu titular e se adquire com a sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Comentários Por ser assunto relativamente novo no Direito Empresarial, temos visto um número razoável de questões tratando da EIRELI. Essa questão aborda alguns aspectos doutrinários e não apenas o texto de lei. Vamos analisar cada alternativa. A alternativa a está errada, pois não há nenhuma previsão legal para essa necessidade de autorização e mesmo que houvesse certamente seria inconstitucional já que violaria o princípio da livre iniciativa que é basilar do Direito Empresarial. Assim como na questão comentada anteriormente, a alternativa b trata do capital mínimo da EIRELI. De acordo com o caput do art. 980-A, o capital social não pode ser inferior a 100 (cem) salários mínimos. O que há é uma capital mínimo para se constituir a EIRELI e não um limite máximo do investimento. Na alternativa c podemos apontar dois erros na assertiva. O primeiro é que a EIRELI não tem natureza de sociedade limitada, sendo inclusive tal entendimento objeto de enunciado na Jornada de estudos do Conselho da Justiça Federal: Enunciado nº 469 A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado. Além disso, o nome empresarial não é formado pela expressão LTDA e sim pela expressão final EIRELI como está previsto no 1º do art. 980-A. A alternativa correta é a letra d que está condizente com o 2º do art. 980-A que determina que: A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Entendeu o legislador que uma pessoa natural que constituísse várias EIRELIs poderia fazê-lo para abusar da existência de personalidade jurídica e então previu expressamente a vedação. De fato a EIRELI tem personalidade jurídica própria e essa é uma das suas características marcantes, mas de acordo com o art. 45 do Código Civil a pessoa jurídica adquire a personalidade com o registro do seu ato constitutivo no órgão próprio que no caso da EIRELI é a Junta Comercial e não a receita federal que é o órgão responsável pela inscrição no CNPJ. A aquisição de personalidade jurídica própria, portanto, ocorre com a inscrição na Junta Comercial. Esse é o erro da alternativa e. 43 de 51

45 Questão 15 COPS Procurador do Estado - PR/2011 Sobre o regime jurídico do empresário no Código Civil de 2002, assinale a alternativa correta: I. considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, sendo obrigatória a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. II. caso venha a admitir sócios, o empresário individual não poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, devendo constituir e realizar o registro de nova sociedade. III. o empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, deve requerer obrigatoriamente a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. IV. o Registro Público de Empresas Mercantis deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio absolutamente incapaz, desde que o capital social da sociedade esteja totalmente integralizado e que, o incapaz, devidamente representado, não exerça administração da sociedade. V. o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Alternativas: a) somente as alternativas II, III e V estão corretas; b) somente as alternativas II, III e IV estão corretas; c) somente as alternativas I, II e V estão corretas; d) somente as alternativas II, IV e V estão corretas; e) todas as alternativas estão corretas. Comentários A questão foi anulada pela banca examinadora, já que não existia alternativa para a análise das afirmativas. Afirmativa I : Está correta a alternativa, vez que trata-se da conjugação dos textos dos artigos 966, caput e do artigo 967, ambos do Código Civil. Afirmativa II : O texto apresentado está incorreto, uma vez que faz referência ao parágrafo 3º do Artigo 968 do Código Civil, com o acréscimo apenas da palavra não. Assim, o correto seria afirmar que o empresário individual que admitir novo sócio deverá modificar seu registro de empresário para registro de sociedade. 44 de 51

46 Afirmativa III : Está incorreta, pois o texto do artigo 971 do Código Civil não estabelece a obrigatoriedade na inscrição do empresário individual que exerce atividade rural; trata-se de uma faculdade. Afirmativa IV : A Alternativa está correta, mesclando o disposto nos artigos 974 e 976 do Código Civil, ou seja, o incapaz tem o direito de continuar a atividade por ele exercida ou quando adquirida por herança, desde que devidamente representado. Desta forma, o capital deve estar totalmente integralizado, não comunicando os bens particulares do incapaz e qualquer alteração contratual deverá ser levada ao Registro Público de Empresas Mercantis. Afirmativa V : Corresponde ao exato texto do artigo 1179 do Código Civil, logo, a afirmativa está correta. Questão 16 FUMARC Procurador do Estado - MG/2012 Assinale a alternativa que completa corretamente afirmação: No exercício de suas atividades, o empresário deverá se conduzir do seguinte modo, EXCETO... a) o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa. b) o empresário tem como obrigatória a sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. c) o empresário rural e o pequeno empresário terão tratamento favorecido e diferenciado, quanto a inscrição e aos efei-tos daí decorrentes. d) O empresário que instituir filial em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, deverá inscrever o estabelecimento secundário somente no local que está sendo aberta. e) O empresário deverá arquivar e averbar no Registro Público de Empresas Mercantis, os seus pactos e declarações antenupciais, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. Comentários Alternativa correta: letra d : o erro está na parte final da assertiva. De acordo com o caput do art. 969 do Código Civil, o empresário que instituir filial em local de outra jurisdição de Junta Comercial, deverá inscrever-se nesse outro Estado. Ocorre que o parágrafo único desse mesmo artigo leciona que a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. Como na afirmativa foi dito que a inscrição da filial ocorre somente no local onde está sendo aberta, ou seja, na Junta Comercial do outro Estado, ela está incorreta, pois a criação da filial deve ser registrada também na Junta Comercial de origem. 45 de 51

47 Alternativa a : a assertiva reproduz o texto do art. 978 do Código Civil. Essa situação se refere, por óbvio, ao empresário individual, pois este é pessoa física e não tem personalidade jurídica distinta para que separadamente possa adquirir direitos e obrigações para exercer a empresa. Assim, os bens que são adquiridos pertencem à pessoa física e se observamos o art do Código Civil, haveria a necessidade de outorga conjugal para alienar bens imóveis ou gravá-los de ônus real. Porém, o Código Civil observou que no caso do empresário, é possível identificar os bens que são utilizados para a prática da empresa e estas podem ser alienados sem nenhuma necessidade de outorga. Isto porque, há a necessidade de celeridade no trato negocial de uma atividade empresária e o cônjuge que é o empresário é que é responsável pela gestão do negócio, não seu marido ou sua mulher. Alternativa b : também é a reprodução de um artigo, no caso, o 967 do Código Civil. Ele vai tratar da regularidade da atividade do empresário. Se uma determinada pessoa se enquadra no conceito de empresário previsto no art. 966, deve se registrar na Junta Comercial antes de começar a atividade para que a exerça de maneira regular, formal. Alternativa c : coaduna-se com o previsto no art. 970 do Código Civil e também com o princípio constitucional da igualdade. Igualdade esta que é observada sob o aspecto material, ou seja, deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, no limite da sua desigualdade. O empresário rural é diferente dos demais tendo em vista que sua atividade, além de menos valorizada, está sujeita a influência muito maior dos fatores da natureza. Já o pequeno empresário merece tratamento especial devido sua menor condição econômica, principalmente quando comparado com os empresários de grande porte. Alternativa e : a afirmativa reproduz o que está no art. 979 do Código Civil. Tal previsão tem o condão de dar publicidade a determinados atos da vida civil do empresário que podem interessar para a prática da atividade de empresa. Questão 17 ESAF Procurador da Fazenda Nacional/2012 Quanto ao empresário individual, assinale a opção incorreta. a) O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. b) É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas da respectiva sede, antes do início de sua atividade. c) O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode requerer inscrição no Registro Público de Empresas da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. 46 de 51

48 d) Desde a decretação da falência ou do sequestro, o empresário falido perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor até a sentença que extingue suas obrigações. e) O empresário falido poderá fiscalizar a administração da falência, requerer as providências necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em que a massa falida seja parte ou interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabíveis. Comentários Alternativa correta: letra d : trata-se de uma questão difícil e o erro da afirmativa não é fácil de ser percebido. A alternativa está se referindo aos art. 102 e 103 da Lei /2005 que é a Lei de Falência e Recuperação de Empresas. O primeiro dispositivo citado dita que: O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no 1º do art. 181 desta Lei. Já o segundo preconiza: Desde a decretação da falência ou do seqüestro, o devedor perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor. Observemos que no caso da impossibilidade de exercer a atividade empresária, esta irá até a sentença que extinguir as obrigações do falido, mas no caso da indisponibilidade dos bens, não há este limite e este é o erro, já que na afirmativa a banca misturou as duas situações. Alternativa a : é a reprodução exata do art do Código Civil que fala do nome empresarial para o empresário individual que tem que usar como base de formação o seu nome civil. No item específico, iremos falar melhor sobre o nome empresarial. Alternativa b : está correto, pois se refere à obrigação prevista no art. 967 do Código Civil. Somente aquele que pratica atividade de caráter rural não está obrigado a realizar a inscrição na Junta Comercial antes do início da atividade, como será comentado na alternativa a seguir. Alternativa c : de acordo com o art. 970 do Código Civil, o tratamento para a inscrição do rural será diferenciada. Este tratamento diferente é baseado no direito fundamental à igualdade, mas do ponto de vista material, isto é, deve-se tratar igual os igual e desigualmente os desiguais. Aquele que tem um empreendimento rural e o pequeno empresário são diferentes dos demais empresários. Por exemplo, o rural sofre muito mais com os efeitos da natureza, com a não valorização da sua atividade. Assim, como são desiguais, terão tratamento desigual no que diz respeito ao registro de empresário e aos seus efeitos. Desta feita, o art. 971 prevê o que está na alternativa. Alternativa e : trata-se da possibilidade prevista no parágrafo único do art. 103 da Lei /2005. O falido tem total interesse no bom andamento da falência, pois sofrerá suas consequências, por exemplo, na extinção das obrigações e assim terá o direito de fiscalizar o seu andamento. 47 de 51

49 Questão 18 FCC Procurador do BACEN/2006 Pessoa incapaz pode ser empresária individual a) se autorizada judicialmente a continuar a exploração de estabelecimento recebido por ela em herança. b) se for maior de 14 (quatorze) anos e possuir estabelecimento com economia própria. c) na qualidade de sócia de sociedade de responsabilidade limitada, desde que não possua poderes de administração. d) como acionista, sem direito de voto, de sociedade anônima. e) lei. em qualquer hipótese, desde que devidamente representada na forma da Comentários Apesar de ser uma questão aplicada há bastante tempo, retrata entendimentos atuais e demonstra um tipo que abordagem interessante. Por isso valor explicála, começando pela alternativa correta. Alternativa correta: letra a : trata-se basicamente do texto do caput e do parágrafo primeiro do artigo 974 do Código Civil. Via de regra, a empresa somente pode ser exercida por pessoas capazes, no entanto, a alternativa traz uma das exceções, se referindo à CONTINUIDADE (e nunca o início) da empresa por pessoa incapaz em decorrência de recebimento de herança, uma das hipóteses previstas no caput do artigo supramencionado. Vale ressaltar que tal atividade depende sempre de autorização judicial devidamente lembrada na alternativa. Alternativa b : está incorreta, pois o artigo 974 do Código Civil traz apenas duas exceções à possibilidade de continuidade da empresa por incapaz, que são a incapacidade superveniente e o recebimento desta por herança. Além disso, a emancipação somente ocorre com os relativamente incapazes, que são aqueles que possuem ao menos 16 anos e, caso ocorresse a emancipação, não seria considerado incapaz, para efeitos jurídicos. Assim, não há previsão legal para a atividade empresarial para pessoa maior de 14 anos e com estabelecimento com economia própria. Alternativa c : é uma alternativa que contém uma pegadinha, afinal, se o incapaz for considerado sócio de uma sociedade, seja ela qual for, não será empresário individual. Ou seja, os conceitos de empresário individual e sócio de sociedade empresária não se confundem. Além disso, nos casos de sociedade empresária em que o incapaz der continuidade à atividade haverá a exigência de que o capital social esteja completamente integralizado. Alternativa d : assim como o previsto na letra c, caso o incapaz seja sócio de sociedade anônima, não mais poderá ser considerado empresário individual. Alternativa e : está incorreta, uma vez que, mesmo estando correta acerca da exigência de representação, a atividade de empresa como empresário 48 de 51

50 individual não poderá ocorrer em qualquer hipótese, mas apenas naquelas previstas no artigo 974, Código Civil, quais sejam, continuar a empresa exercida por ele antes enquanto capaz ou por recebimento de herança. Questão 19 MPT/2010 Assinale a alternativa INCORRETA: a) Empresário é definido na lei como o profissional exercente de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços. b) Empresa é a atividade, cuja marca essencial é a obtenção de lucros com o oferecimento ao mercado de bens ou serviços, gerados estes mediante a organização dos fatores de produção (força de trabalho, matéria prima, capital e tecnologia). c) As cooperativas não estão sujeitas à falência e não podem pleitear a recuperação judicial. d) O empresário pode ser pessoa física ou jurídica e, em ambas as hipóteses denominam-se de sociedade empresária. e) não respondida. Comentários Alternativa correta: letra d : está incorreta a assertive. O principal erro é dizer que em ambas as hipóteses ter-se-á sociedade empresária. Em regra, a sociedade empresária será formada pela união de pessoas e não quando uma pessoa física sozinha praticar a atividade empresária. Alternativa a : traz exatamente a definição legal de empresário, contida no caput do art. 966 do Código Civil, que vai caracterizar o empresário como sendo aquele quem efetivamente exerce a atividade de organização. Alternativa b : essa é a grande inovação do Código Civil de 2002 que se filiou à teoria italiana embasadora do Direito Empresarial e revolucionou o conceito de empresa. Esta expressão agora significa a atividade, e ainda que fora do âmbito jurídico, ela continua a designar coisas diferentes, como, por exemplo, sociedade empresária, estabelecimento empresarial, o correto tecnicamente é significar atividade. Alternativa c : de acordo com o parágrafo único do art. 982 do Código Civil, independente do objeto social, a cooperativa será sempre uma sociedade simples, isto é, nunca será considerada uma sociedade empresária. E como preceitua o art. 1º da Lei /05, que é a Lei de Falência e Recuperação de Empresas, ela só se aplica à sociedades empresárias e aos empresários individuais. Conclui-se então que as cooperativas não podem passar pelo procedimento da falência e nem requerer recuperação judicial. Nos casos em que a sociedade cooperativa estiver em estado de insolvência, deverá se valer do procedimento da insolvência civil previsto do Código de Processo Civil. 49 de 51

51 Questão 20 CESPE - Notário/2013 Com relação à disciplina jurídica do empresário no direito brasileiro, assinale a opção correta. A) Limitam-se a duas o número de empresas individuais de responsabilidade limitada que podem ser constituídas por uma única pessoal natural. B) Dada a natureza civil da atividade rural, não se admite a inscrição daquele que a exerce profissionalmente no registro público de empresas mercantis. C) No interesse do incapaz que obtiver autorização judicial para continuar o exercício de empresa, poderá o juiz autorizar, também, o respectivo curador ou tutor, que seja impedido legalmente de exercer atividade empresarial, para representá-lo nos atos respectivos. D) É cabível o registro, como empresário, do menor com mais de dezesseis anos de idade que se tenha emancipado com fundamento na obtenção de economia própria pelo exercício de atividade comercial. E) A contratação de sociedade empresarial entre cônjuges é admitida, salvo nos casos de o regime de casamento ser o de comunhão parcial. Comentários Alternativa correta: letra d : os requisitos para ser empresário, previstos no art. 972 do Código Civil são a plena capacidade e a ausência de impedimento. Um menor que conseguiu sua emancipação pela hipótese do art. 5º, parágrafo único, inciso V, isto é, pelo fato de ter obtido economia própria pelo exercício da atividade comercial, torna-se plenamente capaz e com isso pode ser empresário normalmente. A emancipação cessa a incapacidade, apesar de o sujeito continuar sendo menor de idade. Alternativa a : de acordo com o 2º do art. 980-A, este que incluiu a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada no Código Civil, a pessoa física somente pode ser titular de uma EIRELI. Alternativa b : dois são os erros da afirmativa. Primeiro que a atividade rural é de natureza comercial e não civil. Isto porque, ela se enquadra perfeitamente no previsto no art. 966 do Código Civil, não sendo atividade intelectual de natureza artística, científica ou literária. O que acontece é que por força do art. 971, aquele que pratica atividade rural terá a faculdade de se inscrever na Junta Comercial e não a obrigatoriedade como acontece com as demais atividades empresárias. Criou-se esse tratamento diferenciado para o rural pela dificuldade maior que ele enfrenta na realização de seu múnus. O segundo erro, portanto, é afirmar que o rural não pode se inscrever no registro público de empresas mercantis já que ele o fará se assim desejar. Alternativa c : o art. 975 é expresso em dizer que se o representante legal do incapaz for impedido para a prática da atividade empresária, ele deverá nomear, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes, que irão realizar a representação do incapaz especificamente na condução da empresa. 50 de 51

52 Alternativa e : na verdade, pelo que se encontra no art. 977 no regime de casamento da comunhão parcial de bens os cônjuges podem fazer sociedade entre si e com terceiros. Não pode haver sociedade entre o casal que contraiu núpcias sob o regime da comunhão universal ou da separação obrigatória. 4- Jurisprudência O Superior Tribunal de Justiça possui julgados em que reconhece que o empresário individual não é pessoa jurídica, como podemos observar no REsp /RO, de relatoria da Ministra Nancy Andrighi: Processual civil. Recurso especial. Ação rescisória. Agravo retido. Inviabilidade. Embargos de declara-ção. Não demonstração da omissão, contradição ou obscuridade. Patrimônio do empresário individual e da pessoa física. Doação. Invalidade. Ausência de outorga uxória. Erro de fato. Tema controvertido. Violação a literal disposição de lei. (...) - Empresário individual é a própria pessoa física ou natural, respondendo os seus bens pelas obrigações que assumiu, quer civis quer comerciais. (...) Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, provido. 5 - Considerações Finais Amigos, esta foi nossa aula inaugural! Ela traz uma parte pequena da matéria, em que tratamos do conceito de Empresário que é parte basilar do Direito Empresarial. Este assunto não é tão frequente nesta prova para a qual nós estamos nos preparando, mas não podem ser deixados de estudar. Por não ser tema tão frequente, esta aula ficou um pouco mais enxuta que as demais, mas assim vocês poderão iniciar com calma a matéria e ter um aprofundamento maior nas próximas aulas. Na próxima aula iremos tratar dos elementos obrigatórios para a prática da atividade empresária que são o nome empresarial e o estabelecimento empresarial. Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso ou por . Bons estudos!! Aguardo vocês na próxima aula. Até lá! Estefânia Rossignoli estefaniarossignoli@yahoo.com.br 51 de 51

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