Os novos desafios das compras públicas: Evoluir na mudança

Transcrição

1 Os novos desafios das compras públicas: Evoluir na mudança João Amaral e Almeida 1

2 Slogan do Tribunal de Contas: 2

3 Saber gastar bem / Saber comprar bem Isto é, saber gastar eficientemente, adquirindo os produtos (bens ou serviços) que são mais aptos a satisfazer as necessidades aquisitivas pelo menor custo possível 3

4 Melhores compras públicas Muito mais do que ter uma legislação de contratação pública aprimorada, é necessário saber: 1) Definir uma correta estratégia aquisitiva; 2) Elaborar um excelente caderno de encargos; 3) Estabelecer um adequado critério de adjudicação. 4

5 Aquisição direta ou por via de acordos quadro? Objetivo dos acordos quadro: 1. Simplificação e agilização da contratação pública São um instrumento ao dispor das entidades adjudicantes para, no seguimento de um procedimento concursal, seleccionarem um ou vários fornecedores a quem adjudicarão propostas para a aquisição de todos os produtos (bens, serviços ou obras), inerentes a um específico sector de atividade e de mercado, que são necessários à satisfação das suas necessidades Redução dos custos procedimentais inerentes a reiteradas aquisições 5

6 Aquisição direta ou por via de acordos quadro? Objetivo dos acordos quadro: 2. Renovação da concorrência Através dos acordos quadro, as entidades adjudicantes podem reabrir a concorrência (entre os fornecedores que são parte desses acordos) por forma a obter melhorias nas condições contratuais inicialmente propostas (quando for adoptada a modalidade de acordo quadro com múltiplos fornecedores) 6

7 Definição e avaliação das necessidades Nem as Diretivas nem o CCP impõem formalmente, no recurso aos acordos quadro, qualquer condição relativa à natureza/objeto dos produtos a adquirir ou das circunstâncias que motivam ou rodeiam a aquisição pretendida O recurso ao acordo quadro não necessita pois, do ponto de vista da sua legalidade, de qualquer justificação com base nas incertezas sobre a extensão ou o ritmo das necessidades a satisfazer 7

8 Aquisição direta ou por via de acordos quadro? Todavia, os objetivos dos acordos quadro só serão alcançados se os produtos (bens/serviços) que constituem o objeto dos futuros contratos a celebrar sejam: fornecidos/prestados em série (em sequência temporal) standartizados / homogéneos Especialmente quando os acordos quadro sejam celebrados por uma central de compras! 8

9 Obrigação de aquisição por via de acordos quadro: Decreto-Lei n.º 37/2007 de 19 de fevereiro (Artigo 5.º) A contratac a o centralizada de bens e servic os, nos termos do n.º 1, é obrigato ria para as entidades compradoras vinculadas, sendo-lhes proibida a adoc a o de procedimentos tendentes a contratac a o direta de obras, de bens mo veis e de servic os abrangidos pelas categorias definidas nos termos do n.º 3, salvo autorizac a o prévia expressa do membro do Governo responsa vel pela a rea das financ as, precedida de proposta fundamentada da entidade compradora interessada. 9

10 Elaboração de cadernos de encargos: Definição do objeto contratual: lote único ou divisão em lotes? Especificações técnicas e funcionais adequadas aos objetivos pretendidos Estabelecimento de penalidades que desincentivem o incumprimento contratual 10

11 Estabelecimento do critério de adjudicação: Compreensão de que o critério da proposta economicamente mais vantajosa implica: a) um modelo compensatório (trade-off entre qualidade e preço) b) o estabelecimento de funções de valor Compreensão da vantagens e das desvantagens da adoção do critério do mais baixo preço 11

12 Novas Diretivas europeias de contratação pública: Diretiva 2014/24/UE, de 26 de fevereiro de 2014 Sound bites de sempre: modernização, simplificação, inovação...! 12

13 Verdadeiras novidades da Diretiva 2014/24: Em matéria de in house tradicional e in house horizontal (art.12.º) Em matéria de contrato excluídos (serviços jurídicos) (art.13.º) Em matéria de contratos reservados a certos operadores (art.20.º) Em matéria de divisão em lotes (art.46.º) Relativa ampliação dos casos de negociação (art.26.º - 4) Relevância do anterior desempenho do concorrente (art.57.º g) Documento Europeu Único de Contratação Pública (art. 59.º) 13

14 Novos procedimentos? Parceria para a inovação A Diretiva 2014/24 não tem uma definição de parceria para a inovação; Este procedimento específico deverá permitir às entidades adjudicantes instituir uma parceria para a inovação a longo prazo tendo em vista o desenvolvimento e posterior aquisição de produtos, serviços ou obras novos e inovadores, desde que estes ( ) possam ser disponibilizados de acordo com níveis de desempenho e custos previamente acordados, sem haver necessidade de um procedimento de contratação separado para a aquisição - Considerando (49) 14

15 Parceria para a inovação Cfr. o conceito de inovação (n.º 22 do artigo 2.º): a implementação de um produto, serviço ou processo novo ou significativamente melhorado, incluindo mas não limitado aos processos de produção ou construção, um novo modelo de comercialização, ou um novo método organizacional nas práticas empresariais, na organização do local de trabalho ou nas relações externas, nomeadamente com o objetivo de ajudar a resolver os desafios sociais ou de apoiar a Estratégia Europa 2020 para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. 15

16 Parceria para a inovação (artigo 31.º) Mais do que um verdadeiro e distinto procedimento, a Diretiva parece ter traçado também (ou sobretudo) as linhas de um modelo contratual específico integrado no procedimento concorrencial com negociação 16

17 Rua Garrett, n.º Lisboa Portugal Tel: (+351)