Ler e Formar Leitores no século XXI Bibliotecas e Inclusão 3 e 4 de julho de 2014 Metas curriculares e aprendizagem
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- Sérgio Galindo da Cunha
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1 Ler e Formar Leitores no século XXI Bibliotecas e Inclusão 3 e 4 de julho de 2014 Metas curriculares e aprendizagem Beja, 3 de julho de 2014 Bárbara Esparteiro barbara.esparteiro@ipbeja.pt
2 Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler nem escrever, mas aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender. Alvin Toffler
3 António Nóvoa, (2014), numa das suas últimas reflexões, diz-nos que, ( ) há um problema que hoje se equaciona em todo mundo: nós só conseguimos resolver muitos problemas da escola se conseguirmos atrair para a profissão docente os melhores jovens, os mais motivados, Por muitas razões, os jovens não vêm para a profissão. É uma profissão desprestigiada, muito violenta e muito difícil, mas que as pessoas acham que é fácil de desempenhar.
4 Metas curriculares e aprendizagem Diz ainda, No passado, aprendíamos uma coisa e depois comunicávamos essa coisa. Havia dois momentos: o de aprender e o de comunicar o que aprendíamos. Hoje, esses dois momentos não existem, porque é no próprio processo de comunicação que se gera aprendizagem e conhecimento. O nosso problema é fazer com que o aluno seja capaz de dar sentido às coisas, compreendê-las e contextualizá-las. Os novos alunos têm outras maneiras de estar na vida, de aprender, de trabalhar com o cérebro ( ). 27/06/2014
5 E surgiram as Metas Desafios do exercício da cidadania tornaram-se grandes preocupações da escola e, num contexto de mudanças institucionais, sociais e políticas, surgem as Metas, como standards. Com o objetivo de construir uma escola mais justa, equalitária; Num desígnio amplo, de edificação de uma sociedade democrática, capaz de circunscrever desigualdades, numa perspetiva alquimista de uniformizar as diferenças.
6 Esta necessidade de construir metas curriculares é sentida pelos países que procuram uma aproximação de políticas educativas, com particular destaque para as de avaliação dos sistemas de ensino, através de programas como o PISA (Programme for International Student Assessment ), TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study) e PIRLS (Progress in International Reading Literacy Study).
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8 Metas de aprendizagem (2010) Na lógica de homogeneizar saberes, em 2010, chegaram as metas de aprendizagem, na sequência da introdução do novo Programa de Português do Ensino Básico (PPEB), em Metas de aprendizagem da língua portuguesa que pretendiam através de standards melhorar desempenhos escolares; Promover a convergência de saberes e contribuir para a articulação dos documentos de referência PPEB e Currículo Nacional.
9 Metas Curriculares (2012) Apesar da recente entrada em vigor, dos programas e metas de aprendizagem, a alteração do contexto sociopolítico e educativo português, em 2011, através do seu Ministério da Educação e Ciência, fez emergir, em agosto de 2012, em substituição das metas de aprendizagem, as metas curriculares. As novas e atuais metas não corresponderam na íntegra ao PPEB mas, dizem dele selecionar o fundamental, nomeando as aprendizagens essenciais a realizar pelos alunos em cada disciplina por ano de escolaridade. (Despacho n.º 10874/2012, de 10 de agosto de 2012). 27/06/2014
10 Mas o que são realmente metas?
11 Objetivos/Metas OBJETIVO é o alvo qualitativo META é o alvo quantitativo o META é a quantificação do OBJETIVO o o desejo de aumentar o sucesso é OBJETIVO o o aumento em 10%, no prazo de 2 anos, é META
12 Enquadramento das Metas Curriculares A uniformização curricular, subjacente à construção das metas, é, assim, uma opção estratégica que se fundamenta no facto de, ao facultar-se a todos os alunos, por via da escolaridade, o que é essencial aprender em cada disciplina, se estar a laborar no sentido da concretização do princípio da igualdade de oportunidades, que tem conduzido a escola ocidental. (p:1) 29 de junho de 2014
13 Assumindo a premissa que as METAS constituem o documento orientador e regem o princípio da equidade da aprendizagem nacional, no que concerne ao que aluno deve saber, surgem-nos outras as questões
14 O que deverá o professor ensinar para melhorar os resultados da aprendizagem? Será apenas o essencial de cada disciplina?
15 Para ajudar de novo esta reflexão, retomamos a linha de pensamento de António Nóvoa, (2014), ( ) o mundo é outro e nós somos parte integrante desse mundo ( ), por isso, exige que: O professor e a escola sejam outros para atender às demandas do século XXI; O desafio da aprendizagem não seja apenas a aquisição do conhecimento; O aluno seja capaz de dar sentido às coisas, de compreendê-las e contextualizá-las; As tarefas do professor sejam muito diferentes do que eram no passado.
16 Em suma, cumpre-nos terminar a nossa comunicação reconhecendo que: As Metas são um referencial do processo de ensino/aprendizagem; Estão formuladas na perspetiva do aluno, avaliam o que aluno deve saber, não o que o professor deve ensinar. Por isso, devem: Abrir caminhos a ambientes educativos promotores de aprendizagens colaborativas; Orientar práticas letivas para o aprender a aprender e conducentes ao sucesso educativo.
17 E como estamos num encontro de Bibliotecas, onde o livro ainda é o ator principal, gostaria de terminar a nossa reflexão com uma passagem do Principezinho, diálogo XXIII, Principezinho vendedor para que, se quisermos, aproveitar os cinquenta e três minutos que nos podem levar à fonte
18 O Principezinho Antoine de Saint-Exupéry - Bom dia, disse o principezinho. - Bom dia, disse o vendedor. Era um vendedor de comprimidos evoluídos que tiravam a sede. Toma-se um por semana e não é preciso beber mais. - Por que vendes isso? perguntou o principezinho. - É uma grande economia de tempo, disse o vendedor. Os peritos calcularam. A gente ganha cinquenta e três minutos por semana. - E o que se faz, então, com os cinquenta e três minutos? - O que a gente quiser... "Eu, pensou o principezinho, se tivesse cinquenta e três minutos para gastar, caminharia passo a passo, com as mãos nos bolsos, na direção de uma fonte..."
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