SUBPRODUTOS DA AGROINDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE. Ricardo Bürgi BOVIPLAN Consultoria Agropecuária - Piracicaba/SP

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1 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos 103 SUBPRODUTOS DA AGROINDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE Ricardo Bürgi BOVIPLAN Consultoria Agropecuária - Piracicaba/SP 1. INTRODUÇÃO A produção do etanol voltou a ganhar força no Brasil e no mundo, estimulando o surgimento de novas indústrias nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os canaviais que irão atender a essas indústrias estão sendo formados sobre áreas de lavoura e, principalmente, pastagens. Muitos dos novos fornecedores de cana são pecuaristas. O Brasil conta hoje com 6,2 milhões de hectares de área cultivada com cana-de-açúcar e a produção total de cana desta última safra foi de 475,73 milhões de toneladas, 10,3 % superior à safra anterior. Do total produzido, 242,16 milhões de toneladas (50,9%) destinaram-se à fabricação de açúcar, 183,82 milhões (38,6%) à produção de álcool e o restante, 49,74 milhões (10,5%), à fabricação de cachaça, alimentação animal, mudas, fabricação de rapadura, açúcar mascavo e outros fins (CONAB, 2006). A produção total de açúcar e de álcool foi de 30,02 milhões de toneladas e de 17,64 bilhões de litros, respectivamente 12,4 % e 3,8 % superiores às produções da safra anterior. Apesar destes números substantivos, a área cultivada com cana no Brasil ocupa apenas 0,73 % do território nacional. O Estado de São Paulo é de longe o maior produtor de açúcar e álcool do Brasil, com 62,79 % e 59,64 % das produções nacionais, respectivamente. A área de cana em São Paulo é de 3,29 milhões de hectares, equivalente a 13,71 % da área do estado. O 2 o. maior produtor de açúcar do Brasil é Alagoas, com 8,15 % da produção nacional e o 2 o. maior produtor de álcool é o Paraná, com 7,14 % da produção nacional. O Mato Grosso do Sul produz 1,46 % do açúcar e 3,29 % do álcool, sendo que

2 104 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos seus canaviais ocupam uma área de ha, que equivale a 2,58 % da área total de cana-de-açúcar do país. O Quadro 01 apresenta esses números. Quadro 01. PRODUÇÃO DE CANA, AÇÚCAR E ÁLCOOL NO BRASIL REGIÃO ou ESTADO ÁREA DE CANA (milhões de ha) PRODUÇÃO DE CANA (milhões de t) PRODUÇÃO DE AÇÚCAR (milhões de t) PRODUÇÃO DE ÁLCOOL (bilhões de litros) BRASIL 6,19 475,73 30,02 17,64 SP 3,29 282,95 18,85 10,52 NORDESTE 1,13 64,62 4,65 1,73 PR 0,44 34,82 2,09 1,26 MS (*) 0,16 (9 o ) 12,24 (8 o ) 0,44 (8 o ) 0,58 (7 o ) (*) entre parêntesis, a posição que MS ocupa, entre os estados brasileiros Fonte: CONAB (novembro/2006) A industrialização da cana gera uma grande quantidade de subprodutos que podem ser utilizados na alimentação animal, especialmente de ruminantes. A disponibilidade desses subprodutos atende a uma necessidade desses novos fornecedores de cana, que tiveram sua atividade pecuária espremida pela implantação dos canaviais, e vem a viabilizar a manutenção e até o aumento da sua escala de produção pecuária, em relação à situação que apresentavam antes de destinar parte de suas terras para a produção de cana. A agroindústria sucroalcooleira e a produção pecuária descortinam hoje no Brasil ótimas perspectivas de crescimento para atender ao mercado interno e também à forte demanda externa por energia e alimentos. São dois setores em que o Brasil é muito competitivo internacionalmente, pois consegue produzir com eficiência e a um custo muito baixo. A integração dessas atividades só irá consolidar e aumentar essa competitividade. 2. OS SUBPRODUTOS DA AGROINDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA Existe uma definição consagrada para resíduo e para subproduto agroindustrial: Ambos são substâncias ou materiais gerados secundáriamente num processo de produção. O que os distingue é que o resíduo não tem qualquer opção efetiva de uso econômico, enquanto o subproduto apresenta um ou mais usos econômicos definidos e, muitas vezes, pode ser regularmente cotado no mercado. No caso da industrialização da cana, todas as substâncias geradas secundáriamente no processo de produção de açúcar e álcool apresentam hoje

3 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos 105 possibilidades de uso econômico e devem ser consideradas como subprodutos. Esses subprodutos são o bagaço, a vinhaça, a torta de filtro, o melaço e a levedura. Além desses, há também um subproduto obtido na fase de produção agrícola da cana, que é a ponta de cana. Do ponto de vista de nutrição de bovinos, esses subprodutos podem ser classificados como alimentos concentrados ou volumosos, conforme apresentado no Quadro 02. Quadro 02. SUBPRODUTOS DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA COMPOSIÇÃO (%) CLASSIFICAÇÃO SUBPRODUTOS TIPO MS PB NDT CONCENTRADOS LEVEDURA SECA MELAÇO VINHAÇA NF/AI NF/AI NF/AI VOLUMOSOS BAGAÇO TORTA DE FILTRO PONTA DE CANA F/AI F/AI F/AG NF = não fibroso; F = fibroso; AI = agroindustrial; AG = agrícola ) Bagaço de Cana Trata-se da parte fibrosa do colmo da cana (paredes celulares), obtida após o processamento da cana nas moendas da industria, onde ocorre a extração do caldo da cana (conteúdos celulares). As fibras da cana, no ponto de colheita, são muito lignificadas, pois trata-se de uma gramínia madura, entouceirada, de colmos grossos e porte alto. A lignificação numa planta com essas características é natural e esperada, pois a lignina proporciona rigidez às fibras da planta, garantindo sua sustentação e resistência ao acamamento. O bagaço de cana apresenta em média, na MS, 13 a 15 % de lignina, 40 a 45 % de celulose e 30 a 35 % de hemicelulose. Esta proporção de lignina impede que as enzimas das bactérias celulolíticas, no rúmem do bovino, alcancem a maior parte da celulose e da hemicelulose do bagaço, de modo que este apresenta uma digestibilidade muito baixa, de apenas 35 %. Outro aspecto importante é que o caldo da cana, extraído nas moendas, carrega quase toda a proteína e quase todo o potássio da planta, resultando que o bagaço é sempre muito pobre nesses nutrientes 1 a 2 % de PB e 0,1 a 0,2 % de potássio. O bagaço apresenta também densidade muito baixa (~150 kg/m3), o que aliado à sua baixa digestibilidade, limita muito seu consumo pelos bovinos. Pode ser utilizado com sucesso para bovinos em engorda, em rações de alto grão, como fonte de fibra efetiva. Nesse caso, sua inclusão na dieta será provavelmente limitada a apenas % da MS. Rações

4 106 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos de alto grão são viáveis para a engorda de bovinos confinados, apenas naqueles anos em que o custo dos grãos e farelos apresenta-se muito baixo, como ocorreu em O bagaço de cana pode ter sua digestibilidade melhorada em até 30 pontos percentuais, se submetido a alguns tipos de processamento drásticos, como a amoniação, o tratamento com ácidos ou álcalis fortes e o tratamento com vapor sob pressão. Dentre todos esses, o tratamento com vapor sob pressão é o que apresenta melhor resultado, em termos de valor nutritivo. Este tratamento é próprio para ser realizado no recinto da indústria, devido à disponibilidade de vapor a baixo custo. O bagaço de cana assim tratado é chamado de bagaço autohidrolisado (BAH). O custo desse tratamento está hoje em cerca de R$ 10,00/t, o que é 6 vezes mais baixo que o tratamento com soda e 4,5 vezes mais baixo que o tratamento com amônia (aplicação de 3% de amônia). O Quadro 03, que segue, apresenta a composição química do bagaço in natura (BIN) e bagaço auto-hidrolisado (BAH). Quadro 03. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR Determinações BIN BAH MS (%) 51,2 46,60 PB (%dams) 2,32 2,16 FB (%da MS) 58,5 40,71 EE (%dams) 1,68 4 MM (%dams) 2,95 2,87 ENN (%dams) 34,56 50,26 NDT (%dams) 44,72 55,41 FDA (%dams) 64,89 55,17 FDN (%dams) 93,72 59,58 Hemicelulose (%dams) 28,83 4,41 DVIVMS (%dams) 33,02 65,30 Densidade (kg/m3) (*) Laboratório de Bromatologia da BOVIPLAN O BAH, especialmente devido aos incrementos em sua digestibilidade e densidade, apresenta um valor nutritivo muito mais alto que o do BIN e pode ser utilizado em até 70 % da matéria seca de rações para bovinos confinados para engorda. Contudo, o BAH, como forragem para ruminantes, apresenta algumas características negativas, que precisam ser contornadas na formulação das dietas, para que se obtenham bons resultados:

5 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos 107 a) O BAH é muito ácido, com um ph geralmente entre 2,7 e 3,2. Associado aos concentrados, pode resultar num ambiente ruminal ácido e desfavorável à digestão da fibra. Além disso, o BAH, apesar de conter cerca de 55% de FDA e técnicamente ser um alimento volumoso, comporta-se no rúmem como um alimento concentrado, pois suas fibras estão cominuídas e desestruturadas e não sobrenadam no conteúdo ruminal, de modo que não exercem estímulo à ruminação. Este aspecto vem a agravar o problema da acidez, porém pode ser solucionado com a inclusão de substâncias alcalinizantes na ração total (calcário calcítico altamente reativo, bicarbonato de sódio, uréia, óxido de magnésio e ionóforos) e/ou com a inclusão de 5 a 10 % (base seca) de uma fonte de fibra íntegra, como bagaço in natura, cana picada, pontas de cana, silagem ou feno de outras gramíneas, caroço de algodão, etc.. Também é possível hidrolisar o bagaço com a adição de uréia no hidrolisador (1,5 % sobre a MS), o que resulta em um bagaço com ph mais alto e com as fibras mais íntegras, sem prejuízo ao incremento na digestibilidade. Essa adição de uréia equivale a um tratamento de amoniação, realizado com pressão e temperatura elevados. b) O BAH é desbalanceado em minerais, uma vez que os conteúdos celulares foram extraídos (caldo da cana), conforme pode ser comprovado ao se examinar o Quadro 04. Dois problemas destacam-se: - O teor de potássio do BAH (e também do bagaço in natura ) é muito baixo e requer suplementação, o que não é usual em qualquer outra forragem, sendo um aspecto pouco conhecido inclusive por parte dos fabricantes de suplementos minerais. - Quase todas as análises de BAH indicam teores de ferro muito elevados (400 a ppm). Este ferro é proveniente da própria cana e também de contaminações por terra durante a colheita e por resíduos ferrosos durante o processamento industrial. O alto teor de ferro na dieta reduz a disponibilidade do fósforo e prejudica a absorção do cobre, zinco, manganês e cobalto no trato digestivo. Além disso, o ferro alto na dieta causa também redução do cálcio plasmático, resultando em sintomas de tetania. O problema pode ser evitado, aumentando-se a suplementação de fósforo (elevação do fósforo na dieta para pelo menos 0,4 % da MS) e também dos micronutrientes referidos. Quadro 04. TEOR DE MINERAIS NA CANA E NO BAH (base seca) Cana Requerimentos Bovinos Elemento Mineral BAH Integral em engorda (**) Cálcio (%) 0,200 0,060 0,700

6 108 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos Fósforo (%) 0,060 0,080 0,400 Magnésio (%) 0,090 0,030 0,160 Potássio (%) 1,400 0,130 0,650 Enxofre (%) 0,050 0,040 0,180 Cobre (mg/kg) 5,5 5,2 15,0 Ferro (mg/kg) (*) 850, ,0 50,0 Manganês (mg/kg) 41,0 37,0 40,0 Zinco (mg/kg) 25,0 12,0 60,0 (*) contaminações com terra e do processamento industrial (**) BOVIPLAN O BAH, apesar de ser um resíduo úmido, pode facilmente ser armazenado na forma de silos de superfície ou trincheira, bem compactados. Devido a sua elevada acidez, basta apenas expulsar bem o ar para que o BAH se conserve por muitos anos. Com a tecnologia de tratamento do bagaço com vapor sob pressão, desenvolvida pioneiramente pela Destilaria Alcídia, de Teodoro Sampaio/SP, a partir de 1981, e com pesquisas para seu desenvolvimento, realizadas na ESALQ e em outras universidades e apoiadas até hoje pela Cia. Açucareira Vale do Rosário, de Orlândia/SP, o uso do bagaço ganhou força e foi muito expressivo, nos anos de 1985 até por volta do ano 2000, tendo sido responsável pela alimentação de até 30 % dos bois confinados no país, naqueles anos. Depois, com o desenvolvimento de novos usos para o bagaço de cana, especialmente sua queima para co-geração de energia elétrica, a alternativa para uso na alimentação animal perdeu força. No presente, a expansão da lavoura de cana sobre áreas de pastagens, no oeste do Estado de São Paulo e no Centro-Oeste cria novamente condições para a integração dessa agroindústria com a pecuária. No passado, as caldeiras das usinas eram projetadas para queimar a maior quantidade possível de bagaço, pois tratava-se de um resíduo sem aplicação definida. A queima do bagaço, para geração de vapor e de energia elétrica torna a indústria sucroalcooleira totalmente independente de fontes externas de energia. Hoje, com as alternativas já desenvolvidas para o uso do bagaço excedente, este assumiu novo valor e as caldeiras modernas queimam bagaço mais eficientemente, de modo que a sobra de bagaço, em uma indústria moderna, após atendida toda a demanda de energia de seu parque industrial, pode alcançar 100 kg/t de cana moída. Técnicos do setor concordam que atualmente, com a modernização das caldeiras, o excedente de bagaço nas indústrias, alcança em média 60 kg/tonelada de cana industrializada. 2.2) Torta de Filtro

7 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos 109 Cerca de 10 a 15 % da parte fibrosa da cana-de-açúcar está localizada na medula de seu colmo. Estas fibras da medula são muito curtas e esse material é chamado de bagacilho. Na moagem da cana, quase todo o bagacilho sai misturado ao bagaço. Contudo, parte do bagacilho, justamente a fração com a fibra mais curta, é extraído juntamente com o caldo da cana e imediatamente recuperado numa tela de malha muito fina. Esse bagacilho é então utilizado como material filtrante de um filtro à vácuo, através do qual todo o caldo de cana é filtrado. O bagacilho do filtro vai sendo substituído de forma contínua, no processamento industrial, e o bagacilho já utilizado, impregnado com os sólidos retidos, é chamado de torta de filtro. Ficam retidos na torta de filtro todo o excesso de matéria mineral não solúvel (especialmente de contaminações com terra da cana que chega à indústria) e também as partículas mais finas de bagaço. A produção da torta de filtro é de aproximadamente 25 kg/t de cana moída, o que equivale hoje a uma disponibilidade anual no Brasil de 12 milhões de toneladas (matéria original). A torta de filtro é largamente aproveitada como adubo orgânico pelas usinas. Mas, sua concentração de nutrientes é baixa e, dentre os subprodutos da industrialização da cana, é o que apresenta menor custo de oportunidade. Como alimento para bovinos, apresenta qualidade muito variável, especialmente devido à variação no seu teor de matéria mineral (5 a 30 % na matéria seca). A qualidade da torta de filtro depende muito das condições de colheita, transporte e limpeza da cana industrializada. Quando a colheita é realizada com tempo chuvoso e com existência de barro no canavial, a cana colhida chega à indústria muito contaminada com terra e a torta de filtro resulta com um teor de matéria mineral alto. Também, quando se realiza a colheita mecânica, os toletes de cana não podem ser lavados antes da moagem e a contaminação com terra geralmente é alta. Alguns resultados de análises bromatológicas da torta de filtro estão apresentados no Quadro 05. Quadro 05. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA TORTA DE FILTRO Determinações Amostras MS (%) 21,28 27,50 PB (%dams) 12,83 8,05

8 110 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos FB (%da MS) 22,59 14,00 EE (%dams) 10,17 11,50 MM (%dams) 6,56 18,67 ENN (%dams) 47,85 47,78 NDT (%dams) 73,42 - FDA (%dams) 32,77 - FDN (%dams) 54,49 - Hemicelulose (%dams) 21,72 - DVIVMS (%dams) 55,80 - Ca (%dams) - 1,01 P (%dams) - 0,68 01 BOVIPLAN Consultoria Agropecuária / Central Álcool de Lucélia (1995) 02 SANTANA & SOUZA (1984) diversas fontes Com um teor de matéria mineral acima de 15 %, o valor nutritivo da torta de filtro fica comprometido. O seu uso regular como alimento para bovinos depende da adoção de um procedimento que vise separar, rotineiramente, as partidas de torta com menor teor de minerais, para uso na alimentação animal, destinando o restante para a fertilização das lavouras. Além disso, ainda falta desenvolver métodos de conservação da torta de filtro, tais como: secagem, ensilagem, ensilagem em mistura com o BAH, etc.. 2.3) Vinhaça Após a fermentação nas dornas, o caldo de cana fermentado é enviado para as centrífugas, onde grande parte das células de levedura é recuperada (leite de levedura) e o caldo, agora chamado de vinho ou caldo turbinado, vai para as torres de destilação, onde é realizada a extração do álcool. O efluente da destilação é a vinhaça, ou restilo. A vinhaça contém fragmentos de células de levedura, partículas muito pequenas da fibra da cana, componentes dos conteúdos celulares da cana e os minerais extraídos no caldo de cana e também os provenientes de contaminação. A produção de vinhaça é de litros/litro de álcool. É um produto com baixo teor de MS e elevado teor de matéria mineral, conforme apresentado no Quadro 06. Quadro 06. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA VINHAÇA Determinações Composição MS (%) 5,25 PB (%dams) 14,51 FB (%da MS) 12,3

9 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos 111 EE (%dams) 7,31 MM (%dams) 36,1 ENN (%dams) 29,78 DVIVMS (%dams) 52,49 Fonte: Laboratório de Bromatologia da BOVIPLAN Antes do PROÁLCOOL, há 30 anos, a vinhaça era desprezada e lançada nos cursos d água. As usinas e destilarias eram instaladas na beira dos rios e dos córregos e não havia preocupação com o elevado potencial poluente da vinhaça, nem com a reciclagem de nutrientes. Com o PROÁLCOOL, no final da década de 70, as novas unidades industriais já foram projetadas visando a aproveitar a vinhaça nas áreas de lavoura. O projeto típico da época é o da destilaria instalada na parte mais alta das áreas de lavoura, de modo que boa parte dos talhões de cana podia ser servida por canais que conduziam a vinhaça por gravidade. Também as velhas usinas, que instalaram destilarias anexas, sofreram fortes pressões de ambientalistas e montaram estruturas de bombeamento e de aplicação de vinhaça nas lavouras. Esta reciclagem de matéria orgânica e de nutrientes minerais (especialmente o potássio) resultou economicamente vantajosa, tanto pelo aumento de produtividade como pela redução dos custos com fertilizantes, mais notadamente em áreas de solos menos férteis e/ou de inverno seco mais definido, como no Centro-Oeste. O teor de potássio na vinhaça é muito elevado e varia de 1 a 5 kg/m3. O uso de vinhaça na alimentação animal já foi experimentado em muitas situações. As maiores dificuldades estão ligadas à umidade alta e à rápida fermentação da matéria orgânica da vinhaça, o que impede sua conservação por mais de 1 ou 2 dias. No passado, uma destilaria de Catalão/GO, fornecia a vinhaça, recém-obtida da indústria, canalizada diretamente para os bebedouros dos pastos ou dos piquetes de confinamento. Verificou-se que os bovinos deixavam de beber água e a substituíam integralmente pela vinhaça. O consumo de vinhaça chegava a litros/cabeça.dia, resultando numa ingestão de até 2,0 kg MS/cab.dia. A associação do fornecimento de vinhaça com o bagaço in natura ou com o BAH é uma alternativa interessante para corrigir a deficiência de potássio desses volumosos. Sob esse aspecto, a relação ideal seria de 1 kg de vinhaça para cada 1 kg de bagaço. Uma outra alternativa de uso da vinhaça, que já foi experimentada por algumas indústrias, é a da centrifugação da vinhaça para separação dos sólidos (especialmente fragmentos de células de leveduras), obtendo-se a chamada levedura de vinhaça, cuja composição e uso estão apresentados no item que segue. 2.4) Levedura

10 112 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos A levedura é recuperada na centrifugação do caldo de cana fermentado, conforme já descrito. As centrífugas separam um líquido denso, chamado de leite de levedura, que contém em média 60 % de células de levedura. Este leite de levedura apresenta uma matéria seca em torno de 20 %. No processo industrial, o leite de levedura separado nas centrífugas (turbinas) é reutilizado como inoculante de novas quantidades do caldo de cana, que vai sendo extraído nas moendas, filtrado, padronizado e colocado nas dornas de fermentação. Parte do leite de levedura pode ser retirado do processo industrial e utilizado, entre outros fins, para a alimentação animal. A isto se chama sangria de levedura. Há polêmica entre os especialistas em fermentação sobre a porcentagem de sangria que pode ser admitida. Alguns especialistas afirmam que a reposição da população de leveduras consome açúcares e, que qualquer percentual de sangria já iria prejudicar a produção de álcool. Outros, no entanto, consideram que a sangria, num percentual ajustado, é até benéfica, pois na sangria ocorre uma grande retirada de células mortas de levedura e, se realizada rotineiramente, resultará numa população de leveduras mais jovem (em crescimento), que é mais eficiente em converter açúcar em álcool, de modo que não haverá prejuízos à produção de álcool. Algumas indústrias realizam a sangria de até 4% do leite de levedura, o que equivale a 0,09 litros de leite de levedura/litro de álcool produzido. O leite de levedura fermenta e se decompõe rapidamente, podendo ser armazenado por no máximo 24 horas. Foram tentadas algumas medidas de conservação, como adição de preservativos ou a esterilização do leite de levedura, mas sem sucesso para uso em escala industrial. A secagem do leite de levedura, apesar de apresentar um custo alto (cerca de R$ 120,00/t), é uma prática bastante difundida na indústria. Os equipamentos utilizados para a secagem da levedura são os termolisadores e os secadores de levedura. A termólise consiste em aquecer o leite de levedura a uma temperatura de o C, por alguns minutos, de modo que todo o álcool ali presente é evaporado, inclusive o álcool contido no interior das células de levedura, que se rompem com o calor. O vapor de álcool assim recuperado é direcionado para as torres de destilação. A secagem da levedura é realizada logo após a termólise, em um processo contínuo, que pode ser em tambores rotativos ou em spray-driers. A seguir a levedura seca é ensacada e comercializada. A levedura seca já tem largo uso na nutrição animal. Quando secada em secadores tipo spray-drier, apresenta ótima qualidade e seu elevado valor biológico, para aves, suínos, rações pet e inclusive para consumo humano, permite que seja comercializada a preços mais elevados que os do farelo de soja,

11 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos 113 inclusive para exportação. Quando secada em tambores rotativos, fica mais tempo exposta ao calor, torna-se mais escura e provavelmente sofre alguma degradação protéica, sendo comercializada a um valor mais baixo. Na alimentação de bovinos, a levedura seca é menos competitiva do que outras alternativas protéicas, como o farelo de algodão, por exemplo, e sua inclusão nas rações depende basicamente do custo relativo de sua fração protéica. A levedura apresenta características coloidais e serve como uma substância colante e aderente em rações completas, proporcionando uma boa adesão das partículas do concentrado ao volumoso. Devido às dúvidas a respeito dos efeitos da sangria de levedura sobre a produção de álcool, algumas indústrias, no passado, realizaram um outro processo de obtenção da levedura: a recuperação de células de levedura da vinhaça. Para tanto, instalaram centrífugas para centrifugar a vinhaça e obtinham a chamada levedura de vinhaça, que era secada em tambores rotativos. Este produto era composto de células de levedura e outros sólidos da vinhaça, tais como pequenos fragmentos da fibra da cana. Seu valor nutritivo era inferior, pois era obtida após a exposição a temperaturas elevadas, nas torres de destilação, o que certamente comprometia a qualidade de sua proteína. Além disso, em trabalhos realizados 20 anos atrás (LACÔRTE, 1987), verificou-se que sua palatabilidade era baixa, pois promoveu redução do consumo da ração total, para bovinos confinados. A levedura pode, também, ser utilizada na forma líquida, na alimentação de bovinos. Essa levedura, após a sangria, passa apenas pelo equipamento de termólise, para a recuperação do álcool nela contido, e é chamada de levedura líquida ou levedura verde. Deve ser imediatamente utilizada no preparo de rações completas para os bovinos. Nos confinamentos anexos às indústrias, esta tem sido a forma preferida de uso, devido ao baixo custo. Neste caso, não há o custo de secagem, somente os custos com a sangria, com a termólise para a recuperação do álcool e com os tanques de estocagem (máximo 24 horas), que totalizam, conforme critérios de cada indústria R$ 10,00 a R$ 30,00/tonelada de levedura líquida. O Quadro 07 abaixo apresenta a composição da levedura em três formas de obtenção (seca de sangria, seca de vinhaça e líquida): Quadro 07. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA LEVEDURA Amostras Determinações LSS LSV LL MS (%) 86,69 87,35 85,64 88,12 23,45 18,92

12 114 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos PB (%dams) 40,65 35,72 30,18 26,78 33,12 39,32 FB (%da MS) 0,97 1,12 9,17 11,52 2,43 1,25 EE (%dams) 0,54 1,79 1,53 3,86 0,78 0,65 MM (%dams) 8,67 6,22 10,47 11,15 9,14 13,66 ENN (%dams) 49,17 55,16 48,65 46,69 54,53 45,12 NDT (%dams) - 85,89 74,01-82,03 78,16 FDA (%dams) - 2, DVIVMS (%dams) 97, LSS = levedura seca de sangria; LSV = levedura seca de vinhaça; LL = levedura líquida Laboratório de Bromatologia da BOVIPLAN Consultoria Agropecuária 01- Destilaria UNIVALEM (1989) 04 Destlaria ARALCO (1984) 02 - Usina Nova América (1991) 05 Usina Vale do Rosário (1993) 03 - Destilaria Pioneiros (1993) 06 - Destilaria Olho d Água (1991) 2.5) Melaço O melaço é obtido na fabricação do açúcar. Após o processo de concentração do caldo de cana e de cristalização do açúcar sobra um líquido denso e viscoso, com baixo teor de umidade (30%) e composto por açúcares não cristalizados, pelos minerais do caldo da cana, por componentes do conteúdo celular e por partículas diminutas da fibra da cana. O melaço é o mais antigo e conhecido subproduto da industrialização da cana-de-açúcar. É utilizado na alimentação de bovinos e de outras criações há centenas de anos. O melaço possui um elevado valor energético, porém com um teor protéico muito baixo. Com o advento da produção de álcool como combustível, as antigas usinas de açúcar se equiparam com destilarias anexas e o melaço passou a ser utilizado em larga escala como matéria prima para a produção de álcool. Isto criou um custo de oportunidade elevado para o melaço, que, em consequência, deixou de ser competitivo com outros alimentos na alimentação de bovinos. Como fonte de energia em dietas de bovinos, o melaço pode custar no máximo 65 % do valor do milho grão ou 70 % do valor do sorgo grão. Algumas industrias o comercializam por R$ 150,00 a R$ 250,00/t, o que nem sempre é um valor competitivo. Porém, pode ser utilizado em pequenas proporções nas rações, como palatabilizante, para estimular a ingestão de volumosos grosseiros, como aderente de partículas de concentrado e de volumoso nas rações completas e como aglutinante em rações peletizadas. Também foi muito utilizado, no passado, como veículo e limitador de consumo de uréia, na conhecida mistura melaço+uréia, fornecida aos bovinos nas épocas secas do ano.

13 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos 115 Algumas indústrias secam o melaço e o vendem ensacado. O melaço em pó é comercializado por cerca de R$ 500,00/t e, com esse preço, só pode ser utilizado como palatabilizante de rações de concentrados ou de misturas minerais. Alguns resultados de análises bromatológicas do melaço estão apresentados no Quadro 08. Quadro 08. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO MELAÇO Determinações Amostras MS (%) 73,19 72,15 PB (%dams) 5,49 3,10 FB (%da MS) 1,10 1,23 EE (%dams) 0,01 0,06 MM (%dams) 12,90 14,20 ENN (%dams) 80,50 81,41 NDT (%dams) 75,24 76,09 Ca (%dams) - 0,45 P (%dams) - 0, BOVIPLAN Consultoria Agropecuária / SINDAÇÚCAR (1993) 02 - BOVIPLAN Consultoria Agropecuária / Cia. Açucareira Vale do Rosário (1993) 3. RAÇÕES Á BASE DE SUBPRODUTOS DA INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA A indústria pode comercializar seus subprodutos de 2 modos principais: a) Vender os subprodutos isoladamente para clientes, que os utilizarão como ingredientes de suas rações, preparadas nas fazendas. Os subprodutos passíveis deste tipo de comercialização são: o bagaço in natura ou BAH, a levedura seca e o melaço. b) Vendê-los na forma de uma ração completa, após misturar os subprodutos de modo balanceado e suplementar essa ração com os nutrientes necessários para proporcionar um determinado desempenho para a categoria de bovinos a que se destinar. Essas rações produzidas no recinto da indústria são chamadas de Rações Usineiras. Elas permitem utilizar o bagaço de cana como veículo para a comercialização também da levedura verde, da torta de filtro e da vinhaça, que dificilmente poderiam ser comercializadas isoladamente. Os Quadros 09 e 10 apresentam, respectivamente, rações formuladas na fazenda, com subprodutos da indústria sucroalcooleira, e rações usineiras, prontas para uso.

14 116 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos Quadro 09. RAÇÕES PARA CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE, À BASE DE SUBPRODUTOS DA AGROINDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA Alimentos Custo (R$/kgMO ) Quantidade (kg/boi.dia) Ração 1 - à base de BAH Ração 2 - à base de BIN (alto grão) Bagaço in natura 0,01 0,80 3,40 BAH 0,04 6,60 - Levedura Seca 0,37 0,15 - Melaço 0,25 0,30 0,30 Sorgo Moído 0,20 4,10 - Milho Moído 0,25-6,00 Farelo de Soja 0,47 0,31 0,65 Caroço de Algodão 0,28 1,30 1,35 Uréia 0,95 0,10 0,03 Calcita 0,12 0,15 0,18 Bicarbonato de Sódio 0,90 0,04 0,10 Supl.Mineral/Aditivos 0,80 0,11 0,10 TOTAL 13,96 12,11 PB % 12,5 13,5 NDT % 68,0 73,0 Custo Diário (R$/boi) (*) 2,23 2,76 Ganho de Peso (kg/dia) 1,200 1,400 No. Dias Confinamento ,7 Peso Vivo Inicial (kg) 340 Peso Carcaça Inicial (@) 11,33 Peso Vivo Final (kg) 460 Peso Carcaça Final (@) 16,25 Ganho de Peso 4,92 Custo do Ganho (R$/@) 45,33 48,08 (*) Incluído R$ 0,25/boi.dia de custo operacional A Ração 1 serve também para vacas leiteiras produzindo entre 10 e 12 litros de leite por dia. A Ração 2 contém cerca de 80 % de grãos na MS (alto grão) e apresenta um custo do ganho competitivo com o da Ração 1, nas condições de preços acima apresentadas para os ingredientes. A viabilidade econômica das rações de alto grão, hoje, depende de que os preços dos grãos energéticos situem-se abaixo dos R$ 250,00/tonelada. Quadro 10. RAÇÕES USINEIRAS Custo Alimentos Unit. Quantidade (kg/cabeça.dia)

15 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos 117 (R$/kg) Ração Total para bois confinados 1,0 kg/boi.dia Ração Total para vacas em lactação 12 kg/vaca.dia Ração Total para vacas de cria manutenção Bagaço in natura 0,010 1,00 1,00 - BAH 0,040 11,00 14,00 12,00 Levedura Líquida 0,025 7,00 8,00 6,00 Melaço 0,150 0,30 0,40 - Torta de Filtro 0, ,00 Vinhaça 0, ,00 Sorgo Moído 0,190 2,30 2,30 - Farelo de Soja 0,47 0,30 1,20 - Uréia 0,95 0,12 0,15 0,10 Calcita 0,12 0,10 0,12 0,08 Supl.Mineral/Aditivo 0,80 0,15 0,16 0,10 s TOTAL MO 22,27 27,33 31,28 MS 10,32 12,96 8,88 PB 1,28 1,78 0,91 NDT 6,46 8,20 5,11 Custo (R$/cab.dia) (*) 1,74 2,36 1,14 Custo (R$/t de ração) 66,90 77,20 28,50 (*) Incluído R$ 0,25/boi.dia de custo operacional As rações do quadro acima são apenas sugestões para aproveitamento dos subprodutos da indústria sucroalcooleira. Diversas outras alternativas podem ser exploradas, para a alimentação de outras categorias de bovinos e também ovinos e equídeos. Estas rações podem ser utilizadas em instalações de confinamento ou de arraçoamento anexos à indústria, ou podem ser comercializadas a granel para pecuaristas próximos. Todas estas rações podem ser conservadas, por longo tempo, na forma de ensilagem, com uma perda muito reduzida de seu valor nutricional. A ração de confinamento do Quadro 10 está formulada para um ganho de apenas 1,000 kg/cab.dia, com vistas a reduzir a inclusão de alimentos que não sejam subprodutos da indústria. Se esta ração for fornecida para bovinos em engorda, tais como os considerados no Quadro 09, por um período de 120 dias, obteremos a mesma produção de 4,92 arrôbas/boi lá apresentada. O custo do ganho dos bois confinados com esta Ração Usineira seria de apenas R$ 42,44/arrôba, revelando-se uma alternativa muito competitiva. A ração para vacas em lactação atende às exigências de vacas com kg de peso vivo e produzindo 12 kg leite/dia. Desse modo, com essa Ração Usineira e

16 118 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos considerando que a ração perfaz cerca de 60 % do custo total da produção de leite, o custo do leite produzido seria de apenas R$ 0,33/kg. Esta ração pode atender a vacas de maior produção, fornecendo-se adicionalmente 1 kg de concentrado para cada 3 kg de leite produzidos, acima da média de 12 kg leite/dia. Para vacas de menor produção e que estejam com bom escore corporal esta ração pode ser fornecida em uma quantidade limitada, proporcional ás exigências nutricionais da vaca. Um rebanho de 100 vacas em lactação pode ser alimentado, durante 1 ano, com t dessa ração. Ou seja: são 10 t da ração/vaca.ano. Essa ração pode ser ensilada e sua densidade, após a compactação, supera os 750 kg/m3. O rebanho leiteiro pode ser manejado em pastagens sob manejo intensivo, durante as águas, e confinado com a Ração Usineira, durante o período seco. A ração de manutenção pode ser utilizada para manter vacas de cria durante a seca, complementado a massa disponível nas pastagens e permitindo ajustar o suporte da fazenda pela lotação do período das águas. Serve também para manutenção de outras categorias como novilhas de reposição, garrotes em recria e vacas leiteiras secas. 4. A INTEGRAÇÃO AGROINDÚSTRIA x PECUÁRIA Uma indústria que processe 1 milhão de toneladas de cana por safra irá ocupar uma área cultivada de aproximadamente ha e irá industrializar diáriamente cerca de t de cana. Considerando que esta indústria, tal qual a média do MS, destine 36,5 % de sua safra de cana para a produção de açúcar e 63,5 % para a produção de álcool e que seus rendimentos industriais sejam de 109 kg açúcar/tonelada de cana moída e 82,3 litros de álcool/tonelada de cana, ela irá produzir t de açúcar e 52,26 milhões de litros de álcool. Com esta produção, esta indústria poderá dispor das seguintes quantidades de subprodutos: Bagaço de cana t Torta de Filtro t Levedura de Sangria 4,7 milhões de litros Vinhaça milhões de litros Melaço cada 2,8 kg de melaço retirado da indústria reduz a produção de álcool em aproximadamente 1 litro O Quadro 11 apresenta as disponibilidades totais de proteína e de energia (NDT) que os subprodutos desta indústria poderiam proporcionar para a alimentação de bovinos. Quadro 11. TOTAL DE PROTEÍNA BRUTA E DE NDT CONTIDOS NOS SUBPRODUTOS DE UMA USINA QUE INDUSTRIALIZE 1 MILHÃO DE TONELADAS DE CANA/ANO QUANTIDADE (t) SUBPRODUTO MO MS PB NDT BAGAÇO HIDROLISADO(*)

17 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos 119 TORTA DE FILTRO LEVEDURA DE SANGRIA VINHAÇA TOTAL (*) A sobra de bagaço seria de t, mas é preciso queimar 2 t para produzir o vapor para hidrolisar 1 t. Naturalmente, o aproveitamento da vinhaça para a alimentação animal é o mais difícil e seu uso na fertirrigação das lavouras de cana já é generalizado. Mas, considerando apenas o NDT do bagaço, da levedura e de 20 % de aproveitamento da torta de filtro, uma usina deste porte poderia produzir anualmente, com a ração apresentada no Quadro 10, arrôbas, com bois confinados. 5. CONCLUSÃO Já existe tecnologia, gerada desde há 20 anos, para melhorar o valor nutritivo e viabilizar o uso de subprodutos da industrialização da cana para a alimentação animal, especialmente de bovinos. A expansão da cana aproxima-a das áreas tradicionais de pecuária no país, propiciando a integração dessas atividades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BULLE, M.L.M. et alii - Desempenho de Tourinhos Cruzados em Dietas de Alto Teor de Concentrado com Bagaço de Cana-de-Açúcar como Único Volumoso. Rev. Bras. Zootec. v.31 n.1 Viçosa jan./fev BURGI, R. Produção do bagaço de cana-de-açúcar auto-hidrolisado e avaliação de seu valor nutritivo para ruminantes. Piracicaba p. (Mestrado Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz /USP). Curso BOVIPLAN - Intensificação da Pecuária de Corte no Brasil editado por BOVIPLAN Consultoria Agropecuária Ltda., Piracicaba/SP, p. DIAS, J.Q. et alii - Digestibilidade (aparente) de rações com diferentes níveis de torta de filtro de usina açucareira com ovinos (Ovis aries L.) Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. v.35 n.1 São Paulo 1998 EZEQUIEL, J.M.B. et alii - Desempenho e características de carcaça de bovinos Nelore em confinamento alimentados com bagaço de cana-deaçúcar e diferentes fontes energéticas R. Bras. Zootec. v.35 n.5 Viçosa set./out LACÔRTE, M.C.F. Desmpenho de bovinos confinados à base de bagaço de cana-de-açúcar auto-hidrolisado, levedura e vinhaça, subprodutos da

18 120 IX Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Bovinos indústria de açúcar e álcool. Piracicaba, (Mestrado Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz /USP). LEME, P.R. et alii - Utilização do bagaço de cana-de-açúcar em dietas com elevada proporção de concentrados para novilhos Nelore em confinamento. R. Bras. Zootec. v.32 n.6 Viçosa nov./dez MANZANO, R.P. et alii - Digestibilidade do Bagaço de Cana-de-açúcar Tratado com Reagentes Químicos e Pressão de Vapor. Rev. Bras. Zootec. v.29 n.4 Viçosa jul./ago MATTOS, W.R.S. Utilização do bagaço da cana-de-açúcar na alimentação de ruminantes. Anais do 6o. Congresso Paulista de Agronomia. Piracicaba, NUSSIO, G.L. Efeito de níveis de concentrado sobre o desempenho de bovinos e a digestibilidade de dietas à base de bagaço de cana-de-açúcar tratado sob pressão de vapor. Piracicaba, p. (Mestrado Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz /USP). SANTANA, J. & SOUZA, S.O. Subprodutos da cana-de-açúcar na alimentação animal. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, 10(119). Novembro, 1984

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