Escola Superior Agrária de Coimbra Processamento Geral de Alimentos Módulo 2

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1 Preservação de Alimentos por Irradiação Adriana Calçada Andreia Amaral Inês Martins Luís Jordão Maria Mendes LEAL

2 Índice Introdução... 3 Processo de irradiação de alimentos... 4 Acção da radiação ionizante... 4 Tipos de irradiação... 4 Fontes de irradiação... 5 Efeitos nos alimentos... 6 Vantagens da irradiação... 7 Efeitos sobre microrganismos e componentes dos alimentos... 8 Efeitos sobre microrganismos... 8 Modo de acção... 9 Nível de dose... 9 Efeitos da radiação sobre os componentes dos alimentos Efeito sobre as proteínas Efeito nos hidratos de carbono Efeito sobre os lípidos Efeito sobre as vitaminas Efeito sobre as enzimas Aplicação de irradiação nos alimentos Alimentos de origem vegetal Especiarias Frutos e legumes Cereais e grãos Alimentos de origem animal Carne de aves Carne de Carneiro

3 Carne de vaca Carne de porco Carnes processadas Produtos de peixe Problemas tecnológicos e as limitações da irradiação Conclusão Bibliografia

4 Introdução A irradiação é uma técnica usada na conservação de alimentos que reduz as perdas naturais causadas por processos fisiológicos (brutamento, maturação e envelhecimento), além de eliminar ou reduzir a carga microbiana, parasitas e pragas, sem causar prejuízos ao alimento, tornando-o seguro para o consumidor. A irradiação dos alimentos é um processo básico de tratamento, que consiste na exposição do alimento, embalado ou não, a um dos três tipos de energia ionizante: raios gama, raios-x ou feixes de electrões, em quantidade controlada, por um tempo determinado e com objectivos delineados. Durante este processo, o alimento é aquecido, sendo que nenhuma radiação fica retida no alimento. A irradiação não torna o alimento radioactivo. O objectivo deste processo é aumentar a vida útil dos alimentos, podendo ser aplicado a vários tipos de alimentos. Além de aumentar o tempo de conservação, o tratamento pode ser utilizado para a destruição de insectos, bactérias patogénicas, fungos e leveduras. O retardamento da maturação e do envelhecimento de frutas e a inibição de brutamento de bolbos e tubérculos também podem ser citados como influências benéficas na conservação desses alimentos. O processo impede a divisão de células vivas, tais como bactérias, e de células de organismos superiores, ao alterar as suas estruturas moleculares, além de retardar a maturação de algumas frutas e legumes, produzindo reacções bioquímicas nos processos fisiológicos dos tecidos vegetais. A quantificação das doses de radiação faz-se em função da energia absorvida pelo produto irradiado. Para aplicação nos alimentos, a maioria das doses utilizadas encontra-se entre 0,1 e 7,0 kgy. Investigações têm demonstrado que não existem perdas significativas de nutrientes neste processo. Uma pequena quantidade de determinadas vitaminas é perdida, tal como acontece com outros processos de conservação de alimentos. Na Europa, a irradiação ainda apresenta algumas controvérsias, devido à falta de informação sobre a tecnologia utilizada e sobre os seus benefícios para os alimentos e para o consumidor. 3

5 Processo de irradiação de alimentos Acção da radiação ionizante A irradiação é um processo de tratamento que utiliza energia doseada, como raios gama de alta energia, raios X e electrões acelerados, conferindo-lhe conservação. Nos alimentos, este tipo de tratamento consiste em submetê-los, já embalados ou a granel, a uma quantidade cuidadosamente controlada de radiação ionizante e por um tempo predefinido, sem aumentar o nível de radioactividade normal dos alimentos. Este tratamento tem como principais objectivos o prolongamento de tempo na prateleira e a melhoria na qualidade do alimento. Isto consegue-se devido ao seu efeito redutor de carga microbiana e eficácia de reacções enzimáticas. Embora consiga eliminar a maior parte da carga microbiana existente no alimento, o processo da irradiação não consegue eliminar esporos, podendo por vezes ser necessário agregar outro tipo de tratamento. Os alimentos que queremos irradiar e o objectivo do tratamento vão condicionar o tempo e quantidade de energia a que o vamos submeter. Em termos aceitáveis, a nível de custos de produção e de eficácia, em Portugal a energia máxima utilizada é de 10 KGy. Tipos de irradiação O tratamento de radiação ionizante varia com o objectivo que pretendemos. Por exemplo, se pretendemos diminuir a carga microbiana viável utilizamos o método de radurização que é semelhante ao método de pasteurização. As doses utilizadas encontram-se na faixa entre 0,4 a 2,5 kgy. A radurizacao pode ser utilizada para prevenir brotamentos em bolbos e tubérculos, retardar o tempo de maturação de frutas, prevenir a deterioração por fungos em frutas e hortaliças e controle de infestação por Ilustração 1 Bananas irradiadas e não irradiadas, onde se verifica que o estado de maturação é diferente. insectos e ácaros. Na figura em baixo temos a banana irradiada e não irradiada. 4

6 Com a radapertização, ou esterilização, que consiste no tratamento do alimento com uma dose de energia ionizante, é possível prevenir a decomposição e a toxicidade de origem Ilustração 2 Filetes de frango e peito de peru ionizados, produzidos pela NASA, sem prazo de validade. intacta. microbiana, seja qual for o tempo e as condições de armazenamento do produto, desde que este não seja contaminado novamente. As doses requeridas nesse processo geralmente estão entre 25 a 45 kgy. Esta técnica é muito empregada para produtos de carne. Outro método de radiação ionizante é a radiciação utilizado principalmente para reduzir o número de bactérias patogénicas viáveis e não produtoras de esporos, de forma que não sejam detectadas por métodos de análises bacteriológicas nos alimentos tratados. Esse tratamento também inativa parasitas presentes nos alimentos. As doses requeridas nesse processo geralmente estão entre 2 a 8 kgy. As filetes de frango e peito de peru que foram produzidos pela NASA (EUA) e não têm prazo de validade, mesmo em temperatura ambiente, desde que a embalagem seja mantida Ilustração 3 Massa de pizza irradiada e não irradiada onde se verifica que a não irradiada apresenta manchas, o que evidencia que ela se encontra imprópria para o consumo. Fontes de irradiação As radiações emitidas neste tratamento são, principalmente, radiações nucleares sob forma de partículas alfa, beta e gama. Na irradiação dos alimentos utiliza-se principalmente como fonte de radiação gama o isótopo Cobalto-60, obtido pelo bombeamento com neutrões do metal Cobalto-59 e um reactor nuclear. 5

7 O cobalto-60 é o mais utilizado comercialmente devido à sua disponibilidade, custo, por se apresentar sob forma metálica e ser insolúvel em água, proporcionando assim uma maior segurança alimentar. Por muito que os alimentos sejam expostos a doses de radiação muito elevada, o nível máximo de radioactividade seria vezes menor do que o nível de radioactividade normal do alimento. Ilustração 4 Irradiador gama para processamento de alimentos. Efeitos nos alimentos As formas de radiação utilizadas no processo de irradiação do alimento provocam ionização, ou seja, criam cargas positivas ou negativas. A formação dessas cargas resulta em efeitos químicos e biológicos que impedem a divisão celular em bactérias pela ruptura de sua estrutura molecular. Os níveis de energia utilizados para se conseguir esse efeito não são suficientes para induzir radioactividade nos alimentos. Existem vários alimentos que podem ser processados com radiações ionizantes com o objectivo de conservação. Os efeitos causados dependem do tipo de alimento e da dose de irradiação administrada. Os efeitos mais frequentes da irradiação são: Inibição de brotamento; Retardo na maturação; Redução da carga microbiana; Eliminação de microrganismos patogénicos; 6

8 Esterilização; Desinfecção de grãos, cereais, frutas e especiarias. A tabela seguinte mostra quanto a radiação ionizante pode prolongar o tempo de vida útil dos alimentos. Tabela 1 Efeito da radiação ionizante na duração da vida útil de alguns alimentos. Produto Vida útil sem irradiação Vida útil com irradiação Alho 4 Meses 10 Meses Arroz 1 Ano 3 Anos Banana 15 Dias 45 Dias Batata 1 Mês 6 Meses Cebola 2 Meses 6 Meses Farinha 6 Meses 2 Anos Legumes e Verduras 5 Dias 18 Dias Papaia 7 Dias 21 Dias Manga 7 Dias 21 Dias Milho 1 Ano 3 Anos Frango refrigerado 7 Dias 30 Dias Filé de pescada refrigerado 5 Dias 30 Dias Morango 3 Dias 21 Dias Trigo 1 Ano 3 Anos Vantagens da irradiação Existem vários aspectos positivos para usar o tratamento de irradiação nos alimentos em prol da sua conservação: Permite a irradiação de produtos refrigerados e congelados uma vez que todo o processo se realiza a frio. Devido ao elevado poder de penetração dos raios gama, existe uma maior quantidade e variedade de alimentos que podem ser tratados sem manipulação durante o processo. Durante todo o processo de tratamento, o alimento nunca entra em contacto directo com a radiação, dificultando assim aumentar o nível normal de radiação deste. 7

9 Ocorre um considerável aumento na vida útil de frutas frescas, vegetais e carnes, o que facilita o processo de distribuição desses produtos. A irradiação é um tratamento eficaz a eliminar as bactérias patogénicas que causam essas doenças. Alimentos em embalagens termo-sensíveis podem ser tratados, uma vez que a irradiação não aumenta a temperatura tanto do alimento como da embalagem. Ovos, larvas de insectos e vermes internos aos alimentos são atingidos pela irradiação, sem prejuízo para os alimentos. Efeitos sobre microrganismos e componentes dos alimentos Efeitos sobre microrganismos A irradiação, tal como os outros processos de preservação, afecta o crescimento microbiano e leva a mudanças nos componentes alimentares. A principal vantagem da irradiação dos alimentos é o facto de esta técnica destruir bactérias prejudiciais, assim como outros microrganismos passíveis de causar intoxicações alimentares, por causar lesões no material genético da célula. De forma geral, inibe o crescimento microbiano, como de bactérias, bolores e leveduras, pois a irradiação impede que estas realizem de forma eficaz os processos biológicos essenciais para a sua existência. Apresenta também efeitos a nível da sua maturação e germinação, que se torna lenta, permitindo prolongar a vida útil dos alimentos. Ilustração 5 Bactérias e bolores 8

10 Modo de acção Dentro dos alimentos, o principal alvo de irradiação são os ácidos nucléicos e os lípidos da membrana. Na membrana, os lípidos que sobrem mais alteração são os polinsaturados, que levam à perturbação da membrana e efeitos deletérios sobre diversas funções, tais como a permeabilidade. Um efeito secundário da degradação da membrana lipídica pode ser verificado na alteração da actividade enzimática. A radiação ionizante provoca mudanças na estrutura do DNA das células que foram irradiadas, o que resulta na prevenção de replicação ou outras funções. Os níveis de radiação utilizados são os a Ilustração 7 Pseudomonas e Deinococcus necessários para perturbar certas obrigações nas moléculas de DNA, Ilustração 6 Ácido nucléico tornando assim impraticável a reprodução celular. Os ácidos nucléicos são os principais alvos dos radicais livres gerados pela irradiação, por causa do seu tamanho elevado. Os cromossomas das bactérias são muito sensíveis, e exposição à irradiação causa danos letais, que quando reparados confere à bactéria uma maior resistência. Como tudo, dentro destas existem umas com maior capacidade de reparar os danos letais que outras, sendo as mais sensíveis as Pseudomonas, e uma das resistentes a Deinococcus. Nível de dose Consoante certos factores, os danos ou alterações no alimento por causa da irradiação são diferentes. Esses factores são: dose, temperatura, atmosfera (presença ou ausência de oxigénio) e tipo de organismo (tamanho, características da parede celular e Gram-positivas ou Gram-negativas, e número e idade relativa das células). De forma geral, quanto maior a dose de irradiação aplicada, menor vão ser o número de células sobreviventes, menor a temperatura e a taxa de reacções, tais como a formação de radicais de moléculas de água. 9

11 Tabela 2 Efeito da irradiação sobre parasitas de origem animal Parasitas Protozoários Toxoplasma gondii Entamoeba histolytica Trematódeos Fasciola hepática Clonoechis sinensis Opisthorchis viverrini Paragonimus Cestóides Taenia Taenia solium Echinoccus granulosus Nematóides Trichinella spiralis Angiostronglyus cantonesis Gnathostoma spinigirum Anisakis species Dose mínima efectiva (KGy) 0,09 0,7 0,251 0,03 0,15 0,20 0,10 0,10 >3,0 0,40 0,30 0,20 0,70 0,50 0,10 0,66 0,11 2,0 4,0 7,0 6,0 Efeito da irradiação Parasitas mortos ou diminuição da infectividade Mortos Inibe a maturação Inibe a maturação Inibe a maturação Inibe a maturação Inactivação total de larvas Impede o desenvolvimento em humanos Eliminação de infectividade Eliminação de infectividade Eliminação de infectividade Eliminação de infectividade Esterilização das fêmeas Diminuição da infecciosidade Reduzida penetração de larvas Reduzida penetração de larvas Tendo em conta a tabela 1, consegue-se perceber que utilizando doses mínimas de irradiação, existem ganhos significativos na segurança alimentar, pois a infectividade é reduzida ou mesmo eliminada. Entre os grupos de parasita de origem alimentar, trematódeos parecem ser mais sensíveis à irradiação, seguido por cestóides e protozoários. A atmosfera e a composição do meio em que os microrganismos se encontram quando sujeitos à irradiação afecta os níveis de resistência. Os vírus, dentro dos microrganismos, são os mais resistentes, seguidamente são as bactérias e os bolores, sendo todos eles mais resistentes que os seres humanos. Dentro das bactérias, alguns géneros são mais fortes do que outros. Os esporos das bactérias são mais resistentes do que as suas células vegetativas, por um factor de cerca de Na tabela 2 podemos ver a susceptibilidade de vários agentes patogénicos de origem alimentar na carne fresca à irradiação. Com uma dose baixa de irradiação, inferior a 1kGy, consegue-se controlar a infectividade de um número de parasitas por alimentos sem alterar o carácter dos alimentos. 10

12 Tabela 3 Susceptibilidade de vários agentes patogénicos de origem alimentar da carne picada à irradiação. Organismo T(ºC) Produto Valor D 10 (KGy) - Carne 0,40 0,60-0,40 0,50-0,25 0,35-0,14 0,32-0,14 0,21-0,14 0,19 5 Carne de peito de peru 0, ,16 5 0, ,29 0 Aves (embalado com ar) 0,24 0 Aves (embalado a vácuo) 0,39 5 Ovo em pó 0,60 3 Carne picada 0,55 0,78 5 Carne de peito de peru 0,71 5 Bife 0,45 5 Carne picada 0,27 0,38 Listeria Salmonella Escherichia coli O157:H7 Campylobacter Yersinia Aeromonas Staphylococcus aureus Campylobacter jejuni Salmonella heidelberg Salmonella enteriditis Salmonella spp. Listeria monocytogenes Escherichia coli O157:H7 Os valores D de diversos patogénicos de origem alimentar de carne fresca foram observados. A Campylobacter jejuni foi inoculada em carne picada, e tendo em conta os registos, é possível verificar que a 5ºC o seu valor D é de 0,19 kgy e a -30ºC de 0,29 kgy. O que permite inferir que a temperatura a que o produto está sujeito tem influência na dose de irradiação que tem de ser aplicada. Os microrganismos que se encontram em alimentos congelados são mais resistentes do que no estado seco. Isso é possível verificar com o exemplo expresso anteriormente. A humidade existente no alimento interfere directamente com a dose de irradiação que deve de ser aplicada no alimento para que este se torna estável e tenha um tempo de vida útil maior. As doses de irradiação inseridas nos alimentos são baixas, e tal não podia ser diferente, tendo em conta os parâmetros da Organização Mundial de Saúde. Os alimentos irradiados com doses até 10 kgy não necessitam de avaliação toxicológica ou nutricional, pois também os alimentos não excedem estes valores. As doses aplicadas são baixas, por exemplo, para retardar o amadurecimento de frutas, não é necessário mais do que 1 kgy, enquanto para inibir o brutamento de raízes e tubérculos (batata, cebola, alho, etc.) a dose necessária varia entre 0,05 a 0,15 kgy. Para prevenir que os grãos sejam infectados por insectos, 0,1 a 2 kgy são valores suficientes. 11

13 Mas é ainda de considerar que nem todos os alimentos podem ser irradiados, tendo como exemplo o leite, que fica com um sabor impalatável. Por isso, para se conseguir adoptar a irradiação como um processo de conservação de alimentos, é essencial realizar um estudo das características organolépticas pós-tratamento, que em grande parte são mínimas ou mesmo inexistentes. Efeitos da radiação sobre os componentes dos alimentos Além do crescimento microbiano, a irradiação afecta os constituintes nutricionais dos alimentos. Em relação aos nutrientes, a irradiação promove poucas mudanças. Outros processos de conservação, como o aquecimento, podem causar reduções muito maiores dos nutrientes. As vitaminas por exemplo, são muito sensíveis a qualquer tipo de processamento, no caso da irradiação, sabe-se que a vitamina B1 (tiamina) é das mais sensíveis, mas mesmo assim as perdas são mínimas. A vitamina C (ácido ascórbico), sob efeito da irradiação, é convertida em ácido dehidroascórbico, que é outra forma activa da vitamina C. Efeito sobre as proteínas As proteínas consistem numa cadeia de aminoácidos conectados por ligações peptídicas. Com 20 aminoácidos constituintes das proteínas e com três espécies reactivas da radiólise da água, muitas interacções complexas são possíveis. Efeitos adicionais são exercidos pela configuração espacial da cadeia proteica, determinada pelas pontes de hidrogénio, pontes dissulfureto, ligações hidrofóbicas e ligações iónicas. Os aminoácidos, em comparação com a estrutura proteica são menos resistentes, pois quando irradiados sozinhos são muito mais sensíveis do que quando fazem parte da estrutura da proteína. Um outro factor provável para esta ocorrência é devido a maior ou menor rigidez da estrutura espacial da molécula proteica. Os radicais formados como resultado da irradiação são seguros e têm uma elevada hipótese de recombinação. Baixas doses de irradiação podem causar desenrolamento molecular, coagulação, desdobramento, e até mesmo clivagem molecular e divisão de aminoácidos. As ligações peptídicas não parecem ser atacadas, sendo os principais efeitos registados nas ligações de enxofre e pontes de hidrogénio. 12

14 A grande proporção de energia radiante depositada em proteínas irradiadas aparentemente avança para desnaturação, mudanças na cadeia secundária e terciária, antes da destruição dos constituintes aminoácidos. Na incidência de radiação de 10 kgy, existe um aumento global de aminoácidos livres, justificado pelo aumento dos níveis de glicina, valina, metionina, lisina, isoleucina, leucina, tirosina e fenilalanina. Com a ocorrência de irradiação sobre as proteínas, pretende-se o seu desdobramento, levando à disponibilidade de locais mais reactivos. A irradiação também afecta as propriedades funcionais das proteínas, pois a irradiação utilizada para destruir microrganismos indesejáveis pode ter consequências ao nível das características físicas e do sabor do produto. Ilustração 8 Estrutura da proteína Efeito nos hidratos de carbono A irradiação pode quebrar os hidratos de carbono de alto peso molécula em unidades menores (monossacarídeos, dissacarídeos, polissacarídeos menores), levando à despolimerização. As ligações glicosídicas que conectam as unidades dos monossacarídeos podem ser quebradas. Dextrinas, maltoses e glicose são produzidas. Esta redução do grau de polimerização em polissacarídeos reduz a viscosidade das soluções. A solubilidade aumenta com o aumento da dose de irradiação. A despolimerização é responsável pelo amolecimento das frutas e legumes através de separação dos materiais da parede celular, tais como a pectina. Os açucares podem ser hidrolisados ou oxidados Ilustração 9 Alimentos ricos em hidratos de carbono. 13

15 quando submetidos à irradiação. A irradiação do trigo em 0,2-10 kgy aumenta os níveis iniciais de água, açúcares redutores solúveis em 5% -92% em relação às amostras não tratadas. Estas mudanças são muito vantajosa na geração de sabor e aroma do pão-de-açúcar, reduzindo as reacções dos aminoácidos. A irradiação de hidratos de carbono puros produz produtos de degradação, que têm efeitos mutagénicos e citotóxicos. No entanto, estes efeitos indesejáveis são produzidos usando doses muito elevadas de irradiação. Estes hidratos de carbono são mais sensíveis que os existentes nos alimentos, pois a proteína exerce uma acção protectora sobre os hidratos de carbono. Efeito sobre os lípidos Nos lípidos, a irradiação inicia o processo normal de auto-oxidação de gorduras, que origina o ranço e perda de sabor. As gorduras insaturadas são as que mais facilmente sofrem oxidação, pois a irradiação acelera as seguintes reacções: formação de radicais livres, os quais se podem combinar com o oxigénio formando hidroperóxidos; quebrando hidroperóxidos, dando acção a vários produtos de decomposição, particularmente compostos carbonilos e destruição de antioxidantes. Este processo pode ser retardado pela eliminação de oxigénio por vácuo ou em atmosfera modificada. Em lípidos, principalmente ácidos gordos insaturados, decomposição radiolíticas é através de uma ruptura preferencial ao nível da função carbonila da ligação dupla. Esta decomposição induz a Ilustração 10 Azeite, lípidos. formação de alguns compostos voláteis responsáveis pela inexistência de odores. A formação de peróxidos e compostos orgânicos voláteis, bem como o desenvolvimento de ranço e falta de sabor foram relatados. O peróxido formado também pode afectar certas vitaminas fracas, tais como as vitaminas E e K. Em pesquisas observou-se que quando os triglicerídeos são irradiados com doses altíssimas 250 kgy, os produtos voláteis e não voláteis formados são muito parecidos com os obtidos pelo aquecimento de frituras a C por 1 hora. A irradiação resulta numa destruição parcial das vitaminas lipossolúveis, e o tocoferol é particularmente sensível. 14

16 Efeito sobre as vitaminas A sensibilidade das vitaminas ao processo é variada, dependendo das condições nas quais se irradiam os alimentos, sendo as vitaminas C e B 1 as mais sensíveis no grupo das hidrossolúveis e as vitaminas E e A as mais sensíveis entre as lipossolúveis. Contudo, na irradiação, essas alterações podem ser minimizadas simplesmente pela mudança das condições de processo, como o uso de embalagem com atmosfera controlada. A destruição das vitaminas C, E e K depende da dose utilizada, e a tiamina é muito sensível à irradiação, mas as perdas são baixas, desde que as doses também sejam baixas. A vitamina C (ácido ascórbico) em solução é muito sensível à irradiação, mas em frutas e legumes já é mais estável, Ilustração 11 - Vitaminas em doses baixas. O ácido ascórbico pela irradiação converte-se em ácido dehidroascórbico, que é activo, como as vitaminas. Vitaminas especialmente aqueles com actividade antioxidante, como A, B 12, C, E, K e tiamina, são degradadas quando a irradiação é realizada na presença de oxigénio. Efeito sobre as enzimas As enzimas existentes nos alimentos devem de ser desactivadas antes de estes sofrerem irradiação, porque estas são muito resistentes. Esta inactivação deve de ser realizada através de um tratamento térmico, sendo este mais forme do que o utilizado para os microrganismos, pois as enzimas são mais fortes que estes. Os alimentos irradiados são instáveis durante o armazenamento, devido à sua sensibilidade ao ataque enzimático. A elevada resistência das enzimas à irradiação é demonstrada pela fosfatase do leite, que não é destruída com as doses de irradiação usadas para a esterilidade do leite. As enzimas são afectadas pelos efeitos indirectos dos radicais livres formados na fase solvente. Assim, as soluções diluídas de enzimas são relativamente mais sensíveis à radiação do que as soluções concentradas. Além disso, as enzimas nos seus ambientes naturais, como nos alimentos, Ilustração 12 - Enzima 15

17 são relativamente mais resistentes. A actividade das enzimas é afectada em doses normais, e, portanto, os limites existentes prolongam a vida útil de frutas e legumes. Aplicação de irradiação nos alimentos Alimentos de origem vegetal Em doses mais elevadas, frutos climatéricos podem não amadurecer normalmente e podem desenvolver coloração irregular e descoloração da pele. Os frutos sofrem de distúrbios fisiológicos, quando expostos à radiação além dos seus limites de tolerância. Estes sintomas indesejáveis são principalmente amolecimento do tecido e escurecimento enzimático. O amolecimento de tecidos é causado por despolimerização parcial dos polissacarídeos da parede celular, principalmente celulose e pectina e danos da membrana celular. O escurecimento enzimático é uma indicação de descompartimentação de células devido a lesões das membranas, trazendo assim substratos fenólicos em contacto com polifenoloxidases. O dano da membrana celular pode resultar na perda de água intracelular, turgescência celular, e ataque oxidativo de ácidos gordos polinsaturados de lipídos na membrana. A oxidação pode ser minimizada através da irradiação numa atmosfera com teor reduzido de oxigénio, mas a eficácia do tratamento é reduzida. A irradiação da baixa quantidade com atmosfera modificada é cada vez mais considerada para o controlo de microrganismos e de maturação atrasada. Tabela 4 Exemplos de frutos expostos à irradiação. Efeito Resultados Frutos Maturação atrasada Bananas, mangas, papaia Benéfico Deterioração controlada Tomates, morangos, figos Não benéfico Pouca tolerância Peras, abacates, limões, laranjas, maçãs, melões 16

18 Amadurecimento acelerado Pêssegos, nectarinas Fonte: EK Akamine e JH Moy, conservação de alimentos por radiações ionizantes. Vol. III. (ES Josephson e MS Peterson, eds.), CRC Press, Boca Raton, 1983 Especiarias Existe um uso cada vez mais importante da irradiação para a descontaminação de especiarias. Especiarias importadas para a Europa Ocidental são frequentemente contaminadas por microrganismos patogénicos, como consequência de processos de secagem ao ar livre. Os microrganismos predominantes na pimenta são o Clostridium, Staphylococcus, Bacillus, Aspergillus. O tratamento de bolbos de alho com 0,15 kgy pode inibir a germinação e reduzir as perdas de peso durante o armazenamento. A irradiação de compostos afecta o sabor do alho. Ilustração 13 - Especiarias Frutos e legumes Cerejas A vida útil pós-colheita das cerejas, pode ser aplicada com baixa dose de irradiação. As cerejas irradiadas a 0,25, 0,5, 0,75, ou 1,0 kgy podem ser armazenadas a 1 C por 1, 3, 7 dias, respectivamente, e 2 dias armazenadas a 15 C. Ilustração 14 - Cerejas Mangas A preservação das mangas seria de grande benefício do tratamento de irradiação. Os efeitos da irradiação dependem do grau de maturidade. A dose ideal é de 0,75 kgy para três quartos frutos maduros em temperatura ambiente. Ilustração 15 - Mangas 17

19 Cenouras Irradiação nas cenouras até cerca de 0,1 kgy têm pouco efeito sobre a firmeza mas o amolecimento rápido ocorre em doses mais altas. Ilustração 16 - Cenouras Papaia Papaia pode tolerar até 1 kgy de radiação antes de escaldar a superfície. O desenvolvimento da cor da superfície não é interrompido até 2 kgy, sabor e aroma até 4 kgy, e desagregação do tecido até 5 kgy. Uma dose de 0,75 kgy é considerada a dose ideal para a retenção da firmeza dos frutos apenas com uma ligeira redução do tempo de armazenamento. Nos frutos irradiados o amolecimento é mais homogéneo do que em frutos não irradiados. Ilustração 17 - Papaias Morangos Irradiação com doses de 1, 2 e 3 kgy prolonga a vida útil dos morangos armazenados a 4 C por 5, 13 e 16 dias, respectivamente. Os morangos podem tolerar uma dose de irradiação até 2 kgy para reduzir infecção por fungos, sem alterações de qualidade. A textura mais macia acima de 2 kgy pode limitar o uso de doses mais elevadas. Diversos estudos indicam que a irradiação induzida pela mudança de textura foi associada a alterações de substâncias pécticas. A despolimerização de polímeros de hidratos de Ilustração 18 - Morangos carbono, como o amido e a celulose, pode aumentar ligeiramente o teor de açúcar. Cereais e grãos Grãos e cereais são tratados com baixas doses de irradiação para eliminar fungos, uma vez que alguns destes organismos podem produzir micotoxinas. Doses de irradiação ente 0,2-1,0 kgy são eficazes no controlo da infestação de insectos no interior dos cereais. Um aumento 18

20 da dose para 5 kgy mata totalmente os esporos e muitos dos fungos, que sobrevivem a doses mais baixas. Além de seu papel protector contra insectos e microrganismos, a irradiação também afecta vários critérios de qualidade dos grãos de cereais, como o aspecto, sabor, etc. A viscosidade do pico de amilograma de valores de queda de farinha de trigo diminui com o aumento da dose de irradiação. Um exemplo pode ser os cowpeas, este é um legume Ilustração 19 Cereais e grãos dos mais importantes nos países semi-tropicais como a Ásia, África, Europa central e América do Sul. Os cowpeas podem ser preservados em sacos de polietileno, após o tratamento ionizante em doses inferiores a 0,10 kgy, sem causar consequências nutricionais desfavoráveis. Alimentos de origem animal Em 1997 a FDA (Food and Drug Administration ) aprovou o uso de radiação ionizante de forma a inactivar/eliminar bactérias patogénicas na carne vermelha. A irradiação funciona na prevenção ou no atraso da expansão microbiana em carnes frescas. Estudos anteriores indicavam que doses de radiação entre 0,25 e 1kgy em condições aeróbicas aumentaram a vida das carnes na prateleira mas aceleraram a formação do ranço. Durante o Ilustração 20 Bifes armazenamento desenvolvera-se um cheiro e um sabor gorduroso. A gordura estava notavelmente mais branca (como que branqueada por lixívia) e o peróxido acumulava-se mais rapidamente na amostra irradiada do que na amostra de gordura de controlo. No caso das carnes vermelhas, doses acima dos 2.5 kgy controlavam o aparecimento/proliferação das bactérias Salmonella, Campylobacter, Listeria monocytogenes, Streptococcus faecalis, Staphylococus aureus, e no caso das carnes de aves e outras carnes a bactéria escherichia coli. Com estas doses pode mudar o sabor, odor e cor mas estas mudanças podem ser minimizadas pela irradiação destas mesmas quantidades/intensidades de radiação a baixas temperaturas ou na ausência de oxigénio. 19

21 O tratamento pela irradiação não é efectivo na paragem da ocorrência de alterações nas carnes vermelhas, o que dificulta a sua aceitação por parte dos consumidores ao ficar com uma cor acastanhada ou acinzentada causada pelo oxigénio atmosférico; gotejamento da superfície das carnes magras e a oxidação também pelo oxigénio atmosférico dos lípidos das carnes vermelhas com formação de sabores desagradáveis. No entanto a irradiação juntamente com empacotamento sob vácuo das carnes tem o potencial de estender a vida de prateleira. A tabela 5 mostra os valores limite de radiação para o aparecimento de sabores na carne causados pela própria (a partir destes valores já se notam os sabores estranhos). O hidrogénio gerado durante a irradiação das carnes congeladas permite identificar/distinguir as carnes congeladas irradiadas das não irradiadas. A carne de aves em particular é conhecida por ser susceptível a mudanças de cor quando irradiada. Forma-se uma cor rosada nas carnes de aves frescas quando tratadas pela radiação. Peitos de frango tratados pela radiação exibiram uma cor avermelhada acentuada (valores a) quando comparados com os peitos de frango do grupo de controlo (que não sofreu radiação). Tabela 5 Valores limite de radiação para o aparecimento de sabores na carne causados pela própria. Carne Temperatura ( C) Dose (kgy) Porco Vaca Galinha Carneiro Carne de aves Com uma dose baixa, todos os microrganismos não são destruídos e alguns sobrevivem, tais como Moraxella, Acinetobacter, Lactobacillus e Streptococcus podem causar deterioração do alimento. As doses de 2-2,5 kgy são eficazes no controle de Listeria e para a eliminação de Serratia marcescens e uma dose de 1,0-2.5kGy é suficiente para eliminar a Pseudomonas aeruginosa, Uma dose de 1,50 kgy foi efectiva para Staphylococcus aureus em frango quando irradiado no vácuo a 0 C e mantida a 35 C durante 20 h. No caso Escherichia Coli em carne de frango, uma diminuição de 90% Ilustração 21 Frango de células viáveis podem ser alcançados por doses de 0,27 kgy a 5 C e 0,42 kgy a -5 C. 20

22 Na Holanda, a dose máxima permitida é de 3 kgy no caso de aves irradiadas. Em Israel e África do Sul, a dose permitida é de 7 kgy para eliminar bactérias patogénicas. Mulder recomendou uma dose de 2,5-5kGy, pois prolonga validade para 6-14 dias sem alterar as características organolépticas. No entanto, doses menores de 0.5kGy pode induzir um odor de radiação e 2.5kGy pode induzir mudanças de sabor, que pode ser removida no cozimento posterior. (tabela mostra as mudanças no odor de carcaças de frango irradiado durante o armazenamento a 1,6 C). A cor da carne depende de três factores: concentração de pigmentos, o estado químicos, e a luz. Patterson estudou a sensibilidade da irradiação no ar, dióxido de carbono, vácuo e azoto em sete bactérias, espécies inoculadas em carne de aves estéril. Streptococcus faecalis e Staphylococcus aureus não foram sensíveis para a atmosfera, enquanto Pseudomonas putida, Salmonella typhimurium, Escherichia Coli, Phenylpyruvica Moraxella, Lactobacillus foram mais sensíveis em atmosferas com excepção do ar. Em geral, em vácuo ou atmosfera de dióxido de carbono durante a irradiação houve efeito letal. As bactérias podem ser mais resistentes à irradiação se acondicionado sob o azoto, dióxido de carbono ou de ar condicionado. Tabela 6 Mudanças no odor devido à irradiação e não irradiação em carcaças de galinha guardadas a 1,6ºC. Tempo guardado Não irradiada Irradiado (dias) 2.5 KGy 5.0 KGy 0 Galinha fresca Leve odor a Odor a irradiação irradiação 4 Galinha fresca Galinha fresca com Leve odor a irradiação odor 8 Não tem odor Galinha fresca com odor Galinha fresca com odor 11 Ligeiro odor Galinha com odor Galinha com ligeiro odor 15 Em decomposição Galinha com odor Galinha com ligeiro odor 18 Em decomposição Galinha com demasiador odor Galinha com ligeiro odor 22 Em decomposição Galinha com demasiado odor Galinha com ligeiro odor 31 Em decomposição Galinha azeda Galinha com ligeiro odor 21

23 Carne de Carneiro A irradiação de produtos embalados em vácuo, com dose 4kGy impediu o crescimento de bactérias, pelo menos 8 semanas a 0 C-1 C, enquanto Brocothrix thermosphacta e bactérias gram-negativa cresceram nas carcaças de carneiro irradiado a 2,4 kgy e armazenados a 5 C. A população total não excede 105 ufc/cm 3 durante 16 semanas de armazenamento. No entanto, essas doses altas provocam efeitos adversos sobre a qualidade sensorial e aumento do volume. Ilustração 22 Costeletas de carneiro Em pedaços de carne irradiada com 1,0 e 2,5 kgy eram aceitáveis para 3 e 5 semanas, respectivamente, enquanto para a carne picada era 2 e 4 semanas. Em contrapartida, não irradiados, pedaços de carne e carne picada estragava-se dentro de 1 semana de armazenamento a 0 C-3 C. Carne de vaca Pseudomonas, Enterobacteriaceae, e thermosphacta Brocothrix foram fortemente inibidos em amostras de carne de bovino irradiado e propriedades sensoriais não foram alteradas. Rodriguez et al. estudaram o efeito da irradiação de 2 kgy para a carne nova embalada em meio aeróbia. Após o armazenamento, entre 8 e 11 dias, contaram-se 107 ufc/cm 3 de psicrotróficos enquanto as contagens semelhantes não foram observadas em amostras irradiadas até 28 dias de armazenamento. A validade da carne embalada a vacuo pode Ilustração 23 Carne de vaca aumentar, com doses variando de 1 a 5 kgy, que também aumenta qualidade sensorial. Grant et al. estudaram o efeito de 2 kgy sobre o crescimento e a produção de toxinas de Staphylococcus aureus e Bacillus cereus inoculadas em carne assada. A produção de toxina por ambos adiados por irradiação. Snyder disse que carcaça de envelhecimento a alta temperatura seguido de irradiação poderia reduzir o número de microrganismos. Lee et al. constataram que a irradiação em contendo 25% de dióxido de carbono e azoto 75% poderia ser usado para um acelerar o processo de envelhecimento de carne de 22

24 bovino a 30 C por 2 dias. Além disso, se carne irradiada for imediatamente refrigerada após o envelhecimento, esse processo poderia melhorar a textura sem crescimento bacteriano excessivo e seria mais eficiente do que as carcaças de envelhecimento em altas temperaturas seguido por irradiação. O resumo de Sommers é: a irradiação pode inactivar bactérias patogénicas ocasionalmente encontrada em carne moída, como a Escherichia coli, Salmonella, Staphylococcus aureus e Listeria monocytogenes; irradiação não torna o alimento radioactivo; a irradiação, quando utilizado adequadamente, não altera o aroma, sabor, textura ou gosto global de carne moída; não há aumento de risco detectável no cancro relacionados com o consumo a longo prazo da carne que foi irradiada; carne moída irradiada é nutritiva e saudáveis; a irradiação é eficaz para melhorar a segurança microbiológica de carne moída, não para limpar o produto inaceitável. Carne de porco Sivinski e Switzer mencionoram que uma baixa dose de irradiação entre 0,30 e 1,0 poderiam ser utilizados para inactivar Trichinella spiralis em carne de porco. A radiação reduziu o número de mesófilos, psicrotróficos, bactérias anaeróbicas, e estafilococos durante o armazenamento. A irradiação de carne de porco (embalados no vácuo com ph 6,2-6,6) com 2,5 e 4,3 kgy reduziram o número de bactérias Ilustração 24 Carne de porco viáveis presentes. O prazo de validade aumentou de 8 para 11,5 dias quando embalada a vácuo. O tratamento com uma dose de 1,0 kgy foi eficaz em prolongar a vida de armazenamento e produziu apenas ligeiras alterações na cor e odor. Staphylococcus, Micrococcus, e espécies de leveduras predominaram em amostras que receberam uma dose de 0,57 kgy. 23

25 Não há diferença significativa entre as amostras irradiadas e controle sobre a oxidação lipídica de costeletas de porco irradiado durante o armazenamento. Sobre embalagens de atmosfera modificada, Mitchell mencionou que a vida de prateleira sensorial pode ser alcançada utilizando doses 0,5-1,75 kgy e atmosfera modificada de 25% a 50% dióxido de carbono. O produto deve ser armazenado a 5 C ou menos para alcançar a vida útil prolongada. A irradiação na presença de oxigénio tem um efeito negativo sobre as características químicas e sensoriais. A vida útil pode ser diferente, dependendo de varios factores, tais como microbianos. Os estudos mostraram que a inoculação de Clostridium perfringens foi mais resistente e Yersinia enterocolitica o mais sensível entre Clostridium perfringens, Yersinia enterocolitica, Escherichia Coli, Listeria monocytogenes e Salmonella typhimurium. Carnes processadas A quantidade de nitrito em carnes curadas necessário possivelmente pode ser reduzida pela irradiação. Os níveis de nitrito na bacon irradiado pode ser reduzido de níveis normais de Ilustração 26 Carne processada, toucinho fumado para mg / kg, sem perda da qualidade Ilustração 25 Carne processada, panados. organolépticas. Além disso aditivos, tais como ervas e especiarias são frequentemente utilizados em carnes. Wills et al. estudou milho cortado com as doses de radiação, de 1, 2 e 4 kgy. A carga microbiana inicial reduziu. Pequenas alterações no aroma e sabor a 2 kgy foram observados e a validade duplicada aumentou. Bacteriaceae foi efectivamente inactivada pela irradiação com doses de 1-2 kgy quando os efeitos sensoriais foram mínimos. O produto pode ser armazenado até 5-7 dias, quando tratados com 2 kgy. Os rissóis de carne irradiados a 2,0 kgy, sob vácuo permanecem iguais, mesmo após 60 dias de armazenamento refrigerado. No caso da carne picada, uma ligeira redução do ph para 5,2-5,3 foi observado quando embalado a vácuo com uma dose de 2 kgy. Bactérias do ácido láctico foram mais resistentes à 24

26 radiação e se tornou a espécie dominante durante o armazenamento. A combinação de redução do ph e da irradiação impediu o crescimento de Enterobacteriaceae com incubação a 10 C. As características organolépticas (sabor, textura, suculência e sabor) de carne moída rissóis irradiados de 2,0 kgy e armazenados sob condições de refrigeração foram estudados por Murano et al.. Depois de 1 dia, rissóis irradiados foram significativamente melhores do que os não irradiados. Produtos de peixe Singh e Nickerson et al. estudaram a irradiação de carnes e peixes e sua vida útil. Singh mencionou que o controle de organismos patogénicos e a extensão da vida útil do pescado fresco poderia ser alcançado com doses relativamente menores ou iguais a 2.5 kgy. No entanto, Clostridium botulinum (A, B, E e F) presente no peixe e outros produtos permaneceram inalterados pelas baixas doses de irradiação. No caso de peixe seco (humidade <20%) uma dose de 0,3 kgy é suficiente para controla], mas em maiores níveis de humidade de 20% a 40% de uma dose de 0,5 kgy é necessária. O crescimento de bolores também pode contribuir para a deterioração dependendo do nível de humidade no peixe. O controle de o crescimento de bolores por irradiação apenas necessita doses de 3-5 kgy. A decomposição bacteriana é também um problema no meio-seco e fresco do peixe e produtos de peixe. Normalmente, doses até 2,5 kgy são adequadas para controlar as bactérias de deterioração e prolongar a vida útil. Segundo Singh a extensão da vida útil de irradiação é dependente das condições de irradiação e armazenamento e varia de espécie para espécie de peixe. Al-Kahtani et al. estudaram os efeitos da gama de irradiação (kgy ) e armazenamento até 20 dias a 2 C no carapau. Eles descobriram que: A formação de azoto básico volátil foi menor nos peixes irradiados do que nos não irradiados; Alguns ácidos gordos (C14: 0, C16: 0 e C16: 1) diminuiu após a irradiação, enquanto outros (C18: 0, C18: 1 e C18: 2) aumentaram: 25

27 Chen et al. [14] estudaram o efeito de baixas doses (2kGy ou menos) na redução de patogénicos e microrganismos, e sobre a qualidade sensorial dos produtos de caranguejo (caroço branco, garra, e os dedos), através 14 dias de armazenamento de gelo. Irradiação reduz bactérias de deterioração, ou seja prolonga o prazo de validade por mais de 3 dias além do das amostras de controlo. Problemas tecnológicos e as limitações da irradiação Ao longo do tempo tem havido muita controvérsia sobre os produtos irradiados para o consumo humano. A radioactividade, as alterações na qualidade nutritiva e organoléptica, a natureza das embalagens, a segurança microbiológica, os aspectos legais, a segurança do processo e do produto, os factores de equipamento e de custos são alguns exemplos. Elevadas doses de radiação nos alimentos provocam quebra das moléculas longas, como celulose, e hidratos de carbono curtos. Por este motivo algumas frutas e hortaliças perdem a sua textura característica, amolecendo. A irradiação em gorduras origina radicais livres que as oxidam, levando à sua rancificação. Também há quebra de proteínas e destruição de uma parte das vitaminas, nomeadamente a A, B, C, E e K. As vitaminas A, B1 (tiamina), E e K são relativamente sensíveis, dependendo da complexidade do sistema alimentar, são solúveis em água ou gordura, e da atmosfera na qual ocorre a irradiação. Nos produtos de carne, a esterilização de alta dose de irradiação pode induzir a sabores desagradáveis. Contudo, estas alterações só acontecem acima das doses recomendadas. Se os níveis de irradiação usados no processamento forem adequados, assegura-se que estas deteriorações não alcançam níveis mais elevados do que noutros métodos de conservação de alimentos. Outra limitação é o facto de as doses recomendadas para o processamento não eliminarem todos os microrganismos nem as suas toxinas, e de as baixas doses não destruírem todos os esporos de bactérias. A irradiação não previne a proliferação posterior, pelo que os alimentos devem ser armazenados para evitar a sua deterioração e a perda de valor nutritivo. Uma dose demasiado elevada pode afectar qualidades sensoriais do alimento, enquanto uma dose muito baixa não permite a conservação deste. Quanto à utilização deste processo em fruta, é difícil prever a dose de radiação, pois depende do estado fisiológico dos frutos e da sua susceptibilidade aos microrganismos. 26

28 Um problema importante para a irradiação de alimentos em recipientes de plástico é a produção de gases e compostos voláteis como hidrocarbonetos, cetonas e compostos aromáticos Estes podem migrar para os alimentos e afectar a sua qualidade, uma vez que, em alguns casos, na altura do processamento, os alimentos já estão embalados e as radiações podem alterá-los. O efeito da irradiação sobre filmes plásticos depende da natureza da embalagem, temperatura e conteúdo de oxigénio durante o tratamento, a dose deste e a que é absorvida na realidade e o seu contacto com os alimentos. Em doses de 60 kgy ou superior, podem ocorrer danos em latas de aço e alumínio. Em doses inferiores a 20kGy, mudanças física em embalagens plásticas são insignificantes. As pesquisas têm demonstrado que quase todos os materiais das embalagens de plástico testados são adequados, o vidro é uma excepção, pois a sua cor pode ser alterada. A grande maioria dos estudos toxicológicos não mostrou nenhuma evidência de efeitos tóxicos. Mesmo que os alimentos tivessem sido expostos a doses de radiação muito elevada, o seu nível máximo seria vezes menor do que o nível de radioactividade naturalmente presente no alimento. A irradiação pode induzir a formação de algumas substâncias, chamadas de produtos radiolíticos, na constituição dos alimentos. Estas substâncias não são radioactivas e não são exclusivas dos alimentos irradiados. Pesquisas sobre essas substâncias não encontraram associação entre a sua presença e efeitos nocivos aos seres humanos. Na Europa, apenas foram concedidas algumas licenças para a irradiação de especiarias. A Directiva 1999/2/CE, que aborda as questões legislativas sobre alimentos e ingredientes Ilustração 27 Símbolo internacional para produtos irradiados alimentares tratados com irradiação, prevê várias especificações, nomeadamente, no controlo dos níveis de irradiação permitidos e nos requisitos para a rotulagem alimentar, assim como também as condições de importação de alimentos irradiados. 27

29 Conclusão A irradiação tem sido objecto de intensos e rigorosos estudos por décadas. É um método de processamento seguro e eficaz. Os produtos apresentam uma boa qualidade, nomeadamente, a nível de segurança alimentar e de conservação. O seu valor nutricional, comparado com o de alimentos que sofreram outro tipo de processo, revela resultados favoráveis. Métodos de conservação, como o aquecimento, podem causar reduções muito maiores. A falta de informação sobre esta tecnologia e sobre os seus benefícios tem conduzido a muitas controvérsias. Devem ser garantidas informações correctas, com base científica, para que os consumidores possam fazer escolhas informadas. A rotulagem de produtos irradiados proporciona a decisão de adquiri-los, ou não. O mercado de produtos irradiados ainda é pequeno, incluindo nos países onde este processo de conservação é permitido. Os aspectos legais e de segurança do processo, os factores de equipamento, custos e a aceitação dos consumidores contribuem para a sua baixa comercialização. 28

30 Bibliografia Blog da Engenharia Alimentos irradiados [Consult. 22 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: PEREIRA, Rúben César - Avaliação dos efeitos da radiação gama em proteínas alérgicas de ovos de galinha poedeiras. Actual [Consult. 22 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: MELLO, Luciana Christante Alimentos irradiados. Act. Maio [Consult. 22 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: WIKIPÉDIA Hidratos de Carbono. Actual. 27 Dez [Consult. 2 Jan. 2010]. Disponível em WWW: <URL: SOPRANI, Juliana; LOPES, Bruna Figueiredo; FERRAZ, Karla Kristine Florenço; SANTOS, Raquel Gouveia; SILVA, Diolina Moura; FIGUEIREDO, Suely Gomes Efeitos da radiação gama no amadurecimento dos frutos de mamão. Actual [Consult. 28 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: MUNDO EDUCAÇÃO Ácidos nucléicos. Actual [Consult. 27 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: VANDERLEYDEN, Jon Plant Growth Promoting Rhizobacteria and Biodegradation. Actual. 3 Dez [Consult. 21 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: PALMEIRO, António Vitaminas. Actual. 4 Nov [Consult. 18 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: NITZKE, Júlio Alberto; BIEDRZYCKI, Aline Enzimas. Actual. 2 Mar [Consult. 18 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: Metodologia e aplicações de radioisótopos - Alimentos irradiados. Actual. 21 Dez [Consult. 12 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: Files/alimentos_irradiados.htm>; The European Food Information Council - Irradiação dos alimentos. Actual. Nov [Consult. 12 Dez. 2009]. Disponível em WWW: <URL: 29

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