Tecnologia inclusiva para deficientes visuais: usando uma luva háptica para enxergar em sala de aula
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- Bruno Isaac Quintanilha Prado
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1 RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa Web: Vol11(2)(2012)25 38 Tecnologia inclusiva para deficientes visuais: usando uma luva hápticaparaenxergaremsaladeaula Inclusivetechnologyforvisuallyimpaired:usingahapticglovetoseeinthe classroom FranciscoCarlosdeMatosBritoOliveira1yNukáciaMeyreSilvaAraújo2 1 CentrodeCiências etecnologia.universidadeestadualdoceará UECE.Av.Paranjana1700,Itaperi ,Fortaleza Ceará (Brasil). 2 CentrodeHumanidades. UniversidadeEstadualdoCeará UECE.Av.LucianoCarneiro,345,Fátima ,Fortaleza Ceará (Brasil). E mail:fran.mb.oliveira@gmail.com,nukacia@gmail.com Informacióndelartículo Recibido31Octubre2012 Aceptado9Diciembre2012 Palavras chave: Tecnologiaeducacional; Materialdidático;Software didático;educaçãopara cegos. Resumo Nesteartigo,numaperspectivadeeducaçãoinclusiva,trata sedaavaliação feitapor professores e alunos de uma ferramenta de ensino que permite a estudantes com deficiênciavisual(edvs)«veremcomasmãos»osgestosdeapontardoprofessordurante umaaula.aferramentaéumsistemadêiticoháptico(sdh)efuncionagraçasatécnicas devisãocomputacional.osistemaécapazderastrearemtemporealesimultaneamente asmãosdeprofessoredoedv.noexperimento,foramrealizadastrêsetapasdeestudo. No recorte que feito aqui, discute se a terceira, em que foi realizado um estudo exploratórionoqualosdhfoiaplicadoemsalasdeaulainclusivas compostasporedvs eestudantesvidentes(evs).numaauladematemática,professoreslecionaramomesmo conteúdo programático para turmas inclusivas, ora utilizando o SDH, ora não. Os professoresconcordaramqueousodatecnologiamelhorouaqualidadedainstrução.já osedvsforamcapazesdecompreenderosconceitosmaisrápidaeeficientementequando osistemafoiutilizado.paraosevs,ousodosistemamelhorouafluidezdasaulasefez comqueosedvsparticipassemmaisdasdiscussõesdesaladeaula. Resumen Palabrasclave: Educación;Tecnología educacional;material didáctico;software didáctico;educaciónpara ciegos. En este artículo, desde una perspectiva de educación inclusiva, se trata la evaluación, hecha por profesores y alumnos, de una herramienta de enseñanza que permite a estudiantescondiscapacidadvisual(edvs)«verconlasmanos»losgestosdeapuntardel profesor durante una clase. La herramienta es un Sistema Deíctico Háptico (SDH) y funcionagraciasatécnicasdevisióncomputacional.elsistemaescapazderastrearen tiempo realysimultáneamente lasmanos delprofesor ydeledv.enelexperimento, hubotresetapasdeestudio.enesteartículo,se presenta laterceraetapa,enlaquese realizó un estudio exploratorio en el cual el SDH fue aplicado en aulas inclusivas compuestas por EDVs y estudiantes videntes (EVs). En una clase de matemáticas, profesoresimpartieronelmismocontenidoprogramáticoparagruposinclusivos,conuso de SDH ysinusodesdh. Losprofesoresestuvierondeacuerdoenqueelusodela tecnologíamejorólacalidaddelainstrucción.yalosedvsfueroncapacesdecomprender losconceptosmásrápidayeficientementecuandoelsistemafueutilizado.paralosevs,el usodelsistemamejorólafluidezdelasclasesehizoconquelosedvsparticiparanmás delasdiscusionesenelaula.
2 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.11(1)(2012) Introdução Fala,gestos,olhares,posturacorporaleexpressõesfaciaisfazempartedeprocessodecomunicação entrehumanos.usam segestosparaindicaratençãoentreinterlocutores(mudançadedireçãodoolhar, porexemplo),paraindicarmudançadeestadoemocional(umsorrisolargoquesetransformaemlábios contraídos)ousimplesmenteparaapontarumadireçãoecompletarumainformaçãoverbal.nasalade aula,alémdaspalavras,osgestospodemtornar seextremamenteimportantesnacomplementaçãodein formaçõesemdiversasdisciplinas.noensinoepráticadamatemática,gestossãolargamenteutilizados, porexemplo,paraapresentarimagenserepresentaçõesespaciaisassociadasaconceitos. Quandoilus traçõessãousadasemsaladeaula,trêstiposdeinformaçãosãonecessáriasparaqueoalunotenhauma oportunidaderealdeentendimentodaenunciaçãodoprofessor:afala,omaterialvisual,easreferências feitasaessematerialatravésdogestodeapontar.nocasodosdeficientesvisuais,noentanto,oacessoao gestodeapontardoprofessornãoépossível.afaltadetalacessopodeserumadasrazõesparaobaixo desempenhoacadêmicoquandocomparadoàquelessemessalimitação(dickeevelyn,1997).poroutro lado,épossívelproduzirmaterialdidáticoespecialparadiminuiressetipodedificuldadedeinteração porestudantescomdeficiênciavisual(edvs).nesseartigo,abordamosaspectosrelacionadosàavaliação feitaporprofessoresealunos deumsistemadecomputaçãoprojetadoparapermitirqueedvspos samentenderogestodeapontardoprofessorduranteasaulas. DesenvolvemosoSistemaDêiticoHáptico(SDH),apartirdetécnicasdevisãocomputacional.Esse sistema emqueépossívelapontaratravésdotato écapazderastrearemtemporealesimultanea menteasmãosdeprofessoredoedv.duranteaaulaemqueseusaosistema,oedvsemantémsenta doemsuacarteiracomoqualqueraluno,enquantoacessanotasdeaulaespecialmentepreparadaspara ele notasdeaulaembrailleeemrelevo.essasnotascontêmtodasasfigurasqueserãoutilizadasem saladeaula,emumaauladematemática.oedvtambémfazusoumaluvahápticacompostademoto resquevibramajudando oaencontrar,nanotadeaula,opontoreferenciadopeloprofessor,queseman témdiantedoquadrobranco. Noexperimento,foramrealizadastrêsetapasdeestudo.Norecortequefazemosaqui,interessa nosdiscutiraterceira,emquefoirealizadoumestudoexploratórionoqualempregamososdhemsalas deaulainclusivas compostasporedvseestudantesvidentes(evs).professoreslecionaramomesmo conteúdoprogramáticoparaturmasinclusivas,orautilizandoosdh,oranão.osresultadosobtidosfo rambastanteanimadores.paraosprofessores,ousodosistemapermitiu,entreoutrascoisas,queeles ajustassemoritmonoqualaaulaeraministradaparaseassegurarquetodososestudantes(edvseevs) acompanhassemaaula.osprofessoresconcordaramqueousodatecnologiamelhorouaqualidadeda instrução.jáosedvsforamcapazesdecompreenderosconceitosmaisrápidaeeficientementequandoo sistemafoiutilizado.paraosevs,ousodosistemamelhorouafluidezdasaulasefezcomqueosedvs participassemmaisdasdiscussõesdesalaemaula. Paraapresentaroexperimentonesteartigo,dividimosoescritoemcincopartes.Naprimeira,dis corremossobreeducaçãoinclusiva,comfocoespecialnaeducaçãoparaedvs;nasegunda,apresentamos osistemadêiticoháptico;naterceira,tratamosbrevementedacompreensãodeconceitosmatemáticos poredvs;naquarta,descrevemosoestudoexploratóriofeitonumasaladeaulainclusivae,porúltimo, naquintaseção,apresentamosasimpressõesdosprofessoresealunossobreousodosdh. 2.Osdesafiosdaeducaçãoinclusiva Nestaseção,apresentamosaperspectivadeeducaçãoquesubjazàproduçãoeaosobjetivosdafer ramentadeensinoconstruídanapesquisaparaauxiliaredvsa«vercomasmãos»:tratamosdeedu caçãoinclusiva.oprincípiogeraldaeducaçãoinclusivapauta senanecessidadedeinclusãodealunos portadoresdenecessidadesespeciaisnosistemaregulardeensino.aeducaçãoinclusivaabrangeadap taçãocurricular,emqueseoferecesuportetantoaoprofessorcomoaoalunoportadordenecessidades
3 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.10(1)(2011) especiais,emambientesquemaximizemodesenvolvimentoacadêmicoesocial.umadasformasdein cluiroalunocomnecessidadesespeciaiséproduzirmetodologiasemateriaisdidáticosespecíficospara cadatipodealuno.falemosumpoucodosestudantescomdeficiênciavisual(edvs). EDVscompartilhamentresiumacondiçãodiferentedaquelesqueenxergam.Elesseutilizamde outrossentidosparaobterasinformaçõesnecessáriasaoaprendizado.infelizmente,emsalasdeaulain clusivas,essasinformaçõessãonormalmenteadquiridasdeforma«fragmentada,inconsistenteepassiva» (Gray,2005:180).Aslacunasdeixadasnodesenvolvimentodeconceitospodem«afetarahabilidadedes sesalunosdeinferir,predizer,compreenderecriarduranteasatividadesdesaladeaula»(bardinele wis,2008:473).déficitsnoentendimentoinfluenciamnegativamenteahabilidadedeoalunoresponder aocomportamentodoprofessor,impactandoassimsuaparticipaçãoemsaladeaulaeconsequentemente oaprendizado. Oobjetivodaeducaçãoinclusiva,paraEDVs,éforneceraelesapoioeserviçossuplementaresde talformaacapacitá losaacompanharainstruçãoemsaladeaulacomosdemaisalunossemdeficiência. ÉimportantesalientarqueaEducaçãoInclusiva(EI)ébenéficanãosomenteparaosalunosespeciais (DickeEvelyn,1997),mastambémparaaquelesditos«normais»(StaubyPeck,1994).Educaçãoinclusiva nãoésomentepedagógicaepoliticamentecorreta,elaéamparadaeprevistaemlei.oartigo24dacons tituiçãofederalbrasileira(brasil,1998)determinaaintegraçãosocialdaspessoasportadorasdedeficiên cia.oestatutodacriançaedoadolescente(brasil,1990),artigo53,prevêaacomodaçãodosportadores dedeficiêncianarederegulardeensino. Entretanto,propiciaracessoigualitárioaosEDVsnãoétarefafácil.SeEDVsnãotiveremacessoa condiçõesquelhespermitamacessototalaocurrículodaeducaçãoregular,terminampermanecendono ensinosegregado(laventure,2003).semascondiçõesnecessáriasparamitigarosefeitosdesuasdefi ciênciasnoaprendizado,edvscontinuarãoaterdesempenhoacadêmicoinferioraosseuscolegasnão deficientes.astecnologiasassistivas,porexemplo,podemajudá losasuperarasdificuldadesimpostas peladeficiênciapromovendomelhoriasnoníveldeaprendizado. UmadasdificuldadesdoEDVéacessargestosqueacompanhamafala.Osgestosque«sãoconsi deradosmeiosparaexpressarpensamentoseformas,alémdacompreensãodemundo,podendoapre sentarrelaçõesespaciaiscomplexas,apontardireçõesemostraroformatodeobjetosreaiseimaginados» (Pereira,2010:19),sãoelementosimportantesnainteraçãoemsaladeaula.Nãoteracessoaeleséperder partedossentidosquepodemserconstruídosapartirdogestodeapontar,porexemplo.ogestode apontaracompanha,nainteração,adêixisdiscursiva,ouseja,aatitudedeapontarusandooprópriodis curso(atravésdousodepronomeseadvérbios,porexemplo).sobreumadaspossibilidadesdeutili zaçãodeusodetecnologiaassistivacomedvs,emquesetrabalhacomadêixiseogestodeapontar,fa lamosnapróximaseção. 3.OSistemaDêiticoHáptico Nestaseção,apresentamosoSistemaDêiticoHáptico,atecnologiasobreaqualtratamosnestetra balho.antesdeexplicaroqueéosistema,noentanto,énecessárioexplicarosfenômenoslinguístico dis cursivosdareferenciaçãoedadêixis.areferenciação«éumaoperaçãopormeiodaqualrepresentamospor meiodepalavras,osseres,osobjetos,ossentimentos,etc.»(cavalcante,2008:7).entreessasformasderepre sentar,estáumaqueéfundamentalàcomunicaçãohumana,adêixis.otermodêixissignificaapontar,in dicar.alocalizaçãoeaidentificaçãodepessoas,objetos,atividadesemrelaçãoaumcontextoespácio temporaléoqueconstituiadêixis.essefenômeno,queacontecenaesferatextual discursiva,normal menteéacompanhadoporoutrofenômenoquesedáesferafísica,ogestodêiticoouogestodeapontar. Osdoisfenômenosmanipulariamofocodeatençãodosinterlocutoresduranteainteraçãoverbaleda riampistasparaaconstruçãodereferentesnoespaçoenotempodaenunciaçãododiscurso.
4 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.11(1)(2012) Noensinodematemática,adêixisespacialéumfenômenocomumenteutilizadoparapromovera visibilidadedeobjetosconcretos.nocasodosedvs,ainacessibilidadedosobjetosdediscurso(neste caso,aquiloparaondeseaponta,umânguloemumafigurageométrica,porexemplo)prejudicaoenten dimentodevariadosconteúdos.osistemadêiticoháptico(sdh)podeevitaressetipodeproblema. Essesistema,emqueépossívelapontaratravésdotato,écapazderastrearemtemporealesimultanea menteasmãosdeprofessoredoedv.duranteaaulaemqueseusaosistema,oedvsemantémsenta doemsuacarteiracomoqualqueraluno,enquantoacessanotasdeaulaespecialmentepreparadaspara ele notasdeaulaembrailleeemrelevo.essasnotascontêmtodasasfigurasqueserãoutilizadasem saladeaula,emumaauladematemática.alémdasnotasdeaula,oedvtambémfazusoumaluvaháp ticacompostademotoresquevibramajudando oaencontrar,nomaterialdidático,opontoreferenciado peloprofessor,quesemantémdiantedoquadrobranco. Afigura2exibeoscomponentesdoSDHconformereportadoem(Quek,McNeill&Oliveira,2006; Oliveira,etal.2010)ecommaisprofundidadeem(Oliveira,etal.2011)e(Oliveira,2010).NospainéisAe C,temosumacenadesaladeaulaemqueoprofessorapontaparaumpôsterenquantoéacompanhado porumaedveumaev.osgestosdeapontardoprofessor(realizadoscomobastão)sãorastreadospela câmeraembutidanocomputador.opainelbmostraasduasestudantes.aedvestácomsuamãosobre aversãoemrelevodailustraçãoconstantenopôster(painele).umacâmeradevídeorastreiaosmovi mentosdamãodaedv.jáopaineldapresentaateladocomputadorqueestávoltadaparaoprofessore queexibeasimagenscapturadaspelacâmeraqueorastreiaacrescidasdosindicadoresdeapontamento deleedaedv pontosverdeeazul.opaineleexibeocampodevisãodessacâmera.nopainelf,pode mosobservardetalhesinternosdaluvaháptica.
5 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.10(1)(2011) Figura2.OSistemaDêiticoHáptico(SDH) Duranteainstrução,acâmeraembutidanocomputadorrastreiaoprofessorenquantoaoutraras treiaamãodaedv.umavezidentificado,opontodeacessodaedv(paraondeelaestáapontando)é transformadoparaplanodefinidopelocampodevisãodacâmeraquecapturaodêiticodoprofessor.o sistemaentãocalculaovetordedisparidade(direçãoedistância)entreopontoparaoqualoprofessor estáapontando(pontoverde)eodeacessodaedv.motoresvibratóriosmontadosnaluvahápticainfor mamadireçãoparaondeaalunadevemoversuamãodeformaquepossaacessaropontoreferenciado peloprofessor.emessência,osistemaajudaoedvadescobrirparaondeoprofessorestáapontando,au mentandosuaspossibilidadesdeentendimentodocomportamentodeste.inversamente,aoobservara teladocomputador,oprofessorobtémevidênciadequeoalunoestáacompanhandoaexplanaçãoou não,dando lheaoportunidadedeintervençãoafimdemaximizarasoportunidadesdeaprendizadodo EDV.ApósexplicaroqueéoSistemaDêiticoHáptico,tratamosnapróximaseçãodacompreensãode conceitosmatemáticosporedvs. 4.AcompreensãodeconceitosmatemáticosporEDVs Inúmerosestudospsicolinguísticosmostramquedeficientesvisuaispossuemsurpreendentecapa cidadedeformarimagensmentais,alémdememóriavisual(haber,haber,levin,hollyfield,1993),(mi llar, 1985), (Kennedy, 1993:5). Tal capacidade pode ser recrutada para o pensamento matemático. Criançascegastambémsãocapazesdegesticularinclusiveparaoutrascriançascegas(Iverson,Goldin Meadow,1998).Aautoraasobservouenquantousavamasmãoscomoseestivessemsegurandoalgoque contivessealgumlíquidoeemseguidaderramando onoutrorecipiente.apesardenãoserumconceito matemático,ogestonãoédiferentedaquelesutilizadosemdiscussõesmatemáticas.concluímosassim queosedvssãoperfeitamenteequipadosparaentenderetrabalharcomconceitosmatemáticos.para motivaradiscussãoquesesegue,consideremosumprofessorexplicandoafunçãosenoparaumaturma ensinomédiocompostaapenasdeestudantessemdeficiênciavisual.oprofessorsevaledaimagemexi bidanafigura3apontandoparaeladuranteaexplicação.
6 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.11(1)(2012) Figura3.Umapossívelilustraçãoparaafunçãoseno Elepoderiadizer1:«A[funçãoseno]A{apontaparasenoide}(verilustraçãodosmovimentosnafigura2) traçaaalturadapontadeum[braçorotatório]b{apontaparabnafigura asletrasemitáliconãoaparecemna ilustraçãoutilizadapeloprofessor}àmedidaqueelecontorna[ocírculo]c{ogestodeapontaracompanhaotraçado dacircunferêncianosentidoanti horário}.quandoobraçoestá[emzerograu]d{apontaparazeronocírculo},o [valordafunçãosenoézero]e{apontaparae}.quandoobraçoestá[atrintagraus]f{apontaparaf},ovalorda funçãosenopara[trintagraus]g{apontaparag}[éeste]h{ogestodeapontaracompanhaotraçadomostradopela seta}» Oprofessorcontinuaadiscussãomostrandootraçadoemformadeonda.Emboraexemplo dadotenhasidosimplificadoapontodesertornarummonólogo(quandoodesejávelseriaumadis cussãocomosalunos),eleserveparailustrarqueodiscursomatemáticoéumacomplexainteraçãosocial envolvendoafaladoprofessoredealunos,omaterialdidáticoeocomportamentocorporalexibidotanto peloprofessorcomopelosalunos.muitosconceitosmatemáticosestãointimamenteligadosaoraciocínio espacialeàcapacidadedecriaçãodeimagensmentais.adêixiséumfenômenoimportantenessacons truçãodeconhecimento,umavezqueadinâmicadainteraçãoentreprofessorealunosrequeramanu tençãodediscursosituadoligandoumaeventualilustraçãoàsreferênciasaelafeitas nodecorrerda enunciação. Nomonólogoapresentadocomoexemplo,oalunoteriadificuldadesparaacompanharaexpli caçãodoprofessorsemoacessoàilustraçãoouaoatodeapontardoprofessor(gestodêitico)queocorre emsincroniacomosobjetosdediscursonomeados(«funçãoseno»,«braçorotatório»,«valordafunção seno»)oucomosdêiticosouexpressõesdêiticas(«emzerograu»,«atrintagraus»,«este»)aqueopro fessoraludenodiscurso.pode seimaginaradificuldadedeumedvementenderafunçãosenosemter oacessoaambosrecursosdecomunicação(ogestodeapontareadêixisnodiscurso).esteéprovavel menteumdosprincipaismotivospelosquaisedvapresentammaioresdificuldadesdeaprendizagem emrelaçãoàquelessemadeficiênciatantoemmatemáticaquantoemciênciasemgeral(williams,2002). Ficaportantocaracterizadaanecessidadedeseproporestratégias(quenocasodosEDVspodemserme diadas por ferramentas de ensino) capazes de fornecer indicadores de percepção espácio temporais (IPET)aosEDVssemelhantesàquelesutilizadospelosEVsnoentendimentodafalaecomportamento corporaldoprofessorduranteainstrução. 5.Ousodosistemaemsaladeaulainclusiva Umestudoexploratório 5.1.Desenhodoexperimentoesujeitosdepesquisa Antesdeiniciaroexperimento,projetamosdoisminicursosdematemática:umcobrindoconceitos degeometriaplanaeoutroversandosobretrigonometria.oscursoseramcompostosdetrêslições.ata bela1mostraosobjetivosdosminicursos. 1 Natranscriçãodafala,osgestosdeapontarsãomarcadospelasletrassobrescritas,aduraçãodogestoémarcadapeloscolcheteseoscomentáriosarespeito doqueocorrenomomentodaenunciaçãofiguraentrechaves.
7 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.10(1)(2011) Tabela1.Minicursos,suasliçõeseobjetivos Lição CursoA(objetivos) CursoB(objetivos) 1 VisãogeralsobreoproblemadeEratóstenes; Aprendercomomediroângulodosraiosdesolutilizando cumprimentodesombra; Entenderosconceitosgeográficosdetrópicoesolstícioesua relaçãocomooângulodosraiosdesolqueincidemsobreaterra. Entenderconceitosdeseno, cossenoetangente; Resolverproblemasutilizando funçõestrigonométricas. 2 EntenderaProposiçãoEuclidiana33,LivroIV; Aprenderaresolverproporçõesquandotrabalhandocomcírculos Transferiramedidadoângulodoraiodesolcomrelaçãoao centrodaterraparacalcularacircunferênciadaterraatravésda resoluçãodeequaçõesproporcionais. 3 AprendercomoestimaracircunferênciadaTerrautilizandoo métododeeratóstenes. Entenderorelacionamentoa funçãosenoeocírculounitário. Entenderoquesignificaπ; Entenderadiferençaentregraus eradianos OsminicursosforamministradosemformatoinclusivocomturmascompostasportrêsEVseum EDV.TurmasqueassistiramaumminicursoemqueoSDHforaempregado,assistiramaooutrosemo usodosistema.doisprofessoresforamrecrutados,umparacadacurso.estesministraramseuscursos comesemoempregodosistema.esseformatopermitiuque,aofinaldosestudosquandoforamentre vistados,todosparticipantestivessemumaideiaclaradoqueéministrar/assistiraulasdematemática (decomplexidadesemelhante)comesemousodosistema.esseestudoexploratórioeosdoisestudos iniciaisforamrealizadosnawrightstateuniversity(wsu),dayton,ohio.awsudispõedeinstalações apropriadasparaportadoresdediversostiposdedeficiênciassendo,porisso,éumadasinstituiçõesde ensinosuperiormaisprocuradasnosestadosunidosporpessoascomnecessidadesespeciais.todossu jeitosdepesquisaenvolvidosnesseestudoexploratório,oueramalunosdawsu,ouforamrecrutadosna regiãometropolitanadedayton.oscincoedvstreinados(c1..5,natabela2),vinteetrêsevsdediversos cursosdegraduaçãonãorelacionadosàmatemáticadawsu(v1..23,tabela2)constituíramseteturmas. CincodessasturmaseramcompostasdeumEDVe3EVs.Asoutrasduasturmascontinhamapenaspor EVsefuncionaramcomogruposdecontrole«statusquo». Tabela2.Comoasturmasforamformadas SomenteEVs Inclusivac/SDT Inclusivas/SDT CursoA(PI) CursoB(P2) v16,v17,v18,v19 v20,v21,v22,v23 c1,c2,v2,v3 c2,v4,v5,v6 c3,v7,v8,v9 c4,v10,v11,v12 c5,v13,v14,v15 c3,v7,v8,v9 c4,v10,v11,v12 c5,v13,v14,v15 c1,v1,v2,v3 c2,v4,v5,v6 Doisprofessores(P1eP2,tabela2)lecionaramoscursosAeBrespectivamente.Àépocadoestu do,oprofessorp1eraalunodocursodemestradoemmatemáticadawsu,enquantoaprofessorap2já possuíamaisdetrintaanosdeensinodematemáticaparaturmasdoensinomédio.nemp1nemp2 tinhamqualquerexperiêncianoensinoaedvs,quernoformatosegregado,quernoinclusivo.
8 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.11(1)(2012) Coletadedados Todainteraçãodesaladeaulafoicapturadaemvídeoporcâmerasdispostasdeacordocomoes quemaexibidonafigura4.tivemosaotodo36conjuntosdedados(3liçõespormínicursox6aulaspor minicursox2minicursos),totalizando752,62minutosgravadosem108arquivosdevídeo.todainte raçãocapturadaemvídeofoitranscritaecodificadaoquecorrespondea9.424turnosconversacionais contendo96.961palavras.tambémidentificamosooradoreaduraçãoemsegundosdecadaturno.para cadaliçãocriamosum«projeto»,utilizandoaferramentadeauxílioàanálisesituadamacvissta (Rose, Quek,Shi,2004).Cadaumdessesprojetoscompreendeostrêsvídeosdaquelaliçãoetodaatranscrição dodiscurso,estandotantoosvídeoscomoosdiscursosdevidamentesincronizados. Figura4.TrêsCâmerascapturamdiferentesaspectosdainteração Afigura5mostraumateladeanáliseinteraçãodesaladeaulautilizandooaplicativoMacVisSTa. Opainel no altoeàesquerdaexibeovídeodoinstrutorcomaposiçãodeleituradoalunosuperposta (pontoverde).jáopainelnoaltoeaocentroexibeumsegundovídeo(sincronizadocomoprimeiro)de doisestudantesassistindoaaula.opainelnoaltoeàdireitaapresentaoterceirovídeo,tambémsincroni zadocomosdoisprimeiros.aindanamesmafigura,nopainelinferior,podemosobservardiversas«ra ias».osdiscursosdoprofessoredosalunosocupam,cadaum,umaraia. Nomomentoemqueafigurafoiobtida,oprofessorfalavaeosalunospermaneciamemsilêncio araiaquecorrespondeaodiscursodoprofessorexibeaspalavrasqueeleestáproferindonaquelemo mento.aferramentapermiteacriaçãodeoutrasraiasquepodemserusadasparamarcartrechosimpor tantesdainteração(comoatransmissãodeumdeterminadoconceito)ouaindasimplesanotações.quan doosvídeostocam,asraiassemovimentamdeformaqueexibeminformaçãoconsistentecomosvídeos.
9 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.10(1)(2011) Figura5.AnáliseSituadautilizandooMacVisSTa Aofinaldosestudos,todososparticipantesforamentrevistados.Aequipedepesquisapreparou umconjuntodesentençasrelacionadasaoconteúdodasaulas,queforamlidasparaossujeitosdepesqui sa.essesforaminstadosrevelaroseugraudeconcordânciacomcadaumadassentenças,emumaescala Likert.Osgrausdeconcordânciadaescalaiamde1para«Discordototalmente»,a5«Concordoplenamente», sendo0reservadoparaos«semopinião».cadacategoria(professores,edvseevs)teveseuprópriocon juntodesentenças.todosforamincentivadosafazercomentáriosacercadotemaabordadoemcadasen tença.seriapossívelimaginarqueacomparaçãodenotasemexamesrealizadospelosalunosantesou depoisdosminicursosnasdiversascondiçõesexperimentaisfosseumaformasimplesedefinitivadese auferiroimpactodaintroduçãodosdhemsalasinclusivas.isso,noentanto,nãofoiumprocedimento possível.infelizmente,dadoaopequenonúmerodeedvsedeprofessoresdesistimosdacoleta.variá veiscomoestiloeexperiênciadoprofessor,idadenaqualosedvsperderamavisão,graudeconheci mentopréviodosconceitoscobertosnosminicursosteriamgrandeinfluêncianosresultados. Figura6.Ojogodacharada 5.3.AnáliseSituada BaseComum(«CommonGround») ParaClark,«todousodelinguagemébaseadonainformaçãoqueécompartilhadaentreosinterlocutores,o queétecnicamentechamadode commonground»(clark,1992:4).oradorestentamtransmitirinformaçãoque julgamqueosouvintes,oujátenham,ouquetenhamcondiçõesdeentender.apresenteanálisebaseia se naobservaçãodeclarkdeque«asrepresentaçõesmentaisdeconhecimentomútuosãoinferênciasbaseadasem
10 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.11(1)(2012) certasevidênciasesuposições»(clark,1992:5).clarkdefineco presençafísicaimediata(cfi)comoamais forteevidênciapossível.odiálogoabaixoilustracomoprofessorealunopodemseencontraremcfi. Professor: «Estalinha»,apontaparalinha Alunos: Olhamparaalinhaapontadapeloprofessor Professor: Vêqueosalunosestãoolhandoparaalinhaapontadaporele Nessecaso,ogestodeapontarajudouaspartesnoestabelecimentodeCFI,poisforneceuevidência físicaimediatatantoparaoprofessorcomoparaosalunosacercadoobjetoemdiscussão alinha.se houvesseumedvnaaudiência,estenãopoderiaseencontraremcficomoprofessorumavezquenão teriaevidênciafísica(ouperceptual)doatodeapontardoprofessor.nessecaso,oprofessorteriaduas opções.elepoderiamudarseucomportamentoparaentraremcficomoedv,talvezsegurandoasua mãoedirecionando aparaalinhaousimplesmenteassumirqueoedvtinhainformaçãosuficientepara identificarsobrequallinhaoprofessorestavaatratar.osegundocasoconfiguraoqueclarkchamoude PresunçãodeLocalizabilidade (PL)(Clark,1992:39).Deacordocomomodelode Apresentação/Aceitação de Clark(Clark,1992: ),verbalizaçõestantopodemseraceitas(entendidaspeloouvinte)comonão. Asnãoaceitasprecisamserreparadasantesqueocorraoefeitoboladeneve(Clark,1992:164),oqueno nossocaso,prejudicariaatransmissãodeconceitos.analisamosatransmissãodeconceitosnasdiversas condiçõesexperimentaisemtermosdonúmerodeevidênciasepresunçõeseseuimpactonaaceitação dasverbalizaçõesdosprofessores.aanálisefoiconfinadaaverbalizaçõesutilizadasnatransmissãodos conceitos matemáticos dos minicursos. Mais uma vez, nos utilizamos do aplicativo MacVisSTA para identificarecodificarocorrênciasdecfisepls.acadaocorrênciafoiatribuídaumaestimativasobrea capacidadedoouvinteemresolveroreferenteeconsequentemente,aceitaraverbalização.essaestimati vafoiatribuídaapósaequipedepesquisaterassistidoaosvídeosejulgadoseoalunotevedefatouma oportunidadedeentenderoprofessor.assimosestadosfinais(apósojulgamentodaequipe)decfise PLspodemassumirumdosseguintesvalores:R Resolvido;NR Não resolvido;p Provavelmentere solvido.ostatusdep Provavelmenteresolvidoéatribuídoquandooprofessornãorealizouacheca gemfinalnoentendimentodosalunoseocodificador(umdosmembrosdaequipe)tambémnãoestava certoseosalunostiveramaoportunidadedeaprendizadogarantida.otermo«resolvido»refere seao atodoalunoresolveroreferente,deperceberoobjetosendoreferenciadopeloprofessoratravésdoato deapontar. Atabela4mostratranscriçõesdomomentoemqueamesmaprofessoraexplicouoconceitodediâ metronostrêsdiferentestratamentos colunadaesquerdaparaturmascompostasapenasporevs;colu nadomeioparaturmasinclusivasemqueosdhforaempregado;ecolunadadireitaparaturmasinclu sivasemqueosdhnãoforaempregado.asduascélulasemcadacolunaexibempassagensconsecutivas domesmosegmentodeinstrução.odiscursodaprofessoraéapresentadoacimadaimagem,seguidoda descriçãodeseucomportamento.asverbalizaçõesparaacondiçãoturmasomentedealunosvidentes foramtodasconsideradascomocfi(r) Co presençafísicaimediataresolvida.nacondiçãoturmain clusivaemqueosdhfoiempregado,aprofessoramanteve seapontandoparaseassegurarqueoedv alcançariaopontoequivalentenoseumaterialdidático aprofessoraacompanhavaosmovimentosdo EDVatravésdateladocomputador.TalcomportamentotambémfoicodificadocomoCFI(R).Emoutras ocasiões,quandoaprofessoranãoesperavapeloedv,foramjulgadascomo,oucfi(nr),pl(r)ouainda PL(NR),dependendodaestimativadocodificador,seoEDVtinhainformaçãosuficienteparaentendero professorsemoacessoaoseudêitico.nasequenciadacolunadadireita,aprofessoracomeçaapontando paraográfico(céluladecima).oedvnãotemcomoresolveressereferentee,portanto,ocomportamen tofoiclassificadocomocfi(nr).cientedisso,aprofessoraprosseguiu,comumpedidodedesculpas,to mouamãodoedveaposicionousobreopontonagravuraaoqualsereferia.talcomportamentofoi classificadocomocfi(r).
11 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.10(1)(2011) Tabela4.Comooconceitodediâmetrofoitransmitidonastrêscondiçionesexperimentais Turma composta somente de alunosvidentes TurmainclusivaondeoSDHfoi empregado TurmainclusivaondeoSDHnão foiempregado Prof.:«Ok,odiâmetromede,quetal se eu disse assim: De um lado do círculo ao outro lado do círculo, passandopelocentro.» Prof.:«...daextremidadedireitado círculoàextremidadeesquerdado círculo,passandopelocentro.issoé diâmetro.» Prof.:«Issoaquíéumdiâmetro.» A professora aponta duas vezes, umavezparacadaextremidadedo diâmetro 2CFI(R). Aprofessorapercorrecomsua batutaalinhaquerepresentao diâmetroenquantochecasea alunaconseguiuacompanha la 1 CFI(R). Aprofessoratranspassaocírculo comsuamãoemtrajetóriaretaque nãopassapelocentrodocírculo 1CFI(NR). Prof.: «Não pensemquedaqui,desse ladoparaooutrolado.issotemoutro nome.» Prof.:«...e,apropósito,issofazparte doconceito,temquepassarpelo centrodocírculo.» Prof..«Ok,oquefizG(nomeda pessoa)[rindo],seissonãoforte assustar,eusófizisso.» O professor aponta duas vezes, umavezparacadaextremidadeda Corda 2CFI(R). Aprofesssorasemantém apontandoenquantotransmiteo conceito.eleacompanha,olhando paraateladocomputador,a trajetóriadoedvque,nessecaso, percorrealinhaquecorresponde aodiâmetro 2CFI(R). Aprofessoraseguraamãodo alunoanavegacomellasobrea figuraemrelevoqueseencontra sobreamesadoedv 1CFI(R). Nessecaso,aprofessoratransmite omesmoconceitoduasvezes:uma vezparaosevseoutraparaoedv O professor aponta duas vezes, uma vez para cada extremidade dacorda 2CFI(R). A professsora se mantém apontando enquantotransmite o conceito. Ele acompanha, olhando para a tela do computador,atrajetóriadoedv que,nessecaso,percorrealinha quecorrespondeaodiâmetro 2 CFI(R). A professora segura a mão do alunoanavegacomellasobrea figuraemrelevoqueseencontra sobreamesadoedv 1CFI(R). Nesse caso, a professora transmiteomesmoconceitoduas vezes: uma vez para os Evs e outraparaoedv
12 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.11(1)(2012) Aanálisequeacabamosdeapresentarsugerequeousodosistemacrioucondiçõesparaumnúme romaiordecfisporque:1)ateladocomputadorforneceaoprofessor,emtemporeal,evidênciadaha bilidadedoedvemresolveroreferente;e,2)aluvahápticanãoapenasajudouoedvanavegaratéo referente(aumentandosobremaneiraaschancesdesuaresolução)mastambémindicouquandoesteha viasidoalcançado:aluvaparadevibrarquandooalunochegaaoreferente.essesdoiscomponentesdo sistema(teladocomputadorealuva)correspondemaoqueclarkchamadedispositivosdecoordenação manifestados (Clark, 1996), já que fornecem indicadores de percepção utilizados tanto por professor comoedvparacoordenarsuasações. 6.Resultados De acordo com os professores que participaram desse estudo exploratório, a qualidade da instrução melhorou,poiselespuderamentendermelhorocomportamentodosedvs.issodeu lhesoportunidade para:1)ajustaroritmodaaulaeseassegurarquetodososalunosestavamacompanhandoaexplicação; 2)MelhorentenderossinaisdeconfusãodosEDVseagirdeformaaasseguraroentendimentodesses; e 3)AgirdeformamaisnaturalquandodapresençadeumEDVemsalapoissabendoqueoatodeapon tarseriaentendido,nãoprecisaramverbalizarasinformaçõesconstantesnomaterialdidático.professo restambémgostaramdofatodousodosistemadarmaisfluideznainstruçãoporqueelesnãoprecisa vamficarparandoaaula,esedirigindoaoedvparafisicamenteposicionaramãocomaqualelelêno pontodagravuraemrelevoaoqualeleestavasereferindo.osprofessoresacreditamqueousodosiste materáimpactopositivonaperformanceacadêmicadosedvsumavezquepossibilitouinstruçãode melhorqualidade. AmbosprofessoresafirmaramqueousodoSDHfezcomqueseexpressassemdeformamaiseficiente, «Porqueeupudecontinuarsendoprofessor,eminvésdeparareajudardeterminadoalunoaencontraralgo»,disse P1.AmbostambémconcordaramqueosistemamelhorouainteraçãoProfessor/Aluno.«Eunãotinhade ficarpensandonoquedizertantoquantotinhaquandonasaulasondeosistemanãofoiusado.osistemafezcom queaconversafluíssenormalmente[comosefosseentreduaspessoasqueenxergam]»,afirmoup1. Quandoperguntadosseousodosistemaacelerouadinâmicadesaladeaula,asopiniõesforamdiver gentes.parap1,«acelerouporquenãoprecisavaficarparandoaaulaparaajudaroedv».p2teveumaopinião diferente:«naverdade,desacelerou.eessadesaceleraçãofoivantajosa.quandolecionamos,oúnico feedback que temoséocontatovisualqueestabelecemoscomosalunos[oquenãoépossívelcomosedvs].ousodosistemame deixouplenamentecientedassituaçõesemqueoedvnãoestavaprestandoatenção».p2estavasereferindoao fatodepoderacompanharodêicticodoedvatravésdateladocomputadorecomissoterevidênciade queoalunoestavaacompanhandosuaexplicação.paraambososprofessoresousodosistemamelhorou aqualidadedaaulaecrioumaisoportunidadesdeaprendizadoparaosedvs.«porquetevemenoscon fusão»,dissep1.parap1,osedvsestavammaisengajadosnasdiscussõesdesaladeaulaemqueosdh foiutilizado.jáp2achouqueelesestavamengajadosemambosostratamentos. JáosEDVsforamunânimesemafirmarquenasaulasondeoSDHfoiempregado,osprofessorespresta rammaisatençãoneles.apenasumedvviuosistemacomoumobstáculonoacompanhamentodaex plicaçãodoprofessor.nenhumdelessequeixoudefadigaaofinaldasaulas.todosresponderamqueo usodosistemanãoosestressoueque,nessacondição,conseguiramacompanharmelhorasexplicações doprofessor.«emváriassituações,nasaulassemousodosistema,fiqueicompletamenteperdida.issoaconteceu bemmenosvezesnaquelasaulasondeutilizamosaluva»,dissen(edv).entretanto,elesdeixaramclaroque osprofessorestinhamdiferentesestilosequeissoteveimpactonaformacomqueutilizaramosrecursos queosistemaoferecia. TodosEVsqueassistiramàsaulasinclusivasemqueoSDHfoiempregadoacharamqueelasfluíram melhordoqueaquelasemqueosistemanãoforautilizado.paras, Ele[osistema]deixouascoisasmuito maisfluídas.oprofessornãoprecisavaficarconstantementetentandomostraraoedvparaondeeledeveriair.ela
13 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.10(1)(2011) (aedv)pareciamaisindependente.jáparakc.osistemaajudouo(edv),elafoipôdeparticiparmaisdasdis cussõeseentenderoqueestavaacontecendo». ParaC,nasaulasondeoSDHforaempregado,«Ela(EDV) conseguiuacompanharaaulacommuitomaisfacilidade». 7.Conclusões Nesteartigo,apresentamosumaferramentadeensinoquepermiteaEDVs«vercomasmãos».OSistema DêiticoHápticoéumaferramentatecnológicaquepermitequecegosacompanhemadêixisespacialdo discursoeosgestosdêiticosdoprofessorduranteumaaulaemqueoprofessorapontaobjetosnoquadro branco,enquantoexplicaumconceitomatemático.osdhpermitequeodeficientevisualencontreosre ferentesconstruídosnodiscursodoprofessor.ousodosdhemsaladeaula,nãosóemaulasdemate mática,masemaulasdequaisquerdisciplina,permitequeoedvacesseumimportantecomponenteda interaçãoverbal,adêixis(açãodeapontarnotexto/discurso),assimcomoogestodêiticoquecomple menta,naesferafísica,adêixistextual discursiva. Tomandocomobaseaopiniãodosprofessoresealunosqueparticiparamdoexperimento,épossívelre sumiralgunsdosimpactoscausadospelousodosdhdeacordocomoquesegue: a) Ambososprofessores,todosEDVsetodosEVsacreditamqueatecnologiaseráútilemsalasde aulainclusivas.todosconcordaramqueatecnologianãoéintrusivaequeasaulasemqueosdh foraempregadofluírammuitomelhordoqueaquelassemousodosistema. b) OsprofessorespreferemlecionarturmasinclusivascomoSDH.Ousodosistemamudouaforma comqueelesformulavamsuassentenças.ousodeexpressõesdêiticas(presentesquandodauti lizaçãodosistema)diminuiuoscustosdeformaçãoeentendimentodeturnosconversacionais. Talconclusãobaseia senotrabalhoclarkebrennan(1991),segundooqual,ousodeexpressões dêicticasdiminuemoscustosdecomunicação. c) OsEDVsnãogostaramdofatodoSDHdar«extrapoderes»osprofessores,comosaberquando elesestavamprestandoatençãoequandonãoestavam.bastaolharparaateladocomputadore perceberqueedvestáounãobuscandoencontraropontoparaoqualoprofessoraponta. d) Alunosvidentespreferemassistiraaulasinclusivascomousodosistema.Essessebeneficiaram donúmeromenordeinterrupções(professorparandoparareposicionaramãodoedvsobreseu materialdidático)quandoosistemaforaempregado.outropossívelbenefício,cujaocorrência nãopudemosconstatar,advémdofatodosprofessoresapontaremparapartesmaisrelevantes dasfigurasemanteremaposturaatéachegadadosedvs.essetempomaislongodeexposição dospontosconsideradosimportantespelosprofessoresparaoentendimentodosconceitospode tertambémbeneficiadoosalunosvidentes. SobreousodoSDHemoutroscontextosdeensino,desconhecemosoimpactoqueoempregodosistema traria,porexemplo, emaulasdematemáticaeciênciasparaturmasdeensinofundamentalemédio quandoseobservagrandeempregodeilustrações.éprecisoaindainvestigarcomoalunosdediferentes faixasetáriaseprofessoresdediferentesdisciplinascomestilosdiversosreagiriamaousodosistema. Essabuscarequerextensosestudosqueenvolvemtecnologia(comoconstruirdispositivosadaptáveise robustososuficientequeservissemaumapopulaçãomaisdiversificada?),osestudantes(comoadaptaro usodoaudiogameparafaixasetáriasdistintas?),professores(comodarsuporteaosprofessoresdedife rentesdisciplinas?). Noentanto,adespeitodesuaslimitações,oSDHseapresentacomoumpassonaconstruçãodetecnolo giasquepavimentemocaminhodainclusãoefetivadosedvsnoensinoregular.notamostambémqueo surgimentodessastecnologiaspodebeneficiartambémaquelesditos«normais».oestudodeinterfaces humano computadorsecolocacomoumagrandepromessaparaainclusãodepessoasespeciais,nãoso
14 ISSN X RELATEC RevistaLatinoamericanadeTecnologíaEducativa,Vol.11(1)(2012) menteaqueladita«inclusãodigital»,masumainclusãorealedefinitivaemtodosostecidossociais.en tretanto,aindahámuitooquefazer. 8.Referências Bardin,J.A.;Lewis,S.(2008). ASurveyoftheAcademicEngagementofStudentswithVisualImpairmentsinGeneral EducationClasses.JournalofVisualImpairment&Blindness,102,(8)12. Brasil.(1998).Constituição(1988).ConstituiçãodaRepúblicaFederativadoBrasil,publicadanodiáriooficialdaUnião,de5 de outubro de Acesso em 1º abril, 2012, de Brasil.(1990).Lein.º8.069de13dejulhode1990(art.53).DispõesobreoestatutodaCriançaedoAdolescenteedáoutras providências.publicadonodiáriooficialdaunião,em16dejulhode1990,p ,acessoem1ºabril,2012,de Cavalcante,MônicaM.(2008).AreferenciaçãonoensinodeLínguaPortuguesa.EmPontes,A.LucianoeCosta,Ma.A.R. (Coord.). Ensino delíngua maternana perspectiva dodiscurso: uma contribuição para oprofessor (Vol. 2) Fortaleza: EdiçõesDemócritoRocha. Clark,H.H.(1992).Arenasoflanguageuse.Chicago:CenterfortheStudyofLanguageandInformation. Clark,H.H.(1996).UsingLanguage.Cambridge,England:CambridgeUniversityPress. Clark,H.H.eBrennan,S.E.(1991). Groundingincommunication.EmResnick,L.,Levine,J.N.eTeasley,S.D.(Eds.). Perspectivesonsociallysharedcognition.Washington,DC:APA. Dick,T.eEvelyn,K.(1997).Issuesandaidsforteachingmathematicstotheblind.MathematicsTeacher,90. Gray,C.(2005).Inclusion,impactandneed:youngchildrenwithavisualimpairment.Childcareinpractice,11(2), Haber,R.N.,Haber,L.N.,Levin,C.A.,Hollyfield,R.(1993).Propertiesofspatialrepresentations:Datafromsightedand blindsubjects.perceptionandpsychophysics,54(1),1 13. Iverson,J.M.,Goldin Meadow,S.(1998).Whypeoplegestureastheyspeak.Nature,396,(228). Kennedy,J.M.(1993).Drawingandtheblind.NewHaven:YalePress. LaVenture,S.Theindividualswithdisabilitieseducationact(IDEA):pastandpresent. Journalofvisualimpairmentand blindness,97(9), Millar,S.(1985).Movementcuesandbodyorientationinrecalloflocationsbyblindandsightedchildren.QuarterlyJournal ofpsychology, Oliveira,F.(2010).Enablingtheblindtoseegestures.DissertationProposalsubmittedtothefacultyofVirginiaPolytechnic InstituteandStateUniversity,Virgínia,EUA. Oliveira,F.;Cowan,H.;Fang,B.;Quek,F.(2010).EnablingMultimodalDiscourseforTheBlind.EmICMI2010:Proceedingsof the8thinternationalconferenceonmultimodalinterfaces,beijin,china. Oliveira,F.;Quek,F.;Cowan,H.;Fang,B.(2011).TheHapticDeicticSystem HDS:Bringingblindstudentstomainstream classrooms.haptics,ieeetransactionson,1. Pereira,AnaC.C.(2010). Osgestosdasmãoseareferenciação:investigaçãodeprocessoscognitivosnaproduçãooral.Tesede doutoramentoapresentadaàfaculdadedeletrasdauniversidadefederaldeminasgerais,belohorizonte. Rose,R.T.,Quek,F.,Shi,Y.(2004).MacVisSTA:asystemformultimodalanalysis.Em Proceedingsofthe6thInternational ConferenceonMultimodalInterfaces,NewYork,NY,USA:ACM. Staub,D.,Peck,C.(1994).Whataretheoutcomesfornondisabledstudents?EducationalLeadership,52(4), Williams,J.M.(2002).Nationwideshortageofteachersforblindstudentsmustbecorrected.NationalFederationoftheBlind: advocatesforequality,canadianblindmonitor.
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