Adriana Oliveira Bernardes 1, Adriana Ferreira de Souza 2
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1 RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE FÍSICA PARA DEFICIENTES AUDITIVOS COM CONTEÚDOS DO CURRÍCULO MÍNIMO ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO DO 2 O ANO DO ENSINO MÉDIO Adriana Oliveira Bernardes 1, Adriana Ferreira de Souza 2 1 UENF (Universidade do Norte Fluminense), 2 CEFET-UNED NOVA FRIBURGO RESUMO A própria LDB (Lei de Diretrizes e Bases) ratifica a importância em se manter o aluno com deficiência preferencialmente em sala de aula regular, vivenciamos um período conturbado em que o próprio Ensino de Ciências no Brasil passa por uma crise na qual os próprios alunos ditos normais enfrentam sérias dificuldades de aprendizado e encaram muitas das vezes as disciplinas da área de exatas de forma negativa. Este trabalho além de promover a discussão escolar da questão da deficiência, incentivando a aproximação entre alunos com e sem deficiência e articula também um envolvimento maior entre professor, intérprete e aluno. Foram então elaborados recursos visuais para deficientes auditivos, para o 2 o ano do Ensino Médio, de acordo com o Currículo Mínimo Estadual de Física, onde não só criamos recursos didáticos que poderiam ser utilizados pelos mesmos, como também por alunos ditos normais em turmas regulares de ensino. Palavras-Chave: Física para deficientes auditivos, Ensino de Física, Currículo Mínimo Estadual. INTRODUÇÃO Lenta e gradualmente os indivíduos que nascem com necessidades especiais vêm galgando espaços na sociedade, mas observando a história dos mesmos na sociedade: Notamos, ao pesquisar a História da Educação Especial, que esta passou por várias fases desde a Antiguidade aos dias atuais: da negação ao paradigma da inclusão. Podemos dizer que demos um grande passo de lá para cá, mas há que se pensar que a ideia de inclusão, por si só, não nos basta; há que se cumprir esse novo paradigma, no sentido de oferecer ao aluno dentro da escola um ensino que colabore verdadeiramente para seu desenvolvimento, seja ele normal ou deficiente. (BERNARDES, 2012)
2 Em meio as dificuldades verificadas no Ensino de Ciências no Brasil, em particular no Ensino de Física, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) ratifica a presença do aluno com deficiência na escola, frequentando preferencialmente, turmas de ensino regulares. Segundo BERNARDES (2012): Na escola inclusiva, não podemos deixar de fora nenhum indivíduo que faça parte da diversidade de pessoas que compõem hoje a humanidade, pois todos podem e devem fazer parte dela. Surge então a necessidade de um trabalho no sentido de oferecer a esse aluno, recursos que colaborem para uma aprendizagem significativa da Física. Alunos com deficiência auditiva, segundo senso do IBGE representam 16,7% da população. Segundo os PCNs é importante o desenvolvimento de materiais, entre outros: softwares educativos específicos, textos escritos complementados com elementos que favoreçam a sua compreensão, linguagem gestual e de sinais. Em relação aos materiais didáticos: Objetivos do Trabalho: Pesquisas em Educação Especial mostram a falta de material didático apropriado, acessível ao professor que recebe em sua turma alunos que apresentam algum tipo de necessidade especial... (BERNARDES, 2010) Discutir a questão da deficiência na escola; Compreender as dificuldades para o aprendizado de Física para alunos com deficiência auditiva; Elaborar recursos visuais para o ensino de Física para deficientes auditivos. METODOLOGIA: A primeira etapa do trabalho envolveu o contato com alunos e professores da sala de recursos do Colégio Estadual Canadá. No qual foi quantificado o número de alunos, idade, sexo, série, além da sondagem dos recursos didáticos existentes para deficientes auditivos. O contato foi realizado pelo grupo do PIBID, graduandos em Física, presentes na escola com o objetivo de acompanhar o trabalho do professor.
3 Na segunda etapa do trabalho foi realizada um trabalho de sensibilização dos alunos em relação a questão da deficiência auditiva com o objetivo de uma melhor convivência com as diferenças na escola. Foi apresentado então, uma palestra sobre o tema inclusão da qual participaram todos os alunos do Ensino Médio. A ideia era levar a discussão do assunto para toda comunidade escolar: alunos, professores e funcionários. Foi então iniciado um trabalho na escola, a partir dos depoimentos de intérpretes e alunos com deficiência auditiva, foram sondadas as principais dificuldades encontradas na escola de modo geral e as que concernem ao ensino de Física. Após foram aplicados questionários aos alunos da escola sobre questões relacionadas a deficiência, verificando as questões envolvidas ao relacionamento entre o aluno DA e os alunos ditos normais. A pesquisa quantitativa também foi realizada com professores e intérpretes. Habilidades e competências do Currículo Mínimo Estadual de Física, 2º ano do Ensino Médio Compreender fenômenos naturais ou sistemas tecnológicos, identificando e relacionando as grandezasenvolvidas. - Conhecer a natureza das interações e a dimensão da energia envolvida nas transformações nucleares para explicar seu uso em, por exemplo, usinas nucleares, indústria, agricultura ou medicina. - Compreender que a energia nuclear pode ser obtida por processos de fissão e fusão nuclear. - Compreender as transformações nucleares que dão origem à radioatividade para reconhecer sua presença na natureza e em sistemas tecnológicos. - Compreender que o Sol é a fonte primária da maioria das formas de energia de que dispomos. - Identificar que a energia solar é de origem nuclear. - Analisar, argumentar e posicionar-se criticamente em relação a temas de ciência, tecnologia e sociedade. - Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas. - Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e/ou destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou
4 Elaboração de Materiais no Powerpoint e Prezi O trabalho constituiu-se na produção de recursos: textos e vídeos com experiências legendados. Em relação ao trabalho no Powerpoint sabemos que grande número de publicações hoje, avaliam o impacto de sua utilização na escola. O motivo da escolha do uso do Powerpoint o fato do grupo saber lidar com o mesmo e ser de fácil utilização. Na figura 1 abaixo, material elaborado no Powerpoint: Figura 1 Exemplo de material criado no Powerpoint. Em relação ao Prezi em (2013) temos que: Como ferramenta de educação, o Prezi pode ser uma excelente forma de criar novas formas de aprender e ensinar de forma colaborativa. O PREZI é um software utilizado para a criação de apresentações não lineares, que pode substituir o Power Point. O mesmo somente pode ser utilizado online (utilizando internet). O programa apresenta algumas vantagens como: Não se limita ao espaço retangular dos slides Liberdade de organizar o conteúdofoge do padrão já fixado dos slides do Power Point Crie apresentações mais dinâmicas e interativas Como o currículo mínimo é centrado no aprendizado embasado pela história da ciência, o material produzido conta marcadamente com a ajuda da história da física para reforçar o entendimento da matéria.
5 A aplicação do material vem ocorrendo na escola, tratando-se o mesmo de material inclusivo, passível de ser utilizado tanto em turmas de Educação Especial e regulares. Pesquisa Qualitativa Através de pesquisa qualitativa foram obtidos depoimentos dos intérpretes e deficientes auditivos sobre as dificuldades gerais. O material se encontra no momento sendo avaliado por alunos com deficiência auditiva, professores de Física e intérpretes. RESULTADOS: A intervenção na escola foi realizada através de palestras apresentadas aos alunos que os levaram a refletir sobre a questão da deficiência e a convivência dos colegas com deficiência auditiva. O material didático elaborado com ênfase em aspectos visuais foi elaborado no Microsoft Powerpoint, Prezi e no Windows Movie Maker. E conta com: Textos; Imagens; Animações;Vídeos. A pesquisa qualitativa preliminar realizada com os intérpretes e alunos com DA apresentou os seguintes depoimentos: O aluno com DA necessita de recursos visuais e normalmente o que ocorre, são informações transcritas na louça, o que dificulta em termos de imagens por exemplo. No caso da Física, nem sempre o intérprete consegue passar exatamente o que o professor está ensinando, pois ele também tem dificuldades de entender o que o professor quer passar. Para nós é importante o diálogo com o professor, mas nem sempre ele está disposto a discutir o que poderia melhorar o aprendizado do aluno com DA. Alunos com DA: Nem sempre conseguimos entender o que a intérprete está passando no caso da Física, pois ela diz também ter dificuldade de entender. As vezes discutimos a matéria, mas não conseguimos entender. Seria muito importante que fosse criado um material que pudesse ajudar a entender a Física. Entre as disciplinas que tenho mais dificuldades está a Física, a Química e a Matemática. CONCLUSÕES:
6 A elaboração dos materiais foram benéficas para os alunos e aproximou a questão da deficiência da sala de aula e a discussão sobre o direito ao aprendizado de todo aluno. Em relação aos depoimentos dos intérpretes que atuam junto aos alunos Das e professores em sala de aula, notamos que os mesmos admitem ter dificuldade em passar para os alunos a explicação da disciplina Física. O mesmo também aborda a questão da dificuldade com a matéria apenas transcrita na lousa, além da dificuldades de diálogo entre este e o professor. Em relação aos depoimentos dos alunos verificamos que este apresenta dificuldades na disciplina, que vem também da dificuldade do intérprete com a disciplina. É também colocada a dificuldade em disciplinas da área de exatas. Estes depoimentos mostram a importância em se oferecer ao aluno um material com o qual possa ser auxiliado em seu processo de aprendizado. Os materiais produzidos já foi disponibilizado e estão em processo de avaliação por: deficientes auditivos, professores de Física e intérpretes. REFERÊNCIAS BERNARDES, A.O. Discutindo a questão da deficiência. Lei 9.394, de 20 de dezembro de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, MEC, BRASIL. Inep. Censo Escolar, Disponível em: Acesso em: 20 jan BRASIL. MEC. PCN Parâmetros Curriculares Nacionais, Adaptações Curriculares. Disponível em: Acesso em: 27 set Declaração de Salamanca. In: Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidade educativas especiais. Salamanca: Unesco/Ministério da Educação e Ciência, 07-10/06/1994. Conferência mundial sobre necessidades educativas especiais: acesso e qualidadedelors. Jacques (coord.). Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez; Brasília: MEC/Unesco, cap. 4, p MANTOAN, M. T. E. Ensinando à turma toda as diferenças na escola. Pátio revista pedagógica, ano V, n. 20, fev./abr. 2002, p MANTOAN, M. T. E. Caminhos pedagógicos da inclusão Disponível em Acesso em: 20 nov MARTINS, L. A. R. et al. (orgs). Inclusão: compartilhando saberes. Petrópolis: Vozes, 2006.
7 PERRENOUD, P. 10 novas competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artmed, 2000
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