INCLUSÃO: POSSIBILIDADES DA PSICOLOGIA ESCOLAR RESUMO
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- Lucinda de Paiva Fidalgo
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1 INCLUSÃO: POSSIBILIDADES DA PSICOLOGIA ESCOLAR RESUMO INTRODUÇÃO: Experiência de Estágio de Núcleo Básico III com crianças do Ensino Fundamental sobre Inclusão. OBJETIVO: conscientizar a aceitação das diferenças e a capacidade de se colocar no lugar do outro. METODOLOGIA: dinâmicas, contação de histórias e filmes animados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Refletiram sobre a inclusão. Ocorreram discussões mais consistentes e capacidade de compreensão com as crianças entre 9 e 11 anos. Tiveram dificuldade em simular uma criança com deficiência. Recursos lúdicos desenvolvem a imaginação. Dinâmicas promovem a consciência critica. Participação do professor facilita a colaboração nas atividades. A inclusão é um processo de construção no ambiente escolar. PALAVRAS CHAVE: Ensino Fundamental, Inclusão, Conscientizar INTRODUÇÃO: O Estágio de Núcleo Básico III - Intervenção realizou-se na EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) que tem como objetivo oferecer atendimento escolar para crianças em período escolar do 1º ao 5º ano, atendendo no período matutino e vespertino com educação inclusiva. O termo Educação Inclusiva cobre variadas tentativas de atender a diversidade total das necessidades educacionais dos alunos nas escolas de um bairro. José Pacheco (2007), criador de um sistema inclusivo na Vila de Aves (Portugal), diz que a escola precisa basear - se nos seguintes critérios: 1 Toda criança consegue aprender; 2 Todas as crianças devem freqüentar classes regulares adequadas a sua idade de preferência em escolas no bairro onde residem; 3 Devem receber programas educativos adequados; 4 O currículo a ser trabalhado deve ser funcional e adequado as suas necessidades; e 5 Participar de atividades curriculares e extracurriculares, beneficiando se da cooperação e da colaboração entre seus lares, sua escola e sua comunidade. 1/5
2 Na referida instituição notou se que os quatro critérios primeiramente mencionados são contemplados pelas crianças que possuem deficiência, mas o último precisa ser trabalhado, visto que não ocorre a articulação entre comunidade escolar e família. A escola possui tutores que atendem os alunos com graves limitações físicas, porém percebe-se que os conteúdos são trabalhados com todos de forma igualitária. O ambiente de aprendizagem dessa instituição possui elevadas expectativas dos seus alunos, sendo seguro, acolhedor e agradável. Fávero diz: A chamada inclusão é importantíssima por que traz conseqüências práticas na defesa dos direitos sociais e individuais indisponíveis (Fávero, 2007, p. 39). A escola precisa dar resposta às diferentes condições das aprendizagens dos alunos, sendo espaço de trocas que favoreçam o ato de ensinar e de aprender. A instituição proporciona aos alunos o processo de construção do conhecimento, independente das características particulares. Caracteriza-se pelo caráter colaborativo, desenvolvendo valores e organizando o espaço de forma que todos sentem parte integrante da instituição. 32 Um dos maiores desafios da escola em seu projeto político pedagógico é de como transformar valores, atitudes e comportamentos, em relação aos alunos com deficiência, visto que se trata de um processo complexo, pois envolve a história cognitiva e emocional do ser. Sendo que, os alunos necessitam perceber as limitações, dificuldades e anseios dos alunos com deficiência. A inclusão de crianças com deficiência na rede regular de ensino é um direito garantido pela Constituição Federal, mas somente isto não é suficiente para garantir a construção e o desenvolvimento de uma sociedade inclusiva, principalmente no âmbito educacional. Trabalhar com os alunos com deficiência juntamente com os alunos sem deficiência se torna primordial fazer um trabalho de sensibilização e acolhimento para a convivência na diversidade, enfatizando a importância das diferenças entre indivíduos, de maneira geral. A diversidade constitui a base do desenvolvimento das relações humanas, já que somos todos diferentes uns dos outros, o que não faz ninguém ser melhor, ou pior como pessoa ou cidadão. Os comportamentos de rejeição e de superproteção à diferença devem ser desvelados, discutidos, compreendidos e modificados, formando cidadãos ativos, conscientes, críticos e responsáveis. Buscar um diálogo a partir das vivencias concretas dos alunos a respeito das pessoas com deficiências, fortalece as relações, tornando as participativas e cooperativas no desenvolvimento da criança. São experiências que servirão de objeto de análise, resguardando as especificidades de cada situação. Sabemos que a criança aprende quando o conteúdo é construído seguindo exemplos da sociedade. A ludicidade, palavra esta de origem latina ludus, que quer dizer jogo pode ser uma ferramenta de suma importância para contribuir na construção de um ser humano mais feliz, levando o brincar mais a sério e valorizando as vivências de cada criança diferente (Lanz, 1990). Trabalhando a questão da diversidade com as crianças por meio da ludicidade, buscamos um trabalho de introspecção e expansão, vivenciando uma proposta de ensino enriquecedora, respeitando a individualidade. O brincar no 2/5
3 período da primeira infância abarca os conhecimentos necessários que teremos para a vida toda. Considerando a importância do processo de inclusão surgiu a idéia de promover atividades lúdicas, onde os alunos por meio de simulações, histórias e brincadeiras, durante as quais as crianças poderão vivenciar uma deficiência e após as mesmas discutir o que sentiram ao realizar as tarefas, ao ouvir as histórias, bem como quando os outros o observavam. Sassaki (1997) afirma que após conhecer a inclusão, não é possível imaginar a volta da sociedade para práticas não inclusivas, a inclusão é um processo mundial irreversível que veio para ficar e multiplicar abrindo caminhos para a construção de uma sociedade verdadeiramente para todos. OBJETIVO GERAL: - Trabalhar por meio da ludicidade a questão da diversidade, no âmbito da deficiência com crianças do Ensino Fundamental regular. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: - Transformar valores, atitudes e comportamentos em relação à inclusão, por meio de novas informações e conceitos; - Abordar a questão da deficiência, demonstrando que sentimentos como medo, raiva e repulsa estão ligados à idéias preconcebidas que existem em relação às pessoas com deficiência; e - Oferecer por meio de atividades lúdicas subsídios para que os alunos possam manifestar e tratar dignamente seus sentimentos a esse respeito. METODOLOGIA A Escola Municipal de Ensino Fundamental trata se de uma escola regular, com atividades pertinentes a sua função, bem como também aulas de informática, inglês, esportivas, xadrez, artes e empreendorismo, bem como oferece alimentação para todos. Sua equipe de trabalho é formada por uma diretora de escola, uma coordenadora pedagógica, professores, tutores (professores auxiliares), serventes, agente administrativo e acompanhado por supervisores da Rede Municipal de Ensino de Lins e a escola tem como objetivo atender o que determina a Constituição Federal e a Lei nº9394/96, pelo qual o município deve oferecer em regime de colaboração com o Estado o Ensino Fundamental. A escola possui aproximadamente 257 alunos, distribuídos entre o segundo ano e o quinto ano, com idades entre 07 e 11 anos, com dez salas de aula, em seu grupo discente há onze alunos com deficiências, sendo elas: Síndrome do X Frágil, outras Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, Deficiência Intelectual e cinco alunos sem diagnóstico clínico fechado, trabalhando com a Educação Inclusiva. As atividades foram de dois tipos: brincadeiras de simulação e contação de histórias. Sendo que cada semana foi trabalhado um tema diferente em relação a inclusão e no final de cada atividade realizou-se uma roda de conversa com os alunos. 3/5
4 Desenvolveu-se o trabalho com o período matutino e vespertino, sendo duas horas em cada período e aproximadamente 40 minutos com cada turma, totalizando sete sessões. No conto de histórias, tais como Diversidade como A Turma do Cocoricó e o amigo especial, utilizou-se como recurso um poço de contar histórias, onde se fez a apresentação e em seguida a discussão sobre a atividade. Nas demais atividades, visto que são de sensibilização, trabalhou-se com dinâmicas onde as crianças tiveram as dificuldades de uma criança com deficiência. Então utilizou-se como recursos: vendas, cadeiras de roda, diversos objetos, televisão. Na dinâmica do canudinho, utilizou-se canudos de refrigerantes, onde os alunos foram convidados a construir livremente objetos e aos poucos deu-se os comandos. Cronograma: História Diversidade e Dinâmica do canudinho. Dinâmica Vivenciando um deficiente visual. Dinâmica Adivinhe pelo tato. Dinâmica Minhas mãos não funcionam como deveriam. Dinâmica Assistindo TV Como é para uma pessoa com Deficiência Auditiva Dinâmica : Sentado x Em Pé. Contação de História A turma do Cocoricó e o amigo especial. Filme: Toy Story 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os alunos apresentaram interação com as atividades propostas e foram participativos no contexto geral do projeto. Percebeu-se a diferença com relação à compreensão das histórias sejam contadas ou no filme. As crianças entre 9 e 11 anos apresentaram melhor capacidade de reflexão. Os alunos discutiram sobre a importância da solidariedade e da ajuda mútua para atingir objetivos. Refletiram sobre suas ações no dia-a-dia e em sala de aula. Considerando as idades entre 9 e 11 anos as discussões foram ampliadas para a vida em sociedade. Falaram sobre garantir os direitos da pessoa com deficiência e da necessidade da união, solidariedade e cooperação da sociedade como um todo para termos um mundo melhor e mais justo. As crianças tiveram dificuldade em aderir na dinâmica que propôs inverter papéis (cego e acompanhante). Alguns dispersaram e deixaram o cego sem ajuda. Relataram que se sentiram mal simulando uma criança com deficiência e que a falta de visão fez utilizar outros sentidos, tais como olfato e tato. Uma das crianças relatou como é difícil ser cego, pois é preciso ter confiança no outro e aceitar o que ele fala como verdadeiro e que não há perigo. O uso de recursos lúdicos foi um importante instrumento de promoção da capacidade imaginativa dos alunos. Dinâmicas que promovem a percepção do indivíduo de como é estar no lugar do outro são recursos imprescindíveis no desenvolvimento das atividades, pois os alunos da turma onde o professor não colaborou com a dinâmica do cegoacompanhante tiveram mais dispersão. 4/5
5 É importante demonstrar a possibilidade do trabalho do psicólogo na escola levando em consideração os ideais éticos voltados para a cidadania e promovendo a convivência com as diferenças, evitando assim a segregação e rotulação dos sujeitos participantes da instituição. A inclusão precisa se tornar um processo de construção no ambiente escolar, já que esse é um dos ambientes de convivência social que irá desenvolver as primeiras aprendizagens e relações sociais desses indivíduos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: FÁVERO, E. A. G. Direitos das Pessoas com Deficiência. Rio de Janeiro: WVA, LANZ, R.. A pedagogia Waldorf: caminho para um ensino mais humano. 5 ed. São Paulo: Antroposófica,1990. PACHECO, J. et al. Caminhos para a Inclusão. Um guia de aprimoramento da equipe escolar. Porto Alegre: Artmed, SASSAKI, R. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro.WVA, /5
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