Vigilância de fatores de risco: Tabagismo
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- Maria Fernanda Mirandela Cruz
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1 Universidade Federal Fluminense Instituto de Saúde da Comunidade MEB Epidemiologia IV Vigilância de fatores de risco: Tabagismo Maria Isabel do Nascimento MEB/ Departamento de Epidemiologia e Bioestatística
2 Metas do Plano de Ações de enfrentamento de DCNT Reduzir prevalência de obesidade (crs/adol) Deter o crescimento de obesidade adultos Reduzir a prevalência do consumo de álcool Aumentar a prevalência de atividade física Aumentar o consumo de frutas e hortaliças Reduzir o consumo médio de sal Reduzir prevalência de tabagismo em adultos Aumentar a cobertura de mamografia (50-69 anos) Ampliar a cobertura de Papanicolaou (25-64 anos) Tratar 100% das lesões precursoras de câncer colo uterino
3 Vigilância de fatores de risco Tabagismo Exercícios introdutórios: Pergunta: É possível inserir FATOR DE RISCO na declaração de óbito? Aula expositiva: Vigilância do tabagismo: Exercícios finais: Prontuário médico
4 Tabagismo grande fator de risco Estudo caso-controle (Doll & Hill) Primeira metade do século XX, em paralelo à epidemia de uso de tabaco houve aumento de casos de ca de pulmão. Doll & Hill conduziram um estudo caso-controle na Inglaterra com casos selecionados entre para examinar a relação entre fumar cigarros e câncer de pulmão. Casos: 1488 pacientes com câncer de pulmão Controles: pacientes selecionados nos mesmos hospitais Conclusão: associação entre fumar cigarros e câncer de pulmão era real, mas não explicava a todos os casos.
5 Tabagismo e Câncer de pulmão Estudos de Coorte (Doll & Hill) Investigação por meio de estudos de coorte. Continuidade à investigação da etiologia do câncer de pulmão com o seguimento da coorte dos médicos britânicos formada em British Doctors Study. Questionário enviado pelo correio com retorno de respostas de homens e 6194 (mulheres).
6 Mortalidade (1964) em relação ao tabagismo: 10 anos de observação BMJ 1964;1:
7 Risco de desenvolver câncer de pulmão (1998) Incidência de casos novos grandes fumantes tinham um risco aumentado em 20 vezes para desenvolver câncer de pulmão comparando a nãofumantes (Doll, 1998)
8 Efeitos da cessação do tabagismo A cessação na idade de 50 anos diminuiria o risco de morte pela metade e, aos 30 anos, quase que igualaria ao de não-fumantes. (Doll et al, 2004).
9 Efeitos na sobrevida: médicos fumantes que nasceram entre morreram em média 10anos mais jovens que os médicos não-fumantes.
10 Políticas anti-tabagismo no Brasil Intervenções (legislativas, cuidados de saúde, educacionais e econômicas) vem sendo implementadas desde Lider no mundo no controle do Tabaco e com resultados dos mais bem sucedidos: prevalência do uso caindo de 34,8% (1989) para 18,2% (2008).
11 Tabagismo entre estudantes de medicina
12 Percentual de fumantes e cronologia das ações de controle do Tabaco Adaptado de Figueiredo CV, 2007 (Tese de Doutorado)
13 Cronologia das Ações de controle do tabagismo 1986: Campanhas e Dia Nacional de Combate ao Fumo 1988: Mensagens de advertência no material publicitário 1990: Restrição ao horário de transmissão de propaganda de tabaco 1996: proibição de uso em ambientes públicos e privados coletivos 2002: Advertências com imagens nas propagandas e embalagens 2002: Inserção do Disque Pare de Fumar nas embalagens dos produtos 2002: Inserção do tto do fumante na rede pública Adaptado de Figueiredo CV, 2007 (tese de doutorado
14 SVS, INCA, ANVISA, FIOCRUZ Vigilância do tabagismo: inquérito conduzido pela WHO em 14 países. GATS global adult tobacco survey (2008 com pessoas de 15 anos ou +) Versão Brasil no ano 2008 Resultados: 17,2% da população eram fumantes correspondendo a 24,6 milhões. 21,6% eram homens (14,8 milhões) 13,1% eram mulheres (9,8 milhões) 82% do total de fumantes (20,1 milhões) viviam em áreas urbanas.
15 Resultados do GATS para cessação de fumar ( entrevistas) Total homem mulher Tentaram parar nos 12 meses prévios Fumantes que planejaram ou estão pensando em parar Fumantes aconselhados por um médico a parar 45,6% 43,0% 49,5% 52,1% 49,2% 57,1% 57,1% 55,7% 58,5%
16 Trabalhando para o paciente deixar de fumar Pergunte e registre no prontuário o status de tabagismo de todos os seus pacientes. Grau de dependência Motivação para parar de fumar.
17 Abordagem do tabagismo A maioria dos fumantes desejam parar de fumar. Cerca de 3% conseguem parar a cada ano A maior parte (95%) dos que param o faz sem qualquer tipo de ajuda. A grande maioria precisa de apoio formal de profissionais de saúde. Responsabilidades médicas no controle do tabagismo.
18 Responsabilidades médicas no controle do tabagismo 1) Verificar o status do paciente a respeito do tabagismo. Seu paciente é fumante? 2) Avaliar o grau de motivação para cessação do tabagismo. Fase motivacional contemplação. 3) Alertar com elementos positivos para a cessação do tabagismo. Fase pré-contemplação
19 Ferramentas recomendadas Método Cognitivo-Comportamental - PAAPA* É o principal método Combinação de intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais Método farmacológico - Uso de medicamentos Indicado para minimizar os sintomas da síndrome de abstinência *PAAPA (perguntar, avaliar, aconselhar, preparar, acompanhar)
20 Tratamento medicamento 1) nicotínicos (TRN) Adesivo com 21 mg, 14 mg e 7 mg de nicotina Goma de mascar com 2 mg e 4 mg de nicotina 2) não nicotínicos Antidepressivos: Bupropiona, nortriptilina Anti-hipertensivos: clonidina
21 Avaliação do grau de dependência 0-2 ptos (muito baixo); 3-4 ptos (baixo); 5 ptos (médio); 6-7 ptos (elevado); 8 10 ptos (muito elevado).
22 Vigilância do tabagismo Referências 1. Abordagem e Tratamento do Fumante Consenso Coordenação de Prevenção e Vigilância (CONPREV). INCA, Disponível na Internet Deixando de fumar sem mistérios. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. INCA, Disponível na Internet Instituto Nacional de Câncer. Global Adult Tobacco Survey: Brazi report. zil.pdf.
23 Caso 1 Mulher de 45 anos, com história de tabagismo e uso de drogas injetáveis desde os 13 anos, deu entrada no pronto socorro municipal apresentando hemorragia genital de grande volume. Os exames constataram sorologia para o HIV positiva e presença de tumor maligno no colo do útero. Manteve-se hipotensa, hipocorada e taquicárdica apesar das medidas para melhoraria da perfusão tecidual. Veio a óbito 24 horas depois da internação. Vamos preencher a Declaração de Óbito (DO), atentando para as seguintes condições destacadas no caso.
24 Condição CAUSA Mórbida Fator de Risco Imediata Intermediária Básica Tabagismo Hemorragia genital Hipotensão Abuso de drogas injetáveis Infecção pelo HIV Câncer do colo do útero Choque hipovolêmico
25 Caso 2 Homem de 60 anos, obeso, com antecedente de tabagismo de 20 cigarros/dia entre 15 e 25 anos, quando interrompeu o hábito por imposição familiar, foi assistido na UTI de um hospital da rede suplementar. Tinha história de doença coronariana e hipertrofia ventricular esquerda por hipertensão arterial de longa data. Foi a óbito depois de quadro de ruptura da parede do coração e tamponamento cardíaco. O cateterismo realizado 5 dias antes do óbito mostrou trombose da artéria coronária e Infarto agudo do miocárdio. Observando as condições abaixo, qual a maneira mais adequada de preencher a DO.
26 Condição Causa Infarto agudo do miocárdio Obesidade Tabagismo Doença aterosclerótica do coração Hipertensão Arterial Ruptura da parede do coração Tamponamento cardíaco Mórbida Fator de risco Imediat a Intermediá ria Básica
27 Caso 3 Homem de 69 anos, obeso, tabagista de 1 maço de cigarros/dia desde os 13 anos apresentou quadro de emagrecimento rápido e tosse dois meses antes de sua morte subsequente à a quadro respiratório. Os relatos do prontuário assinalaram câncer de pulmão, mestástase cerebral, crises consulsivas, bronco aspiração, desnutrição aguda e pneumonia. Tendo conhecimento destas condições como seria melhor maneira de preencher a DO?
28 Condição Causa Desnutrição aguda Pneumonia Tabagismo Câncer de pulmão Crise convulsiva Metástase cerebral Bronco aspiração Mórbida Fator de risco Imediata Intermediár ia Básica ou Mortis
29 Caso 4 Jovem de aproximadamente 18 anos, do sexo masculino, deu entrada, na manha de domingo, na grande emergência de um hospital geral, com forte dor retroesternal, sudorese e desconforto respiratório. O ECG mostrou arritmia cardíaca grave e infarto agudo do miocárdio. Apesar das medidas adequadamente implementadas, ele evoluiu para colapso cardiovascular, coma e morte. Seus amigos relataram que ele era usuário de esporádico de maconha desde os 13 anos e que havia experimentado cocaína pela primeira vez durante a noite em uma festa, o que ficou comprovado pelos exames laboratoriais, corroborando a suspeita médica de overdose. No preenchimento da DO deve ser considerado:
30 Condição Causa Arritmia cardíaca Mórbida Fator de risco Imediata Intermediár ia Mortis Básica Infarto agudo do miocárdio Tabagismo Uso de drogas Coma Colapso Cardiovascular Doença aterosclerótica
31 Caso 5 Jovem de 23 anos deu entrada no pronto socorro apresentando taquipneia, taquicardia, cianose, pulso paradoxal. Segundo os familiares, o quadro iniciou há sete dias depois de episódio de gripe forte e piorou nas últimas 24 horas. A paciente era diabética do tipo I e fazia uso de insulina. Nunca havia fumado, mas reclamava da exposição passiva à fumaça do cigarro, no emprego que conseguiu em uma pequena lanchonete, que funciona na área de lazer para acompanhantes em um grande hospital particular. Apesar das medidas de suporte, foi constatado 'estado de mal asmático' com evolução para insuficiência respiratória, seguida de óbito após 30 horas da admissão. Sabendo deste histórico e as condições abaixo, a DO deve constar:
32 Condição Causa Diabetes tipo I Gripe forte Mórbida Fator de risco Imediata Intermediári a Mortis Básica Insuficiência respiratória Asma brônquica Estado de mal asmático Tabagismo passivo
33 Caso 6 Mulher de 48 anos, parou de fumar aos 30 anos quando foi diagnosticada com hipertensão essencial e diabetes tipo II, condição controlada apenas com dieta e hipoglicemiante oral usado de modo irregular. Foi admitida com hemiparesia à direita e após 4 dias de internação pareceu apresentar AVE que evoluiu para coma. A IRM sugeriu hemorragia cerebral e infarto parietal esquerdo. A necrópsia não revelou nenhuma fonte de êmbolos e confirmou a suspeita da IRM. Outros achados foram ateromas de artérias cerebrais e hipertrofia ventricular esquerda. Considere a melhor maneira de preencher a DO.
34 Condição Causa Mórbida Fator de Risco Imediata Intermedi ária Mortis Basica Ateronas de artérias cerebrais Infarto parietal esquerdo Tabagismo Diabetes II Hipertensão essencial Acidente vascular encefálico Hemiparesia à direita Hemorragia cerebral Hipertrofia ventricular esqu.
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