UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Rosana Knabben Perin Sória A NULIDADE DO CONTRATO DE DOAÇÃO À LUZ DO CÓDIGO CIVIL

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Rosana Knabben Perin Sória A NULIDADE DO CONTRATO DE DOAÇÃO À LUZ DO CÓDIGO CIVIL"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Rosana Knabben Perin Sória A NULIDADE DO CONTRATO DE DOAÇÃO À LUZ DO CÓDIGO CIVIL CURITIBA 2010

2 Rosana Knabben Perin Sória A NULIDADE DO CONTRATO DE DOAÇÃO À LUZ DO CÓDIGO CIVIL Monografia apresentada ao Curso de Direito do Centro de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientadora: Prof. Sílvia Fráguas CURITIBA 2010

3 TERMO DE APROVAÇÃO Rosana Knabben Perin Sória A NULIDADE DO CONTRATO DE DOAÇÃO À LUZ DO CÓDIGO CIVIL Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de bacharel em Direito, no curso de Direito do Centro de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, de de Dr. Eduardo de Oliveira Leite Curso de Direito Universidade Tuitui do Paraná Orientadora: Profª Sílvia Fráguas Instituição e Departamento Prof. Instituição e Departamento Prof. Instituição e Departamento

4 DEDICATÓRIA Aos meus familiares, aos professores e amigos, que, me incentivaram para a realização deste trabalho.

5 AGRADECIMENTOS Aos meus pais queridos, Otávio Perin e Dinorah knabben Perin, a quem tanto admiro. A minha família, pelo apoio prestado durante o período de estudos. Aos professores, que me ensinaram a seguir o caminho da realização de um grande sonho. A minha orientadora, professora Sílvia Fráguas, por ter me guiado, com muita dedicação e carinho na realização deste trabalho.

6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO CONTRATO DE DOAÇÃO EVOLUÇÃO HISTÓRICA CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE DOAÇÃO MODALIDADES DE DOAÇÃO Doação Pura e Simples Doação Modal ou com Encargo ou Onerosa Doação Remuneratória Doação Condicional Doação a Termo Doação Conjuntiva REQUISITOS DA DOAÇÃO Requisitos Subjetivos Capacidade para ser doador Capacidade para ser donatário Requisitos Objetivos Requisitos Formais CONSENTIMENTO NA DOAÇÃO Ânimo do Doador (animus donandi) Aceitação do Donatário PROMESSA DE DOAÇÃO NULIDADE DO CONTRATO DE DOAÇÃO GENERALIDADES CAUSAS DE NULIDADE DO CONTRATO DE DOAÇÃO Incapacidade do doador Doação entre cônjuges Doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice Doação de ascendente a descendente Doação universal Doação inoficiosa Doação de bens alheios e de bens futuros Inexistência de aceitação Inobservância da forma prescrita em lei CAUSAS DE NULIDADE COMUNS A TODOS OS CONTRATOS Hipóteses do artigo 166 do Código Civil Vícios do consentimento Vícios sociais Doação e fraude contra credores CONSIDERAÇÕES FINAIS...51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...54 ANEXOS...55

7 RESUMO O presente trabalho de conclusão de curso versa sobre o contrato de doação, tendo como enfoque principal as causas que levam à nulidade de tal negócio jurídico. Inicialmente, fez-se importante enunciar um breve histórico e algumas noções preliminares acerca do contrato de doação, tais como evolução histórica, conceito, natureza jurídica, bem como suas principais modalidades. Por fim é feita uma abordagem sobre as causas de nulidade do contrato ora em estudo, sob o ponto de vista das causas comuns a todos os contratos e daquelas específicas do contrato de doação, sempre com embasamento doutrinário e jurisprudencial pertinente. Palavras-chave: Contrato; Doação; Nulidades.

8 7 1 INTRODUÇÃO Este trabalho de conclusão de curso almeja estudar o contrato de doação à luz do Código Civil (Lei nº , de 10/01/2002), enfocando as principais disposições legais que conduzem à nulidade daquele negócio jurídico. Para tanto, optou-se no presente estudo considerar a nulidade do contrato segundo entendimento pacífico na Doutrina, sob duplo aspecto: nulidade absoluta e nulidade relativa ou anulabilidade, uma vez que ambas culminam na privação da eficácia do contrato celebrado. Inicialmente, serão apresentadas algumas noções preliminares ao contrato de doação, sua evolução histórica, conceito e natureza jurídica, apurando-se, também, suas principais características e requisitos que o diferencia dos demais contratos. Serão apreciadas, ainda, suas principais modalidades e a maneira como é manifestado o consentimento das partes (doador e donatário), por ocasião da celebração do contrato de doação. Como principal finalidade do presente estudo é a ênfase à nulidade do contrato de doação, procurar-se-á relatar as principais causas que resultam nesta nulidade. Por fim, objetivando uma melhor fixação do aprendizado, será realizado um estudo de caso, baseado em uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), pertinente à nulidade de um contrato de doação.

9 8 2 CONTRATO DE DOAÇÃO 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA O contrato de doação é proveniente do direito romano, mas nem sempre foi reconhecido como um negócio jurídico, tal como acontece nas legislações modernas, percorrendo um longo caminho até ser admitido como um contrato pelos legisladores, haja vista que em algumas legislações, dentre as quais se destaca a francesa (Código de Napoleão), a doação era considerada apenas um ato unilateral. Neste sentido, importante transcrever a seguinte sustentação de Santos: A doação foi considerada por alguns juristas com um instituto nem sempre ético e economicamente justificado, sendo assim, muitas vezes realizada sob o impulso do momento, ou sob pressão moral de quem se aproveita da fraqueza do doador. Essa é uma interpretação errada da evolução histórica do instituto, pois a adoção é uma forma de transmissão espontânea, que no direito romano era tido como permuta. No entanto, o direito romano não via a doação como um contrato, senão como liberalidade unilateral. No direito bárbaro, as doações foram igualmente admitidas, principalmente as doações propter nuptias, isto é, exigia-se a insinuação, a confirmação do ato pelo juiz, não sendo esta formalidade adotada pelo Código Napoleão, que exigia escritura pública. (1999, p. 9). Como ressalta Monteiro, a verdade é que o contrato de doação, cuja origem se perde na noite dos tempos, logrou sobreviver e é assim figura obrigatória em todas as legislações contemporâneas. (MONTEIRO, 2003, p. 134). Pode-se dizer, então, que, inicialmente, no direito romano, a doação era considerada apenas uma liberalidade unilateral e não um contrato. Todavia, modernamente, a tradição romana foi abandonada para aceitar a doação como contrato, tal como normatizado nos ordenamentos jurídicos suíços e alemão, orientação seguida pelo legislador brasileiro.

10 9 2.2 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA Não mais se discute quanto à questão de a doação ser ou não um contrato, prevalecendo, pois, a opinião daqueles doutrinadores que a consideram como tal, pelas suas próprias características. Para Gomes doação, é, pois, contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir gratuitamente um bem de sua propriedade para patrimônio da outra, que se enriquece na medida em que aquela empobrece. (GOMES, 2008, p. 253). No mesmo sentido Fiúza: contrato de doação é contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere de seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que os aceita. (FIUZA, 2008, p. 499). Sobre o assunto Monteiro, com sua habitual segurança afirma que caracteriza-se realmente a doação pela sua natureza contratual, porque reclama intervenção de duas partes: o doador e o donatário, cujas vontades hão de convergir, entrosando-se e completando-se, para que se aperfeiçoe o negócio jurídico. (MONTEIRO, 2003, p. 135). Analisando um dos elementos fundamentais (contratualidade) extraídos da definição do art. 538 do Código Civil, Diniz faz o seguinte comentário: (...) o nosso Código Civil considerou expressamente a doação como um contrato, requerendo para a sua formação a intervenção de duas partes contratantes, o doador e o donatário, cujas vontades se entrosam para que se perfaça a liberalidade por ato inter vivos... (...) Nítida é a natureza contratual da doação, visto que gera apenas direitos pessoais, não sendo idônea a transferir a propriedade do bem doado. A doação acarreta unicamente a obrigação do doador de entregar, gratuitamente, a coisa doada ao donatário. (2003, p. 210). Possui inteira razão a ilustre autora, pois foi essa a orientação seguida pelo legislador do Código Civil pátrio, como se pode observar da conceituação disposta

11 10 no art. 538, verbis: Art Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Da definição supracitada observa-se que a natureza jurídica contratual da doação é incontestável, pois depende do acordo de vontade de duas partes, extraindo-se, portanto, de tal artigo que se trata de um contrato com as seguintes características: gratuito, unilateral, consensual e na maioria das vezes solene. 2.3 CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE DOAÇÃO Conforme acima aludido, a doação possui natureza jurídica contratual e apresenta as seguintes características: a) Trata-se de contrato gratuito, pois traz benefício para somente uma das partes (donatário) que enriquece seu patrimônio sem dar nada em troca à outra parte (doador), ou seja, não há nenhuma contraprestação da parte do doador. Todavia, como adverte Diniz, embora possa parecer oneroso se o doador impuser um encargo ao donatário no ato de efetuar a generosidade, ficando claro que mesmo assim a liberalidade sobreviverá. (DINIZ, 2003, p. 211). b) É contrato unilateral, pois cria obrigação para apenas uma das partes (doador). Aliás, segundo entendimento predominante na doutrina (Orlando GOMES, Sílvio de Salvo VENOSA, etc. Contra: César FIUZA) até mesmo nas doações com encargo (ao donatário), tal contrato não deixa de ser unilateral, pois o donatário continua sendo, mesmo neste caso, o único beneficiário, sendo que tal encargo não se constitui em nenhuma contraprestação obrigacional da sua parte. c) Trata-se de contrato consensual, pois, segundo Rodrigues, se aperfeiçoa pela

12 11 conjunção das vontades do doador e do donatário, em oposição aos contratos reais que implicam a entrega da coisa por uma das partes à outra. (RODRIGUES, 2003, p. 200). d) Em geral, trata-se de contrato solene, pois o legislador lhe impôs uma forma para que tenha validade, isto é, o contrato de doação deve ser celebrado por escritura pública ou instrumento particular (CC, art. 541, caput). Todavia, excepcionalmente pode ser verbal, como exceção à regra, somente quando versar sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição (CC art. 541, parágrafo único). Importante ressaltar, finalmente, que o contrato de doação, por si só, não possibilita a transferência de domínio do doador ao donatário. Tal transferência só se dá pela tradição, em se tratando de bens móveis (CC, art. 541, parágrafo único) ou pela transcrição (CC, art. 108), quando se tratar de imóveis. 2.4 MODALIDADES DE DOAÇÃO De acordo com o Código Civil de 2002, o contrato de doação é um contrato inter vivos, isto é, pode ser celebrado apenas entre pessoas vivas, não sendo admitida em nosso ordenamento jurídico, nem por exceção, a doação causa mortis, ou seja, a doação de bens, cujo contrato só seria levado a efeito após a morte do doador. Feita esta ressalva, cumpre particularizar cada uma dessas modalidades de doação que de acordo com a divisão atribuída pacificamente pela doutrina, podem ser apresentadas da seguinte forma:

13 Doação Pura e Simples É aquela na qual o doador não estabelece nenhuma restrição ao donatário, ou seja, é feita por mera liberalidade, sem qualquer encargo ou condição. Ex: João doa uma moto para seu amigo Mário. De notar, entretanto, como esclarece Venosa, que não deixa de ser pura a doação à qual se apõem as cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade, e incomunicabilidade. Nada impede também que esses gravames sejam cancelados pelo próprio doador, com acordo dos interessados. (VENOSA, 2003, p. 122). Percebe-se que nesta modalidade de doação o donatário é o principal favorecido, uma vez que nada lhe é exigido em troca da liberalidade do doador, que age por mera espontaneidade Doação Modal ou com Encargo ou Onerosa É aquela na qual o doador impõe algumas condições ou encargos ao donatário, resultando numa vantagem para aquele ou para terceiro. Rodrigues, com muita propriedade, ao tratar do assunto traz o seguinte exemplo: há doação com encargo quando o autor da liberalidade sujeita o donatário a pensionar um parente do doador, ou quando, oferecendo alta cifra a uma universidade, determina que ela terá de conceder anualmente um número de bolsas de estudo. (RODRIGUES, 2003, p. 204). O encargo impõe uma restrição, ou seja, um dever àquele que recebe a doação (beneficiário), criando uma obrigação ao donatário em favor de terceiros o do próprio doador.

14 Doação Remuneratória É aquela feita com a intenção moral de compensar pelos serviços prestados ao doador ou por alguma vantagem recebida por este, sob aparência de mera liberalidade. Como exemplo de tal modalidade, a lição de Venosa torna-se mais uma vez evidente, ao assinalar que exemplo clássico é a doação feita a quem tenha salvo a vida do doador. Outros exemplos podem ser configurados: reconhecimento a quem obteve um emprego ou função pública para o doador; retribuição a quem concedeu apoio psicológico ou religioso em momento difícil na vida do doador, etc.. (VENOSA, 2003, p. 123). Alerte-se que a contraprestação pelos serviços ou vantagens prestados ao doador, não podem ser exigidos legalmente pelo donatário, uma vez que este não é credor daquele, ou seja, não se trata de uma dívida exigível Doação Condicional É aquela sujeita à condição suspensiva ou resolutiva, ou seja, subordinada ao implemento de condição que se caracteriza pela ocorrência de evento futuro e incerto, como relembra Figueiredo: Na condição suspensiva, o efeito do contrato fica em estado de latência dependendo de evento futuro e incerto para efetivamente ocorrer, momento em que se alcançam seus efeitos. No caso da condição resolutiva, os efeitos da avença existem de forma imediata deixando de existir no instante que ocorre o implemento da condição, o acontecimento futuro e incerto. (2009, p. 139). Noutras palavras, na condição suspensiva, como o próprio nome diz,

15 14 suspendem-se os efeitos da doação até que ocorra o implemento da condição, como por exemplo, doação feita em contemplação de casamento futuro ( que só surtira efeito se o casamento se realizar) ou na doação feita a nascituro (que só surtirá efeito se houver nascimento com vida). Na condição resolutiva, ao contrário, o contrato de doação produz todos os seus efeitos, desde o início da celebração, até que ocorra determinado evento, colocando termo ao contrato, retornando as partes à situação anterior, como ocorre, por exemplo, nas doações com cláusula de retorno (CC, art. 547) que estabelece claramente a volta ao patrimônio do doador dos bens doados, caso este sobreviva ao donatário Doação a Termo É aquela que estabelece um termo inicial ou final à doação. Ex: João doa um imóvel de sua propriedade (casa em um condomínio) para seus dois sobrinhos Marcos e Manoel sendo que o primeiro donatário (Marcos) poderá usá-lo por somente cinco anos, passando, a partir de então, a ser usado pelo segundo donatário (Manoel) Doação Conjuntiva É aquela que se faz em comum a mais de uma pessoa e, salvo declaração em contrário, entende-se distribuída entre elas por igual (CC, art. 551). Aliás, se os donatários forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo (CC, art. 551, parágrafo único), ou seja, não passará para os herdeiros.

16 REQUISITOS DA DOAÇÃO Não se pode negar que para a validade do contrato de doação dois elementos são fundamentais: a intenção (animus donandi) do doador de praticar a liberalidade (elemento subjetivo) sem receber nada em troca e a respectiva diminuição do seu patrimônio (elemento objetivo), em função daquela liberalidade. Sobre o assunto, chama a atenção o ensinamento de Gomes: Para haver doação mister se faz, primeiramente, a diminuição em um patrimônio e aumento correspondente em outro. O donatário há de enriquecer na medida em que o doador empobrece. Enriquecimento pode consistir em qualquer atribuição patrimonial: aquisição pelo donatário de propriedade ou direito real limitado, cessão de créditos ou de quaisquer vantagens. O empobrecimento do doador constitui o elemento de caracterização que permite distinguir a doação de outros negócios jurídicos, como v. g., renúncia. Completa-se com o elemento subjetivo: o animus donandi. Indispensável à caracterização da doação é, com efeito, a intenção de praticar um ato de liberalidade. O doador deve ter a vontade de enriquecer o donatário, a expensas próprias. Se lhe faltar esse propósito, o contrato não será de doação. É o animus donandi que o caracteriza. Não basta a gratuidade. Traço decisivo da doação é a liberalidade, a vontade desinteressada de fazer benefício a alguém, empobrecendo-se ao proporcionar à outra parte uma aquisição lucrativa causa. A intenção liberal concretiza-se, em suma, no intuito de enriquecer o beneficiário. (2008, p. 256). Importante entender que a transferência patrimonial do doador ao donatário, constitui-se pelo enriquecimento deste e empobrecimento daquele, como explica Fiúza: É apenas figurativa; quer-se dizer apenas que o objeto doado, não importa se navio ou caneta esferográfica, sai do patrimônio do doador e incorporase ao patrimônio do donatário. Haverá, de qualquer jeito, diminuição patrimonial concreta, ainda que inexpressiva. Tais atos são, portanto, doação. (2008, p. 502). Ao falar sobre os requisitos do contrato de doação, Monteiro comenta que: Sem o concurso do elemento objetivo e do elemento subjetivo inexiste doação; se alguém abandona, por exemplo, sua propriedade, que é ocupada por outrem, não realiza doação, porque lhe falta o ânimo liberal, o elemento subjetivo. Se, ao revés, presente está o animus donandi, que não se traduz, todavia, de modo positivo e concreto, há mero impulso interno,

17 16 que não chega a interessar ao direito, por lhe faltar o elemento objetivo (quod non est in actis, non est in mundo). (2003, p. 136). Além desses requisitos, para que o contrato de doação seja considerado válido, deverá preencher outros requisitos legais, sendo alguns comuns a todos os contratos e outros específicos do contrato de doação, divididos, doutrinariamente, em requisitos subjetivos, objetivos e formais, como será visto nos próximos tópicos Requisitos Subjetivos Os requisitos subjetivos no contrato de doação dizem respeito à capacidade ativa e passiva das partes, relembrando que o negócio jurídico, para sua validade, requer agente capaz (CC, art. 104, I), sendo que, neste contrato, o sujeito que pratica a liberalidade denomina-se doador e o que se beneficia, donatário. Assim, para ser doador, primeiramente exige-se o poder de disposição do bem, como alerta Gomes, ao enfatizar que porque contrato translativo de domínio, o doador há de ter o poder de disposição para assumir a obrigação de alienar o bem doado. (GOMES, 2008, pp. 5/6). Importante esclarecer que a disposição dos bens por parte do doador não pode exceder o limite imposto pelo legislador, sob pena de redução do excesso doado à parte disponível, como será analisado a seguir (doação inoficiosa) Capacidade para ser doador Para ser doador requer-se a capacidade de fato, exigível para a prática dos atos da vida civil em geral, ou seja, deve-se ser maior de 18 anos (ou emancipado).

18 17 A propósito, Diniz, ao tratar do assunto, acrescenta que, Se o menor estiver sob o poder familiar, o pai, ou a mãe, não poderá efetivar doação por exercer, pelo Código Civil, art , II, mera administração dos bens do filho que se encontra sob o seu poder. Assim sendo, o pai, ou a mãe, não poderá doar por ser somente administrador legal. (2003, p. 216). Discorrendo sobre os requisitos subjetivos de tal negócio jurídico, Figueiredo, faz a seguinte observação, relativamente ao doador: Algumas espécies de doação, além da capacidade civil das partes envolvidas, exigem também uma capacidade especial, denominada legitimação em razão de uma situação peculiar ex: é absolutamente necessário, como critério de legitimação da doação, que o cônjuge que doa obtenha a outorga do outro. (2009, p. 137). De fato, possui inteira razão o ilustre autor, pois se um dos cônjuges pretende doar, por exemplo, um imóvel cujo valor o sujeite a registro no Registro Imobiliário, dependerá, para que a referida doação possua validade, da outorga do outro cônjuge, exceto se o regime de casamento for o da separação absoluta de bens (CC, art. 1647, IV). Dentro desta perspectiva de entendimento, Fiuza acrescenta, além da exceção do regime da separação absoluta de bens, o da participação final dos aquestos (CC, art. 1656) ao entender que, neste caso, o imóvel deve ser o do patrimônio particular do doador, e o pacto antenupcial deverá dispensar da outorga do outro cônjuge. (FIUZA, 2008, p. 502). Continuando, o autor salienta que o mandatário para doar coisa do mandante, deve ter poderes especiais, constantes da procuração com o nome do donatário. Os administradores em geral não podem doar coisas sob sua administração. Tal é o caso dos representantes legais dos incapazes. (FIUZA, 2008, p. 503).

19 18 Para ser doador, exige-se a maioridade ou a emancipação, sob pena de nulidade da doação realizada, mesmo que por meio de seus representantes legais, ou seja, tanto o absolutamente como o relativamente incapaz não pode ser parte ativa em contrato de doação Capacidade para ser donatário Para ser donatário, por sua vez, a lei admite certa flexibilidade em razão dos benefícios que lhe advém em tal espécie de contrato, ou resumidamente nas palavras de Fiuza: pelo caráter benéfico do ato, não é necessária capacidade para receber doação. (FIUZA, 2008, p. 503). A propósito, acerca do assunto Rodrigues entende que as regras sobre as incapacidades surgiram para proteger o incapaz. Ora, se se trata de doação pura, dela só benefício pode surgir para o incapaz, não havendo, assim, razão para ampará-lo pelo mecanismo da incapacidade. (RODRIGUES, 2003, p. 201). A doação feita a nascituro, valerá desde que aceita pelo seu representante legal (CC, art. 542) e, se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura (CC, art. 543) Requisitos Objetivos No tocante aos requisitos objetivos, para que o contrato de doação tenha validade, em regra, deverá ter por objeto coisas que estejam no comércio, como esclarece Diniz, ao afirmar que, Para ter validade a doação precisará ter por objeto coisa que esteja in commercio: bens móveis, imóveis, corpóreos ou incorpóreos, presentes ou

20 19 futuros, direitos reais, vantagens patrimoniais de qualquer espécie (...). Além do mais, será imprescindível a liceidade e a determinabilidade. (2003, p. 217). Vê-se, pois, como esclarece Fiuza, que não há restrições objetivas à doação. Todo bem livre para o comércio, ou seja, todo bem passível de se alienado e adquirido por outro, pode ser doado. (FIUZA, 2008, p. 504). No mesmo sentido, Gomes ao dizer que todos os bens e direitos alienáveis podem ser objeto de doação. Capazes para fazê-la todas as pessoas no gozo do poder de dispor. (GOMES, 2008, p. 254). Todavia, não se pode esquecer da observância, também, como já se disse, das regras dispostas no art. 104, II do Código Civil, ou seja, a validade de qualquer negócio jurídico, entre os quais, o contrato de doação, requer objeto lícito, possível, determinado ou determinável. Cumpre salientar que a respeito dos requisitos objetivos da doação, o Código Civil de 2002 estabeleceu várias outras regras, tais como proibição da doação a título universal, inoficiosa ou em fraude a credores, etc., que serão estudadas com mais profundidade no tópico intitulado causas de nulidades da doação, tema principal do presente estudo, logo a seguir Requisitos Formais Via de regra, os contratos são celebrados de forma livre. Aliás, estabelece o Código Civil que a validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir (art. 107, CC). Noutras palavras, na celebração de alguns contratos não basta apenas o consentimento das partes, exigindo-se a observância de certas formalidades impostas pelo legislador

21 20 para que a declaração de vontade tenha validade jurídica. No que tange ao contrato de doação, em regra, trata-se de contrato solene, conforme dispõe o código civil: Art A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. Da simples leitura desse dispositivo legal, percebe-se que a doação pode celebrar-se por três formas: a) por escritura pública: se se tratar de imóvel superior ao limite disposto na lei (CC, art. 108, caput) sujeito a registro no Registro Imobiliário (art. 167, I, 33, da Lei 6.016/73). b) por escrito particular: se se tratar de bens móveis de valor considerável. c) verbal: se se tratar de bens móveis e de pequeno valor, desde que seguida, de imediato, da tradição do objeto). Relativamente à doação de bens imóveis cujo valor ultrapasse o limite legal, faz-se necessário a escritura pública, visando assegurar o livre consentimento das partes, sendo essencial à validade do negócio jurídico, nos termos do art. 108, caput, do Código Civil, sob pena de nulidade absoluta do contrato de doação celebrado: Art Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. No que se refere as bens móveis de pequeno valor, a lei não estabelece nenhum parâmetro, ficando tal estipulação ao livre arbítrio do juiz, alertando Barros que o pequeno valor a que se refere o texto há de ser considerado em relação à

22 21 fortuna do doador; se este é pessoa abastada, até mesmo as coisas de valor elevado podem ser doadas através de simples doação manual. (BARROS, 2003, p. 139). 2.6 CONSENTIMENTO NA DOAÇÃO Como em qualquer negócio jurídico, exigiu o legislador pátrio o consentimento das partes contratantes (doador e donatário) como requisito indispensável à celebração do contrato de doação. Assim, do primeiro, exige-se o animus donandi, ou seja, a intenção de praticar o ato de mera liberalidade; do segundo, por sua vez, exigi-se a aceitação, que pode se manifestar, inclusive, de forma presumida ÂNIMO DO DOADOR (animus donandi) Embora o legislador exija que o doador pratique o ato por mera liberalidade, espontaneamente e sem nenhum interesse, advirta-se que na prática tal ato, geralmente, não corresponde com a realidade dos fatos, pois sempre haverá alguma motivação patrimonial por parte do doador, como esclarece Venosa: A doação exige gratuidade na obrigação de transferir um bem, sem recompensa patrimonial. Essa ausência de patrimonialidade não coincide com a noção de desinteresse. A motivação do ato jurídico de doação é irrelevante para o direito. Sempre haverá um interesse remoto no ato de liberalidade cujo exame, na maioria das vezes, é despiciendo ao plano jurídico. Dificilmente haverá doação isente de interesse social, político, religioso, científico, desportivo, afetivo, amoroso, etc. (2003, p. 115). A respeito da real intenção das partes ao celebrarem o contrato de doação, haja vista que os negócios jurídicos se baseiam na vontade humana, em

23 22 recentíssima decisão, com base nos arts. 85, 145, III e 115, do Código Civil anterior (correspondente aos artigos 112, 122 e 166, IV, do novo Código Civil) a 4º turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu, por unanimidade, que, em havendo dúvida da existência do contrato de doação, deve prevalecer a real intenção das partes, verbis: EMENTA - PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. OFENSA AO ART. 535 DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. DOAÇÃO. ART. 85 DO CC/16. INCIDÊNCIA. ARTS. 145, III E 115 DO CC/16 E 39, IV, 51, II E IV, E 53 DO CDC. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS NS. 182 DO STJ E 284 DO STF. 2. Havendo controvérsia acerca da existência de doação, impõe-se interpretar a declaração de vontade das partes de acordo com a real intenção delas ao firmarem o contrato, nos termos do art. 85, do CCB/1916. (STJ 4ª T.; Rec. Esp. nº /SP; Rel. Min. João Otávio de Noronha. j. 20/10/2009; p. DJ 09/11/2009). 1 Figueiredo, ao classificar o ânimo do doador como uma das características do contrato de doação, diz que tal característica é o ato de mera liberalidade do doador, ou seja, é o ato de vontade espontânea que o doador pratica transferindo do seu patrimônio o bem ou uma vantagem para o patrimônio do donatário, não implicando o cumprimento de uma obrigação moral ou natural. É, portanto, um ato de vontade despido de qualquer obrigação. (FIGUEIREDO, 2009, p. 136). Manifesta-se, então, o animus donandi quando o doador transfere, espontaneamente, bens ou vantagens a outra pessoa (donatário) sem que tal liberalidade caracterize cumprimento de alguma obrigação ACEITAÇÃO DO DONATÁRIO Outro traço essencial que decorre do consentimento acima exposto, é a aceitação pelo donatário do bem ou vantagem oferecida pelo doador para que se 1 Disponível em: Acesso em 06/fev/2010.

24 23 aperfeiçoe o contrato de doação. Aliás, como se trata de um contrato que se pressupõe a obtenção de uma vantagem para o donatário, como já se disse, tal aceitação pode se dar de uma forma muito ampla, podendo ser expressa, tácita e até mesmo presumida. Deste modo, segundo a conhecida lição de Rodrigues, a aceitação é expressa quando revelado verbal ou escrita e ainda por gestos, quando estes significarem concordância direta com o negócio. É tácita quando resulta de um comportamento do donatário, incompatível com sua recusa à liberalidade. (RODRIGUES, 2003, p. 201). Ainda, no que concerne à aceitação pelo donatário, determina o legislador que a mesma poderá ser presumida nos seguintes casos: a) quando o doador fixar prazo ao donatário para declarar se aceita ou não a liberalidade e este, ciente do prazo, não se manifesta. Consequentemente, se a doação não for sujeita a encargo, entender-se-á que a aceitou (CC, art. 539); b) quando a doação for pura, ou seja, sem nenhuma restrição (encargo ou condição) e o donatário for absolutamente incapaz (CC, art. 543), uma vez que neste caso, não havendo nenhum prejuízo para o donatário, preferiu o legislador considerar (presumir) como válido o consentimento; c) quando se tratar de nascituro, sendo aceita pelo seu representante legal, presumiu o legislador como sendo válido o consentimento, haja vista que nenhum prejuízo trará ao futuro donatário (CC, art. 542), como já foi dito acima; d) quando se tratar de doação em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, uma vez que tal doação não poderá ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar (CC, art. 546).

25 24 Desta maneira, verifica-se que o consentimento do donatário é indispensável à formalização do contrato de doação e que tal aceitação poderá ocorrer de várias formas, inclusive simultaneamente ou posteriormente ao ato de liberalidade do doador. 2.7 PROMESSA DE DOAÇÃO No tocante à promessa de doação, o legislador pátrio deixou a cargo da doutrina sua discussão, resultando em algumas divergências quando se trata de doação pura, alguns admitindo, desde que seja comprovado o prejuízo sofrido pelo donatário (Sebastião José de ASSIS NETO, Gagliano e Pamplona) e outros (maioria doutrinária) negando (Orlando GOMES, Silvio RODRIGUES, Agostinho ALVIM, Serpa LOPES, Caio Mário da Silva PEREIRA, Ozéias J. SANTOS, etc.) a possibilidade de existir o contrato preliminar de promessa de doação. Percebe-se que o principal motivo das divergências doutrinárias refere-se à impossibilidade de ser o doador coagido pelo donatário ao cumprimento da doação, uma vez que esta se trata de mera liberalidade da sua parte, como explana Assis Neto ao frisar que: A razão principal da divergência está em que, sendo a doação uma liberalidade, não poderia aquele que promete doar ser compelido, no futuro, a cumprir essa promessa, já que, moralmente, o promitente donatário não poderia lhe exigir a realização de uma graciosidade. (2009, p. 241). Sobre o assunto, Rodrigues, apesar de admitir que em geral, todo contrato possa ser precedido de um contrato preliminar que vincula as partes a firmarem um contrato definitivo, em se tratando de promessa de doação, todavia, o autor afirma que quando pura, não é vinculativa, uma vez que até a formalização é lícito o

26 25 arrependimento do promitente doador. (RODRIGUES, 2003, p. 212). Ao contrário, no que tange à doação gravada de encargo, afirma Fiuza, que não há dúvida de que pode ser exigida, uma vez realizado o encargo. Na verdade, quando o doador onera o donatário com encargo, surge para ele um dever, qual seja, o de ultimar a doação, pois esse dever poderá ser executado. (FIUZA, 2008, p. 508). A respeito do tema, existe um precedente da Terceira Turma do STJ, cujo acórdão merece ser parcialmente transcrito, verbis: EMENTA - 2. CIVIL. PROMESSA DE DOAÇÂO. A promessa de doação, como obrigação de cumprir liberalidade que se não quer mais praticar, inexiste no Direito brasileiro; se, todavia, é feita como condição de negócio jurídico, e não como mera liberalidade, vale e é eficaz. Recursos especiais não conhecidos. (STJ 3ª T.; Rec. Esp. nº /SC; Rel. Min. Humberto Gomes de Barros; Rel. p. Ac. Min. Ari Pargendler. j. 06/05/2008; p. DJ 20/11/2008). 2 Neste contexto, pode-se dizer, enfim, que tudo dependerá da espécie de contrato firmado e da análise de cada caso concreto, ou seja, se o contrato referir-se a uma doação onerosa ou remuneratória, entende-se que o promitente doador poderá, sim, ser forçado ao cumprimento da promessa, uma vez que o promitente donatário, como afirma Assis Neto, já se submeteu ou se submeterá à realização de exigências oriundas da vontade daquele. (ASSIS NETO, 2009, p. 241). Todavia, caso se trate de a uma doação pura, fica bem nítida a impossibilidade da existência da promessa de doação, uma vez que esta perderá um dos seus elementos constitutivos, qual seja, o animus donandi, indispensável para sua caracterização, conforme já explicitado. 2 Disponível em: Acesso em 14/fev/2010.

27 26 3 NULIDADE DO CONTRATO DE DOAÇÃO 3.1 GENERALIDADES Apesar da liberdade que os contratantes possuem por ocasião da celebração do contrato, criou o legislador algumas restrições que invalidam alguns negócios jurídicos, caso não sejam observadas, em defesa dos interesses de algumas pessoas (incapazes, etc.) ou da própria sociedade, na maioria dos casos, uma vez que, a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. (CC, art. 421). Desta forma, em se tratando do contrato de doação, estabeleceu o legislador algumas restrições impostas ao doador por ocasião da prática do seu ato de liberalidade, culminando na nulidade do contrato celebrado, se forem desconsideradas. Assim, em alguns casos tais nulidades são comuns a todos os contratos, noutros, são oriundas de situações específicas do contrato de doação, além do que, em algumas situações caracteriza-se a nulidade absoluta, noutras, a relativa (anulabilidade) como será analisado a seguir. Necessário se faz relembrar que a nulidade (absoluta) pode ser declarada de ofício pelo juiz, ou a requerimento do Ministério Público ou de qualquer interessado (CC, art. 168), ao passo que a nulidade relativa (anulabilidade) só pode ser invocada pela pessoa a quem aproveite (CC, art. 177) não podendo, portanto, ser reconhecida de ofício pelo juiz, apesar de poder ser ratificado pelas partes (CC, art. 172).

28 CAUSAS DE NULIDADE DO CONTRATO DE DOAÇÃO Várias podem ser as causas de nulidade do contrato de doação. A respeito deste assunto, Pereira entende que, para a validade da doação, exige-se o preenchimento de requisitos gerais e especiais. São-lhes necessários aqueles, que se reclamam para quaisquer negócios jurídicos (...); E ainda têm que ser cumpridos os especiais. (PEREIRA, 1998, p. 154). No presente estudo, serão prioritariamente analisadas aquelas específicas da doação, referentes aos artigos 538 a 564 do Código Civil, pelos objetivos aqui propostos. Serão também referenciadas, as causas de nulidade concernentes aos contratos em geral, constantes do art. 161 do Código Civil, assim como aquelas provenientes dos vícios de consentimento e de vícios sociais, alertando-se, desde logo, que tais disposições também se aplicam ao contrato em estudo, uma vez que sua natureza jurídica, indiscutivelmente, é contratual Incapacidade do doador A incapacidade do doador, geradora de nulidade absoluta, compromete a celebração do contrato de doação por várias formas, sendo a mais comum delas, aquela que advém da incapacidade (absoluta ou relativa) do doador, geralmente praticada pelos seus representantes, que legalmente não estão autorizados a dispor gratuitamente do seu patrimônio, como bem destaca Diniz ao aduzir que, Os absoluta ou relativamente incapazes não poderão, em regra, doar, nem mesmo por meio de representantes legais, visto que as liberalidades não são tidas como feitas no interesse do representado. O representante não poderá efetivar negócios aleatórios, nem a título gratuito. (2003, p. 216).

29 28 No mesmo sentido Venosa, que ao analisar a capacidade do doador em tais casos, entende que, esta será, como regra, a dos atos da vida civil em geral. No entanto, os menores de 16 anos não podem doar, sob pena de nulidade absoluta, pois seus representantes legais não podem dispor gratuitamente do patrimônio. (VENOSA, 2003, p. 118). Entretanto, deve-se ressaltar que a incapacidade para dispor gratuitamente do patrimônio pode-se apresentar de outras formas, como por exemplo, na doação feita por pessoa portadora de determinada síndrome, como se pode constatar do julgado abaixo transcrito, verbis: EMENTA - DOAÇÃO DE TIA IDOSA QUE PADECIA DE SÍNDROME MENTAL À SOBRINHO. ALEGAÇÃO DE QUE A DOADORA PADECIA DE INCAPACIDADE À ÉPOCA DO NEGÓCIO JURÍDICO. Doadora interditada cinco anos após a doação, com diagnóstico de Síndrome de Korsakov, de natureza insidiosa e gradual. Elementos razoáveis a indicar que à época do contrato já padecia a doadora da síndrome, de modo a comprometer o negócio celebrado em favor de um sobrinho, que a abandonou após o negócio. Ação julgada improcedente. Recurso provido, para o fim de acolher a ação e a nulidade absoluta da doação, devendo ser o imóvel inventariado e partilhado entre todos os herdeiros da doadora. (Ap. Civ /SP; 4ª C de Direito Privado do TJSP; Relator Des. Francisco Loureiro.. j. 25/09/2008; p. DJE 08/10/2008). 3 Da mesma forma, outrossim, leciona Gomes em relação à doação feita pelos tutores e curadores referentes aos bens sob sua administração: Tutores e curadores não podem doar os bens que administram. Não lhes é permitido aceitar doações dos seus tutelados ou curatelados que, porventura, fossem autorizados a fazê-las. A concubina de homem casado está proibida de receber doação do concubinário, mas a rigor a proibição afeta o doador, cujo ato é passível de ser anulado por provocação do cônjuge ou dos herdeiros necessários. (2008, p. 257). Realmente, ao tratar do exercício da tutela, por exemplo, o Código Civil estabelece que, ainda que com autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade, dispor dos bens do menor a título gratuito. (CC, art , II). 3 Disponível em: Acesso em 19/fev/2010.

30 Doação entre cônjuges Como é sabido, por ocasião da celebração do casamento, os cônjuges são livres para escolherem o regime de bens, ressaltando-se, todavia, que em alguns destes, conserva-se os bens adquiridos por cada um deles antes do pacto nupcial, noutros, todos os bens se comunicam, sejam adquiridos antes ou depois do casamento e, em alguns deles a própria lei estabelece o regime obrigatório de separação de bens. Consequentemente, por motivos diversos, podem os cônjuges, na constância do casamento, optar por doarem bens entre si, o que é perfeitamente permitido, uma vez que não há nenhum dispositivo no Código Civil que impeça tal ato de liberalidade, a não ser que contrarie o disposto no regime de bens, como, por exemplo, doação a cônjuge na constância do regime da separação obrigatória de bens, como já decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo, conforme ementa abaixo transcrita, verbis: EMENTA - ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL E RESPECTIVA ESCRITURA PÚBLICA. Alegação de simulação. Prova dos autos hábil a comprovar a prática de simulação relativa, por interposta pessoa - Negócio jurídico simulado de compra e venda de imóvel com a finalidade de disfarçar verdadeiro negócio de doação a cônjuge, na constância do regime da separação obrigatória de bens, em detrimento dos direitos sucessórios dos filhos do doador, herdeiros necessários - Alienação a cônjuge do conteúdo econômico da propriedade em prejuízo dos filhos - Art. 167 do Código Civil - Nulidade do negócio jurídico simulado de compra e venda - Nulidade do negócio jurídico dissimulado de doação, por se tratar de doação inoficiosa e implicar burla ao regime da separação obrigatória de bens - Fraude à lei - Exegese do art. 166, VI, do Código Civil - Ação procedente, para o fim de declarar a nulidade do negócio jurídico de compra e venda do imóvel e respectiva escritura pública - Recurso provido. (Ap.Civ SP; 4ª C. Direito Privado. do TJSP; Rel. Des. Francisco Loureiro j. 04/09/2008; p. DJE 18/09/2008). 4 4 Disponível em: Acesso em 19/fev/2010.

31 30 Da mesma forma se o regime de bens for o da comunhão universal, na há qualquer praticidade caso seja praticada alguma doação entre os cônjuges, sendo inválida, portanto, uma vez que o patrimônio, neste caso, obviamente, pertence a ambos. De fato, como resta evidente o posicionamento de Venosa, no transcorrer da sua obra, a doação entre cônjuges não será válida se subverter o regime de bens, não podendo contrariar sua índole respectiva. Assim, não há sentido, se os sujeitos forem casados no regime de comunhão universal, pois o ato não terá sentido prático. (VENOSA, 2003, p. 125). Acerca deste assunto, assim já decidiu o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, verbis: EMENTA - AÇÃO ORDINARIA. REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS FUNDADO NO ART. 258, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO II, DO COD. CIVIL. Os efeitos da separação legal de bens são incontornáveis mediante doações de um cônjuge ao outro. O ato que vise burlar o regime legal de separação de bens é radicalmente nulo. (Ap. Civ ; 6ª C Cível do TJRS; Relator Des. Cacildo de Andrade Xavier. j. 17/08/1993). 5 Vê-se, pois, que se houver algum sentido prático no ato e se este não contrariar nenhum dispositivo legal, pode haver, sim, a doação de bens entre os cônjuges, ressaltando-se, todavia, que tal doação importa em adiantamento do que lhes couber por herança (CC, art. 544), o qual acontece quando o cônjuge concorre como herdeiro necessário com os demais descendentes. Enfim, pode-se afirmar que ocorrerá a nulidade das doações entre cônjuges, como já foi dito, somente se tal ato contrariar o disposto legalmente para determinado regime de bens. 5 Disponível em: Acesso em 19/fev/2010.

32 Doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice Preocupado o legislador em preservar os bens do casal em função das relações concubinárias de um dos cônjuges (marido ou mulher), que poderia dissipar, por meio de doações, o patrimônio por ambos obtido, prejudicando, consequentemente, toda a família, determinou que: Art A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. Qualquer que seja o regime de bens, qualquer um dos cônjuges pode reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato nos termos da lei. Neste sentido, apesar da intenção do legislador em proteger, como já se disse, a família e o patrimônio dos cônjuges devido às relações concubinárias de um deles, entendeu a jurisprudência em atenuar tal restrição, conforme assevera Venosa: (...) a jurisprudência encarregou-se de situar corretamente a proibição, não admitindo a anulação do ato, quando se trata de concubinato sólido, de companheirismo more uxorio, com o donatário ou donatária, na hipótese de o doador encontrar-se separado de fato de há muito do cônjuge. O novo direito concubinário reforça ainda mais esse entendimento (...). Essa proibição somente as pessoas casadas. Não se aplica às solteiras, separadas ou divorciadas, que podem livremente doar seus bens aos companheiros, respeitado o limite da oficiosidade. (2003, p. 126). Realmente, andou bem a jurisprudência em atenuar tal restrição, até porque, após a separação de fato do cônjuge, o concubinato dá início à união estável, conforme já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, verbis:

33 32 EMENTA - DIREITO CIVIL. DOAÇÃO. AQUISIÇÃO DE IMÓVEL EM NOME DA COMPANHEIRA POR HOMEM CASADO, JÁ SEPARADO DE FATO. DISTINÇÃO ENTRE CONCUBINA E COMPANHEIRA. As doações feitas por homem casado à sua companheira, após a separação de fato de sua esposa, são válidas, porque, nesse momento, o concubinato anterior dá lugar à união estável; a contrario sensu, as doações feitas antes disso são nulas. (STJ 3ª T.; Rec. Esp. nº /RJ; Rel. Min. Ari Pargendler. j. 18/06/2009; p. DJ 24/06/2009). 6 No que diz respeito a quem tem o direito de promover ação de anulação das doações feitas pelo cônjuge adúltero, se o cônjuge inocente ou se os herdeiros necessários, Rodrigues faz o seguinte alerta: A lei defere não só ao cônjuge inocente, como também aos herdeiros necessários, o direito de promover a anulação das doações feitas pelo cônjuge adúltero a seu cúmplice. Esse direito é privativo do cônjuge inocente enquanto ele viver. Só após sua morte é que seus herdeiros necessários ganham legitimação para a propositura da reivindicação. Aliás, isso advém não só da circunstância de seus ascendentes e descendentes só adquirirem a condição de herdeiros depois de aberta a sucessão, como também em respeito ao cônjuge inocente, que pode preferir guardar sigilo sobre o adultério de seu consorte, sentimento que deve ser respeitado e que não se compreende seja perturbado pela interferência daqueles seus parentes. (2003, p. 212). De qualquer forma, a falta de autorização do cônjuge, quando necessária e não suprida pelo juiz, nos casos permitidos (CC, art ), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge, ou qualquer um dos herdeiros necessários (CC, art. 550) pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal (CC, art ) Doação de ascendente a descendente Não resta dúvida de que a maior preocupação do legislador no que se refere à doação de ascendente a descendente, é resguardar os interesses dos 6 Disponível em: Acesso em 23/fev/2010.

34 33 descendentes que porventura não participem deste ato de liberalidade do ascendente (doador). Para tanto, criou o legislador algumas limitações com o principal intuito de preservar a legítima, qual seja, a metade dos bens destinada (reservados) aos herdeiros, tendo em vista os constantes artifícios usados nestes tipos de contratos visando simular uma doação, fraudando, deste modo, a futura herança que seria distribuída de forma desigual entre os futuros herdeiros. A propósito, no tocante à venda de ascendente a descendente, assim determina o Código Civil, que é anulável tal negócio jurídico, salvo se os descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Todavia, em ambos os casos, dispensam-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória (CC, art 496 e parágrafo único). Da mesma forma agiu o legislador em relação à troca ou permuta estabelecendo que a estas também se aplique as mesmas disposições referentes à compra e venda (CC art. 533), acrescentando, porém, que é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem o consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante (CC, art. 533, II). Desse modo, fica bem evidente que procurou o legislador, precavidamente, evitar as constantes fraudes, como já foi dito, no sentido de que nenhum dos herdeiros seja prejudicado com relação à sua legitima, pelo fato de outro descendente ter recebido um quinhão mais vantajoso. Feitas tais observações iniciais, perceba-se que no tocante ao contrato de doação propriamente dito, mesmo com todas as precauções acima, sabiamente determinou o legislador, verbis:

35 34 Art A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Como se sabe, os herdeiros necessários do doador, quais sejam, os ascendentes, os descendentes e o cônjuge (CC, art ) têm direito à metade do patrimônio do doador (legítima), sendo que a outra metade pode o doador disponibilizá-la da maneira que bem entender, todavia, considerando-se inoficiosa a doação que ultrapassar esta sua quota disponível, caso contrário, seria fácil burlar o direito sucessório. A jurisprudência, por sua vez, de forma majoritária, tem se orientado da mesma forma, conforme consta da ementa da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça abaixo transcrita, verbis: EMENTA RECURSO ESPECIAL. SUCESSÕES. INVENTÁRIO. PARTILHA EM VIDA. NEGÓCIO FORMAL. DOAÇÃO. ADIANTAMENTO DA LEGÍTIMA. DEVER DE COLAÇÃO. IRRELEVÂNCIA DA CONDIÇÃO DE HERDEIROS. DISPENSA. EXPRESSA MANIFESTAÇÃO DO DOADOR. Todo ato de liberalidade, inclusive doação, feito a descendente e/ou herdeiro necessário nada mais é que adiantamento de legítima, impondo, portanto, o dever de trazer à colação, sendo irrelevante a condição dos demais herdeiros: se supervenientes ao ato de liberalidade, se irmãos germanos ou unilaterais. É necessária a expressa aceitação de todos os herdeiros e a consideração de quinhão de herdeira necessária, de modo que a inexistência da formalidade que o negócio jurídico exige não o caracteriza como partilha em vida. - A dispensa do dever de colação só se opera por expressa e formal manifestação do doador, determinando que a doação ou ato de liberalidade recaia sobre a parcela disponível de seu patrimônio. Recurso especial não conhecido. (STJ 3ª T.; Rec. Esp. nº /MG 2005/ ; Rel. Min. Nancy Andrighi. j. 02/05/05; p. DJ 20/06/05, p. 287). 7 Deste modo, em se tratando de doações feitas pelos ascendentes aos descendentes, estes são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação (CC, art. 2002). Noutras palavras, tais doações, recebidas em vida, portanto, deverão ser trazidas à 7 Disponível em: Acesso em 23/fev/2010.

DA DOAÇÃO. É o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens e vantagens para o de outra

DA DOAÇÃO. É o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens e vantagens para o de outra DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATO DA DOAÇÃO É o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens e vantagens para o de outra Unilateral, porque envolve prestação de uma só das

Leia mais

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Lição 14. Doação Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Na doação deve haver, como em qualquer outro

Leia mais

REGIME DE BENS NO NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

REGIME DE BENS NO NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 1 REGIME DE BENS NO NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO Cleiton Graciano dos Santos 1 RESUMO: Este artigo trata sobre o Regime de Bens no novo Código Civil brasileiro, apresentando os principais aspectos do assunto,

Leia mais

Direito Civil III Contratos

Direito Civil III Contratos Direito Civil III Contratos Doação Art. 538 à 564 Prof. Andrei Brettas Grunwald 2011.1 1 Conceito Artigo 538 Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio

Leia mais

Aula 008 Da Sucessão Testamentária

Aula 008 Da Sucessão Testamentária Aula 008 Da Sucessão Testamentária 3.5 Disposições Testamentárias 3.5.1 Regras gerais 3.5.2 Espécies de disposições 3.5.2.1 Simples 3.5.2.2 Condicional 3.5.2.3 A Termo ou a prazo 3.5.2.4 Modal 3.5.2.5

Leia mais

AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC)

AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC) AULA 06 DA ADOÇÃO (ART. 1618 A 1629 CC) DO CONCEITO A ADOÇÃO É UM ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO, CUJA EFICACIA É DEPENDENTE DA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. NESSE CASO, CRIA UM VÍNCULO FICTÍCIO DE PATERNIDADE-

Leia mais

PRÁTICA CIVIL E PROCESSUAL LEGALE

PRÁTICA CIVIL E PROCESSUAL LEGALE BEM IMOVEL Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I -os direitos reais sobre imóveis e as ações

Leia mais

Professora Alessandra Vieira

Professora Alessandra Vieira Sucessão Legítima Conceito: A sucessão legítima ou ab intestato, é a que se opera por força de lei e ocorre quando o de cujus tem herdeiros necessários que, de pleno direito, fazem jus a recolher a cota

Leia mais

Do ato formal da doação e da dispensa de colação em face do novo código civil José da Silva Pacheco

Do ato formal da doação e da dispensa de colação em face do novo código civil José da Silva Pacheco Do ato formal da doação e da dispensa de colação em face do novo código civil José da Silva Pacheco SUMÁRIO: 1. Da doação como ato de liberalidade e das formas de sua celebração. 2. A doação de ascendente

Leia mais

DOAÇÃO. 1. Referência legal do assunto. Arts. 538 a 564 do CC. 2. Conceito e características da doação

DOAÇÃO. 1. Referência legal do assunto. Arts. 538 a 564 do CC. 2. Conceito e características da doação 1. Referência legal do assunto Arts. 538 a 564 do CC. DOAÇÃO 2. Conceito e características da doação O art. 538 do CC define a doação como um contrato pelo qual uma pessoa, por liberalidade, transfere

Leia mais

PONTO 1: Sucessões. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA art. 1845 do CC. A dispensa tem que ser no ato da liberalidade ou no testamento.

PONTO 1: Sucessões. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA art. 1845 do CC. A dispensa tem que ser no ato da liberalidade ou no testamento. 1 DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL PONTO 1: Sucessões SUCESSÃO LEGÍTIMA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA art. 1845 do CC. A dispensa tem que ser no ato da liberalidade ou no testamento. Colação não significa devolução

Leia mais

DIREITO CIVIL IV TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS. Foed Saliba Smaka Jr. Aulas 27/28 10 e 11/11/2015.

DIREITO CIVIL IV TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS. Foed Saliba Smaka Jr. Aulas 27/28 10 e 11/11/2015. DIREITO CIVIL IV TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS. Foed Saliba Smaka Jr. Aulas 27/28 10 e 11/11/2015. Introdução: Tão antigo quanto a troca, anterior a compra e venda. Transferência de Patrimônio

Leia mais

Julio Cesar Brandão. I - Introdução

Julio Cesar Brandão. I - Introdução DOAÇÃO: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A DOAÇÃO E AS CLÁUSULAS RESTRITIVAS DE INCOMUNICABILIDADE, INALIENABILIDADE E IMPENHORABILIDADE À LUZ DO NOVO CÓDIGO CIVIL Julio Cesar Brandão SUMÁRIO: I - Introdução.

Leia mais

DIREITO CIVIL REGIME DE BENS

DIREITO CIVIL REGIME DE BENS DIREITO CIVIL REGIME DE BENS 1 1. Princípios a) P. da autonomia da vontade (1.639); b) P. da garantia da ordem pública (1.640); c) P. da definitividade do regime (1.639); d) P. da vedação ao enriquecimento.

Leia mais

Grupo de Estudos de Empresas Familiares GVlaw/ Direito GV. Reflexos Familiares e Sucessórios na Empresa Familiar. Apresentação 10.08.

Grupo de Estudos de Empresas Familiares GVlaw/ Direito GV. Reflexos Familiares e Sucessórios na Empresa Familiar. Apresentação 10.08. Grupo de Estudos de Empresas Familiares GVlaw/ Direito GV Reflexos Familiares e Sucessórios na Empresa Familiar Apresentação 10.08.10 Luiz Kignel Karime Costalunga F 1 F 2 F 3 F 1 F 2 F 3 F 4 Fundador

Leia mais

DOAÇÃO E SEUS IMPACTOS NO DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÃO. http://patriciafontanella.adv.br

DOAÇÃO E SEUS IMPACTOS NO DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÃO. http://patriciafontanella.adv.br DOAÇÃO E SEUS IMPACTOS NO DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÃO doação Conceito: é negócio jurídico unilateral inter vivos, em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para

Leia mais

a) Liberatória (art. 299 CC) o devedor originário está exonerado do vínculo obrigacional.

a) Liberatória (art. 299 CC) o devedor originário está exonerado do vínculo obrigacional. Turma e Ano: Flex B (2013) Matéria / Aula: Direito Civil / Aula 12 Professor: Rafael da Mota Mendonça Conteúdo: Obrigações: V - Transmissão das Obrigações: 2. Assunção de Dívida. Contratos: Teoria Geral

Leia mais

- Doação a incapaz, terá de o ser sem encargos (puras) e produz efeitos independentemente da aceitação (presumida). (951. nº. 1 e 2 CC).

- Doação a incapaz, terá de o ser sem encargos (puras) e produz efeitos independentemente da aceitação (presumida). (951. nº. 1 e 2 CC). Noção Contrato pelo qual uma Pessoa Jurídica, por espírito de liberalidade e à custa do seu património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de um direito, ou assume uma obrigação, em benefício do outro

Leia mais

União estável e a separação obrigatória de bens

União estável e a separação obrigatória de bens União estável e a separação obrigatória de bens Quando um casal desenvolve uma relação afetiva contínua e duradoura, conhecida publicamente e estabelece a vontade de constituir uma família, essa relação

Leia mais

Modular Direito de Família Disposições Gerais Sobre o Casamento Incapacidade e Impedimento Causas Suspensivas Fernando Viana

Modular Direito de Família Disposições Gerais Sobre o Casamento Incapacidade e Impedimento Causas Suspensivas Fernando Viana Modular Direito de Família Disposições Gerais Sobre o Casamento Incapacidade e Impedimento Causas Suspensivas Fernando Viana 2012 Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.

Leia mais

Lição 5. Formação dos Contratos

Lição 5. Formação dos Contratos Lição 5. Formação dos Contratos Seção II Da Formação dos Contratos Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias

Leia mais

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum 11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas As sociedades não-personificadas são sociedades que não tem personalidade jurídica própria, classificada em: sociedade em comum e sociedade

Leia mais

1. REGISTRO RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Falido:... Estrangeiro:... Médico:... Advogado:... Membros do legislativo:...

1. REGISTRO RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Falido:... Estrangeiro:... Médico:... Advogado:... Membros do legislativo:... 1 DIREITO EMPRESARIAL PONTO 1: Registro PONTO 2: Incapacidade Superveniente PONTO 3: Sociedade Empresária 1. REGISTRO Para fazer o registro, a pessoa deve estar livre de qualquer impedimento ou proibição.

Leia mais

Direito das Obrigações I 2.º ano A 6 de Janeiro de 2015 2 horas (Correção)

Direito das Obrigações I 2.º ano A 6 de Janeiro de 2015 2 horas (Correção) I Bento e Carlos celebraram um contrato-promessa de compra e venda de um imóvel. De acordo com o disposto no art. 410.º, n.º 2, o contrato-promessa deve ser celebrado sob a forma escrita, uma vez que o

Leia mais

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt PESSOA NATURAL 1. Conceito: é o ser humano, considerado como sujeito de direitos e deveres. Tais direitos e deveres podem ser adquiridos após o início da PERSONALIDADE, ou seja, após o nascimento com vida

Leia mais

Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período

Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período Toda a sucessão legítima observará uma ordem de vocação hereditária que, no Código Civil, está prevista no artigo 1.829. Art. 1.829.

Leia mais

A COLAÇÃO DOS BENS DOADOS A HERDEIROS: ANÁLISE DO ACÓRDÃO Nº 70050981836 JULGADO PELO TJRS

A COLAÇÃO DOS BENS DOADOS A HERDEIROS: ANÁLISE DO ACÓRDÃO Nº 70050981836 JULGADO PELO TJRS 23 A COLAÇÃO DOS BENS DOADOS A HERDEIROS: ANÁLISE DO ACÓRDÃO Nº 70050981836 JULGADO PELO TJRS Adrieli Aline Frias 1 Daniele Garcia 2 Niagara Sabrina 3 Ynaia Medina Long 4 Orientadora: Profª. Mª. Ana Cleusa

Leia mais

DIREITO CIVIL Espécies de Contratos

DIREITO CIVIL Espécies de Contratos DIREITO CIVIL Espécies de Contratos Espécies de Contratos a serem estudadas: 1) Compra e venda e contrato estimatório; 2) Doação; 3) Depósito; 4) Mandato; 5) Seguro; 6) Fiança; 7) Empréstimo (mútuo e comodato);

Leia mais

NEGÓCIO JURÍDICO Conceito MANIFESTAÇÃO DE VONTADE + FINALIDADE NEGOCIAL (aquisição, conservação, modificação e extinção de direitos)

NEGÓCIO JURÍDICO Conceito MANIFESTAÇÃO DE VONTADE + FINALIDADE NEGOCIAL (aquisição, conservação, modificação e extinção de direitos) NEGÓCIO JURÍDICO Conceito MANIFESTAÇÃO DE VONTADE + FINALIDADE NEGOCIAL (aquisição, conservação, modificação e extinção de direitos) INTERPRETAÇÃO Boa-fé e usos do lugar CC113 Os negócios jurídicos devem

Leia mais

AULA 08 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

AULA 08 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS Profª Helisia Góes Direito Civil III Contratos Turmas 5ºDIV, 5º DIN-1 e 5º DIN-2 DATA: 24/09/09 (5º DIV) e 29/09/09 (5º DIN-1 e 5º DIN-2) CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ AULA 08 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

Leia mais

Nele também são averbados atos como o reconhecimento de paternidade, a separação, o divórcio, entre outros, além de serem expedidas certidões.

Nele também são averbados atos como o reconhecimento de paternidade, a separação, o divórcio, entre outros, além de serem expedidas certidões. No Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais são regis- trados os atos mais importantes da vida de uma pessoa, como o nascimento, o casamento e o óbito, além da emancipação, da interdição, da ausência

Leia mais

Regime de Bens no Casamento. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Regime de Bens no Casamento. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Regime de Bens no Casamento Regime de Bens no Casamento Regime de bens é o conjunto de determinações legais ou convencionais, obrigatórios e alteráveis, que regem as relações patrimoniais entre o casal,

Leia mais

Resumo Aula-tema 05: Direito de Família e das Sucessões.

Resumo Aula-tema 05: Direito de Família e das Sucessões. Resumo Aula-tema 05: Direito de Família e das Sucessões. Para o autor do nosso livro-texto, o Direito de família consiste num complexo de normas que regulam a celebração do casamento e o reconhecimento

Leia mais

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento

Art. 27 - rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Civil (Parte Geral) / Aula 05 Professor: Rafael da Motta Mendonça Conteúdo: II) Ausência: Sucessão Definitiva. III)Capacidade: Espécies de Capacidade

Leia mais

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida.

A extinção da personalidade ocorre com a morte, que pode ser natural, acidental ou presumida. Turma e Ano: Turma Regular Master A Matéria / Aula: Direito Civil Aula 04 Professor: Rafael da Mota Mendonça Monitora: Fernanda Manso de Carvalho Silva Personalidade (continuação) 3. Extinção da personalidade:

Leia mais

Direito Civil VI - Sucessões. Prof. Marcos Alves da Silva

Direito Civil VI - Sucessões. Prof. Marcos Alves da Silva Direito Civil VI - Sucessões Prof. Marcos Alves da Silva Direito das Sucessões Sucessão: alteração de titulares em uma dada relação jurídica Sucessão (sentido estrito): causa mortis A sucessão engloba

Leia mais

6 Inventários e arrolamentos. Processo. Petição de herança, 83

6 Inventários e arrolamentos. Processo. Petição de herança, 83 1 Noções introdutórias, 1 1.1 Sucessão. Compreensão do vocábulo. O direito das sucessões, 1 1.2 Direito das sucessões no direito romano, 2 1.3 Ideia central do direito das sucessões, 4 1.4 Noção de herança,

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

TODAS AS INFORMAÇÕES SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES!!! CASAMENTO CIVIL (Brasileiros)

TODAS AS INFORMAÇÕES SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES!!! CASAMENTO CIVIL (Brasileiros) TODAS AS INFORMAÇÕES SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES!!! CASAMENTO CIVIL (Brasileiros) PREENCHER O FORMULÁRIO - MEMORIAL - DE CASAMENTO (MODELOS NAS FL 4, 5 E 6), ASSINAR E RECONHECER FIRMA DAS ASSINATURAS

Leia mais

DEFENSORIA PÚBLICA E PROCURADORIAS NOTURNO Direito Civil Professor Murilo Sechieri Data: 02/10/2012 Aula 07 RESUMO. SUMÁRIO (continuação)

DEFENSORIA PÚBLICA E PROCURADORIAS NOTURNO Direito Civil Professor Murilo Sechieri Data: 02/10/2012 Aula 07 RESUMO. SUMÁRIO (continuação) Direito Civil Professor Murilo Sechieri Data: 02/10/2012 Aula 07 RESUMO SUMÁRIO (continuação) I. DIREITO DE FAMÍLIA 5. FILIAÇÃO 5.2. Tipos de reconhecimento 5.3. Ação investigatória de paternidade 5.3.1.

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Os Negócios Jurídicos Da União Estável E Terceiros De Boa-fé Maíta Ponciano Os Casais que vivem união estável DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS DA UNIÃO ESTÁVEL E TERCEIROS DE BOA-FÉ. Desde

Leia mais

Turma e Ano: Turma Regular Master A. Matéria / Aula: Direito Civil Aula 19. Professor: Rafael da Mota Mendonça

Turma e Ano: Turma Regular Master A. Matéria / Aula: Direito Civil Aula 19. Professor: Rafael da Mota Mendonça Turma e Ano: Turma Regular Master A Matéria / Aula: Direito Civil Aula 19 Professor: Rafael da Mota Mendonça Monitora: Fernanda Manso de Carvalho Silva DIREITO DAS COISAS (continuação) (III) Propriedade

Leia mais

Regime de bens no casamento. 14/dez/2010

Regime de bens no casamento. 14/dez/2010 1 Registro Civil Registro de Pessoas Jurídicas Registro de Títulos e Documentos Regime de bens no casamento 14/dez/2010 Noções gerais, administração e disponibilidade de bens, pacto antenupcial, regime

Leia mais

Processos de Regularização de Imóveis

Processos de Regularização de Imóveis Processos de Regularização de Imóveis Prof. Weliton Martins Rodrigues ensinar@me.com www.vivadireito.net 5 5.1. Copyright 2013. Todos os direitos reservados. 1 2 A aquisição da propriedade é forma pela

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Compra e venda com reserva de domínio Raquel Abdo El Assad * Através da compra e venda com reserva de domínio, não se transfere a plena propriedade da coisa ao comprador, pois ao

Leia mais

Classificação da pessoa jurídica quanto à estrutura interna:

Classificação da pessoa jurídica quanto à estrutura interna: Classificação da pessoa jurídica quanto à estrutura interna: São consideradas universitas personarum, quando forem uma associação de pessoas, atenderem aos fins e interesses dos sócios. (fins mutáveis)

Leia mais

Prescrição e decadência

Prescrição e decadência DIREITO CIVIL Professor Dicler A prescrição representa a perda da ação e da exceção (defesa) em razão do decurso de tempo. Tem como fundamento a paz social e a segurança jurídica que ficariam comprometidos

Leia mais

A configuração da relação de consumo

A configuração da relação de consumo BuscaLegis.ccj.ufsc.br A configuração da relação de consumo Samuel Borges Gomes 1. Introdução O Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi sem dúvida um marco na legislação brasileira no sentido de legitimação

Leia mais

APELAÇÃO CÍVEL. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. BENEFICIÁRIO DO

APELAÇÃO CÍVEL. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. BENEFICIÁRIO DO (AÇÃO DE COBRANÇA) APELANTE: FERNANDA DE OLIVEIRA PORTO (AUTORA) APELADO: BRADESCO VIDA E PREVIDÊNCIA S.A. (RÉU) DESEMBARGADORA RELATORA: MARCIA FERREIRA ALVARENGA APELAÇÃO CÍVEL. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO.

Leia mais

16.7.1 Execução de alimentos. Prisão do devedor, 394

16.7.1 Execução de alimentos. Prisão do devedor, 394 1 Introdução ao Direito de Família, 1 1.1 Compreensão, 1 1.2 Lineamentos históricos, 3 1.3 Família moderna. Novos fenômenos sociais, 5 1.4 Natureza jurídica da família, 7 1.5 Direito de família, 9 1.5.1

Leia mais

14. TRIBUTOS EM ESPÉCIE Impostos sobre a Transmissão ITBI e ITCMD

14. TRIBUTOS EM ESPÉCIE Impostos sobre a Transmissão ITBI e ITCMD 14. TRIBUTOS EM ESPÉCIE Impostos sobre a Transmissão ITBI e ITCMD 1 - Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) Compete privativamente aos Estados a instituição

Leia mais

EXERCÍCIO 1. EXERCÍCIO 1 Continuação

EXERCÍCIO 1. EXERCÍCIO 1 Continuação Direito Civil Contratos Aula 1 Exercícios Professora Consuelo Huebra EXERCÍCIO 1 Assinale a opção correta com relação aos contratos. a) O contrato preliminar gera uma obrigação de fazer, no entanto não

Leia mais

ESPÉCIES DE RENÚNCIA AO DIREITO HEREDITÁRIO E EFEITOS TRIBUTÁRIOS. Artur Francisco Mori Rodrigues Motta

ESPÉCIES DE RENÚNCIA AO DIREITO HEREDITÁRIO E EFEITOS TRIBUTÁRIOS. Artur Francisco Mori Rodrigues Motta ESPÉCIES DE RENÚNCIA AO DIREITO HEREDITÁRIO E EFEITOS TRIBUTÁRIOS Artur Francisco Mori Rodrigues Motta ESPÉCIES DE RENÚNCIA AO DIREITO HEREDITÁRIO E EFEITOS TRIBUTÁRIOS Artur Francisco Mori Rodrigues Motta

Leia mais

Contrato Unilateral - gera obrigações para apenas uma das partes. Contrato Bilateral - gera obrigações para ambas as partes.

Contrato Unilateral - gera obrigações para apenas uma das partes. Contrato Bilateral - gera obrigações para ambas as partes. Turma e Ano: Flex B (2013) Matéria / Aula: Civil (Contratos) / Aula 13 Professor: Rafael da Motta Mendonça Conteúdo: Teoria Geral dos Contratos: 3- Classificação; 4 - Princípios. 3. Classificação: 3.1

Leia mais

Direito de Família. Consuelo Huebra

Direito de Família. Consuelo Huebra Direito de Família Consuelo Huebra Casamento A lei só admite o casamento civil, mas o casamento religioso pode produzir efeitos civis na forma dos arts.1515 e 1516, C.C. Parentesco Natural pessoas que

Leia mais

Faculdade de Direito da Alta Paulista

Faculdade de Direito da Alta Paulista PLANO DE ENSINO DISCIPLINA SÉRIE PERÍODO LETIVO CARGA HORÁRIA DIREITO CIVIL V (Direitos de família e das sucessões) QUINTA 2015 136 I EMENTA Direito de Família. Casamento. Efeitos jurídicos do casamento.

Leia mais

AULA 07. Herança Jacente = herança sem herdeiros notoriamente conhecidos (arts. 1819 e ss. do CC).

AULA 07. Herança Jacente = herança sem herdeiros notoriamente conhecidos (arts. 1819 e ss. do CC). 01 Profª Helisia Góes Disciplina: DIREITO CIVIL VI SUCESSÕES Turmas: 8ºDIV, 8ºDIN-1 e 8º DIN-2 Data: 21/08/12 AULA 07 II - SUCESSÃO EM GERAL (Cont...) 11. Herança Jacente e Vacante (arts. 1.819 a 1.823,

Leia mais

A propositura da ação vincula apenas o autor e o juiz, pois somente com a citação é que o réu passa a integrar a relação jurídica processual.

A propositura da ação vincula apenas o autor e o juiz, pois somente com a citação é que o réu passa a integrar a relação jurídica processual. PROCESSO FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO FORMAÇÃO DO PROCESSO- ocorre com a propositura da ação. Se houver uma só vara, considera-se proposta a ação quando o juiz despacha a petição inicial; se houver

Leia mais

PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVAS REGRAS PARA ESCOLHA DE BENEFICIÁRIOS

PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVAS REGRAS PARA ESCOLHA DE BENEFICIÁRIOS PERGUNTAS E RESPOSTAS NOVAS REGRAS PARA ESCOLHA DE BENEFICIÁRIOS 1 - O que é Beneficiário Indicado? Qualquer pessoa física indicada pelo Participante conforme definido no regulamento do Plano. 2 - O que

Leia mais

DIREITO EMPRESARIAL PROFESSORA ELISABETE VIDO

DIREITO EMPRESARIAL PROFESSORA ELISABETE VIDO DIREITO EMPRESARIAL PROFESSORA ELISABETE VIDO SUMÁRIO 1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2. TEORIA DA EMPRESA 3. ATIVIDADE EMPRESARIAL 4. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 5. ATIVIDADE RURAL 6. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL REGULAR X

Leia mais

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS MAGALI COSTA CONS. HILTON PAIVA DE MACÊDO RELATÓRIO

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS MAGALI COSTA CONS. HILTON PAIVA DE MACÊDO RELATÓRIO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS Nº DE ORDEM I T C D O. S. RECURSO RECORRENTE RECORRIDO RELATOR 0099/2013-CRF 2342/2012-1ª URT EX OFFICIO MAGALI COSTA CONS. HILTON PAIVA DE MACÊDO

Leia mais

NOVAÇÃO. Ana Lúcia Boneto Ciappina Laffranchi

NOVAÇÃO. Ana Lúcia Boneto Ciappina Laffranchi DIREITO CIVIL NOVAÇÃO Ana Lúcia Boneto Ciappina Laffranchi Através do conteúdo que se segue, tento fazer um breve, porém proveitoso apanhado sobre a novação, principalmente no tocante à forma como o assunto

Leia mais

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Quanto à fonte: a) Alimentos legais: fixados pela lei, fundamentados no direito de família, decorrentes do casamento, ou união estável ou da relação de parentesco

Leia mais

USUFRUTO. 1) Conceito:

USUFRUTO. 1) Conceito: USUFRUTO 1) Conceito: O usufruto é um dos chamados direitos reais sobre coisa alheia. Para Sílvio de Salvo Venosa 1 usufruto é um direito real transitório que concede a seu titular o poder de usar e gozar

Leia mais

CONSELHO DA MAGISTRATURA AP 0384136-63.2011.8.19.0001 DECLARAÇÃO DE VOTO

CONSELHO DA MAGISTRATURA AP 0384136-63.2011.8.19.0001 DECLARAÇÃO DE VOTO CONSELHO DA MAGISTRATURA AP 0384136-63.2011.8.19.0001 DECLARAÇÃO DE VOTO Apesar de ter acompanhado o douto relator, considerando que no voto respectivo foi tratada questão não objeto do recurso, ou seja,

Leia mais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais Número do 1.0071.07.034954-4/001 Númeração 0349544- Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Bitencourt Marcondes Des.(a) Bitencourt Marcondes 25/03/2009 30/04/2009

Leia mais

DIREITO CIVIL EXERCÍCIOS SUCESSÕES DISCURSIVAS:

DIREITO CIVIL EXERCÍCIOS SUCESSÕES DISCURSIVAS: DIREITO CIVIL EXERCÍCIOS SUCESSÕES DISCURSIVAS: 1. Capacidade para suceder é a aptidão da pessoa para receber os bens deixados pelo de cujus no tempo da abertura da sucessão. Considerando tal afirmação

Leia mais

Em regra, todos os créditos podem ser cedidos (art. 286 CC) a) Créditos de natureza personalíssima;

Em regra, todos os créditos podem ser cedidos (art. 286 CC) a) Créditos de natureza personalíssima; Turma e Ano: Flex B (2013) Matéria / Aula: Direito Civil / Aula 11 Professor: Rafael da Mota Mendonça Conteúdo: V- Transmissão das Obrigações: 1. Cessão de Crédito. V - Transmissão das Obrigações: 1. CESSÃO

Leia mais

Dados Básicos. Legislação. Ementa. Íntegra

Dados Básicos. Legislação. Ementa. Íntegra Dados Básicos Fonte: 1.0024.05.707278-7/001(1) Tipo: Acórdão TJMG Data de Julgamento: 27/04/2011 Data de Aprovação Data não disponível Data de Publicação:13/05/2011 Estado: Minas Gerais Cidade: Belo Horizonte

Leia mais

Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br

Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br O suicídio é coberto ou não pelo seguro de vida dentro do período de carência? Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br Para responder esta pergunta, vamos entender qual a sistemática do Código

Leia mais

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação Fls. 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 249 - Data 12 de setembro de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA A promessa de compra e venda de

Leia mais

Direito Civil Dr. Márcio André Lopes Cavalcante Juiz Federal

Direito Civil Dr. Márcio André Lopes Cavalcante Juiz Federal Direito Civil Dr. Márcio André Lopes Cavalcante Juiz Federal Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados. 1 Principais julgados do 1 o Semestre de 2013 Julgados

Leia mais

CONTRATO DE CONVIVÊNCIA E SUAS REPERCUSSÕES NO DIREITO SUCESSÓRIO

CONTRATO DE CONVIVÊNCIA E SUAS REPERCUSSÕES NO DIREITO SUCESSÓRIO CONTRATO DE CONVIVÊNCIA E SUAS REPERCUSSÕES NO DIREITO SUCESSÓRIO Edgard Borba Fróes Neto 1 Resumo A possibilidade dos companheiros livremente estipularem regras de cunho patrimonial, mediante celebração

Leia mais

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 1 Eficácia é o poder que tem as normas e os atos jurídicos para a conseqüente produção de seus efeitos jurídicos próprios. No sábio entendimento do mestre

Leia mais

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO

O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO O MENSALÃO E A PERDA DE MANDATO ELETIVO José Afonso da Silva 1. A controvérsia 1. A condenação, pelo Supremo Tribunal Federal, na Ação Penal 470, de alguns deputados federais tem suscitado dúvidas relativamente

Leia mais

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA PROVA ESCRITA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - TURMA A

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA PROVA ESCRITA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - TURMA A FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA PROVA ESCRITA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - TURMA A REGENTE: PROF. DOUTOR MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA 27-02-2015 DURAÇÃO DA PROVA: 2H00 Alice, domiciliada

Leia mais

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2011.

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2011. Rio de Janeiro, 26 de julho de 2011. Ementa: Direito Administrativo e tributário. Desapropriação de imóvel urbano Responsabilidade pelo pagamento da dívida de IPTU e Compensação com o valor a ser recebido

Leia mais

DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. Curso de Técnico em Transações Imobiliárias Curso Total

DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. Curso de Técnico em Transações Imobiliárias Curso Total DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS Curso de Técnico em Transações Imobiliárias Curso Total DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. FINALIDADE. DOS TÍTULOS REGISTRÁVEIS: ESCRITURA

Leia mais

Notas técnicas. Introdução

Notas técnicas. Introdução Notas técnicas Introdução As Estatísticas do Registro Civil são publicadas desde 1974 e fornecem um elenco de informações relativas aos fatos vitais, casamentos, separações e divórcios ocorridos no País.

Leia mais

PARECER Nº, DE 2010. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS JÚNIOR I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE 2010. RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS JÚNIOR I RELATÓRIO PARECER Nº, DE 2010 Da COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS, sobre o Projeto de Lei da Câmara nº 57, de 2007 (PL 4760, de 2005, na origem), que altera o art. 3º da Lei nº 8.100, de 5 de dezembro de 1990, para

Leia mais

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome Sociedade Limitada I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome II a limitação refere-se aos sócios 2. Responsabilidade dos Sócios I - Decreto 3.708/19 (sociedade

Leia mais

I miii mil mil um um um mu um mi m

I miii mil mil um um um mu um mi m ACÓRDÃO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA REGISTRADO(A) SOB N I miii mil mil um um um mu um mi m *03071141* Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n 994.08.058146-0, da Comarca de São Paulo,

Leia mais

14/06/2013. Andréa Baêta Santos

14/06/2013. Andréa Baêta Santos Tema: DIREITO REGISTRAL IMOBILIÁRIO Questões de Registro de Imóveis 14/06/2013 1. Na certidão em relatório Oficial deve sempre se ater ao quesito requerente? formulado o pelo Não, pois sempre que houver

Leia mais

1959 Direito de Família e Sucessões Parte 1 Do Direito de Família 1. Família. Conceito. Família e sociedade. Suas diferentes formas. Constituição de 1946 a espeito. Direito de Família. 2. Esponsais. Breve

Leia mais

Legislação e tributação comercial

Legislação e tributação comercial 6. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 6.1 Conceito Na terminologia adotada pelo CTN, crédito tributário e obrigação tributária não se confundem. O crédito decorre da obrigação e tem a mesma natureza desta (CTN, 139).

Leia mais

- Espécies. Há três espécies de novação:

- Espécies. Há três espécies de novação: REMISSÃO DE DÍVIDAS - Conceito de remissão: é o perdão da dívida. Consiste na liberalidade do credor em dispensar o devedor do cumprimento da obrigação, renunciando o seu direito ao crédito. Traz como

Leia mais

Exame de Direito das Sucessões. 18 de junho de 2014. I (17 valores) Em 2008, C é condenado pelo crime de homicídio doloso de seu irmão D.

Exame de Direito das Sucessões. 18 de junho de 2014. I (17 valores) Em 2008, C é condenado pelo crime de homicídio doloso de seu irmão D. Exame de Direito das Sucessões 18 de junho de 2014 I (17 valores) A é casado com B, tendo o casal três filhos, C, D e E. B tem ainda um filho, F, de um anterior casamento. C é casado com G e tem uma filha

Leia mais

Lei 11.795/08 A NOVA LEI DE CONSÓRCIOS. Juliana Pereira Soares

Lei 11.795/08 A NOVA LEI DE CONSÓRCIOS. Juliana Pereira Soares Lei 11.795/08 A NOVA LEI DE CONSÓRCIOS Art. 2º da Lei 11.795/08: Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas previamente determinados, promovida

Leia mais

DO REGISTRO DA COMPRA E VENDA CONDICIONAL

DO REGISTRO DA COMPRA E VENDA CONDICIONAL DO REGISTRO DA COMPRA E VENDA CONDICIONAL João Pedro Lamana Paiva 1 Resumo: este artigo faz uma abordagem acerca do registro do contrato de compra e venda de imóvel que contenha cláusula que condicione

Leia mais

Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal

Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal Capítulo 3 Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal Leia a lei: arts. 1.571 a 1.582 CC. Como se trata de uma relação de base contratual, o casamento

Leia mais

Direito das Coisas II

Direito das Coisas II 2.8 DO DIREITO DO PROMITENTE COMPRADOR Ao cabo do que já era reconhecido pela doutrina, o Código Civil de 2002, elevou o direito do promitente comprador ao status de direito real. Dantes, tão somente constava

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL 1 APELAÇÃO CÍVEL 2009.001.27482

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL 1 APELAÇÃO CÍVEL 2009.001.27482 1 APELAÇÃO CÍVEL 2009.001.27482 APELANTE: LAUDEMIRA LEONCIA DA SILVA APELADO: LUIZ FELIPE WHYTE DYLONG PROCESSO CIVIL APELAÇÃO ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA PROMESSA DE CESSÃO DE DIREITOS SOBRE IMÓVEL COM QUITAÇÃO

Leia mais

SOCIEDADE EMPRESÁRIA

SOCIEDADE EMPRESÁRIA SOCIEDADE EMPRESÁRIA I-CONCEITO Na construção do conceito de sociedade empresária dois institutos jurídicos servem de alicerce: a pessoa jurídica e a atividade empresarial. Um ponto de partida, assim para

Leia mais

O dispositivo em questão dispõe que a incorporação imobiliária poderá ser submetida ao regime de afetação, a critério do incorporador, nestes termos:

O dispositivo em questão dispõe que a incorporação imobiliária poderá ser submetida ao regime de afetação, a critério do incorporador, nestes termos: Exmo. Sr. Presidente do Instituto dos Advogados do Brasil PARECER INDICAÇÃO Nº 022/2015 Projeto de Lei nº 5092/2013: Altera a redação do art. 31-A da Lei nº 4.591/1964, para qualificar como patrimônio

Leia mais

ATUALIZAÇÃO DO CONTEÚDO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO CONFORME LEI 12.470 DE 31/08/2011

ATUALIZAÇÃO DO CONTEÚDO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO CONFORME LEI 12.470 DE 31/08/2011 ATUALIZAÇÃO DO CONTEÚDO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO CONFORME LEI 12.470 DE 31/08/2011 8. DEPENDENTES Na ausência do arrimo de família, a sociedade houve por bem dar proteção social aos que dele (a) dependiam.

Leia mais

Terceiro Setor, ONGs e Institutos

Terceiro Setor, ONGs e Institutos Terceiro Setor, ONGs e Institutos Tomáz de Aquino Resende Promotor de Justiça. Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Tutela de Fundações de Minas Gerais. Usualmente é chamado de

Leia mais

EMPRÉSTIMO. 1. Referência legal do assunto. Arts. 579 a 592 do CC. 2. Conceito de empréstimo

EMPRÉSTIMO. 1. Referência legal do assunto. Arts. 579 a 592 do CC. 2. Conceito de empréstimo 1. Referência legal do assunto Arts. 579 a 592 do CC. 2. Conceito de empréstimo EMPRÉSTIMO Negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega uma coisa a outra, de forma gratuita, obrigando-se esta a devolver

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Do contrato de troca ou permuta Maíra Santos Antunes da Silva Conceito Na permuta um dos contratantes promete uma coisa em troca de outra, ou seja, uma parte se obriga a dar uma

Leia mais

1 Geli de Moraes Santos M. Araújo

1 Geli de Moraes Santos M. Araújo 1 Contrato de Fiança. 1 Geli de Moraes Santos M. Araújo Sumário: Resumo. 1. Introdução. 2. Natureza jurídica da fiança. 3. Espécies de fiança. 4. Requisitos subjetivos e objetivos. 5. Efeitos da fiança.

Leia mais