Repotenciação, de Usinas Hidrelétricas. Repowering of Hydropower Plants A electric power generation option in Brazil

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Repotenciação, de Usinas Hidrelétricas. Repowering of Hydropower Plants A electric power generation option in Brazil"

Transcrição

1 Ano 9 Revista nº 36 JAN/FEV/MAR Repotenciação, de Usinas Hidrelétricas Opção na geração de energia elétrica no Brasil Repowering of Hydropower Plants A electric power generation option in Brazil ACF Maria Carneiro Crise energética: O Brasil corre risco de um novo apagão? Energy crisis: is Brazil on the brink of another blackout? Artigos Técnicos Technical Articles Agenda de Eventos Events Schedule

2 Comitê Diretor do CERPCH Director Committee Ivonice Aires Campos Geraldo Lúcio Tiago F O tiago@unifei.edu.br Gilberto Moura Valle Filho gvalle@cemig.com.br Patrícia Cristina P. Silva fapepe@unifei.edu.br Célio Bermann cbermann@iee.usp.br Cláudio G. Branco da Motta claudio@furnas.com.br José Carlos César Amorim jcamorim@ime.eb.br Antonio Marcos Rennó Azevedo antoniorenno@eletrobras.gov.br Rogério de Abreu Menescal rmenescal@aneel.gov.br Expediente Editorial Editor Coord. Redação Jornalista Resp. Redação Projeto Gráfico Diagramação e Arte Tradução Equipe Técnica Colaboração Pesquisa Presidente Secretário Executivo CEMIG FAPEPE IEE/ USP FURNAS IME Eletrobrás ANEEL Geraldo Lúcio Tiago Filho Camila Rocha Galhardo Adriana Barbosa MTb-MG Adriana Barbosa Camila Rocha Galhardo e Fabiana Gama Viana Orange Design Adriano Silva Bastos Adriana Candal Cidy Sampaio da Silva Paulo Roberto Campos Ângelo Stano Júnior Helmo Lemos 03 Technical Articles Curtas News Repotenciação Repowering PCH Notícias & SHP News é uma publicação trimestral do CERPCH The PCH Notícias & SHP News is a three-month period publication made by CERPCH Tiragem/ Edition: exemplares/ issues contato comercial: pchnoticias@unifei.edu.br Crise Energética Energy Crisis 36 Av. BPS, Bairro Pinheirinho Itajubá - MG - Brasil cep: pchcomunicacao@unifei.edu.br pchnoticias@unifei.edu.br Tel: (+55 35) Fax: (+55 35) ISSN

3 Prezados Leitores. O mês de fevereiro tem sido pródigo em chuvas no Sudeste, e com isso os principais reservatórios que abastecem as hidrelétricas da região encheram o suficiente para afastar o risco de racionamento de energia este ano. Além disso, a oferta de gás natural aumentou no mercado interno, com a entrada em operação de um duto que liga os campos de produção no Espírito Santo ao Rio de Janeiro. No quadro atual, continuaremos, a cada ano, dependendo dos humores de São Pedro. E contar com a sorte não é uma boa estratégia. Estimular investimentos privados continua sendo o melhor caminho, que já deveria ter sido seguido desde o primeiro mandato do atual governo Essa é uma parte da notícia publicada no jornal O Globo, um dos principais do país. Desde 20, quando o país passou pela maior crise de desabastecimento de energia elétrica de sua história, nunca se discutiu tanto sobre energia como no início de O fato é que agora o Brasil encontra-se repensando no que poderia ter sido feito para evitar que a energia mais uma vez seja colocada como a vilã, impedindo o crescimento do país. Para isso, o país busca cada vez mais meios para superar os gargalos do desenvolvimento econômico. Embora a participação das térmicas a gás tenha aumentado, a matriz energética brasileira continuará sendo essencialmente hídrica. Ainda continuaremos a construir grandes usinas hidrelétricas, como as do rio Madeira: Jirau, Santo Antônio e Belo Monte no rio Xingu que, embora distantes dos grandes centros consumidores, fazem-se necessária para atender a demanda crescente por energia elétrica. Junto com esses grandes empreendimentos, o planejamento estratégico do governo considera outras fontes de energia tais como as renováveis: eólica, biomassa e PCH, além das térmicas a gás natural e a até mesmo as nucleares que, devido ao aquecimento global, estão se apresentando como uma opção ambientalmente adequada. Apesar de todas essas considerações, uma ação relativamente simples e com grande repercussão é a repotenciação de centrais em operação opção esta que não tem sido levada em conta. Diante deste cenário, trazemos uma entrevista com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e com o Superintendente de Desenvolvimento da Geração da Energest (Grupo Energias do Brasil), que debatem sobre essa possível crise energética. Esta edição marca, também, o início das comemorações dos 10 anos do Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas (CERPCH). Diversas atividades serão realizadas durante o ano e neste início de 2008 estamos lançando nosso novo site: onde nossos leitores e clientes terão acesso a publicações, serviços, oportunidades de empregos, além de notícias relacionadas ao setor. Dear readers, February has been a prodigal month in terms of rainfall in the Southeast, and that rainfall has supplied the main hydropower plant reservoirs with enough water to drive away the risk of energy rationing this year. Besides, the offer of natural gas has risen in the internal market with the operation of a pipeline that connects the producing centers of Espírito Santo to Rio de Janeiro. In today's scenario, we will continue, every year, to depend on Saint Peter's good mood. Having just faith is not a very good strategy. Encouraging private investment is still the best path, which should have already been followed by the first term of this government This is part of an article published by the newspaper O Globo, one of the most important of the country. Since 20, when the country suffered the largest shortage of electric energy in its history, there has never been so much talk about energy as at the beginning of The fact is that now Brazil has to think and re-think about what could have been done to avoid giving the energy the role of villain within this scenario, making the country stop its growth. For that, the country is looking for ways to overcome the strangleholds of economic development. Although the participation of the thermal power plants has increased, the Brazilian energy matrix will always be essentially based on water. We will continually build large plants such as those on the Rivers Madeira and Xingu. Although distant from the large consuming centers, they are necessary to meet the growing demand for electric energy. Together with these large enterprises, the strategic planning of the government considers other energy sources such as the renewables: wind, biomass and SHPs, besides the natural gas thermal power plants and the nuclear power stations, which are presented as a good option, environmentally speaking, because of the global warming. In spite of these considerations, a relatively simple and considerably successful action is the repowering of plants that are operating, but that option has not been taken into account. Facing this scenario we bring an interview with the president of the EPE (Energy Research Company) and another with the Superintendent of Generation Development of Energest (Grupo Energias do Brasil), who talk about a possible energy crisis. This edition also marks the beginning of the celebrations of CERPCH's 10th anniversary. Several activities will be carried out during the year and at the beginning of 2008 we will launch our new website: where our readers and clients will have access to publications services, job opportunities and, of course, a great amount of news regarding the sector. Geraldo Lúcio Tiago Filho Geraldo Lúcio Tiago Filho 03

4 REPOTENCIAÇÃO É de encher os olhos! Em vias de uma iminente crise no setor energético, por que não se discute no Brasil a repotenciação de usinas hidrelétricas? Por Fabiana Gama Viana Várias reuniões entre membros do governo já estão sendo feitas; os especialistas da área fazem análises das mais otimistas às mais catastróficas; e os meios de comunicação já se preparam para anunciar mais uma crise no setor energético brasileiro. Desde 20, quando o país passou pela maior crise de desabastecimento de energia elétrica de sua história, nunca se discutiu tanto sobre energia como no início de Uma nova crise se aproxima? E as lições do apagão de 20 não foram aprendidas? Mais planejamento, mais investimento, mais pessoas capacitadas na gestão do curso energético brasileiro? Com o lançamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo passou a insistir na urgência de possibilitar a oferta de 12,3 mil MW adicionais à energia elétrica gerada atualmente por meio de novas grandes obras, como as hidrelétricas do rio Madeira (RO) e Belo Monte (PA), além da usina nuclear de Angra 3. empreendimentos envoltos em polêmicas e embargos ambientais. O fato é que agora o Brasil encontra-se prestes a repensar no que poderia ter sido feito para evitar que a energia mais uma vez fosse colocada como a vilã, impedindo o crescimento do país. Para isso, o país busca meios para superar os gargalos do desenvolvimento econômico, com a velha 'oposição' entre meio ambiente e desenvolvimento voltando à berlinda. Nesse contexto, é de encher os olhos quando se voltam as atenções para o potencial de repotenciação das usinas hidrelétricas brasileiras. Segundo estudo realizado em 2004 pela ONG WWF e coordenado pelo professor do Instituto de Engenharia Elétrica da USP, Célio Bermann, redimensionar, reformar, modernizar e reativar as hidrelétricas existentes no Brasil não apenas gerariam o volume necessário de energia elétrica para sustentar o crescimento industrial e econômico brasileiro, assim como evitaria o crescimento do passivo ambiental e social gerado pelo modelo energético das últimas décadas. A diretora do Depar- tamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Laura Porto, completa dizendo que o aumento do tempo de disponibilidade das usinas, a segurança no controle e no fornecimento de ponta, além do aumento de geração de energia estão entre alguns dos benefícios resultantes das ações de repotenciação. A longo prazo, trata-se da preservação do potencial hidrelétrico atualmente utilizado, sem perdas por término da vida útil das usinas, afirma. De acordo com o estudo da WWF, que considerou como usinas antigas aquelas com mais de 20 anos e cujos geradores ultrapassaram 120 mil horas de operação, a maioria das usinas, objeto de repotenciação, situa-se no meio de grandes centros de carga, o que confere a cada MW adicionado um valor econômico e estratégico inestimável. Além disso, deve-se levar em conta que a questão da energia barata é cada vez mais inviável, exigindo que se pense de forma mais efetiva em melhoria de eficiência e readequação do padrão de consumo. É importante destacar que a não construção de uma usina hidrelétrica em virtude da melhoria do desempenho de usinas já operantes, seja através da repotenciação ou redução de perdas na rede de transmissão e distribuição, não resolveria todo o imbróglio do risco de falta de energia no país, mas poderia ser uma importante ferramenta na busca de soluções. O estudo A Repotenciação de Usinas Hidrelétricas como Alternativa para o Aumento da Oferta de Energia no Brasil com Proteção Ambiental, desenvolvido pela WWF e coordenado pelo professor Célio Bermann em 2004, pode ser encontrado em Repotenciação de Usinas Hidrelétricas O objetivo da repotenciação é a otimização da geração elétrica, prevenção de paradas não programadas e a introdução oportuna de ações corretivas. Segundo Célio Bermann, em entrevista ao site Carta Maior (jan. 2008), quando é feito o trabalho de repotenciação em uma usina hidrelétrica, avalia-se o quanto uma usina gera em função da disponibilidade hídrica e de suas condições de operação. A partir daí, são sugeridas modificações no isolamento dos diversos componentes ou a substituição dos equipamentos. Ainda de acordo com Bermann, turbinas, gerador e rotor são equipamentos que podem ser trocados, e o custo é substancialmente inferior ao da construção de uma nova usina. Para que a obra de repotenciação de uma usina seja viável é preciso que o custo da energia produzida atinja valores menores que os de referência de comercialização ou valor comercial. No Brasil, aponta o estudo da WWF, são inúmeras as usinas em condições de serem repotenciadas com índices de ganhos de capacidade. De acordo com dados de 2004, apresentados no estudo, o processo de repotenciação aplica-se a ,70 MW de potência instalada no Fonte: A Repotenciação de Usinas Hidrelétricas como Alternativa para o Aumento da Oferta de Energia no Brasil com Proteção Ambiental. Série Técnica Volume X. WWF: parque gerador nacional. (veja gráfico) Benefícios Segundo a diretora do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Laura Porto, diversos estudos têm apontado que benefícios como segurança e confiabilidade do abastecimento de energia podem ser conseguidos por meio da repotenciação. Bermann ainda ressalta que os benefí- 04

5 REPOWERING It's fascinating! On the brink of a crisis in the energy sector, why isn't the repowering of hydropower plants debated in Brazil? Translation Adriana Candal Several meetings with members of the government are already talking place; experts of the area are making analyses that range from the most optimistic to the most catastrophic; and the media is getting ready to announce another crisis in the Brazilian energy sector. Since 20, when the country suffered the largest shortage of electric energy in its history, there has never been so much talk about energy as at the beginning of Is another crisis getting close? The lesson taught by the 20 blackout, weren't they learnt? More planning, more investment, more people specialized in the management of the Brazilian energy path? Launching PAC (a government's plan to accelerate the country's growth), the government started to insist on the urgency to increase the offer of electric energy by 12.3 thousand MW, today through two new large hydroelectric ventures: the plant of the River Madeira in the state of Rondônia and the plant of the River Belo Monte in Pará, in addition to the nuclear power station of Angra 3, enterprises surrounded by controversy and environmental obstacles. The fact is that now Brazil has to think and re-think about what could have been done to avoid giving the energy the role of villain within this scenario, making the country stop its growth. For that, the country is looking for ways to overcome the strangleholds of economic development and the old opponents, environment and development, are back in the game. Within this scenario, one can become dumbfounded by paying attention to the repowering potential of the Brazilian hydropower plants. According to a study carried out in 2004 by WWF and coordinated by USP`s professor Célioio Bermann re-dimensioning, refurbishing, modernizing and re-commissioning the existing hydropower plants would not only generate the necessary amount of electric energy to support the Brazilian industrial and economic growth, but these measures would also avoid the growth of the en- vironmental and social liabilities caused by the energy model of the last decades. The director of the Energy Development Department of the MME (Ministry of Mines and Energy), Ms. Laura Porto, completes by saying that the rise in the availability time of the plants, the security in the control and peak supply, in addition to the increase in the generation of energy lie among some of the benefits that would result from the repowering. In the long run, it is all about preserving the hydropower potential that is used today, without losses caused by the end of the useful life of the plants, she says. According to the WWF study, which considered as old the plants that were over 20 years old and whose generators surpassed 120 thousand hours of operation, most of the plants that could be submitted to repowering are located amidst large load centers, what would add to each MW a significant economic and strategic value. In addition, one must take into account that the issue regarding cheap energy is more and more unfeasible, demanding a different line of thought focusing on efficiency improvement and adjustments in the consuming patterns. It is important to highlight that not building a hydropower plant because of the improvement in the performance of already operating plants, either by repowering or a reduction in the losses in the power and distribution lines, would not solve the conundrum of the risk of energy shortage in the country, but it could be an important tool in the search for solutions. The study Repowering of Hydropower Plants as an Alternative to Increase Energy Offer in Brazil with Environmental Protection, developed by WWF and coordinated by Professor Célio Bermann in 2004, can be found at Repowering of Hydropower Plants The goal of repowering is the optimization of electric generation, the prevention of non-programmed shutdowns and the opportune introduction of corrective actions. According to Professor Célio Bermann, in an interview to the website Carta Maior (Jan. 2008), when a repowering action is carried out at a hydropower plant, one has to assess how much this plant generates in relation to its water availability and its operation conditions. After that, the modifications in the insulation of the several components or the replacement of the equipment are then suggested. Still according to Professor Bermann turbines, the generator and the rotor are the parts that can be replaced, and the cost is incredibly lower than the construction of a new plant. For the repowering action of a plant to be feasible, the cost of the produced energy must reach values that are lower than the values of commercialization reference or the commercial values. In Brazil, the WWF`s study shows that countless plants are able to be repowered with good indexes of gain capacity. According to 2004's Source: Repowering of Hydropower Plants as an Alternative to Increase Energy Offer in Brazil with Environmental Protection. Technical Series Volume X. WWF: data presented in the study the repowering process could be applied to 34, MW of installed power in the national generating system. (refer to chart) Benefits According to Ms. Laura Porto several studies having been showing that the benefits towards assurance and reliability of the en- 05

6 REPOTENCIAÇÃO cios da repotenciação não se resumem apenas ao menor impacto ambiental que causam. (Carta Maior, jan. 2008) O investimento realizado para a troca de turbinas e geradores é bem menor do que o necessário para construir uma nova hidrelétrica, pois esta ainda tem que incluir os custos com as obras civis, que representam 60% do investimento. Da mesma forma, o retorno dos investimentos em repotenciação se dá no máximo em cinco anos; para novas hidrelétricas, este prazo seria de 20 anos. É preciso destacar também que os trabalhos de repotenciação duram em média de quatro a seis meses, período bem menor se comparado ao necessário para a construção de uma nova hidrelétrica. Avaliação caso a caso Bermann também afirma que o estudo de avaliação do potencial de repotenciação é uma avaliação teórica, ou seja, é preciso que ele seja detalhado e feito com base em evidências concretas, em análises caso a caso. (Carta Maior, jan. 2008) No Brasil, vários estudos já foram realizados nesse sentido e foram úteis na avaliação do potencial de repotenciação de hidrelétricas com mais de 20 anos. Segundo Bermann, em 20 anos, a perda mínima da capacidade geradora de uma hidrelétrica é de 3% em função da deterioração do equipamento, mas pode chegar a 25%. (Carta Maior, jan. 2008) Através de uma repotenciação pesada (ver quadro), é possível teoricamente alcançar um ganho de 23% na sua capacidade de geração. Obstáculos Um dos grandes obstáculos é que ainda não foram considerados planejamentos estratégicos do setor. Apesar de ter manifestado certo interesse pela temática em 2004 e também na elaboração do Plano de Governo do PT durante a campanha de 2006, o governo ainda não incluiu a repotenciação como uma opção real dentro de seu planejamento energético. De acordo com Laura Porto, o Ministério de Minas e Energia já encomendou à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) um estudo sobre a análise da viabilidade de repotenciação de hidrelétricas do sistema interligado, com o objetivo de ter mais informações sobre o tema. Além disso, tal como é apresentado no trabalho da WWF, a legislação atual não permite que uma usina possa paralisar a gera- ção de energia. As usinas são obrigadas a garantir a energia de acordo com o montante estabelecido no contrato de concessão. Uma usina que, por alguma razão, pára de entregar para o sistema a quantidade de energia assegurada é penalizada, o que desestimula as empresas geradoras a fazer a repotenciação. Dessa forma, a repotenciação tem que ser bem planejada. Esse fator ficou bastante evidente com a crise energética de 20, pois as paradas das máquinas para a realização de obras deveriam ser muito bem planejadas, já que a queda de produção poderia levar as empresas a recorrer ao Mercado Spot, com preços imprevisíveis e maiores, com o objetivo de manterem seu compromisso. Bermann, também em entrevista à Carta Maior (jan. 2008), aponta um outro empecilho para a repotenciação de usinas hidrelétricas, afirmando que a questão não é técnica e, sim, política. É corriqueiro dizermos que prefeito algum gosta de investir em saneamento, porque a canalização do esgoto está escondida debaixo da terra, ninguém vê. Essa é uma cultura do país, o governante politicamente busca obras com grande visibilidade, não a melhoria daquelas que já existem. Tipos de Repotenciação (segundo extensão do empreendimento) - Mínima: reparo da turbina e do gerador, recuperando seus rendimentos originais. Este reparo corresponde, em média, a 2,5% de ganho de capacidade. Este já é considerado importante e recomendável para a otimização do empreendimento; - Leve: 10% de ganho de capacidade. Repotenciação da turbina e do gerador; - Pesada: 20% a 30% de ganho de capacidade (23,30% em média) pela troca do rotor. Fonte: A Repotenciação de Usinas Hidrelétricas como Alternativa para o Aumento da Oferta de Energia no Brasil com Proteção Ambiental. Série Técnica Volume X. WWF: PEQUENAS, MAS COM GRANDE POTENCIAL Este é um assunto que ainda não foi tratado com a profundidade que merece, tanto por agentes públicos, como privados. Mas, sem dúvida, este tema precisa ser imediatamente discutido para que se possa aproveitar a potencialidade da repotenciação/modernização de PCHs, afirma o presidente da Associação Brasileira de Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), Ricardo Pigatto, em entrevista à PCH Notícias & SHP News (veja quadro). A perspectiva de repotenciação de PCHs, aponta o estudo da WWF realizado em 2004, no que diz respeito ao montante de ganhos de potência, é pequena, levando-se em conta o potencial hidrelétrico do país e a dependência de incentivos de agentes financeiros. Entretanto, completa Pigatto, as pequenas centrais hidrelétricas podem não ser uma solução global, mas são capazes de minimizar os efeitos de uma 06 eventual crise, principalmente de maneira distribuída. O atual parque de PCHs do Brasil é, em média, da década de 1930, quando essas usinas tiveram papel importante, sendo responsáveis pela geração localizada de energia elétrica. Com a instalação das grandes usinas hidrelétricas, os pequenos aproveitamentos hidroenergéticos acabaram ficando à margem do setor elétrico nacional, e os investimentos necessários para a sua modernização não foram feitos, tornando-as deficitárias. Dessa forma, com as dificuldades para a instalação de grandes centrais hidrelétricas próximas aos centros consumidores, devido aos impactos ambientais, falta de investimentos ou esgotamento dos recursos hídricos, torna-se preponderante o reaproveitamento das PCHs, repotenciando-as ou modernizando-as. A idade elevada de PCHs possibilita a oportunidade de duas novas formas de empreendimentos nesta área: - Repotenciação de PCHs em operação: a média de idade das centrais em operação é de 60 anos. Dessa maneira, as reabilitações com redefinições de unidades geradoras poderão agregar cerca de 200 MW em curto espaço de tempo; - Reativação de PCHs: existem cerca de 600 centrais desativadas com as instalações em condições de serem reformadas, com baixo custo de implantação, representando a possibilidade de mais 120 MW de capacidade instalada. Fonte: A Repotenciação de Usinas Hidrelétricas como Alternativa para o Aumento da Oferta de Energia no Brasil com Proteção Ambiental. Série Técnica Volume X. WWF: 2004.

7 REPOWERING ergy supply can be achieved through repowering. Professor Bermann also highlights that the benefits of repowering do not only encapsulate smaller environmental impacts. (Carta Maior, Jan. 2008) The investment in replacing turbines and generators is considerably lower than it is necessary to build a hydropower plant, given that the new plant must include costs with civil works, which represent 60% of the investment. In the same way, the repowering investment return takes place in five years at most; for new plants, this period would be 20 years. It is also important to highlight that the repowering works takes an average of four to six months, which is a much smaller period if it is compared with the construction of a new plant. Case by Case Assessment Professor Bermann also states that the study to assess the repowering potential is a theoretical assessment, i.e., it needs to be more detailed and carried out based on concrete evidence, analyzing case by case. (Carta Maior, Jan. 2008) In Brazil, several studies on this subject have been carried out and they were useful for assessing the repowering potential of hydropower plants older than 20 years. According to Professor Bermann the minimum loss in the generating capacity of a hydropower plant in 20 years is 3% because of equipment deterioration, but it can reach 25%. (Carta Maior, Jan. 2008) By doing extensive repowering (refer to chart), it is theoretically possible to achieve a gain of 23% in the generating capacity. Obstacles One of the main obstacles to repowering hydropower plants is the instability and the lack of planning within the sector. Although the government had shown some interest in the subject in 2004 and in the elaboration of a PT Government Plant during the 2006 campaign, the government still has not included repowering as a real option in its energy planning. According to MS. Porto the MME has already ordered the EPE (Energy Research Company) a study analyzing the feasibility of repowering the hydropower plants of the interconnected system, aiming at having more information on the subject. In addition, as it was presented in the WWF`s study, today`s legislation does not allow a plant to interrupt its generation of energy. The plants are obligated to guarantee the energy according to the amount established in the granting contract. A plant that, for some reason, stops delivering the amount of energy to the system that was established in the contract is penalized, and that discourages the generating companies to carry out the repowering. This way, repowering must be very well-planned. The factor became greatly evident during the 20 energy crisis, for the shutdown of the machines to carry out works had to be very well-planned, given that the drop in production could lead the companies to rely on the Spot Market, with higher and unpredictable prices, in order to maintain their commitment. Still during the interview to Carta Maior (Jan. 2008), Professor Bermann point out another obstacle to repowering of hydropower plants, saying the problem is not technical, by political. It is a common thing to say that the no Mayor likes to invest in sanitation because the sewage system is underground and no one will see it. This is embedded in the country's culture, the government always searchers for pharaonic works that can easily be seen instead of improving works that already exists. - Minimum: repairing the turbine and the generator, recovering its original efficiency. This repair corresponds to an average of 2.5% of capacity gain. This type is already considered important and recommended towards the optimization of the enterprise; - Light: 10% of capacity gain. Repowering of the turbine and the generator; - Heavy: 20% to 30% of capacity gain (average of 23.30%) by replacing the rotor. This subject has not been treated as deeply as it should have either by public agents or private ones. Undoubtedly, this subject must be debated immediately so that the potentiality of SHP repowering/ modernization can be used, says the president of the APMPE (Brazilian Association of Small and Medium Electric Energy producers), Mr. Ricardo Pigatto in a interview to PCH Notícias & SHP News (refer to chart). In terms of the amount of power gain, the WWF study points out that the Small Hydropower Plants (SHPs) repowering perspective is small, taking the country's hydropower potential and the dependence on incentives from funding agents into account. However, completes Mr. Pigatto, the SHPs may not be a global solution, but they are able to mitigate the effects of an eventual crisis, mainly in a distributed way. Types of Repowering (according to the extension of the enterprise) Source: Repowering of Hydropower Plants as an Alternative to Increase Energy Offer in Brazil with Environmental Protection. Technical Series Volume X. WWF: SMALL, BUT WITH GREAT POTENTIAL Approximately half of today's SHPs in Brazil go back to the 1930s, when these plants played an important role in the country's scenario, being responsible for the in situ generation of electric energy. With the installation of the large hydropower plants, the SHPs were set aside within the national electric sector, and the necessary investments for their modernization did not come. This way, with the difficulties regarding the implementation of large hydropower plants near the consuming centers, because of the environmental impacts, investment shortage or exhaustion of water resources, the use of SHPs is imperative, either by repowering or modernizing them. The old age of SHP enables the opportunity of two new types of enterprises in this area: - Repowering of operating SHPs: the average age of the operating plants is 60 years. This way, the refurbishment of the units could aggregate about 200 MW within a small period of time; - Reactivation of SHPs: There are about 600 inactive plants whose facilities can be refurbished at a low implementation cost, representing the possibility of an additional 120 MW of installed capacity. Source: Repowering of Hydropower Plants as an Alternative to Increase Energy Offer in Brazil with Environmental Protection. Technical Series Volume X. WWF:

8 REPOTENCIAÇÃO É necessário que se faça um levantamento da real potencialidade da revisão das potências/modernização das PCHs It is necessary to carry out a study about the real potentiality of the repowering/ modernization of SHPs Entrevista com o presidente da Associação Brasileira de Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), Ricardo Pigatto. Interview with the president of the APMPE (Brazilian Association of Small and Medium Electric Energy producers), Mr. Ricardo Pigatto. PCH Notícias: Como a APMPE vê a questão da repotenciação de PCHs? Pigatto: Este é um assunto que ainda não foi tratado com a profundidade que merece, tanto por agentes públicos como privados, onde se enquadra a APMPE, mas, sem dúvida, este tema precisa ser imediatamente discutido para que se possa aproveitar a potencialidade da repotenciação/modernização de PCHs. Tal discussão deve levar em consideração os benefícios existentes, seja pelos aspectos ambientais (as usinas já estão prontas e operando ou estão desativadas, mas com as estruturas principais já realizadas, requerendo licenciamento ambiental mais simples, talvez apenas revalidação da LO), seja pelos aspectos tecnológicos mais modernos e adequados, reduzindo as perdas e, naturalmente, aumentando a eficiência dos conjunto turbina/gerador e, com certeza, aumentando a energia assegurada que pode ser comercializada. PCH Notícias: Há algum incentivo por parte do governo em relação à repotenciação de PCHs? Pigatto: Não. Entretanto, haja vista as atuais condições de mercado, tanto para a venda da energia a ser ampliada assim como as condições de financiabilidade, a viabilização das repotenciações/modernizações têm plenas condições de serem rapidamente implementadas, pois já existem os ativos a serem considerados como garantia de financiamento, além do CCVE, que pode ser firmado no mercado livre. PCH Notícias: E o interesse das empresas em investir? Pigatto: Sem dúvida, muitas empresas se interessarão pela repotenciação, principalmente após a Resolução 247/2007 que regulamentou a venda de energia no mercado livre. Além do que, o mercado está ávido por qualquer MW que possa entrar no sistema até 20, com contratos de longo termo. PCH Notícias: De que forma, a repotenciação de PCHs poderia entrar no planejamento energético nacional? Pigatto: É necessário que se faça um levantamento da real potencialidade da revisão das potências/modernização das PCHs de forma a sensibilizar o MME [Ministério de Minas e Energia] e a EPE [Empresa de Pesquisa Energética] a incluírem esta usinas no planejamento do setor e, quem sabe, criar uma política diferenciada para este fim. PCH Notícias: Por que essa temática não é discutida em tempos de necessidades de aumento de oferta de energia por conta do crescimento econômico e do PAC e uma incipiente discussão em torno de uma possível crise energética? Pigatto: É que a crise é grande, mesmo que não se divulgue assim, e estão sendo buscadas as "grandes" soluções e, equivocadamente, esquecendo-se das pequenas, que podem não ser a solução global, mas são capazes de minimizar os efeitos da crise, principalmente de maneira distribuída. PCH Notícias: How does APMPE see the issue concerning SHP repowering? Pigatto: This subject has not been treated as deeply as it should have either by public agents or private ones, where the APMPE is included. Undoubtedly, this subject must be debated immediately so that the potentiality of SHP repowering/ modernization can be used. Such debates must take into account the existing benefits either environmental aspects (the plants are already built and operating or inactive, but the main structures are ready, depending on a more simple environmental license, perhaps depending on the validation of the Operation License) or technological aspects, which are more modern and appropriate, reducing the losses and, naturally, increasing the efficiency of the turbine/generator sets and, surely, increasing the assured energy that can be commercialized. PCH Notícias: Are there any government incentives in relation to the repowering of SHPs? Pigatto: No. However, given today's market conditions for the sales of the energy that will be enhanced, as well as the funding conditions, the repowering/modernization can be rapidly implemented, for there are assets that can be considered as funding guarantees, in addition to the PPA that can be signed in the free market. PCH Notícias: What about the interest of the companies in investing? Pigatto: Undoubtedly, many companies will be interested in repowering, mainly after Resolution 247/2007 that regulated the sales of the energy in the free market. Besides, the market is eager for any MW that can enter the system by 20 with long term contracts. PCH Notícias: How could SHP repowering enter the national energy planning? Pigatto: It is necessary to carry out a study about the real potentiality of the repowering/modernization of SHPs so that the MME (Ministry of Mines and Energy) and the EPE (Energy Research Company) want to include these plants into the planning of the sector and, maybe, create a different policy for them. PCH Notícias: Why isn't this subject debated when it is necessary to increase the energy offer because of the economic growth, for example, and why is this debate so incipient when there is the possibility of an energy crisis? Pigatto: The crisis is huge, even though it is not shown this way. Thus, the government is looking for large solutions and, mistakenly, forgetting the small ones, which may not the global solution, but are able to mitigate the effects of the crisis, mainly in a distributed way. 08

9 IV Conferência de PCH Mercado & Meio Ambiente, evento técnico - científico responsável pela discussão dos principais aspectos referentes às Pequenas Centrais Hidrelétricas. Desde aspectos legais e institucionais, tecnologias aplicáveis, meio ambiente e análises econômicas. O evento reunirá os principais profissionais do setor, e representantes do governo, ONGs e setor privado. Pesquisadores, estudantes e profissionais interessados em Pequenas Centrais Hidrelétricas; poderão submeter trabalhos técnicos para a IV Conferência de PCH Mercado & Meio Ambiente, segundo as instruções e diretrizes disponibilizadas no site até o dia 06 de Junho de Contamos com a sua presença na IV Conferência de PCH Mercado & Meio Ambiente. Participe, divulgue e envie seu trabalho. The IV Conference of SHP Market & Environment is a technical - scientific event responsible for the discussion of the main aspects regarding the Small Hydropower Plants. From legal and institutional aspects, applicable technologies, environment and financial analyses. The event will gather main professionals of the sector, and the government's representatives, NGOs and private investors. Researchers, students and professionals interested in Small Hydropower Plants.; can submit technical papers for the IV Conference of SHP Market & Environment, according to the instructions and guidelines made available in the website until June 06, Your participation in the IV Conference of SHP Market & Environment is highly welcome. Participate and send your paper. Mais Informações: pchnoticias@unifei.edu.br (35) Further Information: pchnoticias@unifei.edu.br (35) IV Conferência de PCH Mercado e Meio Ambiente Todos os direitos reservados

10 O 24º Simpósio de Maquinas Hidráulicas e Sistemas, maior evento técnico cientifico mundial de Hidráulica será realizado entre os dias 27 e 31 de outubro em Foz do Iguaçu PR Brasil. o Contamos com sua participação no 24 IAHR. Não perca a oportunidade participe e aproveite os preços promocionais. Mais informações: iahrmachinery2008@gmail.com ou visite nosso site: The 24th Symposium on Hydraulic Machinery and Systems is the world s major technical scientific meeting on hydraulic that will be held in October , Foz do Iguassu PR Brazil. Your participation in the 24th Symposium on Hydraulic Machinery is highly welcome. Participate and enjoy the early registration fee. Further information: iahrmachinery2008@gmail.com or visit our website.

11 Technical Articles Seccion Comitê Editorial - Editorial Commite Presidente - President Geraldo Lúcio Tiago Filho - CERPCH UNIFEI Editores Associados - Associated Publishers Adair Matins - UNCOMA - Argentina Ângelo Rezek - ISEE UNIFEI Artur de Souza Moret - UNIR Augusto Nelson Carvalho Viana - IRN UNIFEI Bernhard Pelikan - Universidade de Bodenkultur Wien Áustria Carlos Barreira Martines - UFMG Célio Bermann - IEE USP Jaime Espinoza - USM - Chile José Carlos César Amorim - IME Marcelo Marques - IPH UFRGS Marcos Aurélio V. de Freitas - COPPE UFRJ Maria Inês Nogueira Alvarenga - IRN UNIFEI Orlando Aníbal Audisio - UNCOMA - Argentina Zulcy de Souza - LHPCH UNIFEI Classificação Qualis/Capes A A A C Local ENGENHARIAS III Local GEOGRAFIA Local MULTIDISCIPLINAR Nacional ENGENHARIAS I 11

12 ARTIGOS TÉCNICOS A EXPLORAÇÃO DE PCH'S NO BRASIL - A REGULAÇÃO E A PRÁTICA RESUMO 1 Gilberto Alves 2 Hugo R. Yamagushi Paulo Victor C. B. Braun O trabalho aborda os riscos de ordem legal e regulatórios que afetam a atividade de exploração de PCH's no Brasil. No âmbito das principais fases administrativas de implantação dos empreendimentos: inventário, projeto básico, obtenção de licenças e conexão à rede, são identificados e comentados as principais dificuldades enfrentadas pelos empreendedores. A principal conclusão é que as regras que regem as fases de inventário, projeto básico e conexão à rede apresentam deficiências que poderiam ser corrigidas no âmbito do órgão regulador para um melhor desempenho geral. Já o processo de autorizações junto aos órgãos ambientais, lastreado por mais de 800 dispositivos, endossa a reputação do Brasil como país excessivamente burocratizado e nos coloca nas piores posições quando os tempos de licenciamento são comparados com os países onde essa grandeza pôde ser levantada. A magnitude do problema sugere que esse quadro somente pode ser melhorado através de uma ampla reforma legal e institucional. 3 Palavras-chave: Pequenas centrais hidrelétricas, riscos regulatórios, inventário, projeto básico, licenciamento, conexão. ABSTRACT This paper concerns the legal and regulatory risks related to SHP's exploration in Brazil. Along the main steps comprising a SHP development (inventory, basic project, authorizations and grid connection) the main obstacles were identified and commented. The main conclusion is that some rules and processes related to inventory, basic project and grid connection shows some deficiencies that might be adjusted by the regulator itself, to achieve a better performance at all. But the environmental authorizations, based on more than 800 different rules, endorses the Brazilian reputation of an excessively bureaucratized country, and put us at the worst positions where the time to get the authorizations was compared which those countries where these times could be also recovered. The problem's magnitude suggests that this scenario only could be improved thru a comprising legal and institutional review. Key words: Small Hydropower Plants, Regulatory risks, Inventory, basic project, authorizations and grid connection 1. HISTÓRICO PCH's são definidas pela resolução ANEEL 652/2003 [1] como as usinas que atendem aos seguintes critérios: Destinada à produção independente, autoprodução ou produção independente autônoma; Potência instalada compreendida entre e kw e área de reservatório menos que 3,0 km ; 2 Potência compreendida entre e kw e área de reservatório maior 2 que 3,0 km, desde que: Reservatório cujo dimensionamento foi baseado em outros usos que não energia elétrica; Área do reservatório menor que ou 2 2 compreendida entre 3,0 km e 13 km e atendendo à inequação: A<= 14,3 P/Hb onde: 2 A= área do reservatório em km P= Potencia instalada em MW Hb= Queda bruta em metros Para efeito de análise dos sistemas de regulação e licenciamento, o processo de construção de uma PCH desde a sua concepção até o início da geração comercial foi dividido em etapas distintas: inventário, projeto básico, licenciamento ambiental e conexão com a rede. O processo de autorização de exploração de PCH's difere do processo de concessão dos demais aproveitamentos essencialmente pela ausência de licitação, ou seja, a competição pela autorização é feita segundo critérios menos objetivos, muito mais dependentes das características das empresas participantes do que critérios técnicos e econômicos. Embora o estabelecimento desses critérios tenha sido feito em 20 (Resolução ANEEL 398/20 [3]), somente agora alguns efeitos negativos dessas premissas têm aflorado, seja pelo amadurecimento de alguns projetos, seja pela maior procura por esse tipo de aproveitamento pelos empreendedores, que passou a gerar competição. 2.RISCOS REGULATÓRIOS PARA A AUTORIZAÇÃO DE EXPLORAÇÃO DE PCH'S 2.1. Estudos de Inventário O processo técnico e administrativo para obtenção de autorização para exploração de PCH's é iniciado com o registro de estudos de inventário na ANEEL. Em linhas gerais os estudos de inventário têm como finalidade determinar, para um determinado trecho de rio, qual a melhor divisão de quedas sob os aspectos econômico, ambiental e social. A resolução ANEEL 393/20 [2] estabelece os procedimentos para registro e aprovação de inventário hidroelétrico. Prevê que os estudos de inventário podem ser efetuados por empreendedores, porem o empreendedor somente será ressarcido das despesas caso os aproveitamentos identificados venham a ser licitados, excluindo por definição as PCH's, que não se sujeitam a esse tipo de mecanismo. A resolução ANEEL 398/20 [3] prevê a possibilidade de concessão de mais de um registro de inventário para um determinado trecho de rio e estabelece os procedi- 1.Economista, CESP-Companhia Energética de São Paulo. Aluno de MBA em Energia do Programa de Educação Continuada PECE, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. gilberto.alves@cesp.com.br 2.Engenheiro, ARSESP-Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo. Aluno de MBA em Energia do Programa de Educação Continuada PECE, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. hyamagushi@sp.gov.br 3.Geólogo, EMAE-Empresa Metropolitana de Águas e Energia S/A. Aluno de MBA em Energia do Programa de Educação Continuada PECE, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. paulo.victor@emae.sp.gov.br 12

13 TECHNICAL ARTICLES mentos para apresentação de estudos de inventário. Caso haja a competição entre duas entidades para o registro do inventário, a decisão é feita pelo melhor estudo, escolhido através de um sistema baseado em notas técnicas e pesos. A tabela 1 resume os critérios e pesos aplicáveis ao inventário: Tabela 1-Critérios de pontuação e pesos para avaliação de estudos de inventário [3] I Precisão dos levantamentos cartográficos e técnica utilizada para determinar o perfil Perfil longitudinal do rio 3 Mapeamento cartográfico 2 II Investigações e estudos geológico /geotécnicos Investigações de campo 3 Investigações de escritório 2 III Estudos sedimentológicos 1 IV Estudos hidrometeorológicos Séries de vazões mensais 3 Curva de permanência de vazões 2 Área de drenagem em km 2 1 Risco de capacidade do vertedouro 2 V Estudos ambientais (área do reservatório e seus efeitos) Meio sócio econômico 3 Meio físico e biótico 2 VI Estudos de uso múltiplo de recursos hídricos 2 VII Estudos de dimensionamento Consistência da curva cota/área/volume 2 Apresentação gráfica (desenhos) 2 Alternativas de divisão de quedas 2 Energia média gerada 2 Potência instalada 2 Estimativa de custos 2 A iniciativa de executar de estudos de inventário não traz qualquer tipo de benefício ou vantagem para o executante na etapa seguinte, de obtenção da autorização para exploração dos respectivos aproveitamentos: Os estudos não são ressarcidos pelo poder concedente. Esse mecanismo é previsto na legislação somente para os aproveitamentos que venham a ser licitados, eliminando por definição as PCH's. A partir da aprovação dos estudos de inventário, os estudos se tornam públicos e abertos à participação de terceiros para o registro de projeto básico, em tese concorrendo em condições de igualdade com o executante para a obtenção da autorização de exploração; Consequentemente, os empreendedores muitas vezes minimizam as despesas com os estudos de inventário além do razoável: Os rios podem ser inventariados em trechos muito curtos de modo a abranger apenas um aproveitamento previamente identificado de forma intuitiva. A função principal do inventário, identificar a melhor divisão de quedas para um determinado rio sob múltiplos aspectos, é anulado. Um exemplo é o inventário aprovado em 20 [5], [6] no Rio Tietê, que aprovou a AHE Jurumirim (19 MW) sobre um estudo que abrangeu apenas 13 km de um curso d'água importante. QUANTIDADE INVENTÁRIOS APROVADOS fonte: ANEEL, até 29/10/ SEMESTRE Figura 1: Inventários aprovados pela ANEEL envolvendo PCH's [7]. Em função dos critérios de busca nos registros da ANEEL, podem existir discrepâncias em relação a outras fontes As minimizações nos orçamentos tendem a afetar mais os estudos de campo (topografia, sondagens), que têm grande participação nos custos e não sofrem uma avaliação crítica pela ANEEL, com prejuízo à qualidade do estudo. A sistemática atual ainda é um convite à omissão de informações levantadas nos estudos, que tendem a ser guardadas para a fase de projeto básico, sendo submetidas à ANEEL aquelas imprescindíveis para a aprovação dos estudos. A figura 1 mostra a quantidade de inventários envolvendo PCH's aprovados pela ANEEL desde sua criação em 1998 [7]. Embora possa haver inexatidão por conta dos critérios de pesquisa aplicados, existe uma diminuição real nas aprovações desde Projeto básico Após a aprovação dos estudos de inventário pela ANEEL, estes se tornam públicos e qualquer interessado pode requerer o registro dos estudos de viabilidade e projeto básico de um ou mais aproveitamentos definidos nos estudos. O registro do projeto básico é o instrumento administrativo que permite ao empreendedor realizar os trabalhos de engenharia e solicitar o direito de exploração do empreendimento. A resolução ANEEL 395/1998 [4] estabelece os procedimentos gerais para o registro e aprovação dos estudos de viabilidade e projeto básico, assim como para autorização para exploração de PCH's: O artigo 12 estabelece que os estudos de viabilidade e projeto básico serão objetos de avaliação quanto: Ao desenvolvimento dos estudos ou projetos fundamentados em estudos básicos consistentes e adequados à etapa e porte do empreendimento; Atendimento à boa técnica de projetos e soluções para o empreendimento especialmente quanto á atualidade, eficiência, segurança e custos. Articulação com os órgãos ambientais e de gestão de recursos hídricos visando à definição do aproveitamento ótimo e uso das águas. O artigo 14 estabelece que se houver mais de um projeto básico para um mesmo aproveitamento todos serão colocados à disposição para licitação, porem somente o escolhido pelo vencedor será ressarcido ao executante, porem as PCH's são excluídas desse mecanismo por não estarem sujeitas à licitação. O artigo 15 estabelece os critérios para a concessão de autorização para exploração de PCH's, para os casos onde houver mais de um interessado: 13

14 ARTIGOS TÉCNICOS Após a apresentação e aceite do primeiro projeto básico os demais interessados na exploração do empreendimento serão notificados para entregar seus projetos básicos no prazo de 90 dias. Caso mais de um projeto permaneça na competição, a escolha do explorador do potencial será feita na seguinte ordem: 1. aquele que possuir participação percentual na produção de energia elétrica do sistema interligado inferior a 1% (um por cento); 2. aquele que não seja agente distribuidor de energia elétrica na área de concessão ou sub-concessão na qual esteja localizado o aproveitamento hidrelétrico objeto da autorização; 3. aquele que for proprietário ou detiver direito de livre dispor da maior área a ser atingida pelo aproveitamento em questão, com base em documentação de cartório de registro de imóveis; 4. aquele que possuir participação na comercialização de energia elétrica no território nacional inferior ao volume de 300 GWh/ano. Os critérios para a seleção do projeto a ser autorizado foram estabelecidos visando aumentar o número de agentes produtores de energia elétrica e assegurar maior competitividade para a outorga de autorização [4]; Uma análise rápida dos critérios de seleção de projetos mostra que a regra é muito frágil: os itens I, II e IV do artigo 15 da Resolução 395 são inócuos, na medida em que os projetos podem ser registrados em nome de terceiros ou de empresas de propósito específico, de propriedade de grandes empreendedores. Então, o único critério de seleção de fato para a concessão do direito de exploração em um ambiente de competição se resume ao direito de livre dispor ou propriedade da maior parcela de área inundada pelo aproveitamento. Daí a prática que vem sendo observada no mercado, a compra antecipada da maior parcela possível de terras naqueles locais onde foram identificados bons potenciais hidrelétricos. Aparentemente a corrida por terras não chega a perturbar o mercado e o critério não é questionado. Justa ou não, a regra tem se mostrado aplicável para o nível de competição existente entre os agentes. Caso a continuidade do aquecimento do mercado que vem sendo observada nos últimos meses se acentue, o acirramento da competição poderá fazer aflorar conflitos associados a esse item. O maior problema dessa regra, fundamentada somente em aspectos ligados ao empreendedor, seu patrimônio e razão soci- al é a ausência de qualquer critério técnico para a seleção do projeto, como acontece nos estudos de inventário, sem qualquer estímulo à qualidade dos projetos. É verdade que a faixa de potencia regulamentar para PCH's, entre kw a KW implica em patamares muito diferentes no nível de sofisticação do projeto, dificultando o estabelecimento de um procedimento padrão para análise. A ausência de requerimentos técnicos mais rígidos e sua exclusão na seleção do projeto básico conduzem a projetos de baixa qualidade, incertezas concentradas principalmente na parte de geologia e fundações, quebras de orçamento e problemas contratuais durante a construção. Alem disso, más opções de projeto podem ser adotadas meramente em função do compromisso anteriormente firmado com a ANEEL, através do Projeto Básico Aneel. De forma análoga à fase de Inventário, a fase de Projeto Básico mantém e amplia os riscos para o empreendedor, que somente terá direito à exploração do potencial após um processo longo, dispendioso e incerto: O mercado de projetos criou a expressão Projeto Básico Aneel, um estudo de baixo custo destinado exclusivamente ao preenchimento do check list da Agência e à obtenção do direito de exploração, sem maiores preocupações com a qualidade. Enquanto um projeto básico tradicional de uma PCH de 30 MW pode chegar à casa de R$ 1,0 milhão a mais, incluindo modelos reduzidos de hidráulica e sondagens de subsolo em quantidades suficientes para a execução da obra, o projeto básico ANEEL da mesma PCH pode ser contratado por R$ 300 mil ou menos. Alguns empreendedores fazem um projeto básico de fato, para embasar a construção da PCH após a obtenção do direito de exploração, mas como essa fase não é obrigatória, muitas vezes a construção é iniciada de forma precária, sem preocupação com a otimização de recursos ou segurança, seja por falta de orientação técnica adequada, seja por ganância. QUA NTIDA DE PROJETOS APROVADOS X PROJETOS ABORTADOS fonte: ANEEL, até 29/10/ SEMESTRE Projetos Aprovados Projetos Abortados Figura 2: Projetos básicos aprovados x projetos básicos abortados [7]. A expressão "abortados" abrange os projetos rejeitados pela ANEEL por qualquer motivo, temporária ou definitivamente, bem como aqueles não selecionados em uma competição e devolvidos aos executantes. Os registros da ANEEL não permitiram a apuração dos números pré-2005 de forma confiável. Por outro lado, é questionável até qual nível de detalhe deve ser levada a análise do projeto pelo poder concedente. Em tese, uma análise detalhada pode demandar um número de homens-hora de profissionais qualificados similar ao da execução do projeto, encarecendo o serviço prestado pela agência. Menescal [8] aponta no mês de outubro de 2007 uma fila com 220 projetos de PCH's em fase de análise na ANEEL. A análise dos documentos expedidos pela ANEEL [7] demonstra também um crescimento das trocas de titulares dos direitos de exploração das PCH's (figura 3). Em alguns períodos, a quantidade de trocas foi superior ao do número de projetos básicos aprovados. Ainda que a prática não seja ilegal, os números transparecem a existência de um mercado de direitos sobre PCH's, nocivo à medida que a implantação dessas usinas é postergada em benefício do comércio, mas com prejuízos ao país. 2.3.Riscos nas autorizações de uso da água e de meio ambiente A questão sócio ambiental, que envolve a avaliação de impactos, licenciamentos e ris- 14

15 TECHNICAL ARTICLES TROCA DE TITULARIDADE DE DIREITOS DE EXPLORAÇÃO DE PCH'S fonte: ANEEL, até 29/10/ Troca de titularidade SEMESTRE cos judiciais pós-licenciamento é freqüentemente apontada por empreendedores a grande vilã inibidora de investimentos em PCH's, pelos riscos que impõem aos empreendimentos, inclusive aqueles na fase de execução. Por outro lado, organismos ligados ao licenciamento e á preservação ambiental freqüentemente apontam a má qualidade dos estudos de impacto ambiental e a ganância dos empresários como determinantes para os fracassos e atrasos nas licenças. É difícil avaliar de forma límpida essas questões, na medida em que há reconhecidamente outros fatores intervenientes, como a ideologização das questões ambientais, a falta de estrutura física, administrativa e de equipe técnica dos órgãos licenciadores, além do uso do licenciamento como pretexto por parte de empreendedores para encobrir atrasos nas obras ligados a outros motivos. Alem disso, o processo de avaliação de impactos ambientais e o conseqüente licenciamento das atividades têm por característica universal a inexatidão, sendo impossível seu julgamento ser desvinculado da aplicação de valores individuais, por mais aperfeiçoados que sejam os regulamentos e rituais que regem os processos de licenciamento. No Brasil, alguns pontos sugerem que o licenciamento é, de fato, demasiadamente complicado. Michellis Jr. [9] contabilizou os dispositivos legais e administrativos que relacionam o meio ambiente e os temas do setor elétrico. Os resultados são resumidos na tabela Projetos Aprovados Figura 3: Projetos básicos aprovados x troca de titularidade de direitos [7]. Em função dos critérios de busca nos registros da ANEEL, podem existir discrepâncias em relação a outras fontes. Tabela 2: Dispositivos legais e administrativos relacionados ao meio ambiente e de interesse do setor elétrico [9] Leis 2 Decretos 216 Resoluções 246 Convenções Portarias 83 Instruções normativas 30 Normas 48 Total 828 Tabela 3: Tempos de tramitação dos processos de licenciamento em países europeus e no Brasil País Romênia Estônia Reino Unido Bulgária Polônia Irlanda Suíça Grécia Hungria Rep. Checa Fonte [10] [10] [11] [10] [10] [11] [11] [11] [10] [10] Limite para PCH (MW) Tempo de Licenciamento 0,5 a 1 mês 2-5 meses 3 meses 3 a 5 meses 3-6 meses 2-12 meses 4 a 14 meses meses meses 12 a 24 meses País Letônia Lituânia Eslovênia Eslováquia Itália Brasil Espanha Portugal Brasil Fonte [10] [10] [10] [10] [11] [9] [11] [11] [9] Limite para PCH (MW) Tempo de Licenciamento 12 a 24 meses 24 meses >24 meses >24 meses >36 meses meses meses 72 meses meses A quantidade de regulamentos torna os conflitos inevitáveis. Um caso interessante foi abordado por Gonçalves [12]. O questionamento jurídico sobre o licenciamento já concedido a uma PCH resultou em embargo das obras. A alegação dos questionantes foi embasada na Constituição Federal de 1988, que prevê o estudo prévio de impacto ambiental quando a obra ou atividade forem potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente, nos seguintes termos: Art º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:... IV exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade. O artigo 225 da Constituição foi usado pelo questionante porque é superveniente e conflitante com os demais regulamentos que dispunham sobre a necessidade de elaboração de EIA-RIMA para PCH's, como a Res. CONAMA nº. 237, de 19 de dezembro de 1997, e a Res. CONAMA nº. 1, de 23 de janeiro de 1986, que abordam o tema de forma consistente e detalhada. Uma outra forma de avaliar a dimensão do problema licenciamento é comparar a situação brasileira com a de outros países. A ESHA [10], [11] entrevistou especialistas europeus para obter os tempos de licenciamento nos respectivos países. Apesar dos números embutirem alguma incerteza em função de limitações metodológicas, o resultado qualitativo do confronto com os números disponíveis para o Brasil [9] é inquestionável e reforça a impressão de que o sistema é excessivamente burocratizado e lento. 2.4.Conexão à rede Em geral as PCH's são interligadas ao sistema por meio das redes de distribuição, em tensão variando de 13,8 kv a 138 kv. Entretanto, devido ao crescimento do consumo do sistema, acrescido do montante de energia e das potências das usinas ingressantes, estas redes de distribuição passam a representar um gargalo ao escoamento da energia gerada, tornando necessários investimentos em reforços e ampliação no sistema. Em alguns casos, existe a possibilidade de conexão da PCH a uma linha de transmissão. Este tipo de interligação exige do Agente Gerador a implantação de uma subestação elevadora na usina, bem como prover adequação aos padrões de flexibili- 15

16 ARTIGOS TÉCNICOS dade e confiabilidade do sistema elétrico, necessários à operação da linha de transmissão em questão. Além disso, o Agente Gerador será o responsável na eventualidade de interrupção do fluxo de potência passante causado por problemas de operação e manutenção inerentes a subestação elevadora da PCH. A conexão elétrica pode ser mais ou menos complexa, e essa complexidade dependerá de certos fatores tais como: a capacidade instalada, a localização geográfica e o nível de tensão disponível na região. No modelo atual do setor elétrico, cabe ao Agente Gerador a responsabilidade da implantação das instalações de conexão desde sua usina até o chamado "Ponto de Conexão", inclusive. Este tipo de repartição de custos é caracterizado como "Conexão Rasa". A acessada, no caso as distribuidoras, cabe a responsabilidade pelas adequações em seu sistema elétrico, a fim de prepará-lo para a conexão do gerador. O embasamento legal é a Resolução Aneel nº. 281, de 1º de outubro de 1999 [13], que estabelece as condições gerais de contratação do acesso compreendendo o uso e a conexão, aos sistemas de distribuição e transmissão de energia, que no seu artigo 5º parágrafo II que atribui às concessionárias e permissionárias de distribuição conforme segue: Artigo 5º... II Implementar as providências de sua competência, necessárias à efetivação do acesso requerido. Na mesma resolução o seu artigo 10 estabelece que: Artigo 10º... O acesso aos sistemas de transmissão e de distribuição será regido pelos Procedimentos de Rede, Procedimentos de Distribuição, pelos contratos celebrados entre as partes e pelas normas e padrões específicos de cada concessionária ou permissionária. Em complemento a Resolução acima, ainda há o disposto no artigo 10 da Resolução 456 de 29 de novembro de 2000 [14], que estabelece o seguinte: Do ponto de entrega... Art. 10. Até o ponto de entrega a concessionária deverá adotar todas as providências com vistas a viabilizar o fornecimento observadas as condições estabelecidas na legislação e regulamentos aplicáveis, bem como operar e manter o seu sistema elétrico. Como essas regras não serem muito claras, no que diz respeito à localização do ponto de conexão, o que tem acontecido freqüentemente é o distribuidor indicar um 16 ponto de conexão de seu interesse, distante da PCH, imputando ao empreendedor gerador o ônus da interferência deste ingresso em subestação, linha de transmissão, conexões na rede de distribuição, adequação de proteções, etc. e todas as ampliações e alterações, que se fizerem necessárias na rede de distribuição, devido ao fluxo de potência injetada pela PCH. O empreedendor é então surpreendido com investimentos imprevistos, ocasionando em algumas situações a inviabilidade econômica do empreendimento. As PCH's geralmente estão situadas em locais de difícil acesso, distantes das redes de distribuição e ou de linhas de transmissão, e podem apresentar custos elevados para sua integração ao sistema elétrico, caso tenha que atender as exigências das Concessionárias. Após o termino da construção da Linha de Conexão bem como a instalação dos equipamentos exigidos pela Concessionária de Distribuição (reles de proteção, TC, TP, UTR, etc.), o Agente Gerador por sua conveniência doa a Linha de Acesso para a Concessionária, para evitar custos de operação e manutenção da Linha. O empreendedor para não descumprir os compromissos assumidos e não atrasar o início de sua geração, às vezes acaba aceitando as condições da distribuidora mesmo que as ache absurdas e onerosas. Agentes de Geração sem muitos recursos, ou que durante a fase de planejamento ignoraram uma parcela considerável de investimentos na conexão, após serem surpreendidos pelo ônus da conexão definida pela Concessionária vêem a sua PCH ir, literalmente, por água abaixo. Depois de esgotadas todas as negociações o gerador recorre ao agente regulador, no caso do Estado de São Paulo a recém criada ARSESP- Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, sucessora da CSPE - Comissão de Serviços Públicos de Energia como ultima esperança de salvar a sua PCH. A CSPE ora sucedida pela ARSESP, foi criada através da Lei Complementar no 833, de 17 de Outubro de 1997, com a finalidade de regular, controlar e fiscalizar a qualidade de fornecimento dos serviços públicos de energia no estado de São Paulo, incluindo a energia elétrica. A ARSESP possui convênio de Cooperação e Descentralização de Atribuições com a ANEEL, o que tem permitido uma ampla cooperação técnica nos trabalhos visando agilizar os procedimentos pertinentes às atribuições da ARSESP e da ANEEL, inclusive àqueles assuntos relacionados com a fiscalização de empreendimentos de geração de energia elétrica localizados no Estado de São Paulo. No caso de pleitos envolvendo problemas de conexão, após a analise técnica, a ARSESP solicita à Concessionária de Distribuição a se manifestar e justificar a respeito do ponto de conexão e das condições exigidas ao acessante. Uma vez verificada a não conformidade, a ARSESP determina à Concessionária de Distribuição o cumprimento das resoluções que regulam o acesso às Linhas de Transmissão, Distribuição e Alimentadores. Há casos em que a Concessionária discorda da interpretação da Legislação vigente, a ARSESP remete o pleito para a manifestação da Superintendência de Regulação da Distribuição da ANEEL, que ira analisar o caso e determinar um ponto de conexão que seja plausível tanto para o Distribuidor como o Gerador, tendo em vista garantir a viabilidade econômica e financeira do acessante bem como da Distribuidora. Finalizando, na opinião da ARSESP para que pleitos envolvendo a Concessionária de Distribuição e Agente Gerador relativos a problemas de conexão será necessário que haja um posicionamento esclarecedor da ANEEL, em relação à conexão de novos agentes de geração, através de PCH's ou outra fonte renovável, (eólicas, biomassa, etc.) visando reduzir o embate entre concessionárias e novos empreendimentos. Cumpre ressaltar, que há estímulo do governo federal para a integração de novos empreendimentos de geração, razão pelo qual é determinado, no presente, a integração de menor custo ao acessante. Destaca-se que o custo associado que será de responsabilidade da concessionária acessada, deverá ser reconhecido pelo órgão regulador e comporá o montante de ativos da concessão que será computado para o cálculo da revisão tarifária da concessionária e portanto, estará onerando todos os consumidores do mesmo. Assim trata-se de mais uma medida de interesse nacional que deve ser gradativamente adequada visando à redução gradativa de ônus dos consumidores transferindo os para os empreendedores assim que houver maior disponibilidade no sistema interligado nacional guardada as peculiaridades das condições regionais de suprimento. 3.CONCLUSÕES E DISCUSSÃO Alem dos riscos de mercado e de engenharia, a exploração de PCH's implica em riscos provocados por deficiências de regulação, disseminados em todas as fases do empreendimento até a colocação em operação. A realização de um inventário em um de-

17 TECHNICAL ARTICLES terminado trecho de rio não dá nenhuma vantagem ao executante na disputa pelo direito de exploração dos aproveitamentos, pois essa definição somente ocorre na fase de projeto básico. A queda no numero de inventários aprovados pela ANEEL pode estar associada a esse fenômeno. Investimentos em projetos básicos também apresentam riscos, na medida em que os dispositivos que regulamentam a escolha do empreendedor são falhos, transformando na prática a disputa pela concessão em uma briga por terras, sem incorporar qualquer critério técnico associado ao projeto na disputa. Os problemas de regulação existentes nas fases de inventário e projeto básico têm induzido distorções, como a figura do projeto básico ANEEL, de baixo custo, que tem como finalidade exclusiva preencher o check list da ANEEL. A regulamentação também é tolerante com o comercio de concessões de PCH's, que vem se acentuando nos últimos anos. Após a obtenção da concessão do projeto o empreendedor se depara com o emaranhado legal para obtenção da licenças ambientais. A necessidade de atender aos mais de 800 dispositivos existentes torna as incompatibilidades legais quase inevitáveis. Por conseguinte, os tempos para licenciamento no Brasil são muito elevados, quando comparados aos países onde essa grandeza pode ser recuperada. A conexão da usina ao sistema elétrico também é motivo de problemas, pois as normas não prevêem com exatidão o local onde essa conexão deve ser feita, motivando conflitos de interesse técnico e comercial com a distribuidora ou transmissora. Esses conflitos muitas vezes precisam ser intermediados pelo órgão regulador. Muitos dos problemas apontados podem ser solucionados ou minimizados através de modificações nos regulamentos aplicados na esfera exclusiva de atuação do órgão regulador. A magnitude das questões que envolvem a parte de licenciamento ambiental sugere que qualquer solução deve envolver intervenções significativas no quadro legal, ou seja, a partir de iniciativas nas esferas legislativa e ministerial. Os autores convidam à reflexão sobre os assuntos expostos, em particular sobre os pontos abaixo: Até que ponto o agente regulador deve fiscalizar ou controlar a qualidade dos projetos apresentados? No limite, uma análise detalhada pode consumir recursos humanos especializados na mesma magnitude que a execução do projeto. A aprovação do projeto pela ANEEL deixou de ser uma conseqüência natural no ciclo de um bom projeto para ser o motivo do projeto. Ou seja, a regulação deixou de ser um meio para se tornar um fim, com prejuízos evidentes à boa técnica. Quais modificações seriam necessárias para equilibrar essas funções? O empreendedor de PCH's que faz um inventário não tem nenhuma garantia de conseguir a outorga dos aproveitamentos identificados, sequer vantagem sobre um possível concorrente na fase de projeto básico. Esse sistema é justo? Quais as medidas possíveis para seu aperfeiçoamento, dentro de um ambiente competitivo? 4.NOTA FINAL O original foi finalizado no início de dezembro de 2007, dentro das atividades da disciplina Regulação dos Setores Elétrico e de Gás ministrada no curso de MBA em Energia organizado pela EPUSP-Escola Politécnica de São Paulo com o apoio da ABDIB Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base. Após a submissão do texto à Editoria da revista PCH NEWS, ocorreram dois rompimentos de barragens de hidrelétricas no Brasil: PCH Apertadinho (RO), dia 9//2008 e Espora (GO), dia 30//2008, ambas no período final de construção ou inicio de operação. Esses desastres consecutivos, somados a outros anteriores também envolvendo a construção de barragens, reforçam a percepção de que os projetos e obras de baixa qualidade não são casos isolados, mas reflexos de problemas sistêmicos graves, que precisam ser identificados e corrigidos com brevidade. 5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] ANEEL, resolução 652/2003, disponível em acesso em 15/10/2007. [2] ANEEL, resolução 393/20, disponível em acesso em 15/10/2007 [3] ANEEL, resolução 398/20, disponível em acesso em 15/10/2007 [4] ANEEL, resolução 395/20, disponível em acesso em 15/10/2007 [5] ANEEL, DSP - DESPACHO Nº 820 de 17/12/20, disponível em gov.br, acesso em 15/10/2007. [6] EMAE, Inventário Hidroelétrico Simplificado do Rio Tietê entre a Confluência com o Rio Pinheiros e o Remanso de Barra Bonita", relatório interno, [7] ANEEL, pesquisa de registros na Biblioteca Virtual (pesquisa legislativa), disponível em acessos entre em 15 e 29/10/2007. [8] Menescal, Rogério: A visão da ANEEL: O potencial hidroelétrico como bem público; A necessária viabilização dos projetos e ações para a aceleração dos investimentos. III Conferência de PCH-Mercado e meio Ambiente, São Paulo, [9] Michellis Jr, Décio Avaliação dos aspectos legais para obtenção de uma licença ambiental. A Visão dos empreendedores. III Conferência de PCH-Mercado e Meio Ambiente, São Paulo, [10] ESHA- European Small Hydropower Association: Small hydropower situation in the new EU member states and candidate countries, 2004; disponivel em publications/report_on_shp_in_new_european_member_states.pdf, acesso em 5/11/07 [11] ESHA- European Small Hydropower Association BlueAGE: Blue Energy for A Green Europe- Strategic study for the development of Small Hydro Power in the European Unio n, ; acesso em 5/11/07 [12] Gonçalves, Fernando Dantas Casillo: Pequena central hidrelétrica (PCH). Ação civil publica. Liminar exigindo EIA/RIMA. Desnecessidade por não exigir significativa degradação do meio ambiente; Efeito suspensivo concedido em agravo , acesso em 7/11/07. [13] ANEEL, resolução 281/1999, disponível em acesso em 07/11/2007. [14] ANEEL, resolução 456/2000, disponível em acesso em 07/11/

18 ARTIGOS TÉCNICOS RESUMO A COMERCIALIZAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA EM COMUNIDADE ISOLADA NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO DE CASO DA COOPERATIVA DE AGROENERGIA PROJETO NERAM 1 Rubem Cesar Rodrigues Souza Eyde Cristianne Saraiva dos Santos 3 Adriana Coli Pedreira 4 Diogo Jackson Cajueiro Xavier Grande parte dos povos amazônicos vive em situação de completa exclusão elétrica. O suprimento elétrico dessas comunidades não é de fácil solução, necessitando que sejam superadas questões tecnológicas, econômicas, ambientais, sociais e políticas. Este trabalho apresenta a avaliação de um modelo de negócio de energia elétrica que está sendo implantado no Estado do Amazonas, o qual se propõe não somente a ofertar energia elétrica mas também assegurar condições efetivas de renda e emprego. Foi realizado um estudo comparativo dos custos de geração para três entidades passíveis de serem implantadas no projetos, quais sejam: cooperativa de eletrificação rural, cooperativa de agroenergia e Produtor Independente de Energia. Utilizando-se como variável o fator de carga do sistema e considerando as especificidades locais, conclui-se pela constituição de uma cooperativa de agroenergia. 2 Palavras-chave: geração descentralizada, comunidades isoladas, Amazônia, fontes renováveis de energia, comercialização de energia elétrica.. ABSTRACT Great part of the Amazonian people lives in situation of complete electric exclusion. The electric supply of those communities is not of easy solution, involving technological aspects, economical, environmental, social and politics which need to be overcome. This work presents the evaluation of a model of electric power business that is being implanted in the State of Amazon, which intends not only to present electric power but also to assure effective conditions of income and job. A comparative study of the generation costs was accomplished for three susceptible to entities that might be implanted in those projects, which are: cooperative of rural electrification, agroenergia cooperative and Independent Producer of Energy. Being used as variable the factor of load of the system and considering the local specificities, was concluded by the constitution of an agroenergia cooperative. Key words: Decentralized Generation, Communities Isolated, Amazonian, Renewable Sources of Energy, Electric Power Commercialization. 1. Introdução A idéia da universalização do acesso a energia elétrica se fortaleceu no Brasil com a publicação da Lei de 20, delegando a Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, a determinação de metas de universalização do acesso a energia elétrica, para concessionárias e permissionárias de serviço público de distribuição de energia, ou seja, assegurando legalmente o acesso a energia a todos os indivíduos. De modo a antecipar os prazos e metas estabelecidas pela ANEEL, o Ministério de Minas e Energia, iniciou no ano de 2004, o Programa Luz Para Todos - PLPT. O PLPT adotou como horizonte para a universalização o ano de 2008, enquanto que a ANEEL estabeleceu esse prazo para o ano de 25. Outra característica do PLPT consiste no fato deste ser dirigido exclusivamente para moradores de áreas rurais, além de contar com fortes subsídios do Governo Federal. Este se apresenta ainda, não somente como um programa de eletrificação rural, mas fundamentalmente como de inclusão social. De modo a cumprir com esse objetivo, faz parte de suas estratégias as denominadas ações integradas, a partir das quais se originariam as ações para geração de emprego e renda. Na medida em que faltam menos de dois anos para a finalização do prazo de universalização do serviço de energia elétrica no âmbito do PLPT, é oportuno uma reflexão sobre os resultados deste Programa. Vários elementos sinalizam para a necessidade de ações mais eficazes sob pena do atendimento, particularmente nas áreas rurais da Amazônia, não ser efetivado ou então, vir a se materializar através da geração a Diesel com elevado custo de operação e manutenção, perpetuando um modelo inaceitável do ponto de vista econômico, ambiental e social. Tal assertiva fica perfeitamente defensável ao se observar que o índice de inadimplência no estado do Amazonas é de aproximadamente 70%. Salientase que as metas se encontram bastante atrasadas, todos os atendimentos efetivados até o momento se deram através de extensão de rede de unidades geradoras a Diesel e ainda, que há somente um projeto de ação integrada em desenvolvimento no estado e, mesmo esse, necessita ainda ser efetivamente operacionalizado. Assim, discute-se nesse trabalho a viabilidade econômica e aspectos regulatórios associados a uma experiência que vem sendo desenvolvida no âmbito do Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico CDEAM da Universidade Federal do Amazonas, com recursos do CNPq, como modelo que pode vir a ser estimulado para assegurar o suprimento elétrico de comunidades isoladas de forma compatível e apropriada à realidade local. 2.Objetivo O Projeto Modelo de Negócio de Energia Elétrica em Comunidades Isoladas na Amazônia-NERAM, discutido nesse trabalho, se apresenta como um modelo alternativo pa- 1.Doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos pela Universidade Estadual de Campinas. Diretor do Órgão Suplementar da CDEAM/ UFAM. 2.Doutora em Planejamento de Sistemas Energéticos pela Universidade Estadual de Campinas. Professora vinculada ao CDEAM/UFAM 3.Mestre em Engenharia de Energia pela Universidade Federal de Itajubá. Consultora jurídica e colaboradora do CDEAM/UFAM. 4.Engenheiro Eletricista, Especialista em Planejamento Energético pela Universidade Federal do Amazonas. Pesquisador da Universidade Federal do Amazonas. 18

19 TECHNICAL ARTICLES ra suprimento elétrico de comunidades isoladas, viável sob o ponto de vista técnico, econômico, ambiental e social. O projeto objetiva não somente apresentar uma solução inovadora em termos de tecnologia de geração de energia mas, fundamentalmente, se apresentar como um modelo de exploração do negócio de energia elétrica, viável para o investidor e para os consumidores, através da modernização de cadeia produtiva de recurso extrativista. Portanto, o objetivo desse trabalho é apresentar essa experiência, dando ênfase aos aspectos econômicos e regulatórios associadas a esta. 3.Metodologia O estudo realizado consistiu em avaliar as variáveis econômicas e regulatórias associadas a três figuras jurídicas que poderiam isoladamente ou em conjunto com a concessionária, suprirem o mercado de energia elétrica em questão. As figuras jurídicas consideradas foram as seguintes: cooperativa de eletrificação rural, cooperativa de agroenergia e Produtor Independente de Energia - PIE. As duas primeiras seriam responsáveis pela geração, distribuição e comercialização de energia elétrica, enquanto que a terceira, teria que ter um propósito específico consistindo na geração e venda de energia elétrica para a concessionária. Do ponto de vista da produção de energia e renda, o projeto consiste em explorar a cadeia produtiva do açaí, implantando uma agroindústria para produção de polpa de açaí e a utilização do caroço de açaí como insumo para produção de energia elétrica através de um sistema de gaseificação. O referido sistema terá capacidade instalada de 80 kw, constituído por duas máquinas de 40 kw. A configuração de potência decorreu do estudo da curva de carga estimada para o mercado consumidor (Souza, 2006). O mercado consiste inicialmente de 136 domicílios, uma escola, três centros comunitários e a agroindústria de polpa de açaí implantada no âmbito do projeto, como estratégia de geração de renda. Realizou-se um levantamento acerca das obrigações das três figuras jurídicas com influência no custo da energia gerada. Utilizando-se o fator de carga como variável verificou-se a competitividade da energia gerada para as três figuras jurídicas em estudo. Tais estudos consideraram ainda, o efeito da sub-rogação da Conta de Consumo de Combustíveis, caso projetos dessa natureza pudessem vir a ser beneficiados por esse mecanismo de incentivo. Figura 1. Evolução do custo de geração em função do fator de carga para as entidades em estudo 4.Resultados De modo a organizar a produção local já existente e gerir a nova atividade de geração de renda (agroindústria) foi criada uma cooperativa denominada Cooperativa Energética Agroextrativista Rainha do Açaí. Portanto, o estudo com relação a comercialização da energia elétrica a ser gerada deveria passar pela figura da cooperativa agrícola. Outras sociedades também foram consideradas, quais sejam: a Cooperativa de Eletrificação Rural CER, regulamentada pela Resolução ANEEL no.12/20 e a modalidade de Produtor Independente de Energia regulamentada pelo Decreto 2003/1996. Para determinação dos custos totais de geração, foram pesquisados o custo de geração composto por: custo da fase préinvestimento, custo do gaseificador, custo do secador, infra-estrutura e Operação e Manutenção O&M descritos por Freitas et al(2005), acrescido de encargos e tributos. Os encargos e tributos para cada uma das entidades constam da Tabela 1. Deve ser ressaltado que as Cooperativas de eletrificação rural são isentas de PIS/COFINS. Além disso, no Estado do Amazonas, devido ao Programa Zona Franca Verde do governo estadual, as cooperativas são isentas de ICMS e IPI. Na Figura 1 constam as curvas relativas a variação de custo de geração em função do fator de carga. Para analisar as curvas apresentadas na Figura 1 considerou-se como referência o valor de R$ 0,6/kWh, valor esse adotado Entidades Cooperativa Agrícola Cooperativa de Eletrificação Rural Produtor Independente de energia(geradora) Encargos PIS 0,65 % COFINS 3% IRPJ- 1,5% Fundo de Reserva 10% FATES 5% Taxa Administrativa 10% TOTAL = 30,15% IRPJ 1,5% (OCB, 2005) Fundo de Reserva 10% FATES 5% Taxa Administrativa 10% TOTAL = 26,50% PIS 0,65 % COFINS 3% IRPJ- 15% RGR 10% ICMS 17% P&D 1% TFSEE 0,5% TOTAL = 47,15% Fonte: Adaptado de Organização das Cooperativas do Brasil e Abrace, nos contratos de energia firmados pela Companhia Energética do Amazonas CEAM. Considerando que o fator de potência típico de mercados novos, como é o caso dos considerados nesse estudo, o fator de carga inicial é em torno de 0,3, verifica-se que nenhuma das entidades conseguiria atingir o valor de custo adotado como referência. 19

20 ARTIGOS TÉCNICOS O menor fator de carga que viabilizaria um custo de geração próximo ao valor de referência é de 0,6, para um custo de geração de R$ 0,59/kWh verificado para o caso da Cooperativa de Eletrificação Rural. A competitividade para a Cooperativa Agrícola seria alcançada com fator de carga de 0,65, levando a um custo de geração de R$ 0,57/kWh. Para o PIE sem considerar o benefício da sub-rogação da CCC o menor fator de carga seria de 0,85 correspondendo um custo de geração de R$ 0,59/kWh. Caso o PIE pudesse vir a usufruir dos benefícios da sub-rogação da CCC para o caso de novos mercados, o fator de carga mínimo seria de 0,65, o que corresponderia a um custo de geração de R$ 0,58/kWh. Considerando a especificidade da situação, decidiu-se pela constituição de uma cooperativa denominada Cooperativa Energética Agroextrativista Rainha do Açaí CEARA. Essa solução viabiliza dispor de uma entidade que assuma a organização e desenvolvimento das atividades econômicas tradicionais, além de estar legalmente apta para receber autorização da ANEEL para produzir e comercializar energia elétrica. 5.Conclusões As oportunidades para penetração de tecnologias de energias renováveis para assegurar o suprimento elétrico de comunidades isoladas na região amazônica são inúmeras. No entanto, várias ações precisam ser desencadeadas para que estas deixem de ter um caráter de possível para assumir o papel de viáveis. O atual estágio da produção rural na região torna imprescindível a difusão do cooperativismo para alavancar seu desenvolvimento. Portanto, tal entidade pode também, contribuir com a solução do suprimento elétrico, desde que: i) sejam assegurados tecnologias nacionais com menor valor de mercado, o que poderia ser alcançado através de uma política industrial que estimule a produção de tecnologias de energias renováveis, se constituindo o Pólo Industrial de Manaus, em excelente candidato para receber tais empresas face aos incentivos fiscais que este goza e sua posição geográfica privilegiada em termos de marketing; ii) o incentivo da sub-rogação da CCC pudesse ser aplicado para situações de mercados ainda não atendidos e que seriam naturalmente atendidos pela geração a Diesel; iii) a implantação do sistema de geração de energia estivesse associado a geração de emprego e renda, o que faria com que o fator de carga sofresse um rápido aumento assegurando um preço para energia compatível com o custo de geração; iv) houvesse maior flexibilização do órgão regulador nacional quanto aos indicadores de fornecimento de energia, podendo estes estarem sujeitos a metas e prazos de melhoria de acordo com a realidade do mercado,e; v) houvesse flexibilização quanto ao processo de licenciamento ambiental, de forma a refletir favoravelmente nos custos e nos prazos de obtenção das licenças. Portanto, uma ampla discussão deverá ser realizada entre todos os agentes envolvidos no processo de modo a assegurar que a universalização do serviço de energia elétrica se torne uma realidade na região amazônica, e que esta possa, de fato, contribuir para o desenvolvimento regional. 6.Referências bibliográficas FREITAS, K. T.; SOUZA, R.C.R.; SEYE, O.; SANTOS, E.C.S.; XAVIER, D.J.C.; BACELLAR, A.A. Custo de geração de energia elétrica em comunidade isolada no Amazonas: estudo preliminar do Projeto NERAM, Revista Brasileira de Energia, 2: SOUZA, R. C. R. Modelo de negocio de energia elétrica em comunidades isoladas na Amazônia - NERAM. Manaus AM. Relatório Técnico. UFAM: Manaus, 70p. ilust Intermediação de Negócios Comercialização de energia Projetos de repotenciação Diversos aproveitamentos em carteira, divididos em: licença prévia; licença de implantação; licença de operação e até, centrais em operação. Para mais informações, contate: pchnegocios@gmail.com 20

Apresentação CEI. Perspectivas no mercado de energia fotovoltaica

Apresentação CEI. Perspectivas no mercado de energia fotovoltaica Apresentação CEI Perspectivas no mercado de energia fotovoltaica A CEI é produtora independente de energia em MG, com 9 usinas em operação, 15 empreendimentos hidrelétricos em desenvolvimento (130MW) e

Leia mais

Responsabilidade Social, Preservação Ambiental e Compromisso com a Vida: -Sustentabilidade - Energia Renovável e Limpa!

Responsabilidade Social, Preservação Ambiental e Compromisso com a Vida: -Sustentabilidade - Energia Renovável e Limpa! Responsabilidade Social, Preservação Ambiental e Compromisso com a Vida: -Sustentabilidade - Energia Renovável e Limpa! Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental Sonora-MS Outubro/2012 ONDE ESTAMOS?

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 131, DE 11 DE MARÇO DE 2003

RESOLUÇÃO Nº 131, DE 11 DE MARÇO DE 2003 RESOLUÇÃO Nº 131, DE 11 DE MARÇO DE 2003 Dispõe sobre procedimentos referentes à emissão de declaração de reserva de disponibilidade hídrica e de outorga de direito de uso de recursos hídricos, para uso

Leia mais

NOME DA INSTITUIÇÃO: Prime Projetos e Consultoria Ltda.

NOME DA INSTITUIÇÃO: Prime Projetos e Consultoria Ltda. MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 068/2012 2ª FASE NOME DA INSTITUIÇÃO: Prime Projetos e Consultoria Ltda. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL ATO REGULATÓRIO:

Leia mais

As PCHs no contexto energético futuro no Brasil

As PCHs no contexto energético futuro no Brasil As PCHs no contexto energético futuro no Brasil Campinas, 29 de Outubro de 2013. Charles Lenzi Agenda de Hoje Conjuntura Atual Desafios da Competitividade Nossas propostas Conclusões A ABRAGEL Associação

Leia mais

Riscos e Garantias para a Comercialização de Energia de PCHs Encontro Nacional de Operadores e Investidores em Pequenas Centrais Hidrelétricas

Riscos e Garantias para a Comercialização de Energia de PCHs Encontro Nacional de Operadores e Investidores em Pequenas Centrais Hidrelétricas Riscos e Garantias para a Comercialização de Energia de PCHs Encontro Nacional de Operadores e Investidores em Pequenas Centrais Hidrelétricas Luciano Macedo Freire Conselho de Administração 07 de abril

Leia mais

2 O Novo Modelo e os Leilões de Energia

2 O Novo Modelo e os Leilões de Energia 2 O Novo Modelo e os Leilões de Energia 2.1. Breve Histórico da Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro No início da década de 90, o setor elétrico brasileiro apresentava uma estrutura predominantemente

Leia mais

CONEXÃO DE GERAÇÃO AO SISTEMA CELESC

CONEXÃO DE GERAÇÃO AO SISTEMA CELESC CONEXÃO DE GERAÇÃO AO SISTEMA CELESC FINALIDADE Reunir informações sintetizadas do Processo de Acesso ao Sistema Elétrico da Celesc com o objetivo de orientar os Acessantes, como proceder na condução do

Leia mais

O Mercado de Energias Renováveis e o Aumento da Geração de Energia Eólica no Brasil. Mario Lima Maio 2015

O Mercado de Energias Renováveis e o Aumento da Geração de Energia Eólica no Brasil. Mario Lima Maio 2015 O Mercado de Energias Renováveis e o Aumento da Geração de Energia Eólica no Brasil Mario Lima Maio 2015 1 A Matriz Energética no Brasil A base da matriz energética brasileira foi formada por recursos

Leia mais

MARCELO DE LIMA BRAZ REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE REPROCESSO NO SETOR DE PRODUÇÃO DE CALDOS ALIMENTÍCIOS NA EMPRESA DO RAMO ALIMENTÍCIO (ERA).

MARCELO DE LIMA BRAZ REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE REPROCESSO NO SETOR DE PRODUÇÃO DE CALDOS ALIMENTÍCIOS NA EMPRESA DO RAMO ALIMENTÍCIO (ERA). MARCELO DE LIMA BRAZ REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE REPROCESSO NO SETOR DE PRODUÇÃO DE CALDOS ALIMENTÍCIOS NA EMPRESA DO RAMO ALIMENTÍCIO (ERA). Poços de Caldas / MG 2014 MARCELO DE LIMA BRAZ REDUÇÃO DA QUANTIDADE

Leia mais

Comentários sobre o. Plano Decenal de Expansão. de Energia (PDE 2008-2017)

Comentários sobre o. Plano Decenal de Expansão. de Energia (PDE 2008-2017) Comentários sobre o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2008-2017) PAULO CÉSAR RIBEIRO LIMA JANEIRO/2009 Paulo César Ribeiro Lima 2 Comentários sobre o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2008-2017)

Leia mais

PORTARIA SERLA N 591, de 14 de agosto de 2007

PORTARIA SERLA N 591, de 14 de agosto de 2007 PORTARIA SERLA N 591, de 14 de agosto de 2007 ESTABELECE OS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS PARA EMISSÃO DA DECLARAÇÃO DE RESERVA DE DISPONIBILIDADE HÍDRICA E DE OUTORGA PARA USO DE POTENCIAL

Leia mais

DESAFIOS DO SETOR ENERGÉTICO NO RIO GRANDE DO SUL

DESAFIOS DO SETOR ENERGÉTICO NO RIO GRANDE DO SUL DESAFIOS DO SETOR ENERGÉTICO NO RIO GRANDE DO SUL Humberto César Busnello A SITUAÇÃO ENERGÉTICA DO RIO GRANDE DO SUL TEM QUE SER VISTA NO CONTEXTO DO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO, ESPECIALMENTE

Leia mais

ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL MAIO 2010

ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL MAIO 2010 ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL MAIO 2010 Índice Conceito de Energia Renovável Energias Renováveis no Brasil Aspectos Gerais de Projetos Eólicos, a Biomassa e PCHs Outorga de Autorização de Projetos Incentivos

Leia mais

Com entrada em funcionamento de três novas usinas hidrelétricas nos próximos anos, a Light vai ampliar em 230 MW sua produção de energia

Com entrada em funcionamento de três novas usinas hidrelétricas nos próximos anos, a Light vai ampliar em 230 MW sua produção de energia Relatório Sustainability de Sustentabilidade Report 2010 2010 Geração Com entrada em funcionamento de três novas usinas hidrelétricas nos próximos anos, a Light vai ampliar em 230 MW sua produção de energia

Leia mais

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 03 DE SETEMBRO DE 2008.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 03 DE SETEMBRO DE 2008. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 03 DE SETEMBRO DE 2008. Dispõe sobre procedimentos referentes à emissão de Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRDH) e de outorga de direito de uso de recursos

Leia mais

Galvão Energia Evolução das Fontes de Energia Renováveis no Brasil. V Conferência Anual da RELOP

Galvão Energia Evolução das Fontes de Energia Renováveis no Brasil. V Conferência Anual da RELOP Galvão Energia Evolução das Fontes de Energia Renováveis no Brasil V Conferência Anual da RELOP Lisboa, 01.Jun.2012 Agenda O Acionista Grupo Galvão 03 A Empresa Galvão Energia 04 A evolução das fontes

Leia mais

GERAÇÃO A Copel opera 20 usinas próprias, sendo 19 hidrelétricas, uma termelétrica e uma eólica

GERAÇÃO A Copel opera 20 usinas próprias, sendo 19 hidrelétricas, uma termelétrica e uma eólica GERAÇÃO A Copel opera 20 usinas próprias, sendo 19 hidrelétricas, uma termelétrica e uma eólica TRANSMISSÃO O sistema de transmissão de energia é responsável pela operação e manutenção de 32 subestações

Leia mais

Energia Alternativa - Uma Opção Viável para Equilíbrio da Oferta de Energia. Ricardo Pigatto Presidente São Paulo, 12 de setembro de 2007

Energia Alternativa - Uma Opção Viável para Equilíbrio da Oferta de Energia. Ricardo Pigatto Presidente São Paulo, 12 de setembro de 2007 Energia Alternativa - Uma Opção Viável para Equilíbrio da Oferta de Energia Ricardo Pigatto Presidente São Paulo, 12 de setembro de 2007 Resumo Leilões de Fontes Alternativas de Energia: avaliação de resultados

Leia mais

PCHs: Aspectos Regulatórios e Comerciais. Marcos Cabral

PCHs: Aspectos Regulatórios e Comerciais. Marcos Cabral Universidade Federal de Paraná Setor de Tecnologia Departamento de Engenharia Elétrica Planejamento de Sistemas Elétricos de Potência- TE157 PCHs: Aspectos Regulatórios e Comerciais Marcos Cabral Definição

Leia mais

POTENCIAL DE INTERCÂMBIO DE ENERGIA ELÉTRICA ENTRE OS SISTEMAS ELÉTRICOS DO BRASIL E DA ARGENTINA

POTENCIAL DE INTERCÂMBIO DE ENERGIA ELÉTRICA ENTRE OS SISTEMAS ELÉTRICOS DO BRASIL E DA ARGENTINA Revista Brasileira de Energia, Vol. 17, N o. 1, 1 o Sem. 2011, pp. 73-81 73 POTENCIAL DE INTERCÂMBIO DE ENERGIA ELÉTRICA ENTRE OS SISTEMAS ELÉTRICOS DO BRASIL E DA ARGENTINA André Luiz Zanette 1 RESUMO

Leia mais

III Workshop Inovação para o Estabelecimento do Setor de Energia Solar Fotovoltaica no Brasil. Nelson Fonseca Leite Presidente 06/03/2013

III Workshop Inovação para o Estabelecimento do Setor de Energia Solar Fotovoltaica no Brasil. Nelson Fonseca Leite Presidente 06/03/2013 III Workshop Inovação para o Estabelecimento do Setor de Energia Solar Fotovoltaica no Brasil Nelson Fonseca Leite Presidente 06/03/2013 PRINCIPAIS INDICADORES DO SETOR DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Leia mais

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL GE Distributed Power Jose Renato Bruzadin Sales Manager Brazil T +55 11 2504-8829 M+55 11 99196-4809 Jose.bruzadini@ge.com São Paulo, 11 de Julho de 2014 NOME DA INSTITUIÇÃO: GE Distributed Power AGÊNCIA

Leia mais

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DA FILOSOFIA LEAN CONSTRUCTION EM EMPRESAS DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE ABSTRACT

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DA FILOSOFIA LEAN CONSTRUCTION EM EMPRESAS DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE ABSTRACT ANÁLISE DA APLICAÇÃO DA FILOSOFIA LEAN CONSTRUCTION EM EMPRESAS DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE ANALYSIS OF APPLICATION OF PHILOSOPHY IN LEAN CONSTRUCTION COMPANIES

Leia mais

Política Energética Brasileira Panorama da Biomassa

Política Energética Brasileira Panorama da Biomassa Política Energética Brasileira Panorama da Biomassa MME Secretaria de Planejamento Energético Brasília Março de 2010 Roteiro 1. Cenário da Expansão 2. Características 3. Políticas Energéticas 4. Leilões

Leia mais

. / 012343// 156 01 2 /. 31. 0 7131. 1 8 93

. / 012343// 156 01 2 /. 31. 0 7131. 1 8 93 !" ##" $#%#" &&&#" "' (" &&" ')&#" (*+"((,"(-. / 012343// 156 01 2 /. 31. 0 7131. 1 8 93!" Centro Nacional de Referência em Biomassa (CENBIO) Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) Universidade de

Leia mais

MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 052/2005

MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 052/2005 MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 052/2005 NOME DA INSTITUIÇÃO: NEOENERGIA S.A. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL ATO REGULATÓRIO: RESOLUÇÃO NORMATIVA EMENTA

Leia mais

Seja dono. da sua ENERGIA

Seja dono. da sua ENERGIA Seja dono AV Afonso Vaz De melo 677 Sala 301 CEP: 30.640-070 Belo Horizonte (MG) Tel. +55 31 3689-7452 info@solarfast.it www.solarfast.it da sua ENERGIA Energia solar Fontes renováveis, economia de energia,

Leia mais

Programa de Incentivos aos Leilões de Energia e à Geração Distribuída do Governo de Pernambuco João Bosco de Almeida

Programa de Incentivos aos Leilões de Energia e à Geração Distribuída do Governo de Pernambuco João Bosco de Almeida Programa de Incentivos aos Leilões de Energia e à Geração Distribuída do Governo de Pernambuco João Bosco de Almeida Secretário de Infraestrutura Energia Renovável em Pernambuco Desenvolvimento Técnico,

Leia mais

ANEXO VI REMUNERAÇÃO E MECANISMOS DE PAGAMENTO

ANEXO VI REMUNERAÇÃO E MECANISMOS DE PAGAMENTO JANEIRO/ 2012 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 1 2. MECANISMO DE PAGAMENTO... 1 3. REAJUSTES... 4 APÊNDICE 1... 6 CONSIDERAÇÕES SOBRE CGH E PCH... 6 1 1. INTRODUÇÃO 1.1. O presente Anexo tem por objetivo explicitar

Leia mais

Energia Alternativa: uma opção viável para equilíbrio da oferta e demanda Ricardo Pigatto Presidente - APMPE

Energia Alternativa: uma opção viável para equilíbrio da oferta e demanda Ricardo Pigatto Presidente - APMPE Energia Alternativa: uma opção viável para equilíbrio da oferta e demanda Ricardo Pigatto Presidente - APMPE Resumo Cenário Atual FAE Potencial Benefícios Desafios Conclusões Quadro Resumo - FAE Capacidade

Leia mais

III Seminário da Pós-graduação em Engenharia Elétrica

III Seminário da Pós-graduação em Engenharia Elétrica ESTUDO SOBRE A EXPANSÃO DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA NO BRASIL Tiago Forti da Silva Aluno do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica Unesp Bauru Prof. Dr. André Nunes de Souza Orientador

Leia mais

Utilização de grupos geradores diesel em horário de ponta

Utilização de grupos geradores diesel em horário de ponta Utilização de grupos geradores diesel em horário de ponta James Masseroni 1 Cristina Maria de Oliveira 2 Resumo: Como tentativa de reduzir o pico de carga que ocorre no final da tarde e início da noite,

Leia mais

Simpósio Brasileiro sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétrica. Comercialização 1/20. DCM Diretoria Comercial

Simpósio Brasileiro sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétrica. Comercialização 1/20. DCM Diretoria Comercial Legislação de Geração de Energia Elétrica Comercialização 1/20 AGENDA: 1. Geração de serviço público, produtores independentes e autoprodução de energia elétrica; 2. Incentivos para a autoprodução de energia

Leia mais

COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA. PROJETO DE LEI N o 3.986, DE 2008 I - RELATÓRIO

COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA. PROJETO DE LEI N o 3.986, DE 2008 I - RELATÓRIO COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA PROJETO DE LEI N o 3.986, DE 2008 Altera dispositivos da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, e da Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, para promover a geração e o consumo

Leia mais

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento.

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento. MERCADO DE CARBONO M ERCADO DE C A R O mercado de carbono representa uma alternativa para os países que têm a obrigação de reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa e uma oportunidade

Leia mais

Gestão da Qualidade Políticas. Elementos chaves da Qualidade 19/04/2009

Gestão da Qualidade Políticas. Elementos chaves da Qualidade 19/04/2009 Gestão da Qualidade Políticas Manutenção (corretiva, preventiva, preditiva). Elementos chaves da Qualidade Total satisfação do cliente Priorizar a qualidade Melhoria contínua Participação e comprometimento

Leia mais

Carta n o 108/2013-BPCH. Assunto: CONTRIBUIÇÕES PARA A AUDIÊNCIA PÚBLICA 068/2012. Senhor Diretor,

Carta n o 108/2013-BPCH. Assunto: CONTRIBUIÇÕES PARA A AUDIÊNCIA PÚBLICA 068/2012. Senhor Diretor, Carta n o 108/2013-BPCH Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2013 Ilmo. Sr. Dr. Romeu Donizete Rufino Diretor AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL 70830-030 Brasília - DF Assunto: CONTRIBUIÇÕES PARA

Leia mais

Desafios e alternativas para o setor elétrico. 8 KPMG Business Magazine

Desafios e alternativas para o setor elétrico. 8 KPMG Business Magazine Desafios e alternativas para o setor elétrico 8 KPMG Business Magazine Concessionárias enfrentam o dilema de elevar receitas em um cenário de alta concorrência e redução de tarifas O consumo nacional de

Leia mais

Gerenciamento de projetos SMART GRID

Gerenciamento de projetos SMART GRID Gerenciamento de projetos SMART GRID OBJETIVO Em razão da (o): Grandiosidade e complexidade dos projetos SMART GRID Contexto econômico local e global vs. QUALIDADE dos serviços públicos. p Exigências de

Leia mais

11º Seminário de Tecnologia de Sistemas Prediais. 20 de maio

11º Seminário de Tecnologia de Sistemas Prediais. 20 de maio 11º Seminário de Tecnologia de Sistemas Prediais 20 de maio 1 Agenda O Grupo AES no Brasil Organograma As associações participantes e evolução no relacionamento Fluxo Ligação Nova Demanda por projetos

Leia mais

Indicadores de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) em Software e Serviços de TI: o Caso da Lei do Bem (nº 11.196/05)

Indicadores de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) em Software e Serviços de TI: o Caso da Lei do Bem (nº 11.196/05) Universidade de Brasília Indicadores de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) em Software e Serviços de TI: o Caso da Lei do Bem (nº 11.196/05) Rafael Henrique Rodrigues Moreira BRASÍLIA 2014 Universidade

Leia mais

Dar exclusividade de parceria a FURNAS, por si e suas afiliadas, no caso de participação nos Leilões promovidos pela ANEEL.

Dar exclusividade de parceria a FURNAS, por si e suas afiliadas, no caso de participação nos Leilões promovidos pela ANEEL. 1 OBJETO Constitui objeto desta Chamada Pública a seleção de potenciais parceiros privados detentores de capital, direitos, projetos e/ou oportunidades de negócio na área de energia, que considerem como

Leia mais

A metodologia proposta pela WEG para realizar este tipo de ação será apresentada a seguir.

A metodologia proposta pela WEG para realizar este tipo de ação será apresentada a seguir. Eficiência Energética Buaiz Alimentos 1 CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA Nome fantasia: Buaiz Alimentos Ramo de atividade: Alimentício Localização: Vitória / ES Estrutura tarifária: Horo-sazonal Azul A4 Demanda

Leia mais

CRIAÇÃO DA DISCIPLINA SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CRIAÇÃO DA DISCIPLINA SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CRIAÇÃO DA DISCIPLINA SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Elias S. Assayag eassayag@internext.com.br Universidade do Amazonas, Departamento de Hidráulica e Saneamento da Faculdade

Leia mais

O Globo 09/01/2011 Desmatobrás Construção de 61 hidrelétricas provocará desmatamento de 5,3 mil km2, equivalente à área do Grande Rio Liana Melo e

O Globo 09/01/2011 Desmatobrás Construção de 61 hidrelétricas provocará desmatamento de 5,3 mil km2, equivalente à área do Grande Rio Liana Melo e O Globo 09/01/2011 Desmatobrás Construção de 61 hidrelétricas provocará desmatamento de 5,3 mil km2, equivalente à área do Grande Rio Liana Melo e Henrique Gomes Batista Ogoverno planeja desmatar 5,3 mil

Leia mais

Agenda Elétrica Sustentável 2020

Agenda Elétrica Sustentável 2020 Congresso Eficiência Energética Casa Alemã A Casa Ecoeficiente São Paulo, 14 de Abril de 2010 Agenda Elétrica Sustentável 2020 Estudo de Cenários para um Setor Elétrico Brasileiro Eficiente, Seguro e Competitivo

Leia mais

Workshop Andrade & Canellas 2010 Mercado de Energia Práticas e Expectativa. A Visão dos Geradores

Workshop Andrade & Canellas 2010 Mercado de Energia Práticas e Expectativa. A Visão dos Geradores Workshop Andrade & Canellas 2010 Mercado de Energia Práticas e Expectativa A Visão dos Geradores Edson Luiz da Silva Diretor de Regulação A Apine Perfil dos Sócios Geradores privados de energia elétrica

Leia mais

GUIA DO SGD. Transformação SISTEMA ELETROBRÁS. Conheça mais sobre o novo Sistema de Gestão do Desempenho (SGD) que entrará

GUIA DO SGD. Transformação SISTEMA ELETROBRÁS. Conheça mais sobre o novo Sistema de Gestão do Desempenho (SGD) que entrará GUIA DO SGD Conheça mais sobre o novo Sistema de Gestão do Desempenho (SGD) que entrará em vigor em todas as empresas do Sistema Eletrobrás ainda este ano. Transformação SISTEMA ELETROBRÁS A T R A N S

Leia mais

PROCEDIMENTO DA QUALIDADE

PROCEDIMENTO DA QUALIDADE Pág.: 1 de 6 1. OBJETIVO Realizar o gerenciamento dos projetos desde o seu planejamento, desenvolvimento, recebimento, análise crítica, controle e distribuição nas obras. 2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA Manual

Leia mais

Situação Energética no País

Situação Energética no País Situação Energética no País Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Março de 2014 A situação energética atual Robustez do abastecimento: A segurança de suprimento em 2014 dependerá da hidrologia

Leia mais

Apresento a seguir as minhas contribuições para a Audiência Pública em epígrafe.

Apresento a seguir as minhas contribuições para a Audiência Pública em epígrafe. São Paulo, 18 de Março de 2004 Ilmo Sr. Dr Jose Mario Miranda Abdo DD. Diretor Geral da Agencia Nacional de Energia Eletrica Assunto: Contribuições para a Audiência Pública 005_2004 Apresento a seguir

Leia mais

Solutions. Adição de Ingredientes. TC=0.5m TC=2m TC=1m TC=3m TC=10m. O Tempo de Ciclo do Processo é determinado pelo TC da operação mais lenta.

Solutions. Adição de Ingredientes. TC=0.5m TC=2m TC=1m TC=3m TC=10m. O Tempo de Ciclo do Processo é determinado pelo TC da operação mais lenta. Operations Management Homework 1 Solutions Question 1 Encomenda Preparação da Massa Amassar Adição de Ingredientes Espera Forno Entrega TC=0.5m TC=2m TC=1m TC=3m TC=10m TC=1.5m (se mesmo operador) O Tempo

Leia mais

PROGRAMA DE INCENTIVO PARA A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS NA ÁREA NUCLEAR

PROGRAMA DE INCENTIVO PARA A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS NA ÁREA NUCLEAR PROGRAMA DE INCENTIVO PARA A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS NA ÁREA NUCLEAR III ENIN 28 de Novembro de 2013 Wilson Jorge Montalvão Assistente do Presidente SUMÁRIO CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO (Hoje)

Leia mais

MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 039 /2009

MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 039 /2009 MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 039 /2009 NOME DA INSTITUIÇÃO: Associação Brasileira de Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica - APMPE AGÊNCIA NACIONAL DE

Leia mais

Estereoscopia Digital no Ensino da Química AGRADECIMENTOS

Estereoscopia Digital no Ensino da Química AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTOS O findar desta dissertação é o momento indicado para agradecer ao Professor Doutor João Carlos de Matos Paiva pela sua grande ajuda, pela disponibilidade sempre manifestada, pelo seu empenho

Leia mais

Manual do Integrador. Programa de Formação

Manual do Integrador. Programa de Formação Manual do Integrador Programa de Formação Introdução As oportunidades de iniciação de frentes de negócios na indústria fotovoltaica brasileira são diversas e estão abertas a todos aqueles que desejam começar

Leia mais

CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 010/2009.

CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 010/2009. CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 010/2009. NOME DA INSTITUIÇÃO: COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 010/2009 : Contribuições de 12/03/2009

Leia mais

Accessing the contents of the Moodle Acessando o conteúdo do Moodle

Accessing the contents of the Moodle Acessando o conteúdo do Moodle Accessing the contents of the Moodle Acessando o conteúdo do Moodle So that all the available files in the Moodle can be opened without problems, we recommend some software that will have to be installed

Leia mais

01-A GRAMMAR / VERB CLASSIFICATION / VERB FORMS

01-A GRAMMAR / VERB CLASSIFICATION / VERB FORMS 01-A GRAMMAR / VERB CLASSIFICATION / VERB FORMS OBS1: Adaptação didática (TRADUÇÃO PARA PORTUGUÊS) realizada pelo Prof. Dr. Alexandre Rosa dos Santos. OBS2: Textos extraídos do site: http://www.englishclub.com

Leia mais

Regulamento do projeto "50 Telhados"

Regulamento do projeto 50 Telhados Regulamento do projeto "50 Telhados" Iniciativa Fevereiro de 2014 Sumário 1. Contextualização... 3 2. Missão do projeto 50 Telhados... 3 3. Objetivo... 3 3.1. Pequenas cidades... 3 4. Benefícios para empresas/clientes/cidades

Leia mais

5.4. Programa de Comunicação Social. Revisão 00 NOV/2013. PCH Dores de Guanhães Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

5.4. Programa de Comunicação Social. Revisão 00 NOV/2013. PCH Dores de Guanhães Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS PCH Dores de Guanhães Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS 5.4 Programa de Comunicação Social Revisão 00 NOV/2013 Coordenador da Equipe Carlos Eduardo Alencar Carvalho CRBio 37538/4-D

Leia mais

O Novo Modelo do Setor Elétrico, a ANEEL e a Geração Distribuída

O Novo Modelo do Setor Elétrico, a ANEEL e a Geração Distribuída Geração Distribuída 2002 INEE O Novo Modelo do Setor Elétrico, a ANEEL e a Geração Distribuída Junho de 2002 - São Paulo - SP Paulo Pedrosa Diretor Ouvidor Sumário I II III o modelo competitivo o papel

Leia mais

Energias Renováveis. -Novembro -2010

Energias Renováveis. -Novembro -2010 Energias Renováveis -Novembro -2010 Av. Dr. Cardoso de Melo, 1340 12º andar Vila Olímpia 04548-004 São Paulo SP Brasil Telefone: 55 11 3054 1020 Fax: 55 11 3054 1021 SBN Quadra 2, Bloco F, Conjuntos 1311-1312

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº, DE 2011

PROJETO DE LEI Nº, DE 2011 PROJETO DE LEI Nº, DE 2011 (Do Sr. Penna) Dispõe sobre a criação do Plano de Desenvolvimento Energético Integrado e do Fundo de Energia Alternativa. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Ficam instituídos

Leia mais

OBJETIVO 2 APLICAÇÃO 3 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES 4 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 5 TERMINOLOGIA 6 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO DE MUDANÇAS

OBJETIVO 2 APLICAÇÃO 3 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES 4 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 5 TERMINOLOGIA 6 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO DE MUDANÇAS Impresso em 26/08/2015 10:31:18 (Sem título Aprovado ' Elaborado por Daniel Trindade/BRA/VERITAS em 01/11/2013 Verificado por Cintia Kikuchi em 04/11/2013 Aprovado por Americo Venturini/BRA/VERITAS em

Leia mais

MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À CONSULTA PÚBLICA Nº 005/2014

MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À CONSULTA PÚBLICA Nº 005/2014 MODELO PARA ENVIO DE CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À CONSULTA PÚBLICA Nº 005/2014 NOME DA INSTITUIÇÃO: Celesc Distribuição S.A. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL ATO REGULATÓRIO: Nota Técnica nº 025/2014

Leia mais

Soluções Completas para Pequenas Centrais Hidrelétricas

Soluções Completas para Pequenas Centrais Hidrelétricas Soluções Completas para Pequenas Centrais Hidrelétricas Answers for energy. Turbina Francis, gerador síncrono e unidade hidráulica Cubículos de média tensão Transformadores de distribuição Uma completa

Leia mais

Comercialização de Energia Elétrica no Brasil III Seminário: Mercados de Eletricidade e Gás Natural Investimento, Risco e Regulação

Comercialização de Energia Elétrica no Brasil III Seminário: Mercados de Eletricidade e Gás Natural Investimento, Risco e Regulação Comercialização de Energia Elétrica no Brasil III Seminário: Mercados de Eletricidade e Gás Natural Investimento, Risco e Regulação Élbia Melo 12/02/2010 Agenda O Setor Elétrico Brasileiro Comercialização

Leia mais

Gestão da Demanda de Água Através de Convênios e Parcerias com o Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura da Cidade de São Paulo SABESP

Gestão da Demanda de Água Através de Convênios e Parcerias com o Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura da Cidade de São Paulo SABESP Gestão da Demanda de Água Através de Convênios e Parcerias com o Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura da Cidade de São Paulo SABESP R. R. Chahin a a. Companhia de Saneamento Básico do Estado de

Leia mais

CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO CURSO ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS A LOGISTICA REVERSA APLICADA NO ÓLEO LUBRIFICANTE E SEUS RESÍDUOS

CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO CURSO ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS A LOGISTICA REVERSA APLICADA NO ÓLEO LUBRIFICANTE E SEUS RESÍDUOS CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO CURSO ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS A LOGISTICA REVERSA APLICADA NO ÓLEO LUBRIFICANTE E SEUS RESÍDUOS ALINE THAIS MARQUEZIM ELOÁ PLETITSCH FIGUEIREDO JULIÊ GALIPI

Leia mais

Regulamento do projeto "50 Telhados"

Regulamento do projeto 50 Telhados Regulamento do projeto "50 Telhados" Iniciativa Novembro de 2013 Sumário 1. Contextualização... 3 2. Missão do projeto 50 Telhados... 3 3. Objetivo... 3 4. Benefícios para empresas/clientes/cidades participantes...

Leia mais

AHE SIMPLÍCIO QUEDA ÚNICA* Luiz Antônio Buonomo de PINHO Gerente / Engenheiro Civil Furnas Centrais Elétricas S. A.

AHE SIMPLÍCIO QUEDA ÚNICA* Luiz Antônio Buonomo de PINHO Gerente / Engenheiro Civil Furnas Centrais Elétricas S. A. AHE SIMPLÍCIO QUEDA ÚNICA* Luiz Antônio Buonomo de PINHO Gerente / Engenheiro Civil Furnas Centrais Elétricas S. A. Rogério Sales GÓZ Gerente / Engenheiro Civil Furnas Centrais Elétricas S. A. Brasil RESUMO

Leia mais

AGRONEGÓCIO E LOGÍSTICA: DICOTOMIA Ivo Manoel Naves

AGRONEGÓCIO E LOGÍSTICA: DICOTOMIA Ivo Manoel Naves AGRONEGÓCIO E LOGÍSTICA: DICOTOMIA Ivo Manoel Naves RESUMO: A produção agrícola brasileira vem apresentando crescimentos acentuados e o agronegócio nacional é um dos setores mais pujantes da economia.

Leia mais

www.ccee.org.br Nº 011 Novembro/2014 0800 10 00 08 Nº de usinas

www.ccee.org.br Nº 011 Novembro/2014 0800 10 00 08 Nº de usinas Introdução O Boletim de Operação das Usinas é uma publicação mensal que apresenta os principais resultados consolidados de capacidade, garantia física e geração das usinas, tendo como referência a contabilização

Leia mais

A MÁQUINA ASSÍNCRONA TRIFÁSICA BRUSHLESS EM CASCATA DUPLAMENTE ALIMENTADA. Fredemar Rüncos

A MÁQUINA ASSÍNCRONA TRIFÁSICA BRUSHLESS EM CASCATA DUPLAMENTE ALIMENTADA. Fredemar Rüncos Resumo da Dissertação apresentada à UFSC como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica. A MÁQUINA ASSÍNCRONA TRIFÁSICA BRUSHLESS EM CASCATA DUPLAMENTE ALIMENTADA

Leia mais

Papel da Energia Alternativa na Política Energética do Brasil

Papel da Energia Alternativa na Política Energética do Brasil Seminário Internacional Fontes Alternativas de Energia e Eficiência Energética Papel da Energia Alternativa na Política Energética do Brasil Por Laura Porto Brasília, Junho de 2002 BRASIL CAPACIDADE INSTALADA

Leia mais

REDE PETRO BRASIL. A Rede das Redes Petro. Eng. Ana Maria Mendonça Rede PETROGÁS Sergipe Presidente da PENSE

REDE PETRO BRASIL. A Rede das Redes Petro. Eng. Ana Maria Mendonça Rede PETROGÁS Sergipe Presidente da PENSE REDE PETRO BRASIL A Rede das Redes Petro Eng. Ana Maria Mendonça Rede PETROGÁS Sergipe Presidente da PENSE as redes Amazonas Ceará Rio Grande do Norte Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Minas Gerais Bacia

Leia mais

Planejamento Integrado no Setor elétrico

Planejamento Integrado no Setor elétrico 2ª REUNIÃO ORDINÁRIA DEINFRA ENERGIA FIESP Planejamento Integrado no Setor elétrico Prof. Nivalde J. de Castro Coordenador do GESEL 12 de março de 2012 Sumário I. Planejamento no setor elétrico. II. Fontes

Leia mais

Doing Business in Brazil : Pathways to success, Innovation and Access under the Legal Framework

Doing Business in Brazil : Pathways to success, Innovation and Access under the Legal Framework Doing Business in Brazil : Pathways to success, Innovation and Access under the Legal Framework BY FABIANO ANDREATTA L E G A L A F F A I R S M A N A G E R E L I L I L L Y D O B R A S I L L T D A. * A s

Leia mais

Sustainability issues in the Brazilian automotive industry: electric cars and end-of-life vehicles

Sustainability issues in the Brazilian automotive industry: electric cars and end-of-life vehicles Sustainability issues in the Brazilian automotive industry: electric cars and end-of-life vehicles Adcley Souza (adcley.souza@hotmail.com) Sustainability issues in the Brazilian automotive industry: electric

Leia mais

EPE-21/02/2008. Bioeletricidade

EPE-21/02/2008. Bioeletricidade EPE-21/02/2008 Bioeletricidade Sistema de Transmissão Mato Grosso do Sul Ciclo de Produção da Bioeletricidade Plantio da Cana-de-Açucar Colheita Palha Prensagem Xarope Biomassa Acúcar e Ácool Bioeletricidade

Leia mais

Sm S a m r a t r t Gr G i r d Bruno Erik Cabral

Sm S a m r a t r t Gr G i r d Bruno Erik Cabral Bruno Erik Cabral Smart Grid Agenda Introdução Definição Características Confiabilidade Flexibilidade Eficiência Sustentabilidade Medidores Inteligentes Controle avançado Cenário Internacional Cenária

Leia mais

Investimento em infraestrutura: o que precisa ser feito?

Investimento em infraestrutura: o que precisa ser feito? SESSÃO TEMÁTICA Investimento em infraestrutura: o que precisa ser feito? Brasília, 17 de novembro de 2009 Perspectivas de Investimentos O Brasil está diante de uma oportunidade inédita para aumentar de

Leia mais

Projeto de estudo de Desenvolvimento dos negócios no Exterior. Heisei 26 (2014) Relatório de investigação (Resumo)

Projeto de estudo de Desenvolvimento dos negócios no Exterior. Heisei 26 (2014) Relatório de investigação (Resumo) Projeto de estudo de Desenvolvimento dos negócios no Exterior Heisei 26 (2014) (Preparação de estabelecimento de negócio internacional e entrada de mercado infraestrutura (estudo sobre desenvolvimento

Leia mais

Participação de pequenas empresas nos parques tecnológicos

Participação de pequenas empresas nos parques tecnológicos Participação de pequenas empresas nos parques tecnológicos Autor: Katia Melissa Bonilla Alves 1 Co-autores: Ricardo Wargas 2 e Tomas Stroke 3 1 Mestre em Economia pela Universidade do Estado do Rio de

Leia mais

Tese apresentada para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil pela Universidade da Beira Interior, sobre a orientação de:

Tese apresentada para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil pela Universidade da Beira Interior, sobre a orientação de: Tese apresentada para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil pela Universidade da Beira Interior, sobre a orientação de: Prof. Doutor. João Carlos Gonçalves Lanzinha Prof. Auxiliar do Departamento

Leia mais

Em 13 de janeiro de 2012.

Em 13 de janeiro de 2012. Nota Técnica nº 003/2012-SEM/ANEEL Em 13 de janeiro de 2012. Processo: 48500.005140/2011-21 Assunto: Instauração de Audiência Pública, na modalidade Intercâmbio Documental, para subsidiar o processo de

Leia mais

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA HIDRELÉTRICA-SISTEMA ELÉTRICO

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA HIDRELÉTRICA-SISTEMA ELÉTRICO GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA HIDRELÉTRICA-SISTEMA ELÉTRICO HIDRELÉTRICAS Definição Originada a partir da energia solar, responsável pela evaporação da água; A água que precipita é armazenada na forma de

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº, DE 2015 (Do Sr. Fabio Faria)

PROJETO DE LEI Nº, DE 2015 (Do Sr. Fabio Faria) PROJETO DE LEI Nº, DE 2015 (Do Sr. Fabio Faria) Institui o Programa de Incentivo à Geração Distribuída de Energia Elétrica a partir de Fonte Solar - PIGDES e altera a Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002.

Leia mais

Perguntas e Respostas sobre a aplicação da Resolução Normativa nº 482/2012

Perguntas e Respostas sobre a aplicação da Resolução Normativa nº 482/2012 Perguntas e Respostas sobre a aplicação da Resolução Normativa nº 482/2012 Este documento é apenas explicativo e não tem força normativa. 1 O que é o Sistema de Compensação de Energia Elétrica?...1 2 Quanto

Leia mais

UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA. A Reputação e a Responsabilidade Social na BP Portugal: A importância da Comunicação. Por. Ana Margarida Nisa Vintém

UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA. A Reputação e a Responsabilidade Social na BP Portugal: A importância da Comunicação. Por. Ana Margarida Nisa Vintém UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA A Reputação e a Responsabilidade Social na BP Portugal: A importância da Comunicação Relatório de estágio apresentado à Universidade Católica Portuguesa para obtenção do

Leia mais

EDITAL DE TOMADA DE PREÇOS Nº

EDITAL DE TOMADA DE PREÇOS Nº ANEXO I EDITAL DE TOMADA DE PREÇOS Nº 006/2015 PROJETO DE VIABILIDADE TÉCNICA PARA ALTEAMENTO DO NIVEL NOMAL DO RESERVATÓRIO DO CIPÓ E AMPLIAÇÃO DAS USINAS BORTOLAN E VÉU DAS NOIVAS 1 - INTRODUÇÃO Esta

Leia mais

WORKSHOP PERSPECTIVAS E DESAFIOS DA ENERGIA NUCLEAR NA MATRIZ ELÉTRICA DO BRASIL

WORKSHOP PERSPECTIVAS E DESAFIOS DA ENERGIA NUCLEAR NA MATRIZ ELÉTRICA DO BRASIL WORKSHOP PERSPECTIVAS E DESAFIOS DA ENERGIA NUCLEAR NA MATRIZ ELÉTRICA DO BRASIL GESEL / SINERGIA / EDF A OPÇÃO NUCLEAR PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL Altino Ventura Filho Secretário de Planejamento

Leia mais

O passo a passo da participação popular Metodologia e diretrizes

O passo a passo da participação popular Metodologia e diretrizes O passo a passo da participação popular Metodologia e diretrizes Com o objetivo de garantir a presença da população na construção e no planejamento de políticas públicas, o Governo de Minas Gerais instituiu

Leia mais

Normalização do sistema de bloqueio conforme a NR 10

Normalização do sistema de bloqueio conforme a NR 10 Normalização do sistema de bloqueio conforme a NR 10 Robson Guilherme Ferreira (II) Jackson Duarte Coelho (III) Julio César Agrícola Costa da Silveira (I) Resumo O trabalho a ser apresentado tem como objetivo

Leia mais

Um olhar que cura: Terapia das doenças espirituais (Portuguese Edition)

Um olhar que cura: Terapia das doenças espirituais (Portuguese Edition) Um olhar que cura: Terapia das doenças espirituais (Portuguese Edition) Padre Paulo Ricardo Click here if your download doesn"t start automatically Um olhar que cura: Terapia das doenças espirituais (Portuguese

Leia mais