A FEBRE NEGRA DE LÁBREA: LANÇAMENTO DA VACINA DE PREVENÇÃO A HEPATITE B PERÍODO DE
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- João Henrique Corte-Real Sousa
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1 106 REVISTA DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO IFAM A FEBRE NEGRA DE LÁBREA: LANÇAMENTO DA VACINA DE PREVENÇÃO A HEPATITE B PERÍODO DE INTRODUÇÃO Keylliane Freire Ramos 1 ; Fábio Teixeira de Lima 2 Dentre os vários problemas enfrentados pela população no município de Lábrea/AM, a saúde pública é talvez o que é mais preocupante. Isso porque envolve áreas econômicas, sociais e ambientais. No caso de aspecto econômico, falta de dinheiro, a população é extremamente pobre e a prevenção fica comprometida pelo fato de que sem dinheiro, as condições de moradia e saúde ficam seriamente comprometidas, pois a maioria das moradias, não possui saneamento favorável à prevenção da hepatite B. Ainda no aspecto econômico, há problema na qualidade da água que a população ingere; trata-se de água in natura, sem o devido tratamento. E em geral as fossas sépticas comprometem a qualidade da água devido ao fato de o lençol freático ser muito próximo da superfície. Com relação ao aspecto social, a hepatite B se dissemina pela falta do processo educacional que deixe mais claro os modos de transmissão dessa doença. A população às vezes até sabe que se trata de uma doença grave, mas não faz uso dos meios que já existem para evita-la. Assim, a falta de água tratada, promiscuidade sexual e falta de higiene no que se refere ao preparo dos alimentos, torna a hepatite B uma doença muito comum na população local, não importando a faixa etária (BENSABATH, 1994). No aspecto ambiental, a falta de saneamento básico associado ao fato de que os esgotos em geral acabam ficando a céu aberto, e uma vez que a cidade está cercada pela floresta e margeada pelo rio Purus, no qual a população em geral usa para banhos e para matar a sede, a contaminação é evidente e certeira. O desafio deste trabalho é investigar os acontecimentos que levam muitas pessoas, mesmo após lançada a vacina anti-hepatite B na década de 80 continuarem sofrendo com a doença e morrendo infectados. A problemática é analisar como foram feitas as primeiras formas de prevenção para que houvesse meios de contro- 1 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amazonas IFAM Campus Lábrea. keyllianeramos@hotmail.com.br 2 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amazonas Campus Lábrea. fabiolima @ hotmail.com
2 le e cuidados específicos com doentes, para que eles não contaminassem outras pessoas, tendo em vista as formas de prevenção para evitar as contaminações em massa, desde a prevenção na forma de aplicação da vacina a forma de esterilização ainda nas zonas ribeirinhas da Amazônia não eram seguras, como relata o professor José Carlos Ferraz Fonseca, quando fala de sua experiência durante o período que pesquisava sobre a forma de contaminação da hepatite B, a falta de cuidados com a estilização dos materiais necessários para o exame. Entre 1979 e 1983, tive a oportunidade de observar várias vezes na zona rural do Estado Amazonas, técnicos de órgãos governamentais, puncionarem com uma só lanceta, inúmeros pacientes febris e com suspeita de malária. Tais técnicos, após a punição retiravam o sangue retido na lanceta através de um chumaço de algodão embebido com álcool e posteriormente puncionavam outro paciente. Outros técnicos simplesmente passavam a lanceta no fogo de uma lamparina logo após a punção digital. A referida lamparina servia também para espantar os mosquitos devido a fumaça provocada pelo combustível utilizado, no caso o querosene (FONSECA, 2010). Nesse contexto, é importante ressaltar a importância da melhoria da água, da educação voltada para a prevenção de doenças e ajudar a população a perceber que a destruição do meio ambiente local está associada à proliferação da hepatite B. A busca de solução para este problema social, econômico e ambiental se constitui um desafio para encontrar uma alternativa para a prevenção e pelo menos se chegue a amenizar esse problema de saúde que assola este município. No caso de Lábrea/AM, a hepatite só será vencida se o poder público local associado às instituições de saúde, educação e políticas públicas de caráter econômicas, voltadas para ajudar a população a ter uma melhor qualidade de vida e prevenir-se da hepatite B, terá sucesso. MÉTODO OU FORMALISMO Esse trabalho será realizado por levantamentos bibliográficos e pesquisas de campo, para analisarmos o contexto histórico entre o período de lançamento da vacina anti-hepatite B na década de 80 (RELATÓRIO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 1989), e como se encontra a população, que foi vacinada na primeira fase da vacina, para verificarmos se houve uma redução da doença no município de Lábrea. Assim, para desenvolver o presente trabalho, optar-se-á pela seguinte metodologia: Entrevistas e acompanhamento de famílias que já tiveram hepatite B regis- 107
3 trada ou não no sistema de saúde municipal, além de agentes de saúde que trabalham no município. Realização de uma pesquisa não diretiva no intuito de adquirir informações mais qualitativas sobre o assunto em debate. A área específica a ser observada é o município de Lábrea/AM. A coleta de dados ocorrerá com adultos, jovens e crianças que residem em Lábrea/AM, para analisarmos as mudanças do contexto histórico pesquisado e compararmos, se os meios de divulgação estão atingindo a população na prevenção e nos riscos da doença. Na entrevista, as pessoas responderão a perguntas envolvendo a compreensão sobre as formas de transmissão e consequência da hepatite B sobre os infectados e pessoas próximas a eles, nos cuidados que deverão tomar. Nossa proposta é realizar uma pesquisa aprofundada na temática da hepatite B, no município de Lábrea/AM, buscando colaborar tanto com a comunidade acadêmica, como fazer uma alerta para as autoridades, que sejam mais consistentes na aplicabilidade da vacina, durante as campanhas de prevenção e controle das doenças. Nossa contribuição e a importância de desenvolver esta pesquisa serão na divulgação dos riscos que a hepatite causa a população e a cidade, colaborando com os dados coletados e levando até as autoridades, para que elas possam tomar as medidas cabíveis ao problema. RESULTADOS E DISCUSSÕES Objetiva-se, como o resultado parcial, a comunicação e a prevenção das doenças contagiosas, não somente a hepatite B, mais uma divulgação mais ampla para que as comunidades, mais carentes possam ter acesso às informações, não somente receber a aplicação da vacina, sem que possam ter conhecimento, para que serve e quais as doenças estão sendo imunizadas, pois as campanhas de vacinação têm a finalidade de informar, prevenir e cuidar das pessoas, desta forma as campanhas de vacinação precisam ser melhores trabalhadas no sentido de prevenir e informar a população dos riscos da hepatite B, quais os sintomas da doença, para que as pessoas possam procurar um medico, quando estiver sentindo tais sintomas, informados durante as campanhas de vacinação. A partir dos dados levantados nas entrevistas, será elaborado um gráfico 108
4 dos pacientes contaminados com a hepatite B, durante o período temporal da pesquisa, o lançamento da vacina e o resultado obtido atualmente. 109
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A durante a realização da pesquisa para a elaboração deste artigo, pude aprender os cuidados e prevenção que as pessoas precisam ter para evitar a doença, mais também, serviu para que pudesse ter uma nova visão sobre a hepatite B e a febre negra de Lábrea/AM. Primeiro pelo o aprendizado adquirido durante a pesquisa; segundo por descobrir a importância do lançamento da vacina na redução de pessoas infectadas pela a hepatite B e também os óbitos que eram constantes, vale ressaltar a importância do programa social bolsa família para que os agentes de saúde possa atingir um numero muito maior de pessoas durante as campanhas de vacinação, pois sabemos que uma das exigências para receber o beneficia e que a criança esteja com sua vacinação em dias, desta forma os pais que à priori evitavam levar seus filhos para serem vacinados agora colabora com os agentes, para que a vacina de seu filho esteja sempre em dia. Um dos grandes aprendizados com relação à febre negra de Lábrea/AM, este vinculado ao conhecimento adquirido na pesquisa, que valoriza bastante a importância da vacinação, para a prevenção de doenças contagiosas e de grandes proliferações, pois a febre negra de Lábrea, na verdade e a mesma hepatite D, que leva os pacientes doentes a óbito entre 06 a 07 dias, desta forma aprendeu, que as pessoas que recebem a dosagem da vacina contra a hepatite B, já fica imune da hepatite D. Este artigo tem um cunho social muito importante, por trabalhar uma pesquisa com uma temática nova, pois os resultados devem ser publicados, para que o 111
7 local onde foi executada a pesquisa possa usufruir do resultado obtido no trabalho realizado e colaborar com a prevenção e divulgação dos cuidados que as pessoas precisam tomar com relação à hepatite B. Desde já esperamos poder contribuir com a prevenção da hepatite B e a febre negra de Lábrea, podendo participar de campanhas de prevenção, palestras nas escolas, alerta para os cuidados com o uso de utensílios alheios, uso de preservativos, cuidado com a agua, cuidado com os destroços fecais, lava bem as frutas e verduras antes de serem ingeridas, vacinar as crianças de acordo com o cartão de vacinação e se possível as pessoas que tiverem interesse se tornar divulgadoras dos ricos e perigos que a hepatite B e a febre negra de Lábrea trás para a vida do cidadão. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Campus Lábrea, pela infraestrutura dada aos pesquisadores, principalmente ao Departamento de Ensino, Pesquisa e extensão que vem nos apoiando no decorrer do projeto. Agradecemos também a FAPEAM, pela bolsa concedida, pois foi um grande incentivo aos alunos bolsista. REFERÊNCIAS BENSABATH. Gilberta. Vigilância Epidemiologia e Controle das Hepatites por Vírus: Resultados observados na região Norte do Brasil. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Salvador (BA), Anais de 06 a 11 de março de 1994, Sociedade Brasileira de Medicina Tropical suplemento IV, Pg 237 a 240, RELATÓRIO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Lançamento da Campanha de Vacinação Anti-Hepatite Tipo B. Lábrea, Amazonas. 31 de agosto de FONSECA. José Ferraz da. História das Hepatites Virais, Ver. Soc. Bras. Med. Vol. 43 n 3, Uberaba, maio/junho
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