TEORIA NO SÉCULO XX. Fundamentos do Modernismo. Fundamentos do Modernismo. Fundamentos do Modernismo FUNDAMENTOS DO MODERNISMO: ORGANICISTA
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- Isabela Ximenes Ferretti
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1 TEORIA NO SÉCULO XX FUNDAMENTOS DO MODERNISMO: ORGANICISTA O modernismo implicou em dois novos mecanismos, que proporcionaram liberdade. A libertação do mal-estar da falta de saúde: edifícios claros, brancos, quentes e abertos ao mundo natural, uma casa saudável A liberdade política: A sua arquitetura livre, desvinculada do detalhe, tinha como função limpar os pesados edifícios que por anos serviram de ostentação para os regimes autoritários, de diversos séculos. 2 No início do séc. XX, o conflito entre o modernismo e os regimes autoritários de alguns países isolou as experiências funcionalistas. Bairro operário de Londres, Gravura, Paul Gustave Doré 3 chegando à total supressão destas (Alemanha e Áustria), ou ao seu desenvolvimento marginal (França e Itália) nos anos também houve a crise racionalista do modernismo: A máquina de morar de Le Corbusier começava a ser comprometedora para atender as necessidades fisio-psicológicas do homem, que passa por uma conturbada situação política e sócio-cultural, a partir de 1939, principalmente no período pós 2 a guerra (1945). 5 Imagens segunda guerra mundial 6 1
2 Devastação de Londres, 2 Guerra Mundial (1941) fim da era Vitoriana e Recessão 7 Devastação de Hiroshima, 1945, fim da 2 Guerra Mundial 8 A polêmica racionalista estudada e difundida na Bauhaus não apresentava mais tanta importância, Recorda-se o carpe diem do século XVI e XVII quando a sociedade européia exclamava por aproveitar o dia como se fosse o seu último por medo das pestes e guerra. 9 Na Alemanha pós-guerra houve uma corrida contra a arquitetura grandiosa, militarista do terceiro Reich, a maioria dos arquitetos havia servido como oficiais nas forças armadas, e por este motivo queriam construções isentas de qualquer associação política. 10 Apesar da crise, surge uma nova vertente do funcionalismo, no trabalho de arquitetos e urbanistas, principalmente do norte europeu, representado pelo ORGANICISMO. Sem teorias mirabolantes de como os humanos deveriam ser ou viver. ( )se desenvolvera na Europa uma cultura pos-funcionalista, ou de um segundo funcionalismo, em suma, a arquitetura da terceira geração moderna que aqui se chama orgânica. (ZEVI, 1970, p.288)
3 A arquitetura orgânica, arquitetura organicista ou ainda organicismo foi uma escola da arquitetura Moderna de contraponto ou reação à arquitetura racionalista de International Style; O conceito do organicismo foi desenvolvido por Frank Lloyd Wright ( ), nos Estados Unidos, mas desenvolveu-se ao redor de todo o mundo. Propõem uma libertação dos dogmas racionalistas (máquinas de morar), dando uma expressão mais popular e cotidiana ao modernismo. 13 Como princípio postulam que: uma casa deve nascer para atender às necessidades das pessoas e do caráter do país como um organismo vivo (adaptação). Os edifícios influenciam profundamente as pessoas que neles residem, trabalham ou rezam, e por esse motivo o arquiteto é um modelador de homens. 14 Casa da Cascata (1936) Frank Lloyd Wrigth 15 Museu Guggenheim ( ), Nova York Frank Lloyd Wrigth 16 Desprezou-se os standards (padrões) e passou-se a defender posturas particulares através da pluralidade de formas onduladas e/ou oblíquas. Para os arquitetos organicistas, a arquitetura não deveria negar a natureza nem a vida moderna ou as exigências individuais de seus usuários. Museu Guggenheim ( ), Nova York Frank Lloyd Wrigth
4 Trabalham com: materiais naturais locais, formas compostas; preocupações com o conforto ambiental; Formas onduladas e ou oblíquas; Resgate da escala humana e do sentido de comunidade. Esta geração da arquitetura moderna tenta encontrar o binômio tecnicista e o abstracionismo formal. É notada a superação do racionalismo, e não o simples desprezo, mas houve um desprendimento do acervo figurativo cubista e neoplasticista. ( )A obra de Aalto é o resultado entre uma rígida consciência funcionalista e uma fresca sensibilidade pessoal.( ). (BRUNO ZEVI, 1970) Baker House (1946), EUA Alvar Aalto 21 Teatro Aalto (1946), Essen na Alemanha Alvar Aalto 22 O Finlandês Alvar Aalto ( ), apresenta uma arquitetura sem preocupação compositiva, sem as regras apresentadas por Le Corbusier. Demonstra uma maior preocupação com os valores humanos e os espaços naturais, abandonado o vocabulário racionalista também nos trabalhos urbanos. No período moderno racionalista, o homem, para o estudo do espaço urbano, foi usado meramente como unidade estatística, transformando-se num absurdo lógico. Daí a tentativa do urbanismo fugir à monumentalidade na tentativa de uma cidade próxima à escala humana, entendendo que não era possível uma casa orgânica dentro de uma cidade que não fosse pensada para a psicologia do homem
5 Quando se descobre à nova objetividade entende-se o homem como fenômeno complexo e sujeito aos valores fulgazes da vida real. Os ideais orgânicos em arquitetura refutam as regras impostas pelo esteticismo e pelo mero bom gosto, assim como a gente a quem pertencerá esta arquitetura refutará as imposições que estão em desacordo com a natureza e o caráter do homem (Frank Loyd Whright) Orgânico, em suma, na opnião de Sulivan e Wright, significa um protesto contra a personalidade dividida, contra a cultura dividida. (ZEVI, p.331). Henry Russel Hitcock, coloca os racionalistas como clássicos, continuidade com a preocupação pela composição e os orgânicos como românticos, na busca duma discussão, da realidade e dos sentimentos. O significado do termo orgânico, segundo Zevi: no mais vasto significado psicológico humano, à maior atenção que os arquitetos prestavam à vida e ao bem estar do homem na casa organizando-a de acordo com suas exigências individuais. Figurativamente o orgânico, definia-se em contraposição ao geometrismo, aos standards artificiais, às caixas brancas e aos cilindros do período racionalista; Behrendt
6 O orgânico pode ser entendido como natural sim, mas no sentido de que o espaço é natural humano, uma arquitetura naturalista de adequação ao homem, e não das figurações florais, por exemplo. Outro equívoco também é quando fazem analogias arquitetônicas com fenômenos biológicos. Contração, movimento e etc., mas o orgânico é um termo inspirado na empatia, onde se baseia-se nos processos psicológicos. 31 A arte da arquitetura é a transição dos estados de alma, do corpo, em formas de construção, a arquitetura orgânica é essa transição descrita e não o próprio corpo ou alma (ZEVI, p. 338, 1970). Não tem função contemplativa, e sim participativa. O homem não é um simples expectador, e sim um edifício em sinergia com as sensações físicas e psicológicas do homem. 32 Orgânico enquanto espaços interiores da arquitetura se procura a felicidade matéria, psicológica e espiritual do homem; Orgânico,era, pois um atributo que tinha na sua base uma idéia social, não uma idéia figurativa; por outras palavras, referia-se a uma arquitetura que quer ser, antes de humanística, humana. (ZEVI, p.340, 1970) Entre os arquitetos de destaque no Movimento Moderno brasileiro estão: Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Attilio Correa Lima, os irmãos Marcelo e Milton Roberto e outros Conjunto Pedregulho, Rio de Janeiro, 1948 Arq. Affonso Eduardo Reidy ( ) Construído no Morro do Pedregulho, Rio de Janeiro, destinou-se a atender à demanda habitacional de funcionários públicos do Estado. Defendiam que habitar não se resume à vida no interior de uma casa, propondo a composição entre moradia e o espaço externo, promovendo a instalação de serviços complementares às famílias na mesma área dos edifícios residenciais. É constituído por sete edifícios: três residenciais, quatro de serviço e áreas de lazer e piscina. FONTE:
7 O gosto pela linha curva é uma das principais características da obra de Oscar Niemeyer que escreveu: não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível o que me atrai é uma curva livre e sensual (Niemeyer, 1998). Edifício COPAN, São Paulo (1950) - Niemeyer RESIDÊNCIA OSCAR NIEMEYER, FONTE: 39 Projetada por Niemeyer em 1951 para própria moradia, no Rio de Janeiro. Sua forma completamente orgânica e adaptada ao entorno traduz-se pela transparência e formas delgadas do seu partido que estabelece um diálogo constante com o exterior. A implantação foi planejada objetivando a menor interferência possível na topografia natural do terreno, de forma que as rochas que afloram do solo fossem aproveitadas na ambientação, ora adentrando, ora saindo da casa. 40 O conjunto arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer entre 1942 e 1944, surge de uma encomenda do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek ( ), para a construção de uma série de edifícios em torno do largo artificial da Pampulha. A obra prevê cinco edifícios: um cassino, um clube de elite, um salão de danças popular, uma igreja e um hotel, que não foi realizado. 41 Igreja de São Francisco de Assis, Pampulha, Niemeyer 42 FONTE: 7
8 A construção de Brasília ( ) toma forma no plano urbanístico desenhado por Lúcio Costa. O projeto de Lucio Costa ordena o espaço baseado nas escalas de uso, dentro da qual cada função urbana cria estruturas morfológicas próprias e identificáveis: a monumental coletiva (edifícios públicos), a residencial-cotidiana (superquadras de moradia), a gregária-concentrada (espaço de lazer), e a bucólica (isolada, para recreação a beira do lago). Casa do Baile Fonte: O projeto urbanístico foi produto de um concurso público divulgado em setembro de 1956, dá origem à nova capital. O partido do projeto baseou-se no cruzamento de dois eixos, nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto. sendo adaptada a topografia local. Plano Piloto Fonte: Brasília e o eixo monumental Oscar Niemeyer é o arquiteto escolhido para elaborar os projetos arquitetônicos de Brasília dos principais edifícios governamentais. Os projetos foram realizáveis em grande parte pelo gênio criador do engenheiro Joaquim Cardozo
9 Edifícios públicos Brasília A arquitetura é porem, de muitas maneiras, prescritiva e determinista, ela nos condiciona como morar, por mais que o arquiteto seja idealista e ideologicamente livre, são poucos os arquitetos que conseguem criar edifícios genuinamente participativo onde clientes e usuários intervenham e contribuam na construção, elaboração do projeto. (DISCUTINDO ARQUITETURA) REFERÊNCIAS ZEVI, Bruno. História da arquitetura Moderna. Lisboa: Arcádia, Arquitetura orgânica. Disponível em: < freelineonline. wordpress. com/>, acesso em maio de DISCUTINDO ARQUITETURA. Modernismo. Disponível em: < discutindoarquitetura. wordpress. com/ modernismo1/>, acesso maio
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