EXPECTATIVAS DOS ALUNOS QUANTO AO PIBID E A APLICAÇÃO DE SONDAGEM

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1 EXPECTATIVAS DOS ALUNOS QUANTO AO PIBID E A APLICAÇÃO DE SONDAGEM Rosana Taís Rossa (PIBID/CAPES/UNICENTRO) Ana Caroline dos Santos (PIBID/CAPES/UNICENTRO) Loremi Loregian-Penkal (PIBID/CAPES/UNICENTRO) Resumo: Este trabalho tem como objetivo discutir uma questão relevante para a prática docente no que tange ao ensino de língua portuguesa: a expectativa dos alunos para as aulas ministradas por bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à docência, PIBID. Tendo em vista que em muitos casos a aula de português se pauta em atividades automatizadas, que nada exploram além de memorizações, observamos que é de grande valia a inserção de novas metodologias de trabalho dentro das salas de aula. Considerando o que dizem as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs, 00) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 000), entendemos que o exercício da docência deve ir além de um ensino tradicional, envolvendo a participação efetiva de professores e alunos. Os objetivos do presente trabalho são apresentar os principais resultados de uma sondagem aplicada aos alunos, para que a partir dela possamos promover uma reflexão quanto aos nossos futuros procedimentos de ensino e fomentar uma reflexão por parte de profissionais que já se encontram no mercado de trabalho. O enfoque maior será dado para as questões que envolvem a leitura, na busca de esclarecer equívocos cometidos por pessoas que insistem em dizer que a maioria dos adolescentes não gosta de ler, demonstrando, assim, que a leitura pode ter um espaço significativo dentro da sala de aula. Palavras-chave: PIBID-Português; sondagem; leitura. Introdução O PIBID tem suas atividades pautadas em uma reflexão sobre a prática docente em que são exploradas oralidade, leitura, escrita, reescrita e a análise linguística, propiciando condições para que o sujeito reflita sobre a sua língua e os fatos sociais que o permeiam. As práticas pedagógicas propostas consistem no rompimento com concepções puramente gramaticais, que obrigam os alunos a decorarem regras de bom uso da língua. A sala de aula deve ser um espaço formador de um sujeito crítico, preparado para ter vez e voz na sociedade e, portanto, as atividades desenvolvidas no espaço escolar devem conduzir os indivíduos a um nível mais elevado de compreensão, interpretação e ação diante das situações diversas do dia a dia. demandas da contemporaneidade UNICENTRO 05 ISSN 7-400

2 O PIBID-Português vem desenvolvendo um trabalho importante nas escolas, permitindo que alunos de graduação participem ativamente da formação de alunos do ensino básico. É incontestável o crescimento mútuo que resulta desse processo de interação, pois ao mesmo tempo em que os professores regentes dos colégios recebem propostas diferenciadas de trabalho, ampliam seu acervo de material didático e se atualizam quanto aos desenvolvimentos de tecnologias e pesquisas que enriquecem o ensino, os acadêmicos conhecem desde cedo seu local de trabalho e os elementos que o circundam, o que permite que eles se adaptem a esse meio e percebam as fragilidades que os cerca. Aplicação de sondagem Por meio desta pesquisa, propomos uma análise de doze questões respondidas por vinte e cinco alunos que cursam o ano do Ensino Médio em um colégio estadual de Irati/PR. O questionário foi aplicado em uma aula de Língua Portuguesa ministrada pela professora da turma. A dupla de pibidianas explicou qual era a finalidade da pesquisa e os alunos tiveram quinze minutos para responderem as questões. Foram dezenove questões ao todo, mas apenas doze foram escolhidas para este trabalho. O principal objetivo da sondagem era identificar o nível de leitura e produção escrita que os alunos têm, para que a partir disso o trabalho pudesse ser desenvolvido a fim de contribuir à formação e desenvolvimento dessas habilidades dos sujeitos. As questões escolhidas abordam: os gostos pela leitura; a escrita de textos em sala de aula; a preparação dos alunos no quesito temático e estrutural para escrever um texto de determinado gênero; se produzem textos para diferentes interlocutores; que textos produziram no primeiro semestre do ano letivo de 04 e quais são; se o professor faz a correção dos textos e depois há um encaminhamento quanto à reescrita; a quantidade de livros que leem durante o ano; se o professor de Língua Portuguesa indica livros para a leitura e se os discentes vão à biblioteca; se o professor da disciplina de Língua Portuguesa destina tempo para a leitura no período de aula; que gêneros discursivos os alunos têm mais afinidade e gostariam de estudar. demandas da contemporaneidade UNICENTRO 05 ISSN 7-400

3 Questões aplicadas na sondagem:. O que você mais gosta de ler?. Em média, quantos textos vocês escrevem por mês?. Antes de escrever um texto, vocês procuram se informar sobre o tema? Por exemplo, ler revistas, jornais, livros, pesquisar na internet, na biblioteca etc. 4. Quando vocês escrevem um texto, escrevem para quem? Ou seja, quem vai ler estes textos? 5. Após a produção do texto o professor faz a correção do mesmo?. Depois que os erros são corrigidos, o professor encaminha a reescrita dos textos? 7. Quantos livros, em média, você lê por ano?. O professor de Língua Portuguesa indica livros para vocês lerem? 9. Quantas vezes por bimestre vocês vão até a biblioteca? 0. O professor de Língua Portuguesa destina um tempo para a leitura de livros durante a aula?. Você lembra dos temas dos seus últimos textos produzidos no primeiro semestre de 04? Quais são?. Quais gêneros discursivos gostaria que fossem trabalhos pelo PIBID? demandas da contemporaneidade UNICENTRO 05 ISSN 7-400

4 Tabela : Respostas dos alunos ao questionário-sondagem. Jornais Livros de romance Livros de ficção 9. Menos de um. Sim 4. Professor da disciplina 5. Sim 9. Sim 0 7. Menos de um. Sim 9. Menos de uma 0. Sim. lembro. Romance Um 9 7 Turma 4 Um 9 Dois Amor/Romance Humor/ Comédia 4 Dois 5 Família Revistas 4 Três gosto de ler 7 Mais de três Pessoas que leem o mural da escola Outros - Dois 4 0 Três Paródias/Canç ão do exílio Esportes Três Mais de três Mais de três Nunca Racismo e desigualdad e Suspense Outros Outros demandas da contemporaneidade UNICENTRO 05 ISSN 7-400

5 Conclusão O senso comum acredita que os discentes não gostam de ler. No entanto, a questão um da sondagem evidencia outra realidade. As respostas dos alunos apontam que dos vinte e cinco: três gostam de ler jornal, seis leem livros de romance, nove leem livros de ficção, quatorze leem revistas e apenas sete estudantes não gostam de ler. A perspectiva de muitos professores, infelizmente, é a de trabalhar sistematicamente com leitura apenas no Ensino Médio, em que alguns alunos prestarão vestibular e a apresentação do que é ler uma obra é iniciada pelos clássicos. Harmuch (04), traz reflexões pertinentes dessa negativa abordagem afirmando que os estudantes, nesse método, acabam tendo uma grande antipatia com a leitura. Essa autora também afirma que é necessária uma observação rigorosa por parte do professor e que este perceba quais são os gostos da turma e a partir disso desenvolva sua metodologia. Destacamos a importância das sondagens para que o docente tenha um norte para guiar suas primeiras abordagens e temáticas escolhidas. Quanto às obras que o professor utilizará ao longo do período em que ministrará as aulas, é essencial que sejam apresentados diferentes textos e que a complexidade seja aumentada gradativamente. Tomando como base as ineficazes abordagens da escola e as afirmações anteriores, é fundamental que o professor tenha em mente, conforme aponta Zappone (04), os objetivos do ensino de leitura no Ensino Médio e quem serão os interlocutores dos textos. O docente deve trabalhar na perspectiva do letramento, que é pautada nos contextos sociais, isso não implica em estudar exaustivamente a periodização literária, mas refletir sobre o arcabouço histórico que reverberaram nas significações. A análise das sondagens propiciou um melhor conhecimento dos gostos da turma, e por meio desses questionários foi comprovado que a maior parte dos alunos gosta de ler e que sugeriram temas e gêneros para as docentes trabalharem. No entanto, não ficou evidente um estímulo por parte da escola em incentivar esses sujeitos a conhecerem o mundo da leitura, a resposta quase unânime é que nem à biblioteca os demandas da contemporaneidade UNICENTRO 05 ISSN 7-400

6 estudantes vão e um grande número afirma que durante as aulas a professora regente não prevê tempo para leituras. Diante dos dados explicitados, evidenciamos a importância do programa PIBID que visa preparar o futuro professor para adquirir autonomia e por meio de reflexões e de observações acuradas constituir sua prática, que deve sempre levar em conta as expectativas dos alunos para a elaboração de abordagens metodológicas adequadas para cada turma. Referências HARMUCH, Rosana Apolonia. O pensar na contramão do contemporâneo cinema e novas mídias: Ferramentas para a leitura do mundo. In: CASTELA, Greice da Silva. O PIBID como Espaço de Formação de Professores em Letras no Paraná. Porto Alegre: Evangraf, 04. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 000. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 00. ZAPPONE, Mirian Hisae Yaegashi. Letramento literário e a formação de leitores no Ensino Médio. In: CASTELA, Greice da Silva. O PIBID como Espaço de Formação de Professores em Letras no Paraná. Porto Alegre: Evangraf, 04. demandas da contemporaneidade UNICENTRO 05 ISSN 7-400