Práticas linguísticas, currículo escolar e ensino de língua: um estudo inicial.
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- Bento Paulo Graça Sales
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1 Práticas linguísticas, currículo escolar e ensino de língua: um estudo inicial. Ana Letícia Carneiro de Oliveira (PIBIC /UEPG), Djane Antonucci Correa (Orientadora), anale_oliveira@yahoo.com.br Universidade Estadual de Ponta Grossa/Departamento de Estudos da Linguagem. Àrea e subárea: Linguística Linguística Aplicada. Palavras-chave: Práticas Linguísticas; Currículo; Ensino de Língua. Resumo Considerando a relação direta entre currículo com as práticas linguísticas adotadas pelo professor em sala de aula, este trabalho tem por objetivo principal estabelecer algumas relações entre as práticas linguísticas e a práxis do professor, e como estas estão ligadas às questões curriculares que embasam o trabalho destes em sala de aula. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste projeto tem sua base na análise documental, fundamentada por alguns autores, dentre os quais citamos Correa (2014), Oliveira (2007), Pinto (2014) e Tavaglia (2008), bem como documentos oficiais para o ensino de Língua Portuguesa, como as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008), Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e as Orientações Curriculares Nacionais (2006). Destacamos que tais procedimentos desenvolvem-se no Laboratório de Estudos de Texto (LET) no Campus Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Como resultados desta pesquisa, destacamos as reflexões a respeito da necessidade de o professor rever sempre suas práticas linguísticas conforme o contexto. Introdução Sabe-se da relevância em compreender o currículo como norteador das práticas pedagógicas na esfera escolar e como organizador das práticas educativas conforme afirma Sacristán (2000). Logo ao pensar no currículo, pensamos em outros aspectos que vão além dos conteúdos que o sustentam, e partimos para as relações destes aspectos como as práticas linguísticas adotadas pelo professor em sala de aula de língua portuguesa, por exemplo. Nesse sentido, esta pesquisa se propôs a apresentar algumas reflexões acerca de algumas observações e indagações sobre o tratamento das práticas linguísticas nos currículos para ensino de língua e como o professor, segundo estes currículos, deve encarar tais contextos. Ressaltamos que esta pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Estudos do Texto LET -, no campus central da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
2 Materiais e métodos A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste projeto tem sua base na análise documental, fundamentada por alguns autores, dentre os quais citamos Correa (2014), Oliveira (2007), Pinto (2014) e Tavaglia (2008), bem como documentos oficiais para o ensino de Língua Portuguesa, como as Diretrizes Curriculares da Educação Básica - DCEs (2008), Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (1998) e as Orientações Curriculares Nacionais - OCNs (2006). Destacamos que tais procedimentos desenvolvem-se no Laboratório de Estudos de Texto (LET) no Campus Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). No que diz respeito ao tipo de pesquisa escolhido para o desenvolvimento deste projeto, a pesquisa documental permite a investigação de determinada problemática não em sua interação imediata, mas de forma indireta, por meio do estudo dos documentos que são produzidos pelo homem e por isso revelam o seu modo de ser, viver e compreender um fato social. (SILVA, DAMACENO, MARTINS, SOBRAL, FARIAS 2009, p ). Dentro dessa perspectiva, realizamos o estudo das fontes selecionadas para melhor compreensão das práticas linguísticas nos documentos oficiais que norteiam os currículos escolares. Resultados e Discussão Para refletir melhor sobre tais questionamentos precisamos primeiramente compreender a importância do papel do professor ao ensinar língua. Segundo Rajagopalan (2014) é importante que ele [o professor de línguas] perceba as implicações políticas na profissão que exerce (RAJAGOPALAN, 2014, p. 81). Ou seja, é preciso que o professor entenda que sua prática interfere diretamente na aprendizagem do aluno e liga- se diretamente com as políticas linguísticas em vigor. É preciso lembrar que os professores de língua [...] precisam ficar atentos a questões que dizem respeito à política linguística em vigor para não entrarem em desacordo com as linhas gerais da orientação sinalizada nos estatutos e nas diretrizes formuladas. (RAJAGOPALAN, 2014, p. 73). Nesse sentido, é preciso entender que as práticas linguísticas de sala de aula sofrem interferência das políticas linguísticas presentes em documentos, tais como diretrizes educacionais e currículos escolares e também das práticas cotidianas que estão além da sala de aula. Conforme salientam as DCE s (2008) O currículo é configurador da prática, produto de ampla discussão entre os sujeitos da educação, fundamentado nas teorias críticas e com organização disciplinar. [...] busca-se manter o vínculo com o campo das teorias críticas da educação e as metodologias que priorizem diferentes formas de ensinar, de aprender e de avaliar. (DCE s, 2008, p.19). Efetivando em análise de tais documentos apresentados nesse relatório, percebemos que tratamos de propostas de domínio da língua (grifos nossos) numa perspectiva social, como apontam os PCN s
3 O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a toso os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos. (PCN s, 1997, p. 21) Isto é, dentro da construção de um currículo, interpretar as contribuições culturais e sociais que fazer constituir um documento como este, é fundamental. Encarar desta mesma forma as colaborações exteriores é de grande valia às práticas docentes. Levar em consideração as especificidades humanas e linguísticas - é considerar o aluno e suas práticas. Sobre isso, quando em consonância às práticas e sua organização, a aprendizagem torna-se mais eficiente. Para o trabalho com tais questões, é preciso que os professores de língua estejam atentos às reflexões diárias sobre suas práxis, pois "[...] se deixarmos a 'coisa rolar', a tendência é a reprodução do mesmo, do que está dado, em função das estruturas objetivas e subjetivas que estão em funcionamento." (VASCONCELLOS, 2006, p, 12) Retomando os objetivos do projeto de pesquisa, entendemos que os estudos teóricos e as reflexões sobre as práticas linguísticas diversas e as análises sobre a constituição da práxis docente diante da heterogeneidade linguística e o que os documentos oficiais apontam com relação a esta temática, podemos compreender a necessidade de o professor rever sempre suas práticas linguísticas conforme o contexto com vistas à heterogeneidade da língua em contraponto às tensões advindas da defesa da homogeneidade. Nesse sentido, entendemos a necessidade de um pouco de bom senso que promova a adoção de uma prática pedagógica menos teórica e menos alienada das necessidades dos alunos (Jabur, 2014). Ou seja, a necessidade de o professor aliar a teoria ao contexto de sua prática pedagógica é de suma importância para o desenvolvimento das práticas linguísticas de seus alunos. Conclusões Com base no exposto ao longo do texto pudemos compreender que, para fazer com que as práticas linguísticas continuem acontecendo como elas realmente são heterogêneas é necessário que o professor sempre reveja seus métodos e reflita mais sobre a sua prática e em que contexto esta se insere. Ao discutirmos estes pontos, conseguirmos perceber que muitas questões que envolvem o ensino de língua dentro do currículo precisam ser repensadas e reordenadas para melhor atenderem as reais necessidades de interesse do público-alvo. Neste ponto, podemos considerar que as teorias, ante documentos que regem o ensino de língua sugerem que o ensino e aprendizagem dessa disciplina deve ser pensada de forma que amplie a visão de mundo do
4 educando e que as práticas pedagógicas possam contribuir para tanto. (DCE s, 2008). Assim, no que concerne às propostas pedagógicas, Kramer (2013) nos fala que uma proposta pedagógica é construída no caminho, no caminhar. Toda proposta pedagógica tem uma história que precisa ser contada. Toda proposta contém uma aposta. (KRAMER, 2013, p. 169, grifos da autora) Contudo, apresentamos aqui alguns dos pressupostos que consideramos imprescindíveis de língua. Destacamos como resultados obtidos, as observações e reflexões acerca desta temática. Acreditamos que, partindo deste trabalho, poderemos influenciar mais pesquisas voltadas para este assunto, afim de fomentar mais estudos. Agradecimentos Agradeço à Universidade Estadual de Ponta Grossa pelo financiamento desta pesquisa, à minha orientadora Drª Djane Antonucci Correa, e à minha co-orientadora Msª Cleonice de Fátima Martins. Referências BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): Língua Portuguesa. Brasília: MEC, Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM): linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC, CORREA, Djane Antonucci. Práticas linguísticas e ensino de língua: variáveis políticas. IN: CORREA, Djane Antonucci. (Org.). Políticas Linguísticas e Ensino de Língua. Campinas, São Paulo: Pontes Editores, JABUR, Eleusa Neves de Alencar. Ensino de Língua na Escola Púbica. IN: CORREA, Djane Antonucci. (Org.). Política Linguística e Ensino de Língua. Campinas, São Paulo: Pontes Editores, PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. DEPARTAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Diretrizes Curriculares de Educação Básica: Língua Portuguesa, OLIVEIRA, Maria Marly. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Editora Vozes, RAJAGOPALAN, Kanavillil. O Professor de Línguas e a suma Importância do seu Entrosamento na Política Linguística do seu País. IN: CORREA, Djane Antonucci. (Org.). Política Linguística e Ensino de Língua. Campinas, São Paulo: Pontes Editores, 2014.
5 TAVAGLIA, Luiz Carlos. A variação linguística e o ensino de língua materna. IN: TAVAGLIA, Luz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 12 e.d. São Paulo: Cortez, 2008.
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